Quando o Amor Chega escrita por Miss Viegas


Capítulo 18
Pedindo ajuda


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um, o bloqueio está sendo superado e espero que curtam! ^^



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— Sobre a Wulcan, Kurt? Do que se trata?

Kurt, sentou-se em frente ao professor. Ele pressentiu que se houvesse alguém com quem pudesse se abrir era ele.

— Bem, professor, o senhor acompanhou tudo que houve comigo. Sei que quem via mais o meu desempenho era o Logan, por causa dos treinos que eu ia mal, mas sei que o senhor deveria saber.

— Sim, Kurt, sei que foi um período difícil pra você, mas pelo que vi no treino da Tempestade, você tem se saído bem.

— Pois então professor, Wulcan chegou a pouco tempo mas ela demonstrou ser uma boa amiga. Mesmo sem me conhecer bem, tentou me animar, me convidou para passeios, me deu apoio, isso tudo sem pedir nada, me sinto bem com ela... – Kurt sentiu que essas palavras saíram naturalmente, mas se surpreendeu com elas mesmo assim. Charles notou que ele se sentira um pouco envergonhado e tímido com tais palavras.

— Então qual seria o problema, Kurt?

— Fomos a sorveteria hoje, Professor. Tinhamos ido ao cinema, conversamos, tivemos o treino... Ela estava meio retraída pois minha ex-namorada teve atritos com ela. – Charles esboçou uma expressão preocupada, as brigas de seus alunos com os mutantes da Irmandade já eram algo difícil de lidar, mas aquilo era algo que gerava preocupação além do normal. – Eu conversei com Amanda, achei que estava resolvido todavia estava enganado. Na sorveteria hoje Wulcan e eu estávamos bem, quando Amanda surgiu. Ela falou muitas coisas, ofendeu Wulcan e mesmo eu tentando amenizar a situação, notei algo estranho.

— Kurt, normalmente não me envolvo com os assuntos particulares de meus alunos, mas visto que essa moça tem demonstrado atitudes que podem gerar problemas a vocês talvez devêssemos ficar atentos. O que notou?

— Eu notei que quando toquei na mão de Wulcan, estava queimando. Estava tão quente que retirei imediatamente. Percebi que o sorvete estava derretendo e os copos estavam retorcidos. O senhor acha que...

— Que Wulcan fez isso? É muito provável, Kurt. – disse Charles coçando o queixo. – Ela ainda não tem total domínio dos poderes, eles podem simplesmente reagir conforme as emoções dela. Considerando que ela tem os dois tipos e passou muito tempo sem saber como domá-los e mais algum tempo tentando escondê-los, não sabemos como isso pode ter afetado o controle.

— Professor, eu pensei que deveria falar, fiquei apreensivo e tirei ela logo dali, temi que pudesse acontecer algo grave, isso não seria bom pra ela que acabou de chegar nem pra qualquer um de nós.

— Fez bem, Kurt. Você soube agir com precisão, de fato, não se podia arriscar. Wulcan foi localizada inicialmente porque usou os poderes, ela foi submetida a uma situação de perigo e estresse, eles afloraram como uma forma de defesa instantânea, não sabemos até onde vai a dimensão disso. Agradeço por me contar.

— O que o senhor vai fazer?

— Preciso pensar a respeito, mas não se preocupe, Wulcan será bem cuidada. Fico feliz de ver que você não só tem se recuperado bem, mas voltou a ser o rapaz preocupado com seus amigos.

— Ela se mostrou alguém especial professor. Eu sinto que não iria querer que nada de mal lhe acontecesse. – Kurt disse isso do fundo de seu coração, mas sentia que havia algo mais do que uma simples preocupação amiga ali, mesmo que ele mesmo achasse bobagem e estivesse confundindo tudo.

— Tudo bem, Kurt. Agradeço, você pode ir agora.

— Com licença professor.

Assim que Kurt saiu, Charles ficou pensativo. Havia tido evidência significativa durante o treino de que Wulcan poderia ter camadas escondidas de poder e que sem trabalhar estas adequadamente, poderia haver resultado desastroso. Essa evidência se confirmava agora, uma situação banal e rotineira de repente tornara-se perigosa, não apenas para ela, mas para os que estivessem perto. Não, definitivamente não poderia ignorar isso. Pensaria muito bem em como proceder a partir dali e como abordar Wulcan, sua função era ajudar seus alunos, não desejava assustá-la. Todavia, precisava discutir e compartilhar com alguém para ter ma segunda opinião e até traçar uma estratégia mais completa para ensiná-la. Já sabia atrás de quem ir.

***

— Não acredito! É sério que Amanda estava lá? – Kitty não conseguiu crer no que ouvia.

— É, estava. Na verdade ela veio meio que rastejando, nem notamos até que ela se colocou na nossa frente e começou a falar um monte de coisa.

— Mas que abusada essa garota! – disse Vampira. – Eu sempre senti algo estranho, acho que nunca engoli por completo o que ela dizia sentir pelo Kurt. Lógico que o fato dela nunca ter de fato se aproximado de nós contribuía muito pra isso.

— Como assim, Vampira?

— Bem, ela era uma estudante que convivia o tempo todo conosco normalmente, nos esbarrávamos nos corredores, íamos a bailes e shows, tudo normal, até o dia em que ela descobriu sobre Kurt e posteriormente sobre todos nós. Creio que como apenas Kurt ela tinha visto se revelar, poderia imaginar que estávamos inclusos também de alguma forma em sermos “diferentes” – Vampira fez um gesto de aspas com as mãos – Mas só quando aqueles robôs gigantes apareceram e fomos filmados, tudo veio a tona, percebemos, ou melhor, eu percebi que esse gostar dela pelo Kurt talvez não se estendesse a todos nós. Claro, ele era namorado dela, mas nós éramos seus amigos, só que não necessariamente ela se sentia em estender amizade conosco.

— Cara, que situação complicada! É como se ela estivesse se colocando entre Kurt e vocês. E creio que mais do que amigos, considerando nossa... situação, somos uma família. Imagino como para Kurt, ter essa chance, essa sensação de estar vivendo uma normalidade, mesmo que aparente com uma humana deve ter sido importante.

— Bem, como a Vampira disse Wulcan, eu sentia um pouco isso também. Por mais que Amanda tenha se esforçado pra segurar a barra quando tudo veio a tona, já existia um abismo antes, que só aumentou. Por mais que ela fosse namorada de Kurt, ficava distante de nós. Por conseqüência, ele também.

— Mas isso é um absurdo!

— Bem, um dia. – Kitty respirou fundo, era meio chato lembrar daquilo. – Quando nossa permanência na escola estava sendo decidida pelo conselho, eu ouvi o Kurt dizer que era nosso amigo, no passado, como que querendo negar que nos conhecia e andava conosco. Ele estava com tanto medo de que soubessem que ele também era mutante e o vissem na sua real forma que ficou na defensiva. Lógico que o fator Amanda influenciou nisso.

— Wulcan, a gente por um lado entendia, Kurt por sua aparência sempre temeu a aceitação do mundo, é mais difícil pra ele que para os outros. Nesse sentido, ele já mencionou que mesmo eu que não posso tocar em ninguém estou com certa vantagem.

Wulcan ficou pensativa, por um lado compreendia a atitude de Kurt, mas a de Amanda, não dava pra entender, se ela gostasse dele realmente lutaria por ele assim como pelos amigos dele que eram seus iguais.

— Acho que Amanda nunca gostou de Kurt... Não com deve ser.

— Nós achamos que sim, pelo menos enquanto o obstáculo da diferença não surgiu. Enquanto Kurt era apenas um estudante, bonito, normal, com ótimas notas e educado, tudo se encaixava perfeitamente, mas após ele se revelar, algo no cristal perfeito dela se rachou.

— Mas Vampira... por causa disso, Kurt foi o único prejudicado, ficou sem a namorada que gostava, deprimido e sem rumo, não foi justo de nenhuma forma.

— Nós também achamos Wulcan – começou Kitty – Mas não podíamos interferir. Mesmo que falássemos o que achávamos, não adiantaria porque ele acreditava que Amanda lutaria por eles. Mas eu fiquei sabendo que o pai dela arrumou um escândalo na porta da escola um pouco antes deles terminarem e isso foi a gota que transbordou o balde. Eu também notava que com relação a nós, era mais como se ela nos suportasse, ela sabia que antes dela foi conosco que Kurt encontrou o acolhimento que precisava e ele nunca aceitaria colocar isso numa balança.

— Mas a verdade, Wulcan, é que ele está bem melhor agora. Não sei dizer se ele ainda gosta daquela garota, mas ele está bem mais recuperado e devemos agradecer você por isso.

— A mim? Por que, Vampira? – Wulcan se espantou.

— Você mesmo sendo nova despertou nele de novo a alegria que ele sentia, claro que tivemos certa participação – Kitty abafou uma risadinha – Mas você o levou para passeios, tirou ele de dentro de casa. E pelo que você disse, reagiu com Amanda quando percebeu seu jogo, mesmo que ainda goste dela ou haja algum resquício do que sentiu, acho que isso se torna cada vez menor. Ainda bem.

— É, Wulcan, você ajudou nosso amigo e tem trazido somente coisas legais.

— Espero continuar assim – Wulcan disse encabulada

Nesse momento Jean entra no quarto

— Meninas, jantar. Já estão todos na mesa.

Vampira, Wulcan e Kitty desceram as escadas e se acomodaram em seus lugares na mesa, já farta com o jantar. Alguns pegaram seus pratos e foram comer no sofá assistindo a um filme que estava passando, os professoras cochichavam entre si. Os meninos contavam piadas e Kurt observou Wulcan assim que ela desceu as escadas. Parecia tão desinibida conversando com Kitty e Vampira, fizera bem em procurar o professor? Será que ele não submeteria ela a um daqueles treinos mentais que podem ser bem dolorosos? Decidiu que tentaria ajudar o máximo que pudesse, ela o ajudara. Faria de tudo para retribuir.

***

Após o jantar, Charles chamou Logan em seu escritório. Confiava nele para compartilhar o que lhe fora dito por Kurt.

— O que houve, Charles? Notei você tenso durante o jantar.

— Logan, receio que o que você mencionou na reunião tem grande fundamento, tive a comprovação hoje.

— Do que está falando?

— Do que você observou em Wulcan no treino em campo.


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