Diário de Sobrevivência escrita por Pedro Pitori, WillianSant13


Capítulo 16
Diário 4 - Jimmy




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– Giovanna, corre! - gritei enquanto corríamos pelos corredores da empresa. - Não pare!
Corremos até o final do corredor e entramos à direita, passamos por duas portas de vidro com o símbolo da empresa e chegamos até uma sala de recepção.
– Cadê o Everthon? Canni? - perguntei.
– Não sei, perdi eles de vista faz um tempo. - respondeu Giovanna ofegante.
– Droga! Precisamos achá-los rápido.
– Onde estamos?
– Uma das salas de recepção.
Fui até um mapa do andar na parede observei: "VOCÊ ESTÁ AQUI - 3º ANDAR" e uma seta vermelha apontando para um sala no meio do mapa, é onde estamos. Observei o resto do andar, havia algumas sala menores, um refeitório e banheiros. Ouvi vozes na escada e então saquei o revólver e mirei na porta. Vi pelo vidro da porta um cara com um rifle se aproximando até a sala.
– Xiu, eles ainda podem estar aq... - antes que ele terminasse a sua frase, atirei na cabeça dele e ele caiu para trás. O segundo atirou em minha direção mas o tiro acertou em uma das poucas luzes acesas na sala, e tudo ficou escuro.
– Hum, alguém precisa de mais aulas de tiro. - fiz chantagem enquanto me escondia atrás do balcão da recepção junto com Giovanna.
– CALE A DROGA DA BOCA INÚTIL! - o cara gritou.
– Uou uou amigo, cuidado com as palavras parceiro. - eu ri. - Quer saber? Cansei.
– Já? Mas só estou começando. - o cara disse no meio da escuridão.
Sai de fininho e me escondi atrás das cadeiras da recepção. Ele veio em minha direção, mas não havia me visto ali. Quando ele passou ao meu lado, chutei a canela dele, ele perdeu o equilíbrio e cedeu. Apoiei o joelho no pescoço dele e o deixei sem fôlego, saquei o revólver e dei dois tiros na cabeça dele. Consegui ficar em pé e fui até Giovanna.
– Você está bem? - a encarei.
Ela suspirou.
– Acho que sim.
– Precisamos ir atrás dos outros, vem. - ajudei ela a levantar e voltamos ao corredor. Tomamos as escadas e descemos até o nível térro: o nível de cargas e descargas. Ouvi três tiros vindos do galpão 1, e corremos até lá.
– Fiquei aqui, e não saia daqui, eu volto logo. - beijei Giovanna e entrei no galpão por uma porta dupla azul.
Me abaixei atrás de uma caixa e observei o que estava havendo: Canni e Everthon estavam escondidos atrás de duas caixas empilhadas enquanto trocavam tiros com um cara. O cara usava jeans e uma camiseta preta com mangas rasgadas, ele fumava. Observei ao meu redor: tinha que ter um jeito de acabar com ele sem que ele me avistasse. Observei que ao lado do bandido havia uma empilhadeira pequena e então sussurrei:
– Supimpa!
Andei me arrastando até a empilhadeira que tinha sua garra erguida com uma caixa em cima. Torci para que houvesse algo pesado dentro daquela caixa e que o matasse instantaneamente. Subi na empilhadeira e por sorte ele não me viu, então, liguei a empilhadeira e coloquei a velocidade no máximo e soltei a caixa em cima dele. Ele foi esmagado e não tentou lutar, o que achei muito bom. Corri e peguei a metralhadora dele, estava com bastante munição e dava para usar por um bom tempo.
– Estão bem? - perguntei enquanto os dois vinham até mim.
– Valeu por isso, mas eu dava conta. - Canni disse.
Eu apenas ri.
– Por nada, carinha.
– Isso foi demais. - Everthon sorriu.
Saímos do galpão e nos encontramos com Giovanna que estava lendo um painel de avisos.
– Estão bem? Eu ouvi tiros mas não sabia o que estava acontecendo. - Giovanna disse aflita.
– Estamos sim. Vem, vamos até lá em cima. - segurei a mão de Giovanna enquanto saímos todos em direção ao topo da indústria.
***25 MINUTOS ATRÁS.***
Adentramos no corredor principal da empresa, haviam alguns elevadores e sofás espalhados por lá. Uma porta de vidro no final do corredor tinha o triângulo da empresa desenhado, e alguns quadros antigos no alto das paredes.
– Estou com um mau pressentimento. - Giovanna segurou a minha mão.
Passamos pela porta de vidro e chegamos até uma outra sala pequena com sofás e uma fonte de bolhas. Haviam dois corredores: um que seguia direito para a escuridão e outro que ficava à nossa esquerda. No momento em que eu ia em direção ao corredor da frente, ouvi algumas vozes e avistei luzes vindas do corredor da esquerda.
– Corram. - eu sussurrei.
Porém, era tarde demais, dois caras apareceram. Um com metralhadora e outro com revólver, mas conseguimos fugir pelo outro corredor e subimos as escadas até o terceiro andar. Corríamos agora em zigue-zague pelos corredores da empresa, e eu não conseguia mais ver Canni nem Everthon.
– Giovanna, corre! - gritei.
Entramos na sala da recepção, os dois caras nos seguiram até lá e eu matei o primeiro com um tiro na cabeça, e o segundo com um chute na canela e dois tiros na cabeça. Voltamos até o corredor e sai correndo na frente.
– Calma, preciso dizer algo. - Giovanna me fez parar e observá-la.
***25 MINUTOS DEPOIS***
Ventava demais ali em cima. Estávamos em cima do telhado agora e tínhamos uma visão ótima ali em cima. Consegui observar bem longe no horizonte, a cidade de São Paulo, havia muita fumaça saindo do topo do prédio mais alto da cidade. Cheguei até a beirada e observei o estacionamento lá de cima: e, por incrível que pareça, foi tomado por zumbis. Haviam no mínimo uns sessenta zumbis ali em baixo, aposto que foram atraídos pelos tiros que trocamos lá em baixo.
– Pessoal, tenho más notícias. - olhei para eles. - Há cerca de sessenta zumbis lá na entrada, devem ter diso atraídos pelos tiros.
– Droga, droga. - Canni chutou uma caixa próxima e foi até a beirada observar. - Estamos cercados, não há saída.
Giovanna caminhou até a beirada dos fundos do telhado e ficou de joelhos.
– Não há saídas de emergência? Que tipo de empresa gigantecas é essa? - perguntou Everthon.
Observei a imensa chaminé que jorrava fumaça preta. De onde aquela fumaça toda estava vindo?
– Pessoal? Nossa... Vejam isso aqui. - Giovanna nos chamou.
Caminhamos até ela e olhamos o horizonte.
– Pois é... - ela disse boquiaberta
Havia uma malha ferroviária giganteca nos fundos da empresa. Mas é claro! A maioria dessas empresas grandes tinham transportes ferroviários.
– Deveríamos? Aqui não é muito seguro assim. É grande, não conseguíriamos barricar tudo e temos aqueles zumbis tentando entrar. - Giovanna entristeceu.
– Vamos passar essa noite aqui, que tal? - perguntei. - Vamos nos isolar em algum lugar lá em baixo e fazer turnos de vigia, amanhã damos um jeito de fugir pelos trens.
– Sou bom em mecânica, qualquer coisa. - Everthon observava o horizonte. - O trem que pegarmos, nos levará para aonde?
– Não sei, mas espero que para bem longe.
****
Descemos até o pequeno refeitório no terceiro andar, no qual tinha vista para os trens.
– Eu ficarei de vigia por umas horas, depois acordo você Everthon e você fica, pode ser? - perguntei enquanto empurrava uma máquina de refrigerantes para a porta.
– Eu ficarei de vigia por umas horas. - Canni disse com firmeza.
– Não, não precisa, cara. - rebati.
Ele me encarou.
– Eu disse que fico, algum problema?
– Ok, hã... Então, me acorde quando estiver cansado e eu ficarei o resto do turno.
– É, pode ser.
– Posso ficar no turno também, se precisarem. - Everthon se ofereceu.
– Não é preciso. - respondi. - Me dá uma mãozinha aqui com esta máquina?
– Ah, claro. - ele me ajudou a empurrar a máquina até a porta. - Valeu!
Giovanna foi até uns sacos de dormir que estavam no chão.
– Pelo menos temos lugares para dormir. - ela disse aliviada. - Temos um pouco de comida também. - ela se ajoelhou em frente a uma pequena fogueira que ali estava instalada e observou o que estava assando.
– Você poderia cuidar da comida? Se quiser, claro... Estou com fome. - passei a mão na barriga.
– Claro, besta. - ela sorriu.
Canni sacou a machadinha e sentou numa cadeira com vista para os trens. Everthon começou a conversar com Canni e eu fui falar com Giovanna.
– Como vai ai o lanche?
– Bem. - ela respondeu. - Eu acho.
– Entendi... Não está cansada?
– Não. Na verdade, estou um pouco mas posso aguentar.
– Vá dormir, eu termino.
– Não precisa gato, vou daqui a pouquinho. - ela sorriu.
Fui até Canni e Everthon que estavam falando sobre zumbis.
– Eaí, como estão?
– Estou legal. - disse Canni que observava o sol se pôr.
– Estou bem, eu acho... - Everthon disse.
– Cara, o frio está chegando. E vocês sabem como é, né? O frio sempre vem com força. Precisamos de agasalhos e tudo mais.
– O trem que pegaremos amanhã deve passar em alguma cidade, vamos ver isso quando chegarmos lá. - Canni respondeu.
– É, pode ser. - eu disse.
– Rapazes, comida! - chamou Giovanna.
Comemos todos juntos ali, em cima dos nossos sacos de dormir. Conversamos bastante e trocamos ideias. Falamos sobre o inverno que viria, e como faríamos para sobreviver. Rimos um pouco para descontrair, e estávamos precisando mesmo. Ultimamente nós estávamos sérios demais, e com motivos, claro. Giovanna foi deitar em um saco e Everthon em outro, Canni ficou de vigia e eu apenas sentei no meu saco e fiquei observando a Lua lá fora. Não queria dormir, a gente estava vivendo um pesadelo na vida real e se eu dormisse, teria pesadelos em outro mundo.


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