Infame escrita por Apiolho


Capítulo 6
Capítulo 6 - Loira por um dia


Notas iniciais do capítulo

BOOOOOOOA TARDE! :3

E ai? Como está sendo o carnaval de vocês? Beijaram muito? AIUEHAUIHE

Quero agradecer a Class, deehmarruccia e Zabelita por comentar no(s) capítulo(s) anterior(es). Sempre irei repetir o quanto me é importante uma opinião dos meus leitores. Queridos, com certeza me deixa mega feliz.

Com 410 visualizações totais não há mais pessoas para me mandar um review? Porque todo o comentário é muito bem vindo ok? Por favor galeraaa.



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Capítulo seis

 Loira por um dia

"Eu danço quando estou feliz, eu danço quando estou triste, e eu danço quando estou brava. Dançar é a melhor forma de expressar meus sentimentos e emoções."

(Shilpa Singh, Miss Índia - 2012)

 

Eu irei arrasar geral com os inimigos!

Mesmo que não tenha sido apenas uma hemorragia nasal, e sim que eu tenha quebrado o nariz e ter de botar band-aid nele para tentar disfarçar o roxo — mas confesso que não deu muito certo.

Era hoje que ia mostrar para todos o que os garotos fazem no banheiro masculino.

“Não vai me responder?” — Jordan.

Era ele, que apesar de eu tê-lo deletado e aniquilado da minha lista de contatos o ser resolve retornar das cinzas para ficar me cobrando atenção. Se eu soubesse que era tão assim nunca teria o ajudado a fazer ciúmes naquela insegura.

“É proibido continuar a falar comigo! Entendeu?” — Amie.

Não vão me tacar pedra ok? É pelo bem dele.

— Filha, ajude-me aqui? — essa era a minha mãe.

Uma criança, adolescente e sem juízo.

Quando vi estava tentando entrar em um vestido que usava quando era mais nova. Ou seja, dois manequins menores que o dela. E foi por conta disso que eu não queria casar e muito menos ter filho, porque além de engordamos ainda ficamos cheias de estrias na barriga.

— Assim vai rasgar. — repreendi-a.

Usava tanta força para que a roupa passasse por entre os seios que eu me senti na necessidade de tirar aquilo de suas mãos. E foi isso que fiz, guardando-o no fundo do guarda-roupa dela depois.

— Por que fez isso? — o tom irritado na voz.

Como assim ainda me faz essa pergunta?

— Por acaso ia trabalhar com aquele look? — respondi com outra pergunta.

— Há algum mal nisso?

Vamos ficar nessa batalha de questionamentos até quando?

— Todos, até porque nunca ia conseguir caber nele. Entende de uma vez que você não tem mais o corpo de 20 anos atrás.

Sim, eu mesma resolvi por acabar com essa conversa sem final.

— Mas eu emagreci. — gritou.

— Quantos por acaso? — quis saber.

— É... 1,2kg. — em um sussurro.

— E então perdendo um quilo apenas consegue do nada voltar a vestir 36? Sendo que antes era o 40? Nossa, se for assim, quero saber qual o segredo.

— E duzentas gramas. — retrucou.

— Grande coisa.

Ela bufou com ao me ouvir e sentou-se na cama.

Peguei uma saia rodada que ia até o joelho, uma blusa colada com botões e uma jaqueta delicada. Era do tipo social e discreto, por isso foi essa a vestimenta que ofereci a minha mãe. Quando viu deu um sorriso amarelo e a colocou, para depois ficar se demorando no espelho.

— Gostando do que vê Sra. Young?

Chegou ao pular com o que eu disse.

— Acho que já sei a profissão perfeita para ti.

— Qual? — quis saber.

Pensei logo em estilista, assistente de moda.

— Vendedora! — declarou.

— O quê? Está sendo irônica não?

— Estou falando sério. Você fica dando palpite sem ser chamada, humilhando-me na hora de opinar, dizendo de maneira debochada o quanto aquela roupa não era ideal para o meu corpo e ainda me obriga a vestir mais coisas.

— Só se eu quiser ser demitida na primeira semana. Melhor seria ser paga para declarar o que penso do que ficar bajulando quando a pessoa parece uma baleia orca cheia de tecidos. — revidei.

— Isso é uma indireta para mim? — a expressão em choque.

— Não, a senhora ainda é uma beldade, apesar de já estar na meia idade.

Peguei minha mochila e sai da casa antes que ela começasse com seus dramas e me fizesse chegar atrasada na escola. E se isso ocorresse eu ia ficar muito irritada por ter de adiar mais uma vez o plano.

Entrei no ônibus e peguei a Anabelle me fulminando com os olhos, sentei-me no fundo e ela continuava a me fitar.

— Qual o seu problema? — berrei.

Não tinha medo de fazer um escândalo aqui não.

— Nem posso dormir mais? — disse a idosa que estava ao meu lado.

— Então pode voltar a vadiar que ninguém falou sobre ti. — respondi-a.

Olhei para a morena e pela sua expressão finalmente tinha entendido.

— E você? Por que não para de ficar dando em cima do Jordan? Já teve sua chance e perdeu, por isso espero não vê-la mais perto dele. Entendeu?

— Qual o motivo de ficarem complicando tanto em? Garota, é muito fácil me fazer se afastar dele. É só deixar essa vergonha e covardia para trás e se declarar para ele. — disse como se estivesse citando uma receita de bolo.

— Com certeza vai ficar longe dele depois disso não é? Inventa outra desculpa que eu tentarei fingir que acredito. Você é suja, puta e pensa que todos são seus brinquedos. Enquanto deixa-os jogados feito lixo quando não prestam mais para ti. — xingou-me.

Da onde tirou tanta besteira?

Estou besta com isso!

No entanto não ia ficar assim, peguei o saco com algo dentro da velha que estava tirando um cochilo e comecei a jogar nela. Pelo que percebi era alpiste, e a cada vez que atirava e acertava o seu cabelo ou rosto eu dava uma risada maléfica.

— Para de ser insegura, fraca e não perca mais tempo sem fazer nada em relação ao que sente! — pronunciei de maneira pausada.

Ela tentava dar uns tapas nos grãos, mas não dava certo. Depois disso desistiu e começou a bater em meu braço. Só que quando uma patricinha te batia não doía nada, até porque as unhas dela eram pequenas.

— Por que está falando tão devagar? — questionou enquanto se desviava dos alimentos ao deixar a violência de lado.

— Ouvi falar que loiras absorvem melhor as palavras quando dito dessa maneira com elas. — provoquei.

Ao ficar calada por conta do que foi comentado a da terceira idade deu um ronco antes de acordar e começar a reclamar por estar desperdiçando o que ia oferecer aos pombos do centro.

— Você, por que não vai preparar comida para os netos ao invés de ficar sentada em um banco enquanto fica rodeada de um monte de pássaros? Ainda aqueles ingratos que são capazes de defecar na sua cabeça quando vai embora. E tu, — apontei para a Stuart. — Vai correr atrás do seu macho e deixa de ficar ameaçando rivais imaginárias, tá bom? — finalizei, o folego quase acabando.

Dar conselhos cansa tá legal? Por isso faça o favor de não me julgar novamente.

— E o que é essa coisa loira, que parece cabelo, na sua pasta? — questionou a garota.

Ao fitar notei que parte da peruca tinha ficado para o lado de fora.

— Vou fazer a princesa Peach em um trabalho.

Menti tanto que até eu me surpreendi.

— Mas estamos no terceiro dia de aula ainda. Já mandaram algo assim?

— Passaram o que faremos durante o bimestre e eu resolvi trazer para o meu grupo dar uma olhada.

Sinceramente? Eu sou demais.

— Espero que apresentem também para a nossa turma essa atividade. — declarou.

Sério que caiu? Falando nisso, a idosa aproveitou que estava distraída para pegar o que a pertencia de volta. E acredita que quando paramos de discutir as pessoas que estavam conosco gritaram “aleluia”? Vê se pode, nem incomodamos tanto assim.

Será que ficaram reclamando disso desde do começo? Se sim nem ligo, até porque nem percebi quando estava é participando de uma guerra de comida de uma pessoa só.

— Jordan, posso falar contigo depois das aulas?

Ouvi o que conversava pelo telefone.

— Mais uma missão cumprida. — sussurrei para mim mesma.

E isso significa que não terá nada de Anabelle e o ex galã do colégio por um bom tempo me enchendo o saco. Na verdade esperava que isso fosse para sempre. Só que ao ver o Joshua na porta da sala notei que ia ser difícil ficar em paz.

— Preciso falar contigo.

— Se for sobre ontem, deletei o número dele. — comentei.

Ultrapassei-o e segui em direção a minha carteira, para deixar os materiais naquela carteira maltrapilha e me concentrei no que ia fazer a seguir. Com a mochila em meus ombros ignorei novamente o Deboni e entrei no primeiro banheiro feminino que vi.

Dessa não ia ser louca de ir no masculino.

Fiquei aliviada ao notar que ninguém estava aqui, até porque esse era o sanitário mais pobre daqui. Sem falar do cheiro ruim e dos vários papeis higiênicos molhados que enfeitavam o teto do local. Dá para crer que são garotas que fazem isso?

— Essa cabeleira é muito apertada. — foi impossível não dizer enquanto a colocava.

Não me importo se alguém tenha chegado e escutado isso. Quer dizer, se for uma sem cérebro.

Deixei isso de lado e saiu do cubículo, vendo-me completamente diferente com essa coisa na cabeça. Sem falar porque aproveitei para pôr um enchimento na barriga para que ninguém reconhecesse meu corpo.

Até porque sou a quarta da lista.

Corri feito uma maluca para o departamento jornalístico enquanto segurava o meu cabelo para que não caísse. Ia ser um mico se isso ocorresse não acham?

— Quem é? — caraca, era a voz da editora.

Eu tinha batido a porta e saído no mesmo instante. Deixei só a bomba no lugar e me dirigi para a classe de maneira lenta após colocar esse pelo agoniante e o objeto almofadado na mochila (soquei tudo lá dentro).

Sentia-me como uma espiã poderosa, tipo a Sam de "três espiãs demais".

Quando o intervalo chegou e colocaram aquela folha no mural principal, que se encontrava no pátio, os murmúrios começaram. Alguns queriam saber quem tinha dado essa informação enquanto outros comentavam e tentavam descobrir quem eram as garotas da lista.

Uma delas sou eu, idiotas.

— Você não vai escapar. — disse uma pessoa irritante quando passava pelo corredor.

Josh era um ser completamente intragável.

— Que foi? A Lindsay está dando em cima de ti e quer minha ajuda?

O que está fazendo me puxando para dentro do toalete masculino? E ainda empurrando-me para dentro da primeira cabine? Será que eu deixarei de ser pura agora?

Se for que seja com camisinha, por favor.

— Não vai falar nada? — pressionei.

— O que foi fazer na porta do jornal?

Colocou-me contra a parede com tanta força que é como se fosse uma lagartixa neste instante. Só que não como aquela vadia, porque eu tenho muito mais coxa que ela.

E por um misero momento tremi pelo medo que senti. Mas foi tão rápido que logo o encarei de maneira indiferente, apesar de notar que poderia me matar apenas com o olhar.

— Te interessa por acaso?

— Quando vejo que colocou uma peruca loira para fazer apenas isso fiquei curioso. Não seria para algo bom né? — sussurrou em meu ouvido.

Cheque mate!

— Dá para se afastar? Por acaso acha que irei fugir? — briguei.

— Tenho a certeza. Sabe que agora eu tenho um palpite? — confessou.

— É? Mas eu não quero ouvir a sua opinião sobre o que eu estava fazendo. E provavelmente essa garota galega que viu não era eu, até porque sou morena. — declarei.

Sem nem dizer uma palavra colocou as mãos grandes e sujas em minha bolsa e abriu-a rapidamente. Por que eu levei-a para o intervalo mesmo? Claro, o achocolatado e sanduiche nada natural que trouxe para o lanche. Ao olhar para cima lá estavam aquela cabeleira e o enchimento.

Quando dá para ser burra tiro nota dez nesse quesito né?

Tentei sair ao perceber que estava distraido, mas logo se pôs entre mim e a porta e ficou cuidando para que não fizesse mais isso.

— Foi você que deu a foto dessa lista para eles não foi? — disse ao apontar para o papel que se encontrava a nossa frente.

— Por que acha isso em? Pode ser qualquer um.

— Esqueceu que eu te vi aqui no primeiro dia de aula? E você mesmo disse que não foi para tarar os homens que passavam por esse banheiro. Então na verdade era para descobrir algum segredo nosso?

Fez tantas perguntas que me deixou tonta.

— Tudo bem, fui eu sim. Vi essa lista machista e inútil e resolvi mostrar para todos. Agora tá satisfeito? — confessei sem nem pensar duas vezes.

Está decretado: essa minha boca só me mete em confusão.

— Realmente você é uma matraca Amie Young, e isso é maravilhoso. Para os outros, claro. Porque a partir do momento que saberem que foi você nunca mais ficará em paz. — e riu, gargalhou, humilhou-me para depois se afogar com o seu próprio veneno.

— Que está esperando para contar? — fui um pouco grossa.

O que não deveria ter feito, já que estava em suas mãos.

Quer dizer, também tinha um segredo dele.

— Não espalharei o que sei com uma condição. — iniciou a ameaça.

Será que me fará assinar um contrato que nem naquele livro “cinquenta tons de cinza”? Se ele ousar pedir algo assim farei de tudo para expulsá-lo desse colégio.

— Pode continuar.

Por favor, que não seja nada demais.

— Que me traga lanche todos os dias e coma comigo quando bater o sinal do recreio. — declarou.

Só isso? Mas ainda assim é muito.

— E os seus amigos? — tentei fazê-lo desistir disso.

— É só falar que estarei com uma menina, eles não vão desconfiar.

— Não esquece que eu sei seu segredo também.

— E quem acreditará? Depois que eu contar todos acharão que só disse para se vingar.

— É só eu mostrar o papel. — disse.

— Isso qualquer um pode fazer e dizer que era meu.

Quer ser mais... ardiloso.

— Posso pensar um pouco no que propôs?

— Sim, contudo o prazo será de apenas uma semana. — sussurrou perto de mim.

O hálito foi de encontro ao meu pescoço, fazendo cosquinhas lá. Ele aproximou seu rosto do meu e ficou encarando a minha face de maneira avaliativa.

— Quem fez isso contigo? — quis saber.

— O quê? — não entendi nada.

— Deixou esse teu nariz em um estado terrível, todo roxo e inchado.

Tentei rir, mas dessa vez pareceu doer um pouco.

— Foi eu mesma, caindo no chão. — não tinha o que esconder mesmo.

— Parece sincera. E quer saber mais? Apesar de me dar um tapa forte eu gostei de ter batido na Lindsay por minha causa.

— De nada. Agora posso sair?

— Você me defendeu por quê? — quis saber.

Nem eu tenho a resposta.

— Por acaso está começando a me amar Amy? — levantou uma sobrancelha no mesmo instante.

Ninguém merece.

— Isso nunca ocorreria, ainda mais por um cara covarde como você. — finalizei.

Eu mesma tratei de ir embora por conta própria e segui em direção a próxima aula. Dessa vez, felizmente, não seria educação física. Mesmo que não seja algo que detesto, ficar suada toda a vez que saio dela não é algo agradável.


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Notas finais do capítulo

E agora? Será que ela vai aceitar? Vão descobrir que ela está por trás disso? E Jordan e Anabelle ficarão juntos? E quando sua mãe irá deixar essas loucuras de lado? Deixem seus palpites, que lerei o mais rápido que puder.

A imagem não é minha. Desculpa se tiver erros de português.

Mandem-me reviews? São sempre maravilhosos e motivam muito a autora que se encontra escrevendo essa fanfic. E recomendação? Não? Entendo. :(

Beijões e até a próxima.