Hljödhr Ardunaya escrita por Untitled blender


Capítulo 4
A floresta dos elfos




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UGRALOV ajeitou-se sobre a sela. Ongrulug respirava com dificuldade. No horizonte, aproximando-se rapidamente, estava a interminável floresta dos elfos, Du Wendelvarden. Havia quilômetros de areia seca e quente atrás deles, brilhando sob o sol do meio dia. Haviam acabado de almoçar e levantar vôo. Fazia uma semana que viajavam, com calma, desde Ilírea. Arya-rainha-dos-elfos ia na frente deles, voando com seu dragão verde. Ao lado de Ongrulug, Therihoth voava sobre seu dragão prateado. Eles passaram por alguns campos, e depois começaram as árvores. Seguindo o rio, eles passaram por uma cachoeira e avistaram uma cidade, depois de horas de vôo. -aquela é Sílthrim. Vamos parar um pouco nela. Fírnen desceu em espiral, carregando Arya, e Ugralov sentiu Ongrulug inclinar-se para frente em um pequeno mergulho antes de virar à direita e seguir Arya no círculo fechado sobre a cidade élfica. Ugralov sentiu o impacto das patas do dragão abaixo dele quando pousaram no círculo vazio entre as árvores. Ugralov notou que as lanternas nos vãos entre as árvores eram iguais às dos anões. Isso foi antes de perceber que as próprias árvores eram esquisitas. Eram muito maiores que o normal. E tinham formatos estranhos no tronco, como casas de um ,dois, ou três andares, a às vezes mais. As árvores são casas! Disse Ongrulug, surpreso. Ugralov já havia ouvido falar de casas na árvore, mas imaginava casas construídas sobre os ramos. Era como se as árvores tivessem crescido na medida certa para formar as habitações dos elfos. E, segundo Arya, era exatamente isso que acontecera. -nós cantamos para que as árvores cresçam do jeito que queremos. Eragon lhes ensinará isso, se não houver esquecido. Eles seguiram montados nos dragões por um caminho largo de grama, até uma construção que ocupava um grande espaço, e umas dez árvores enfileiradas, unidas umas às outras para formar uma mansão. -é aqui que a rainha (ou rei) dos elfos fica quando passa por Sílthrim, e também onde fica a morada dos cavaleiros quando passam por essa cidade.-disse a rainha dos elfos. Uma elfa de aparência nobre saiu do meio da multidão e torceu a mão direita sobre o peito, e depois tocou os lábios e trocou as cortesias élficas com Arya. -como vai, Damítha?- perguntou Arya, educadamente. -muito bem, Arya Dröttingu. -bem, Damítha, precisamos de mais um dia de provisões, se puderem mandar alguém reabastecer nossos alforjes. Vamos partir para Ellésmera amanhã. -erguendo a voz, ela disse à multidão, na íngua antiga um discurso curto que Ugralov não entendeu,mas pareceu deixá-los muito felizes. Assim que o sol se pôs, as lanternas brilharam como pequenas estrelas avermelhadas, verdes., brancas e de todas as cores. Arya havia anunciado um banquete. Ugralov viu os pequenos elfos saírem de suas casas-àrvores, e se dirigirem a uma grande mesa montada em frente à mansão -das -quatro -árvores. Claro, só havia vegetais. Ugralov havia notado já há algum tempo que os elfos não comiam carne. O motivo lhe escapava. Carne era a base da alimentação nas tribos dos urgals. -Quanto maior o tamanho do bife, mais corajoso ou hábil foi aquele que caçou o animal. A não ser quando se caça um predador.- comentou Ugralov com Therihoth- por que eles não comem carne? Pela primeira vez ugralov falara algo que interessava Therihoth, já que na maior parte do tempo, o anão escondia o ódio pelos urgals com indiferença. - concordo plenamente -disse o anão.- eles são uma gente esquisita. Já pensou ficar sem desfrutar o sabor de um Nagra? Já comeu um bife de Nagra, Ugralov? -meu pai caçou um desses uma vez, e serviu para todos. Fartamos-nos, a família inteira, e ainda sobrou carne. Era delicioso. -seu pai matou um Nagra sozinho? Com o quê? -O anão parecia impressionado pela primeira vez. - com uma atiradeira. Acertou o javali no olho, deixando o bicho cego de um lado -Ugralov representou para frisar bem as palavras e dar emoção ao relato- e depois, quando o Nagra tentou acertar ele com a presa direita, do lado cego, errou, e ele passou por baixo do pescoço do bicho. Meu pai enfiou a lança na garganta, acertando os miolos por baixo. - Ugralov fez um gesto vago para cima- o javali tombou sobre ele, e seus parceiros de caçada o retiraram de baixo do animal. Precisaram seis Ugralgra para carregar. Therihoth deu um assovio curto, atônito com a coragem do caçador urgal. -mas parece que teremos que comer esse banquete para bois. Ugralov riu e deu um tapinha nas costas do anão, quase um metro abaixo dele. Depois seguiu para a mesa, conversando com Ongrulug. Duas plataformas baixas foram postas no fim da mesa para os dragões, que provavam as iguarias vegetarianas dos elfos indecisos no início, mas depois com voracidade. Havia bagas, bisnagas de pão, bagas, bolos de mel, mais bagas, frutas esculpidas em verdadeiras obras de arte, ainda mais bagas, verduras em saladas deliciosas e (adivinha!) mais bagas. Sopas, bolos, refogados e uma miríade de outros pratos eram feitos de bagas, como mirtilo, feijão, ervilhas, e outros do gênero. Tortas e elaborados pratos com frutas vegetais e (raramente) ovos. Não fertilizados, é claro. Ugralov provou um prato que via pela primeira vez, e atraíra seu olhar desde que chegara. Um creme branco recheado de frutas com mel. Era incrivelmente doce, e estava gelado. Era a primeira vez que comia algo gelado. Quase soltou uma exclamação, e seu grito sufocado que ele tentou transformar em risada atraiu olhares divertidos dos orelhas pontudas .Os elfos riam de tudo, e , conforme as horas passavam, ficavam cada vez mais divertidos. Como príncipes de uma terra mágica. Alguns lançavam pequenos feitiços em objetos ao redor, fazendo-os brilhar, mudar de cor ou flutuar. Outros cantavam canções na língua antiga, que ugralov não entendia, mas que eram alegres e tristes, mas tão belas que seu espírito se enlevava. Realmente era um povo belo e poderoso, talvez o único povo poderoso da Alagaësia. Depois de algumas horas de comes e bebes, a rainha Arya fez outro discurso, e encerrou o banquete. Ugralov seguiu Therihoth para a mansão, com o estomago ainda quente por causa do faelnirv. Ongrulug estava estranhamente embriagado, e deixou por uns momentos sua postura inteligente e sábia, para viver algumas emoções que geralmente ficavam guardadas. Eu poderia lamber cada um desses pequenos elfos, disse ele, na língua dos urgals. Ugralov ensinara-lhe primeiro a língua urgal, e depois a língua dos homens, da qual Therihoth sabia pouco. Ele entrou na mansão feita de árvores vivas.


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