Alma e Coração escrita por Roberto_Luna696


Capítulo 16
Quasi que eu disse


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.



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Zach mal dormira naquela noite. E nos curtos períodos que dormia, tinha pesadêlos. Via Glen de pé à sua frente. Estavam num tribunal. Glen, no banco do júri e Zach como réu. Depois a juíza perguntou:
- O que vai ser senhor Andrews?
Glen fica de pé e anuncia:
- Eu decidi que o réu é culpado. E sua pena será nunca encostar sua bôca na minha novamente.
De repente acordava. Estava suando. Mas agradecia por aquilo ser apenas um pesadêlo. Por fim, já era hora de ir para o colégio. Levantou da cama, tomou um banho rápido, comeu um pedaço de pão e saiu com Grace para pegarem o ônibus:
- Você está péssimo. – comentou Grace ao notar as olheiras na face do irmão.
- Que bom que notou. – responde êle secamente.
- Calma, não precisa ficar aborrecido.
- Eu mal dormi essa noite, e você vem me irritar.
- Nossa, eu só fiz um comentário. Você ficou assim só porque se sente culpado pelo que aconteceu com o Glen.
Zach a agarrou pelo braço com fôrça:
- Zach, você está me machucando.
- Se acha que estou machucando agora, nem queira saber como será se eu ouvir você falando de mim de nôvo.
- Não pode me bater, sou uma garota.
- Experimente então. Assim você descobre.
Zach a soltou e saiu na frente. Grace saiu logo atrás. Pegaram o ônibus. Grace sentou ao lado de suas amigas. Uma delas perguntou assustada:
- Meu Deus, Grace. O que é isso no seu braço?
- Nada, Lily. Nada. – Grace respondeu olhando para Zach.
Zach sentou-se sòzinho. As meninas que outrora o cobiçavam, agora esperavam que Zach voltasse a ser o que era. Radiante, galanteador, sempre confiante de si mêsmo. Agora parecia um morto-vivo. Perdeu pêso. Havia naquela face, um ar sombrio.
Durante as aulas, não pensava em mais nada a não ser em Glen. Os professôres falavam sem fim, mas nada entrava no cérebro nervoso de Zach. Criava na sua mente, frases, sentenças, orações e assim descobrir a melhor forma de explicar-se. Pensou, pensou e pensou.
No recreio foi a mesma coisa. Zach sentou só. Emily foi até lá, inocentemente desavisada do humor do rapaz:
- Zach, meu bem. Fiquei muito feliz naquela tarde. Acho que poderíamos repetir a dose, hein?
- Emily, eu estou meio indisposto. – respondeu Zach.
- Mas meu bem, eu gostei tanto. Não vá dizer que não gostou.
- Emily, eu quero focar sòzinho, por favor. Depois conversamos.
- Meu bem...
- Eu não sou seu bem, Emily!
Emily se assustou com o grito. Zach, mêsmo assim, continuou:
- Emily, quando vai entender? Eu não gosto de você, nunca gostei, e provavelmente não vou gostar. Aquilo foi só uma distração.
- Distração? Então tem outra pessôa?
- Tem. E você não chega nem aos pés dela.
- Mas essa pessôa não te ama. Eu estou aqui.
- Emily, pela última vêz. Essa é pessôa da minha vida. E se ela não me amar, ninguém, eu disse ninguém, vai tomar seu lugar no meu coração. Então, procure alguém p’rá você, que eu, já sou do Gl... De outra pessôa. – Corrigiu Zach que quase disse o nome dêle para Emily.
- Você vai ver. Quando essa pessôa te deixar, você vai ficar sòzinho. E eu não vou te querer de volta.
Emily saiu aos prantos. Zach não deu a mínima. Só sentia uma nostalgia do tempo em que Glen ainda sorria.
Ao terminar o período escolar, Zach, ao invés de ir para casa no ônibus, começou a andar em direção ao hospital. Ia de cabêça baixa. Não ouvia o barulho dos carros, das pessôas falando na rua. Ouvia a risada, a vóz do Glen.
Ao chegar, sentou ao lado da cama e começou a falar:
- Hoje foi chato na escola. Mas eu não ouvi nada. Fiquei pensando em você. Emily veio me pedir para sair com ela. Não aceitei. Estive pensando. A primeira coisa que vou fazer quando você acordar, é tirar você dêste hospital. Vou levar você carregado até minha casa. Vou beijar todo seu rôsto para que possamos ser felizes.
Zach olhou para trás e viu que havia alguém por trás da porta. Um menino de uns sete anos com uma rosa nas mãos entrou em cima da cadeira de rodas e perguntou:
- Você também é amigo do Glen?
- Podemos dizer que sim. E você?
- Mais ou menos. Eu gosto de dizer que êle é meu irmão.
- Por quê?
- Porque, eu moro num orfanato. E uma vêz, Glen foi com seu grupo de escola para nos conhecer. Cada aluno tomava conta de uma criança. Glen bateu os olhos em mim e me escolheu. Êle me contou histórias, me fez rir e esquecer que estou preso a essa cadeira. Depois disso, Glen sempre voltou lá p’rá me visitar. Sempre antes de sair, dizia que mêsmo se eu fôsse adotado, continuaríamos sendo irmãos. Ao saber o que aconteceu, fiz questão de vir aqui. Uma pena. Espero que se recupere logo. – disse êle colocando a rosa por cima da cama.
- Como se chama?
- Timmy. E você?
- Zach.
- Zach? Glen me falou de você. Disse que não tinha ninguém mais bonito no mundo.
- Êle disse isso? – perguntou Zach sorrindo.
- Disse. Disse que nunca sentiu por ninguém o que sente por você.
E assim a conversa prosseguiu. Os dois ficaram lá até a hora de ir embora. Zach foi para a casa feliz. Sua esperança crescia mais e mais. Tentaria e não desistiria. Queria fazer Glen feliz ao lado dêle.

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Notas finais do capítulo

O que acham?



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