Diário de Sobrevivência escrita por Pedro Pitori, WillianSant13


Capítulo 31
Diário 8 - Canni




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/591777/chapter/31

Joe atirou. Observei a expressão de medo tomar conta da face de Joe, com certeza ele estava com medo de ter acertado Zoe. Seu rosto tinha uma mistura de "Morra" com "Porra, será que matei a garota, cara?" Corri os meus olhos rapidamente até Pedro e Zoe e percebi que alguém estava ao chão. Dei dois passos a frente para que a coluna de mármore saísse da minha visão e percebi que, por sorte, Joe havia acertado Zoe que agora corria até mim assustada.

– MERDA. MERDA!

– Calma, Shi, calma. Tudo bem. - eu a abracei

– Pensei que eu fosse morrer!

– NÃO, PEDRO! - o garoto atrás do banco gritava perplexo ao observar Pedro no chão.

Joe abaixou a arma e caminhou até Pedro.

– VOCÊS VÃO PAGAR POR ISSO, ESTEJAM AVISADOS! - o garoto atrás do banco correu para uma porta de metal no fundo da estação. Joe observou o garoto enquanto o mesmo fugia.

– Vá atrás dele. - Joe fez sinal com a cabeça para Everthon.

– Certo. - Everthon saiu em disparada atrás do garoto.

Joe tocou o pulso de Pedro e se afastou.

– Está morto. - Joe se afastou.

– Esse desgraçado. Um baita de um.... Olha... - Zoe me soltou e deu um chute na cabeça de Pedro.

– Pensou que morreria, não? - Joe riu.

– Pensei que do jeito que você é cego, iria errar e acabar me matando. - Zoe suspirou.

– Quanta confiança! Ainda bem que havíamos treinado para uma situação dessa, e você sabia que deveria se abaixar após a piscada de olho. - Joe observou.

– Espera aí... Você sabia que deveria se abaixar? - perguntei à Zoe.

– Sim, Joe eu treinamos isso há umas semanas. - ela se virou para Joe. - Ainda bem que eu não estava no seu lugar, não atiro muito bem.

– Eu já estaria morto à essa altura. - Joe riu.

– HA-HA. - Zoe disse ironicamente.

– E o outro garoto? - perguntei.

– Everthon dará conta. - Joe obsevou.

– Ele dará, senão, eu dou. - Zoe caminhou pelo perímetro.

– Perdi algo? - Dakota adentrou na sala.

– Nada demais, apenas quase morri, Joe atirou no cara e Everthon está arriscando a sua vida para matar um outro cara. Fora isso, nada demais. - Zoe sorriu ironicamente.

Dakota revirou os olhos e apoiou a mão na cintura.

– Ainda não entendo porquê você não gosta de mim.

– Eu? Mas eu adoro você! Só não gosto da sua ingenuidade e como você a usa para se fazer de vitimista em assuntos sérios ao decorrer da nossa jornada. - Zoe se afastou.

– Qual é... - Dakota sussurrou.

Everthon voltou à sala com as mãos e roupa detonadas de sangue.

– Tudo certo.

Joe sorriu.

– Ótimo, sabia que poderia contar contigo. Pelo o que parece, eles não têm nada que nos interesse. Vamos dar o fora daqui.

Joe seguiu em direção aos túneis e o seu grupo o seguiu. Dakota suspirou fundo e desceu as escadas com Everthon.

– Está tudo bem? - perguntei à Zoe.

– Vou ficar. - ela descruzou os braços e sorriu. - O choque passará em breve, não se preocupe.

Sorri de volta

– Vem, vamos descer. - Zoe me puxou pelo braço e eu a segui.

***

Havíamos chegado até a última estação da linha. Subimos até o saguão de entrada, o teto era todo feito em vidro e a terra e mato tomavam conta do lugar. Catracas e vidros destroçados, assentos ao chão, e todo o lugar pichado. Quem picharia um lugar após um apocalipse? Me fiz essa pergunta por alguns segundos até alguns segundos a frente. A estação era toda pintada de verde e o teto era alto, a porta de vidro estava apenas nos estilhaços. A chuva havia piorado drasticamente, e quando eu digo drasticamente, não estou brincando. O céu estava super hiper mega escuro, e trovões caíam no horizonte. Os papéis da estação voavam e no centro formavam um redemoinho pequeno, parecia aquelas cenas de filme de terror americano. Havia uma infectada comendo o corpo de um polícia mais ao fundo, corri até ela e esmaguei a cabeça dela contra a parede.

– Boa, boa. - Joe observou.

Corremos até a rua e paramos em frente à estação. O céu estava cada vez pior e uma chuva, ou melhor... Tempestade ameaçava cair a qualquer momento.

– Parece que um tornado vem aí. - Dakota observou.

– Pena que não existem nessa área. - Zoe se aproximou de uma placa verde de trânsito.

Dakota lançou um olhar do tipo "Ainda acabo com a tua vida, piranha."

– Ei, pessoal, a rodovia não está muito longe. Podemos pegar nossa carona de volta por lá. - Zoe observou.

– Vou contatar Derby, preciso de algum lugar... alto. - Everthon observou ao redor. - Bingo!

Everthon correu até um poste de energia e começou a o escalar. Ele subiu em cima de uma pequena laje da estação e apoiou o pé no letreiro apagado da estação.

Observei a cidade por alguns instantes. Estávamos em um ponto alto e podíamos ver bem a cidade ao fundo, sob aquele céu cinza escuro e com trovões. Era fácil identificar o centro, os maiores prédios estavam lá. Alguns menores estavam em chamas, e isso me chamou atenção pois provavelmente alguém havia feito aquilo. Voltei para Zoe e os outros.

Everthon havia voltado.

– Derby ficou triste com as notícias e um pouco furioso. Ele perguntou se precisávamos de ajuda, e e neguei. Só botaríamos mais pessoas em risco.

– Certo, vamos continuar. - Joe fez sinal com a mão e começou a descer a ladeira.

Encontramos alguns carros engarrafados na estrada 116. A placa indicava "Você está saindo de São Pa" o resto da placa estava suja e não consegui ler tudo, porém entendi. Joe abriu a porta de um sedan prateado e observou o seu interior.

– Certo, eu, Dakota, Zoe, Everthon e Canni iremos nesse aqui. Tyson, você e o resto podem tentar esse carro ai ao lado. - Joe apontou para um sedan escuro.

– Certo! - Tyson e os outros correram para o carro.

Joe começou a fazer ligação direta no carro enquanto Zoe entrava na frente, e Everthon e Dakota atrás.

– Esse carro havia acabado de sair da loja quando isso começou. Ainda tem cheiro de novo. - Dakota observou.

Everthon sorriu para ela.

– Quer ajuda? - perguntei.

– Não obrigado, apenas vamos embora. - Joe levantou e entramos no carro. - Não quero ficar com aquela horda ali para trás.

Joe acelerou pela rodovia e foi em rumo ao nosso destino.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diário de Sobrevivência" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.