Experiment escrita por Pris


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Para aqueles que estão seguindo a história, enfim o 10º capítulo, espero que gostem dele, assim como eu gostei de escreve-lo!!!!


Com a respiração densa, ele se afasta um pouco e me olha com aqueles olhos azuis, como se enxergasse dentro de mim.



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Capítulo 10

Tris

Caleb me passa todas as instruções de como me comportar caso sinta qualquer mal estar. Precisarei vir todos os dias aqui no Centro de Pesquisas Médicas pra fazer um eletrocardiograma durante um mês. Tenho certeza que ele está exagerando. Estou com tanta energia acumulada que poderia correr em volta dos muros de proteção da cidade umas cinco vezes e não chegar nem perto de me cansar.
Christina saiu daqui ontem tarde da noite, senti uma pontada de culpa quando comecei a bocejar incontrolavelmente. Não queria que ela se fosse, mas nos encontraremos daqui dois dias. Diz ela que vai combinar alguma coisa especial com nossos amigos da Audácia.
Tobias e eu caminhamos pelo corredor branco e limpo. Não consigo conter o sorriso, não apenas por estar caminhando de mãos dadas com ele, mas por finalmente estarmos saindo daqui.
Descemos pelo elevador até o térreo, o dia está claro, mas o vento é frio, estou vestindo roupas emprestadas por Cara, já que não tenho nenhuma. Preciso ir as compras, tenho certeza que Christina vai adorar me acompanhar.

– Aonde estamos indo - digo - podemos ir de trem?

– Sim, imaginei que você fosse querer fazer isso, mas não acha arriscado correr e pular dentro do vagão?

– Por que seria arriscado? Eu estou bem, me sinto melhor do que nunca.

Ele sorri e concorda. Caminhamos em direção aos trilhos.

– Os horários dos trens continuam os mesmos?

– Sim. Não alteramos nada. Aliás, parece que todos os funcionários da linha férrea continuam os mesmo, antigos sem-facção. São muito apegados a esse serviço, como uma diversão.

– Acho que, antigamente, isso não era encarado como diversão, mas talvez como um ponto de observação deles, muita coisa acontecia nesses vagões, provavelmente não passou despercebido.

Ouço o barulho. O trem se aproximando. O chão balançando sob meus pés. Meu coração dispara e minha barriga dói. Adrenalina. É tão bom sentir isso novamente. Sentir-me viva e em paz.
Corro na frente de Tobias, me agarrando a porta do vagão e saltando para seu interior com facilidade. Volto a porta e estico a mão para ajuda-lo. Ele é grande e forte, sei que não precisa disso, mas eu quero. Ele agarra minha mão e se impulsiona pra dentro, caindo sobre mim enquanto rimos. O vagão está vazio, continuamos caídos no chão, nos beijando sem delicadeza alguma.
Não consigo expressar como me sinto. Minhas pernas tremem enquanto ele morde delicadamente minhas orelhas e roça sua barba por fazer em meu pescoço. Tento me segurar, mas é impossível, solto um leve gemido que o faz sorrir.

Com a respiração densa, ele se afasta um pouco e me olha com aqueles olhos azuis, como se enxergasse dentro de mim.

– Sinto muito dizer isso, mas estamos chegando. – diz ele alto o suficiente para que eu possa ouvir

Apenas concordo e levanto, me preparando para saltar, tomamos uma distancia da porta, espero até que ele salte primeiro, indo logo em seguida, meus pés encontram o chão, meio desequilibrados. Estou enferrujada. Tobias está logo a minha frente, seguro seus braços e me ajeito.
Andamos alguns quarteirões e ele me mostra alguns prédios recém reformados. A cidade enfim está ficando bonita, perdendo o toque de guerra e destruição que pairava sobre ela. O lugar onde ele mora ainda não viu os sinais da reforma. O prédio é pequeno e um tanto decadente, charmoso. Eu gosto.

Subimos pelas escadas até o terceiro andar. Ao abrir a porta percebemos que não que ainda estamos sozinhos.

– Evelyn? O que faz aqui? Pergunta. Ele ainda a chama pelo nome e não por Mãe.

– Estava preocupada com você, sumiu, então ontem eu ouvi boatos de uma possível ressurreição, vim ver com meus próprios olhos

– Como pode ver, Evelyn, é verdade, eu voltei a vida, só acho a palavra ressuscitar pesada demais para este caso – Respondo num tom sério.

– Fico feliz que tenha voltado, Tris – Ela me responde secamente, escondendo suas intenções sob um sorriso falso. Qual será a relação entre ela e Tobias todos esses anos?

– Obrigada, também estou feliz em estar de volta.

– E onde vai morar agora que voltou?

– Aqui, comigo é claro! Responde Tobias

Vejo que a expressão dela se alterar por alguns segundos, não acredito que Tobias tenha notado.

– Ah, que bom! Vim com a intenção de preparar o almoço pra você.

Percebo uma careta no rosto dele, acho que não gostou muito da ideia. Mais uma vez não estaremos sozinhos.

Evelyn prepara o almoço que é insosso e com gosto de Abnegação.

– E então, Tris, gostou da comida?

– Sim, estava delicioso – digo ao terminar, com minha expressão mais sincera – Com sabor de infância – completo

O canto da boca de Tobias se levanta, num sorriso maroto. Ele entendeu o que eu quis dizer.

Após agradecer, levanto-me e sento no sofá, pensando no que isso tudo representa. Sei que Evelyn é esperta e quer marcar território, como ela me disse uma vez, ela é a família, têm o laço de sangue que é eterno e eu sou apenas temporária. Fecho meus olhos. Ele a ajuda com a louça na cozinha. Depois de alguns instantes os ouço conversarem baixinho.

– Acho que ela dormiu

– Provavelmente, Tris está muito debilitada, ela precisa de muito repouso, a trouxe aqui para que descansasse, o hospital estava ficando muito cheio.

Ainda se demoram fazendo sabe-se lá o que, ouço alguns sussurros, eu continuo quieta, encolhida no canto do sofá.

– Sim, querido, farei isso, não esqueça de me dar notícias sobre a saúde dela

A porta se fecha, consigo ouvir seus passos leves, depois sinto seu braço passando por baixo do meu joelho, enquanto o outro apoia minhas costas, levantando-me até seu peito, deixo minha cabeça pender em seu ombro.

– Já pode parar de fingir que está dormindo – ele sussurra em meu ouvido

– Acha que ela acreditou? Digo ainda de olhos fechados

– Sim, ela teria ficado aqui o dia inteiro se suspeitasse que era pura encenação.

– Sou uma ótima atriz - não consigo controlar o riso quando digo isso.

Ele me coloca sobre a cama e se deita ao meu lado. Ficamos quietos por um tempo, apenas nos olhando. Mas esse momento acaba quando ele se aproxima e coloca a mão na minha cintura, me puxando para junto de si. Sinto faíscas sobre todo meu corpo

– Eu só queria estar sozinho com você – ele diz enquanto beija suavemente meus lábios.

Minha mão se levanta, tocando seus braços até chegar em suas costas, sinto todos os seus músculos, ele parece ainda mais forte. Quero diminuir a distância entre nós. Suas mãos levantam delicadamente minha blusa, o que me parece injusto, já que ele ainda está vestido. Faço o mesmo, esquecendo de ser suave, mas ele termina por mim, puxando sua camiseta sobre a cabeça e jogando pra fora da cama, enquanto eu tento abrir os botões da sua calça. Sinto o encontro dos nossos peitos nus. Respiro pesadamente. Eu o quero. Nossos movimentos são lentos, embora precisos. Sabemos exatamente o que fazer pra saciar todo esse desejo que arde como brasa. Ele dá pequenas mordidas em meus ombros e eu rio quando chega ao pescoço, depois segura minhas mão acima da cabeça e eu o envolvo com minhas pernas, nos beijando intensamente. A junção dos nossos corpos é perfeita.


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