Experiment escrita por Pris


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Olho para ela e a vejo corar, então eu chego próximo a seu rosto, respirando o mesmo ar e beijando delicadamente seus lábios.



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Capítulo 9

Tobias

Caí no sono instantaneamente, Tris precisava de um momento só com Christina, sei que ela sofreu muito com tudo que aconteceu, ela é uma boa amiga, só preferia que ela mantivesse a boca fechada, às vezes me dá dor de cabeça o tanto que fala.

Consegui ouvi-las rirem algumas vezes enquanto dormia. Christina aprendeu a descobrir momentos que não são um saco, e aproveita-los. Queria ter essa capacidade, mas a única coisa que consegui nesses últimos tempos foi me apegar ainda mais às minhas memórias. Quantas vezes acordei de um sonho onde Tris era levada para a execução no complexo da Erudição e depois eu via seu corpo imóvel, mas ela não acordava como na primeira vez. Agora ela está aqui, ela ressurgiu, tento afastar esses pensamentos da minha cabeça, mas foram tantos anos dessa forma, que acho que virei uma tábua cheia de pregos, quando você os tira, os buracos permanecem. Eu sinto que meu peito pode explodir a qualquer momento com tanta felicidade, no entanto, ao mesmo tempo, sinto o pior medo de todos que já senti na vida, medo de perde-la novamente.

Abro os olhos, Christina ainda está aqui, mas já é noite, ela continua falando, não sei como não fica com câimbra na língua, Tris parece realmente interessada, Christina está contando sobre seu trabalho de realocação das pessoas da margem na cidade, só então me dou conta que era exatamente sobre isso que falávamos de manhã quando fomos interrompidos por Caleb.

– A princípio eles chegam aqui sem saber nada, então nós os treinamos nos serviços essenciais, eles recebem um local para morar e as necessidades básicas são supridas, alimentação, roupas, assistência médica, como qualquer cidadão da cidade. Com o tempo alguns acabam exercendo novas funções mais específicas. – Divaga Christina

Tris permanece observando e escutando atentamente, às vezes mudando sua expressão facial. Imagino que esteja ligando os fatos às suas suspeitas. Ainda não estou convencido dessas hipóteses, no entanto, consigo ver lógica nisso.

Levanto-me e vou até o banheiro, sou seguido pelos olhos de Tris e retribuo o olhar, sem falar nada, me sinto realmente feliz com isso, ela sente a minha falta, assim como eu sinto a dela. Lavo meu rosto, preciso de um banho, penso, só uma ducha rápida, visto as mesmas roupas, pois não tenho nada meu aqui, não pensei que ficaria tanto tempo fora de casa.

De volta ao quarto me sento na cama, a cabeceira está levantada de forma que Tris fica ligeiramente sentada, ela afasta o tronco levemente do colchão e eu coloco os braços a sua volta, relaxando ao seu toque, sentido sua pele

Christina parece notar minha presença agora.

– Estou ficando com fome – diz no meio de um discurso sobre o sistema de distribuição de suprimentos à população - Vou buscar alguma coisa pra comermos, querem algo em especial?

– Hambúrguer – dispara Tris, e eu não posso deixar de rir, assim como Christina.

– Achei que caretas não podiam comer hambúrguer, essa extravagância não seria autocomplacente e desnecessária?

– Qual é, Christina, tem cinco anos que eu não como um hambúrguer, anda logo, não seja chata.

Rimos juntos, como velhos amigos. Christina sai em sua missão na busca de hambúrgueres. Sozinhos novamente, mas sei que por pouco tempo.

– Como foi seu dia? Pergunto a Tris, encostando meus lábios em seu pescoço

– Pra falar a verdade, foi ótimo, Christina me contou praticamente tudo o que vocês estavam deixando pra depois -comenta animadamente, mas depois sua voz muda ficando mais séria, então completa - Só que descobri uma coisa realmente muito assustadora..

– O que? Levanto a cabeça olhando nos seus olhos

– Você ronca, e muito – dispara rindo e eu faço o mesmo

– Deve ser só cansaço, não dormi a noite passada, estava preocupado, queria saber de tudo sobre a monitoração que Caleb estava fazendo – tento me justificar

– Espero que sim, senão teremos que dormir em quartos separados.

– Você está dizendo que se eu não roncar dormiremos no mesmo quarto?

Ela chega próximo ao meu ouvido e fala baixinho, como se houvesse alguém no quarto...

– Na mesma cama

Olho para ela e a vejo corar, então eu chego próximo a seu rosto, respirando o mesmo ar e encostando delicadamente meus lábios nos seus . Não sei quanto tempo ficamos ali, apenas nos beijando, sentindo o gosto um do outro, só sei que fomos atrapalhados por Christina que abre a porta trazendo nosso jantar.

– Velho, vocês ainda não conseguem se desgrudar – diz fazendo cara de nojo.

Enquanto Tris levanta os dois braços e grita

– HAMBURGUER!!!!

Só mais uma noite, amanhã estaremos sozinhos...


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