Diário de Sobrevivência escrita por Pedro Pitori, WillianSant13


Capítulo 8
Diário 4 - Willian


Notas iniciais do capítulo

É, está ficando cada vez mais quente, não?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/591777/chapter/8

É, era um prédio bonito. Ali estava eu parado a alguns metros de distância da Zona de Quarentena 13, observando aquele grandioso edifício espelhado que deveria ter uns 20 andares ou mais. Comecei a caminhar rápido em direção ao edifício, e enquanto descia a rua fui observando alguns semáforos oscilando entre verde e amarelo e alguns carros abandonados no meio da via. Quando cheguei na frente do portão barricado do prédio, avistei algumas pessoas vindo em minha direção.
– É, quem é você mesmo? - disse a mulher cujo o olhar ia em direção aos meus braços, provávelmente em busca de mordidas.
– É, meu nome é Willian, estou em busca dos meus parentes que vieram até aqui quando tudo isso começou. - respondi com firmeza na voz. Se tivesse uma coisa que você teria que fazer durante tudo aquilo, é ser firme. Mostrar que sabe o que está jogando e acima de tudo, mostrar que é forte e que conhece os seus inimigos.
– Eles não estão aqui, vá embora. - rebateu a mulher com um tom firme enquanto dava as costas para mim.
– Espera! - gritei. - Sei que estão! Eles me deixaram um bilhete avisando que viriam até aqui. Por favor, deixe-me entrar eu não tenho nenhuma mordida e preciso encontrá-los!
– Escuta, garoto, este local está lotado já. Temos vários pacientes precisando de antipolis, precisamos de algumas armas, e alimentos. Não temos lugar para mais uma boca aqui, consegue entender? Não é por mim, é por nós.
– Uma pena. Uma pena mesmo, viu? Acho que estas armas que achei ali atrás poderiam ser de grande utilidade... - eu disse enquanto abria a mochila e tirava minha escopeta de cano serrado. - fiu-fiu.
– Espera, onde você achou esta arma? - perguntou o soldado que estava ao lado dela.
– Acho que é do exército - disse o segundo soldado curioso.
– Calados! - ela exclamou. - É... Willian né? Quem sabe você possa entrar e... Sei lá, nos emprestar a sua arma. E... Nos desculpe, só estamos realmente lotados de sobreviventes aqui e o governo parou de mandar as pessoas para cá há uma hora. Agora, estão sendo enviadas paras as Zonas de Quarentena 10 e 12.
– O que aconteceu com a 11? - perguntei curioso.
– Cabum! - respondeu o soldado da direita. - o governo explodiu há 3 horas. Foi tomada por zumbis e isso acarretou na morte de umas 1.500 pessoas.
– Argh, odeio o número 11. - resmungou o soldado da esquerda.
Isso explicava uma explosão que ouvi hoje mais cedo.
– Venha garoto, temos muito para te explicar. - disse a mulher. - meu nome é Dana, estou aqui desde o começo disso tudo. Antes que pergunte, perdi a minha família, amigos e namorado. Droga Dan, abra logo este portão, não temos a droga do dia todo!
O portão se abriu e eu adentrei no pátio da frente. Haviam alguns cadáveres no chão, mas ignorei-os completamente. Dana e os soldados entraram no prédio e eu os segui: era um saguão amplo e pouco iluminado com espelhos grandes e poltronas. A palavra "seguro" estava pixada na parede à minha frente.
– Mike, avise a torre que chegamos. - disse Dana.
– Certo, chefe! - disse Mike.
– Ralph, certifique-se de que estamos estáveis.
– Pode deixar. - respondeu Ralph.
Os dois se retiraram por uma porta deixando apenas Dana e eu.
– Venha comigo, pequeno persuasor. - disse Dana sorrindo.
Ela seguiu pelo corredor e eu a segui, subimos até o terceiro andar onde haviam muitas macas no corredor. Estava muito mal iluminado, apenas algumas luzes piscavam no final do corredor opacamente.
– Argh, estamos desde cedo tentando ligar os geradores no porão mas sem sucesso. E o óleo vai acabar em breve, precisaremos mandar uma equipe de busca até algum posto para que não fiquemos sem.
– Ah, entendo. Se precisar de ajuda... Eu posso ajudar, talvez. Fiz um curso de mecânica há algum tempo...
– Obrigada! Verei o que teremos que fazer, precisamos dessa energia. Ficamos sabendo que a Zona 9 conseguiu reativar a energia cerca de 30 minutos atrás. Tentamos fazer o mesmo, mas... Não deu certo. Sabe, Willian, precisamos dessa energia, as pessoas lá em cima precisam dela para sobreviver. - Dana tinha uma expressão triste.
Caminhamos até o final do corredor, em direção a uma porta dupla de metal na qual havia uma placa escrito "Apenas funcionários". Na ida, passamos por algumas portas também de metal com plaquinhas nas quais se liam os nomes "Becker", "Louis", "Lana", "Michelle", e "Morgan". Quando chegamos até a porta, Dana fez sinal de silêncio com o dedo indicador, e eu assenti com a cabeça, e então ela abriu a porta na qual revelou ser uma sala ampla e muito bem iluminada pela luz do sol: havia uma mesa central daquelas tipo sala de reunião de empresas, um armário , alguns quadros e um mapa todo rabiscado de canetão preto. Em volta da mesa, haviam 3 soldados e um homem vestindo calças camufladas, jaqueta de couro preta, e botas de couro.
– Daniel, este é Willian um sobrevivente que... encontrei. - disse Dana.
– Mais um? - perguntou Daniel. - Dana, já conversamos sobre isso. Sobre no...
– Daniel, - interrompeu Dana. - ele é bom, o vi matar alguns zumbis lá fora. Ele tem potêncial
Observei Dana por alguns segundos, isso era verdade?
– Se você diz... Escuta garoto, sou Daniel Lackmore mais conhecido como Dan mesmo. É um... prazer em receber você aqui. Espero que se comporte e faça tudo que for pedido.
– Sim, senhor. Só quero... Achar a minha família que está aqui em algum lugar... espero. - rebati.
– O que você está fazendo aqui, idiota? - disse uma voz forte no fundo da sala.
Não podia ser. Era ele, meu melhor amigo, Jimmy. Um garoto loiro, alto que usava jeans e uma blusa xadrez aberta na frente.
– SEU GRANDE IDIOTA, EU QUE PERGUNTO ISSO, PENSEI QUE ESTIVESSE MORTO! - eu disse em tom alto enquanto corria para dar um abraço nele.
– Quanta consideração, Will. - ele disse com um tom irônico enquanto me abraçava. - Como você chegou até aqui? Tentei te ligar, mas só dava fora de área.
– Vim andando mesmo, quase morri um bocado de vezes, mas estou inteiro. - eu disse sorrindo. - e você, como chegou até aqui?
– Quando tudo começou eu estava matando aula no restaurante do David, para variar um pouco, né? Eu estava esperando a Giovanna Nocker, sabe? Então, mas ela não veio então vi umas pessoas correndo e alguns zumbis atrás delas, foi quando pensei em me jogar no chão e me arrastar até a saída dos fundos. Fiquei em choque por alguns segundos até ver na televisão que alguns sobreviventes arriscavam chegar até aqui, e como você sabe, não sou covarde e consegui chegar até aqui com êxito.
– Deveria ter morrido! - eu disse brincando.
– Idiota! - ele riu.
– Reencontros à parte, temos coisas a fazer rapazes. - disse Daniel.
– Alguma novidade do governo ou de outras ZQ's? - perguntou Dana curiosa.
Daniel tomou uma expressão triste.
– Nenhuma. Faz uns 40 minutos já. E perdemos mais uma torre de satélite.
– Droga! Se perdemos mais uma ou duas, perderemos contato total com o exterior, Daniel. - disse Dana. - Jimmy, poderia levar Will até o andar superior para ele ver a sua família?
– Claro! Vem Will, vamos rever os seus velhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diário de Sobrevivência" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.