Hljödhr Ardunaya escrita por Untitled blender


Capítulo 5
Raio urgal


Notas iniciais do capítulo

E AÍ!!!!???
mais uma vez desculpem pelo transtorno, mas eu tinha esquecido o prólogo...



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UGRALOV levantou cedo, saindo de debaixo da asa de Ongrulug. Estava numa grande sala de madeira esculpida. Um desjejum esperava-o ao lado da porta. Frutas e legumes, com alguns bolos de mel e um pão. Ongrulug foi até a tela que fechava a janela enorme, a entrada para dragões, enquanto ele comia. Assim que terminou de consumir as plantas que lhe foram dadas, Ugralov levantou-se e afastou o tecido. Montando em Ongrulug, deixou que o dragão o guiasse. Além de ser muito mais sábio e inteligente que ugralov, o dragão ainda sabia mais de geografia. Encontrou Arya no caminho, e seguiram até a praça, onde Therihoth os esperava. Günterik soltou uma nuvem de fumaça e remexeu a terra sob suas escamas prateadas com bordas escuras. Therihoth sorriu.

– os elfos demoram mais para acordar do que eu imaginava -disse ele.

– nós não dormimos -respondeu Arya. Fírnen levantou vôo, golpeando o ar com suas asas de esmeralda translúcidas, com Arya rindo montada na sela. Ugralov sorriu para Therihoth, que recuou ante a visão de suas presas com asco. Não foi sorrindo que o urgal continuou a viagem em direção à Ellésmera. Depois de mais algumas horas viajando, Fírnen desceu para uma pequena clareira. Ongrulug me Günterik o seguiram, pousando apertados no pequeno espaço entre as árvores. Arya falou num tom respeitoso, mas imponente:

–Gilderien- elda, precisamos passar!

Então, um elfo que parecia muito velho, e era iluminado por uma luz que vinha do alto, apareceu no fim da clareira. O manto que usava era verde, e na sua testa repousava um delicado e belo aro de prata. Arya parecia conversar com o elfo apenas com a mente. Quando terminou, Gilderien virou-se para Ugralov. Ele sentiu, de repente, uma mente tocar a sua. Ouviu uma voz clara e moderada na sua cabeça.

Quem é você? Um urgal! Já fazem centenas de anos que um urgal passou pelas fronteiras de Ellésmera.

Arya gesticulou para os dois cavaleiros e disse:

– mostrem a Gawdey Ignasia.

Ugralov ergueu a mão, mostrando o grande símbolo na sua palma. O elfo pareceu relaxar e, sorrindo, abriu os braços num gesto acolhedor. Ugralov sentiu a consciência do velho guardião tocar-lhe novamente. Podem passar, Arya dröttingu, ugralov e Therihoth Shur'tugal. Contanto que mantenham a paz, são bem vindos. Ugralov suspeitou que a parte do “contanto que mantenham a paz” estava direcionada a ele. Arya montou novamente e Fírnen subiu em círculos. Seguindo-a, ugralov se viu voando sobre uma cidade camuflada na floresta. Ao descer, numa gigante clareira em frente a uma árvore imensa, uma multidão de elfos veio saudá-los, cantando músicas na língua antiga e até dançando uma dança incrivelmente complicada. Ninguém do nosso povo esteve aqui por centenas de anos.– disse ele a Ongrulug- Sou o primeiro Ugralgra a pisar nessa terra depois de todo esse tempo.

Aproveite a experiência, então.– respondeu o irônico dragão. Usando a língua dos homens, como cortesia aos cavaleiros que sabiam pouco da língua antiga, Arya deu um pequeno discurso.

–diante da árvore Menoa, eu os recebo em Ellésmera, Therihoth do Dürgrimst Quan, e ugralov, das tribos urgals da espinha. Que sua chegada possa dar início a uma era de paz e alegria para toda a Alagaësia! -a rainha dos elfos desceu da raiz em que estava de pé, sob a árvore incrivelmente grande. Então seguiram para uma mesa já posta para o almoço. Foi outro banquete esplêndido, (com mais sabores novos para ugralov) cheio de magia e música. Doces melodias executadas com alaúdes e flautas de bambu permeavam a floresta. Depois do banquete, e de mais um dos pequenos discursos de Arya, ela e os dois cavaleiros seguiram andando por entre as árvores para um recanto distante da capital dos elfos. Uma elfa trabalhava curvada sobre uma bigorna, com um pequeno martelo subindo e descendo sobre um pedaço de metal incandescente. O repique límpido de metal sobre metal erguendo do trabalho da elfa. Ela parou de martelar e, pegando um tição, colocou o metal alaranjado no fogo mais vivo. Quando estava quase derretendo, ela começou a cantar na língua antiga, e, retirando o metal do fogo, prensou a ponta com um alicate e torceu -o cinco voltas. Pegando uma faca de tanoeiro, ela fez cortes tão rápidos que ugralov não viu o braço dela se mexer, apenas viu um borrão verde das mangas da elfa. Arya parecia estar esperando ela os notar. Enfim, sem mais nem menos, a ferreira enfiou a peça na água, levantando uma nuvem de vapor. Tirando a peça negra e fria da água e depositando sobre uma bancada de madeira coberta com um tecido grosso, ela finalmente virou-se para o pequeno grupo de pessoas, com uma expressão que não demonstrava a menor surpresa.

– bom dia, Arya! Vejo que traz algum trabalho para meu assistente! Eu sabia que nenhuma espada do tesouro de Galbatorix iria servir para o urgal, mas o anão... Bem, ele deve ser do Quan, não é? Claro, queria alguma espada que se comparasse com a hüthvírn que devia usar antes, poder atacar dos dois lados... -ela parou para tomar fôlego. Antes que pudesse continuar, Arya disse:

– olá Rhünon! Está começando a parecer-se com Ângela, sabia? Sim eu trouxe duas novas espadas para você projetar. Mais dois cavaleiros. Creio que você vai gostar das cores. A rainha dos elfos sorriu mais uma vez. -Faz tempo que você não faz uma espada prateada, não?

A ferreira pareceu hesitar, mas sua expressão era alegre. Por fim também sorriu.- Agora não usaremos magia para fabricar tudo como fizemos eu e Eragon. Ferlÿn! Um elfo de cabelos prateados e estranhos olhos verde-arroxeados aproximou-se. Era corpulento, para os padrões dos elfos, apesar de ter as feições principescas comuns a todos eles. Ele tocou os lábios com os dedos, na irritante saudação dos elfos e repetiu as frases ainda mais irritantes do cumprimento cortês. E então a ferreira virou- se para o urgal. Rodeou-o, avaliando suas proporções, observando, de todos os ângulos, os músculos dele. Ugralov quase podia ver engrenagens girando na mente da elfa enquanto ela fazia cálculos complicados para saber o tipo de espada que ele melhor usaria, qual estilo de cabo, equilíbrio, força dos golpes...

Então a elfa foi até a sua cabana e voltou com uma espada de madeira de cerca de um metro e meio de comprimento. Comprida demais, até para um urgal. Rhunon pegou uma espada de madeira para ela também, e ofereceu:

– Não tenha medo de me machucar, Ugralov. Lute com tudo o que sabe.

O urgal bufou e atacou. Um giro rápido da espada de madeira o fez perceber que não era tão pesada quanto ele imaginava. Ele atacou pela direita, como se estivesse em batalha, e girando a “espada”, se lançou na diagonal, movendo o corpo em um giro poderoso, em direção à cabeça da elfa. Ela bloqueou o ataque com uma facilidade assustadora. Ele instintivamente repeliu o ataque lançado por Rhunon em retaliação. Eles dançaram uma dança perigosa, ela se aproveitando da sua lentidão, e ele da sua fraqueza. E quando percebeu que isso a estava deixando confiante. Ele mudou o estilo de luta subitamente, desfechando golpes hábeis e inteligentes, mas deixando a sua força guardada pro fim. Não haverá “fim” disse Ongrulug. E tinha razão. A elfa parou tão subitamente que Ugralov quase a acertou na nuca com a espada improvisada. Ela então foi na direção de Therihoth e repetiu o processo. Depois se dirigiu ao seu aprendiz.

– quais são as conclusões que se pode tirar desses duelos? – ela perguntou, com um sorriso que indicava que ela já trará as conclusões previamente.

–bem... -o elfo robusto franziu as sobrancelhas, numa expressão de concentração- Ugralov tem um estilo determinado, porém inteligente e flexível, mas pelo comprimento de seu braço direito e pelo ângulo do ligamento do ombro, a espada convencional não seria mito útil. Seria melhor algo como uma lança ou um sabre. Já Therihoth possui um estilo fixo e rígido, adequado a lutas em grupos organizados, e está acostumado com uma arma comprida, pela quantidade de giros que dá à espada curta...

–pare, não precisa de mais nada!- Rhünon sorriu- está tudo errado! Depois discutiremos essas impressões. Elas serviriam para um ferreiro medíocre, com resultados medíocres. Não para quem quer que a espada feita seja perfeita para o dono.

Nesse momento, Arya se pronunciou.

–eu mandarei alguém para apanhar vocês depois que ela terminar. Disse para os dois novos cavaleiros- porém Fírnen resolveu ficar, se não houver inconveniências...

–claro que não- respondeu a ferreira por eles- dragões se dão notavelmente bem entre eles. Eles se entendem, ao contrário de certos cavaleiros. –ela sorriu- vamos! não há nenhum minuto a perder!

A forja de Rhünon era um grande aposento entulhado de carvão, com um grande buraco no chão que foi revestido de tijolos unidos por argila, e a notável e estranha coleção de projetos da elfa. A primeira coisa que fizeram, ao entrar, foi responder a um questionário extenso sobre suas preferências no manejo de espadas. A segunda foi assistir a elfa desenhar. Therihoth observava tudo extasiado. O modelo das espadas era um tanto confuso, por causa das informações escritas nos dois lados de cada desenho. Mas já pareciam excelentes espadas. Dias se passaram lentamente após esse. Todos os dias, de manhã, ele ia à forja de Rhünon, e todas as noites, voltava para a enorme casa na árvore que lhe fora delegada. Fora o aposento de Eragon durante o próprio treino. Quando Therihoth soubera que o alojamento do líder dos cavaleiros estava a dezenas de metros do chão, saíra andando decidido na direção de Arya para pedir outros alojamentos. Acabou hospedado no palácio de árvores, mas parecia não se importar, já que estava tão perto do chão quanto possível.

Quando finalmente a forja de verdade começou, Fírnen quis ajudar, o que agilizou o processo tremendamente. Rhünon dava conselhos e Ferlÿn martelava, e ela parecia sempre ansiosa para pegar o martelo e fazer sozinha. quando começaram a cantar, houve muitas falhas por parte do aprendiz, mas Rhünon as concertava com maestria. Quando Ferlÿn parecia começar a entender como se forjava uma espada para um urgal, a lâmina ficou pronta, e eles começaram a trabalhar na espada do anão. O prateado da espada foi fácil de atingir, mas a simetria perfeita das duas lâminas foi extremamente difícil. Rhünon e Ferlÿn começaram a cantar em harmonia enquanto limavam as lâminas quase acabadas, e todos ficaram felizes quando foram terminadas. A espada de Ugralov levou uma semana para ser forjada, mas a de Therihoth levou três. Quando o urgal achou que as espadas estavam prontas, Rhünon as pegou e trancou-se na forja por uma semana inteira. Enfim, depois de passado esse tempo, Ugralov, Therihoth, Ongrulug, Güntherik, Arya, Fírnen, Rhünon e Ferlÿn se postaram na entrada da forja de Rhünon. Haviam dois volumes cobertos sobre a mesa, e a ferreira estava orgulhosa.

–essas são as melhores espadas que eu forjei em duzentos anos! Não ficaram feias ou malfeitas. Ficaram simplesmente perfeitas!!! –fez um gesto na direção dos cavaleiros novos - vejam por vocês mesmos!

Eles andaram lentamente na direção dos embrulhos sobre a mesa. Ugralov desembrulhou o mais volumoso, e revelou uma bainha engraçada. Parecia conter até o cabo da espada.ao retirar o embrulho da mesa, ficou surpreendido pela leveza do mesmo. Segurou o cabo e levantou a espada embainhada. Era parecida com um sabre, de cabo roxo e lâmina larga. Era ligeiramente curva, em uma inclinação suave. E, ao tirar a espada da bainha, faíscas elétricas roxas percorreram toda a lâmina, mostrando a espada em todo o seu esplendor. Tinha formas perfeitas, e, ao contrário de um guarda mão tradicional, a lâmina continuava até o pomo, fazendo um arco sobre o cabo. Isso significava que se desse um soco segurando a espada apontada para o céu, ainda assim retalharia o inimigo. Podia lançar ataques em todas as direções e ângulos, todos eles mortais. Uma espada esplêndida. Quando Rhünon perguntou que nome dariam às suas espadas, Ugralov olhou-a como um todo. Era levemente parecida com um raio.

Eu a chamarei de Raio urgal. Quando disse isso, raios percorreram a lâmina, e o cabelo de Ugralov se eriçou. Rhünon falou algumas palavras, e o glifo élfico para “raio” apareceu na lâmina, seguido pelo glifo para “urgal”

–raio urgal disse Rhünon- gostei desse nome.

Sim, era o nome perfeito. O raio cairia do alto para partir as cabeças de quem quer que ousasse se levantar contra ele.


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