Experiment escrita por Pris


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo quase foi perdido hoje e eu quase tive um infarto quando o computador travou, sem que eu tivesse salvado metade dele. por fim, está aqui!
Obrigada a todos que tem seguido esta história fielmente, me dando sempre o apoio que preciso para continar



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Meu trabalho é chato, extremamente entediante. Consiste em planilhar a entrada dos novos moradores, empregos atuais e eventuais alterações. Chato. Christina tem um posto mais alto, ela é a chefe do departamento, por isso não fica muito tempo aqui, constantemente está em visitas de monitoramento, como ela chama. Nossa cidade é alto sustentável, todos precisamos trabalhar para que ela funcione, em troca disso, ganhamos créditos que podem ser trocados por moradia, serviços, vestuário e alimentação. Todos ganhamos a mesma quantidade de créditos, não importa o cargo, ele só aumenta se a pessoa possuir filhos ou dependentes em idade escolar, ainda não temos aposentados na comunidade, mas a temos um plano de aposentadoria, para que quando os cidadãos chegarem a velhice não precisarem mais trabalhar, continuando a receber seus créditos. No entanto, algumas pessoas quando chegam na cidade não conseguem se adaptar aos empregos que lhes são oferecidos, nós praticamos o exercício de três tentativas com cada pessoa, além de deixa-la tentar escolher o emprego que mais lhe agrada, quando não se adapta, para de receber os créditos e acaba voltando para a Margem ou qualquer outro lugar de onde tenha vindo.
Eu não acho isso muito eficaz, mas acabei de começar, preciso primeiro conhecer exatamente todo o sistema.

– Christina, esse trabalho não é muito empolgante.

– Não seja negativa, Tris, apenas preciso que você conheça todo o funcionamento do departamento. Sei da sua capacidade, apenas se esforce pra aprender tudo, como se fosse um treinamento, só assim poderei coloca-la num cargo melhor aqui, preciso muito da sua ajuda do lado de fora, junto comigo, seremos uma boa equipe.

Vai ser difícil, tem uma semana que estou vindo aqui todos os dias, tenho trabalhado o turno de 6 horas, Tobias também diminuiu sua carga horária para que possamos ficar algum tempo juntos.

– Eu não entendo, Christina, você não acha que o índice de abandono dos empregos está muito alto?

– A taxa sempre foi a mesma, na verdade, o exercício das três tentativas nunca foi posto em prática, sempre tentamos várias vezes, mas alguns apenas desistem, a maioria dos habitantes continuam a ser os mesmos. Os que chegam de fora acabam indo embora por vontade própria.

– Gostaria de entender o motivo, eu já estive na margem, sei como as pessoas sobrevivem lá, nossa cidade atualmente é pacífica, oferecemos todos os benefícios possíveis, mas eles ainda preferem voltar?

– É por isso que eu faço o monitoramento, Tris. Nossa cidade sobrevive bem sem essas pessoas, mas quando elas preferem viver num local totalmente precário e perigoso, sinto que estamos fazendo alguma coisa errada.

– Eu também sinto isso.

– Eu preciso da sua ajuda, você tem um dom de enxergar as coisas como elas são e de lidar com elas da maneira certa.

– Mas eu realmente tenho que passar por esse treinamento chato? Esse serviço burocrático vai acabar me matando.

– Mais uma semana, está bem? Por favor, por mim, não desista.

– Está bem, apenas porque gosto de você.


Cristina sorri, se não fosse por ela, eu teria ido embora no dia que comecei e não voltado nunca mais.

O que estamos fazendo de errado aqui? Por que as pessoas de fora da cidade não se sentem satisfeitas?

Saio do trabalho, Tobias tem uma reunião hoje, então não poderá me buscar, decido ir a pé, preciso caminhar um pouco e tentar colocar meus pensamentos em ordem, não gosto do meu trabalho, mas preciso fazer o meu melhor, não por Christina, mas por mim, preciso enfrentar isso de frente, foi isso que a Audácia me ensinou, carregarei esses ensinamentos até o fim da vida.

Andando pela cidade, me aproximo do Centro de Pesquisas, que fica na metade do caminho, então, do outro lado da rua, vejo Matthew.

–Tris – Ele me chama

– Oi, Matt, tudo bem?

– Sim, o que faz por aqui? Está indo visitar Caleb?

– Não, apenas estava caminhando pra casa.

– isso, é bom, ajudar a pensar melhor.

– Sim, é exatamente o que estou tentando fazer.

Conto para Matthew sobre o dilema que enfrentamos com as pessoas que chegam à cidade, mas que não conseguem se adaptar. Sobre estarmos deixando alguma coisa de lado.

– Eu estou indo para a Margem na próxima semana, Tris, talvez você e Christina possam ir também, ver melhor a realidade daquelas pessoas, pesquisas de campo sempre nos ajudam a compreender mais sobre as coisas.

– Matt, acho que você é um super gênio que não teve a chance de se juntar a erudição.

– Obrigado – ele sorri envergonhado, isso realmente foi um elogio, depois de tanto tempo odiando a Erudição e tudo que eles fizeram, não posso negar sua importância, nem todos são bons no mundo, mas há pessoas boas e má em todos os lugares.

Chego em casa mais animada, isso é exatamente o que precisamos, buscar as respostas a fundo. Tobias chega logo em seguida, ele acompanhou todo meu desanimo esta semana, estou empolgada para contar a ele sobre a conversa com Matthew.

– Você parece mais animada – ele me diz e eu concordo – me diga o que aconteceu? O trabalho começou a ficar melhor?

– Não exatamente, mas hoje, quando sai, encontrei Matthew, que me deu uma ideia ótima para tentar descobrir como podemos melhorar a situação da comunidade imigrante.

– E o que seria?

– Matt convidou a mim e Christina para irmos a Margem na próxima semana, para avaliarmos as situações da população e tentarmos desvendar o mistério desse êxodo.

Ele me encara seriamente durante tempo demais, sua expressão é dura, como se tivesse engolido algo amargo.

– Você não vai – ele diz, sua voz soa fria

– Como?

– Você não vai, eu não vou permitir que você vá.

Meu corpo todo se arrepia, eu nunca vi esse olhar em seu rosto.

– Você não pode me impedir de ir.

– Se você for, teremos um problema.

– Você está soando ridículo – digo irritada

– Eu apenas estou tentando te proteger – ele responde com a voz ainda mais fria – é para o seu próprio bem.

– Eu espero que você tenha escutado o que acabou de me dizer, pois soou exatamente como uma coisa que Marcus diria – sinto um arrependimento ao falar isso, as palavras saíram da minha boca em questão de segundos, não consegui evitar. Tobias me encara, visivelmente incrédulo.

– Eu não sou como Marcus – ele fala baixo, consigo sentir a repulsa em suas palavras.

– Então pare de agir como um idiota, Tobias, você simplesmente não é o meu dono.

– Eu Sei que não sou seu dono, só não consigo entender porque você quer correr atrás do perigo novamente..

– Eu não estou correndo atrás do perigo, Quatro, eu estou apenas tentando ajudar, não estou arriscando nada, não há uma guerra.

– Eu não vou suportar isso de novo.

– E eu não vou suportar que você haja como se eu não tivesse vontade própria.

Saio do apartamento sem rumo, sem saber pra onde ir, desde que acordei ali tem sido o meu lar, mas hoje não, hoje aquele lugar se transformou na casa de Tobias, onde eu preciso viver sob suas regras. Me dou conta de que só existe um lugar pra ir. Encaro a porta por algum tempo, sem coragem de bater, por fim, toco a campainha, a porta se abre.

– Caleb, posso ficar aqui com você hoje?


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