Quando o Amor Chega escrita por Miss Viegas


Capítulo 17
Fazendo cena


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, deu um branco colossal na criatividade, todavia creio que as coisas vão fluir melhor agora. Espero que curtam!



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Kurt e Wulcan viraram-se para onde a voz vinha. Olharam a pessoa com certo constrangimento.

— Amanda... – começou Kurt. Ele estava visivelmente constrangido, todavia logo sua expressão foi substituída por aborrecimento.

— Você sempre gostou de sorvete, Kurt. Algumas coisas nunca mudam. – o tom dela era de certa ironia, beirando o deboche. Olhou para Wulcan como que querendo mostrar superioridade

— Algumas coisas nunca mudam mesmo, Amanda, mas nem tudo. – ele estava visivelmente aborrecido, percebia que aquele modo de falar de Amanda era muito mais por ciúme, tentando atingir Wulcan do que por ele.

— Achei que estava sozinho, Kurt. Você disse que não estava com ninguém.

— Amanda, e eu achei que tinha deixado claro que independente com quem eu esteja ou não, isso não mais lhe diz respeito. Pensei que tinha sido claro ao dizer que estamos livres, sem arrependimentos.

— Sem arrependimentos? Por que será, Kurt que tenho a impressão que diz isso mas ainda tem todo o arrependimento? Tentando mascarar o que sente através dessa menina que é pouco mais que uma estranha.

Wulcan sentiu a indignação crescer dentro dela. Não por ter sido chamada de estranha, mas porque Amanda denotava que se sentia dona de Kurt, do que ele sentia, pensava, do que tinha que fazer e de como proceder com seus amigos.

— Olha... – começou ela – Não sei se notou, mas eu ainda estou aqui. E posso ser uma estranha pra você, e pra ser sincera, não faço questão de ser diferente, mas acho que me interessa mais se pareço assim para Kurt e os outros do Instituto. Desde que cheguei você me tratou mal, depois que entendi o porquê não mais me importa. Só não fale de mim como se não estivesse aqui, porque é o mínimo que posso exigir é que fale a coisas olhando pra mim.

— Você deve ter se aproveitado de um momento de fraqueza do Kurt. Lógico, ele é uma pessoa muito apaixonável, engraçado, doce, qualquer garota adoraria ficar com ele.

— Amanda você está variando! Só pode, Wulcan e eu somos bons amigos, ela me ajudou em vários momentos mesmo tendo chegado a pouco tempo. Afinal, o que você quer? Já terminamos, você deixou claro que não quer arcar com a situação, está aqui por orgulho ferido.

— Kurt, por favor, acho que se tentássemos de novo... poderíamos ir com calma, sendo discretos no início...

— Discretos? Você quer dizer ficar escondido, se esgueirando em encontros furtivos como se estivéssemos cometendo um crime? É isso mesmo?

— Kurt, é só por um tempo...

— Chega Amanda! Chega de cena!

Amanda olhou para Wulcan, havia tanta raiva em seu olhar, era como se decidisse naquele momento que ela era uma inimiga, não por ser mutante mas por ser uma rival ao amor e carinho de Kurt.

— Você é a culpada! – disse ela com dedo em riste. – Eu percebi desde a primeira vez que vi, seu jeito, essa sua carinha de sonsa, querendo tomar o espaço por aqui...

— Você não me conhece... – Wulcan estava perdendo a paciência.

— Conheço o bastante. Já ouvi histórias de mutantes antes, especialmente essas que chegam querendo algo mais. As mais experientes usam algo além dos poderes para isso...

Kurt pôde notar que os ânimos estavam ficando alterados, de repente, percebeu que o sorvete derretera muito rápido, os potinhos de plástico, estavam levemente retorcidos.

— Nunca ouvi falar de você... é como se tivesse sido pega na rua, é diferente da Jean, que é filha de um professor ou de outros do Instituto que sabemos a procedência.

— De onde eu vim, não interessa. Interessa que estou aqui e acrescentando, você não tem nada a ver com isso – Wulcan estava com os lábios trêmulos de raiva.

Kurt notara algo estranho. Achou melhor demonstrar que estava ali dando apoio para Wulcan, quis pegar na mão dela mas retirou imediatamente como se tivesse tomado um choque. Percebeu que as coisas estavam indo por um caminho perigoso e tratou de resolver rápido.

— Tenho a ver a partir do momento que interferiu em meu caminho e se colocou entre mim e Kurt.

— Agora chega! – Disse Kurt. – Chega disso, Amanda, acabou, é minha palavra final. Não estou com Wulcan nem com ninguém, ela é uma amiga e viemos aqui para ter um bom momento, que você fez o prazer de estragar. Um dia achei que poderíamos talvez ser amigos quando tudo passasse, porém percebo que não podemos nem ser conhecidos, visto como você tem agido. Francamente, não estou reconhecendo você. Não sei como se tornou isso. Eu gostei de você sinceramente, mas acho que está jogando toda a sua revolta em cima dos meus amigos. Revolta essa que você tem mas que começou com sua covardia, de não bancar o sentimento por mim como eu bancaria por você. Agora chega, por favor fique longe de mim, dos meus amigos, de todos nós.

Ele tocou levemente em Wulcan e teleportou rapidamente, deixando Amanda revoltada onde estava, boquiaberta. Não só pelo fora, pela revolta de ter sido humilhada, mas por perceber que muitos na sorveteria estavam olhando a situação. Alguns riam, outros balançavam a cabeça em sinal de reprovação, provavelmente pensando no quanto aquela cena havia sido humilhante para ela e que não valia a pena. Amanda sentiu o sangue ferver, tinha experiência o suficiente para perceber que aquela mutante nova era uma ameaça, algo dizia que ela devia fazer algo a respeito. Saiu apressada da sorveteria imersa em seus pensamentos e no quanto de raiva estava sentindo, tanto da mutante quanto de Kurt. Não imaginava sentir isso por ele, mas aquela humilhação era algo que ela não estava disposta a perdoar tão cedo.

***

Kurt e Wulcan reapareceram no parque de Bayville. Ela estava um pouco zonza, só tinha teleportado com ele em distâncias mais curtas, e aquela viagem pareceu revirar o pouco sorvete em seu estômago.

— Kurt! O que foi aquilo?

— Wulcan, achei mais prudente. Eu queria pedir desculpas pela cena, por Amanda...

— Não! Quero dizer, por que viemos embora? Ela era a errada e atrapalhamos nosso passeio por causa dela. Por que?

Kurt ficou por um instante sem saber o que dizer, não queria dizer sua percepção nem o real motivo, nem ao menos sabia como fazê-lo. A real situação é que ficara com medo na sorveteria, medo do que poderia acontecer e tratou de pensar rapidamente numa solução. Mas ali, com Wulcan confrontando-o, tinha que dar uma resposta. Pelo menos notara que a situação já estava sob controle.

— Wulcan, nçao se preocupe com a sorveteria. É que eu fiquei constrangido, eu não sabia o que fazer, o que falar, não pude ver Amanda ofendendo você, sua integridade, isso não era pra ter acontecido, como vi que talvez ela não parasse, preferi sair

— Mas Kurt... – ela olhou para ele meio sem entender, era uma atitude nobre mas de certa forma injusta.

— Wulcan... – Kurt pegou o rosto dela com as duas mãos, ela fechou os olhos por um instante. Eles se olharam fundo nos olhos por alguns segundos, Kurt sentiu algo que lhe aqueceu o coração, mas tentou logo se recompor daquele momento – Não ligue pra isso, por favor, eu estou envergonhado de você, estou constrangido também. Por favor, vamos esquecer esse incidente, agora é definitivo, Amanda acabou. Nunca a vi dessa forma, de repente é como se eu percebesse sua mesquinharia, seu despeito, nem todos estão preparados para conviver conosco, ter uma relação desse tipo menos ainda. – Ele abraça Wulcan, seu perfume cítrico o agradou e lhe deu uma sensação de prazer, ele sentiu de repente uma ternura. – Por favor, não pense mais nisso. Nosso passeio não acabou, podemos ficar por aqui. – disse ele soltando-se do abraço.

— Tudo bem, eu espero que essa menina não cause mais problemas. Você é muito legal pra isso.

Eles ficaram passeando pelo parque por mais uma hora mais ou menos, conversaram sobre suas vidas e expectativas dos treinos, ele mencionou que ela tinha sido muito esperta no treino com Tempestade e se quisesse, poderiam fazer dupla mais vezes.

— Eu topo, acho que seria bem legal. Um teleportador e eu destruindo as armas, creio que podemos aumentar bastante nossas notas. – riram.

Após o passeio voltaram a mansão. Wulcan agradeceu o bom momento, e subiu, logo seria hora do jantar.

Kurt observou-a subir as escadas e se teleportou para seu quarto. Sentou na cama, pensativo. Respirou fundo, pensou em tudo que ocorrera. Que Amanda fora grosseira, ele até poderia esperar, lógico que não achava que chegaria ao ponto de fazer um vexame daquele tipo em público, mas agora analisando bem, não estava propriamente surpreso, talvez algo dentro dele já o alertasse desde o momento do término que ela já tinha aquela semente de aversão, talvez escondesse devido ao namoro, engolisse seus amigos mas gostar explicitamente, não.

Todavia outra coisa o preocupava: Wulcan. Ele pôde ver a raiva dela crescendo, a indignação, a chateação pelas ofensas. Ele viu o sorvete derreter, os copinhos retorcidos e quando pegou em sua mão, soube naquela hora que precisava tirá-la do raio de ação, não tinha muita certeza de que sua percepção estava exata, porém só havia uma pessoa que poderia dizer isso com certeza. Parou por uns instantes, pensando se era o certo a se fazer. Ouvira por alto os comentários de como Wulcan tinha ido parar no instituto, mas não haviam muitos detalhes do que ocorrera antes. Algo nele se aqueceu quando lembrou de quando lhe tocou o rosto, o modo como seus olhos se cruzaram, ele sentiu uma vontade de abraça-la naquela hora e quando o fez, o perfume dela ao entrar em suas narinas, fez seus sentidos paralisarem por um instante, definitivamente se importava com ela. Só não queria pensar que esse importar estava virando algo que não existia ou estava se confundindo. Talvez estivesse impressionado com o quanto Wulcan o ajudou a melhorar desde que chegara. Decidiu o que faria.

***

Charles estava em seu escritório, sentado em sua cadeira com uma caneca de café fumegante. Refletira sobre o treino dos meninos que vira, de fato havia sido impressionante. Kurt estava deprimido, ele sabia de toda a situação que ele passara com Amanda mas percebera a melhora do rapaz a olhos vistos. E Wulcan, mesmo inexperiente havia tido bom desempenho. Porém ficaria de olho nela, seus poderes ainda estavam crus em muitos aspectos, tinham que ser lapidados. Sentiu a presença de alguém se aproximando, mesmo ele sendo muito rápido, sabia bem como sentir sua presença.

Kurt apareceu na sala com sua típica nuvem de fumaça e deixando o cheiro de enxofre no ar.

— Olá, Kurt. Senti que queria falar comigo – Disse Charles com voz calma – Algum problema.

— Comigo não professor. – começou ele sentando-se – Mas achei que devia falar algo para o senhor. É sobre... a Wulcan.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews?



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