Frágil Poder escrita por Thayná, Henrique


Capítulo 4
Não precisa dizer adeus...


Notas iniciais do capítulo

Ta ai mais um cap para os leitores fantasmas --'



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Caíque foi visitar sua namorada no dia seguinte. Ele estava completamente feliz, sonhava com esse momento fazia tempo, mas Sophia só pensava nas coisas de escola e nos compromissos sociais. Agora, tinham tempo para recuperar esse amor. A casa dela era na verdade um palacete localizado em um belíssimo condomínio fechado no Morumbi. Possuía três andares, a cor era um tom de marrom claro, com detalhes na fachada de bronze e ouro. Um extenso jardim com as mais variadas espécies de flores, enfeitava a entrada que no portão de madeira, havia o brasão da família Camargo. Dois seguranças da altura de um guarda-roupas estavam como estátuas na frente da mansão que reconheceram o carro de Caíque e o deixaram estacionar na garagem com capacidade para oito automóveis, ou até dez.

Eram quase onze da manhã e Sophia tinha acabado de acordar, estava tomando um delicioso café da manhã que mais parecia um banquete: croissants, pão francês, bolos de laranja e de leite condensado, pães de queijo, torta de maçã, waffles, torradas, biscoitos de todos os tipos e para beber café, suco ou leite. Àquela hora da manhã comer tudo isso, iria almoçar muito mais tarde. Os namorados deram um carinhoso beijo e ele se sentou na mesa para acompanhar a namorada.

– Bom dia meu amor! – disse ela – Que noite! Adorei!

– Bom dia minha namorada! Foi muito bom estar com você e nossos amigos. Dormiu bem? Hum... Essa torta está com uma cara boa, vou pegar um pedaço.

– Dormi sim. Meus pais tiveram que ir para a loja, o almoço vai ficar pronto lá para uma hora, você fica? Diz que sim – e fez uma cara de dó, com um beiço.

– Como posso dizer não pra essa carinha linda? – E deram um beijo, mais demorado agora.

– Mas falando sério agora, e aquela amiga do Henrique? – disse Sophia – Achei super desnecessária aquela discussão!

– Né! – concordou Caíque – Se ele não quer mais ser amigo dela, não vejo problema algum. Pelo que ele me contou depois por Whats, os dois nem eram mais tão ligados assim. Ela vivia implicando com ele, cheia de frescura.

– Pior foi ela ter jogado água no João que estava tão bêbado, podia ter dado um desconto. E depois derrubou bebida na Vitória, segunda vez em semanas que derrubam algo nela. Coitada. Me passa o requeijão fazendo favor. Ah muito sem noção essa tal de... Como é o nome dela mesmo?

– Alice. Não! É Annie! Bom, pelo menos o Henrique tem a Vi agora não é? – disse Caíque dando um sorriso que demonstrava estar feliz pelos amigos.

– Eu apoio totalmente os dois! São gente boa, se merecem. Vai dar tudo certo para os dois, vão ser muito feliz assim como nós.

– O Nicolas se deu bem essa noite. Pegou uma loira que ele estava de olho fazia tempo! – disse Caíque e percebeu que uma ponta de ciúmes apareceu na expressão de sua namorada e consertou – Mas não é tão bonita quanto você, meu amorzinho!

– Que bom que acha isso.

Depois que ela foi se trocar e se arrumar, foram para uma área externa onde deitaram abraçados em um confortável puff branco, ouvindo uma romântica música de Bruno Mars.

– Eu te amo. Sempre te amei e sempre vou te amar. – disse ele.

– Eu também te amo muito! Muito mesmo!

Enquanto isso na região de Itaim Bibi, mais precisamente na Vila Olímpia, Henrique pediu para seu pai o levar até o moderno edifício onde mora Vitória, sua mais nova paixão.

– Me liga quando for a hora de te buscar. E manda a ver! – disse o pai dele.

– Pai!

Vitória estava de ressaca devido a tantos drinks na noite anterior, a mãe dela cumprimentou Henrique que disse que era um prazer enorme conhecer a mãe de sua amiga. Ela por sua vez, ficou lisonjeada com os elogios do garoto e de cara gostou dele. A Sra. Khoury o acompanhou até o quarto da filha.

– Vi, tem visita pra você! Vou deixar vocês à vontade, a empregada vai trazer suco e alguma coisa pra vocês comerem. Com licença.

– Bom dia! – disse Henrique radiante. – Não avisei por mensagem porque queria fazer uma surpresa.

– Ah, bom dia Henrique! Desculpa meu estado, mas estou com um dor de cabeça terrível. Que bom que você veio fazer companhia pra mim. Ai! Eu te dei trabalho ontem não é? Ai minha cabeça! Não lembro de muita coisa, só que meu vestido tá sujo de bebida. Por que tem que existir ressaca?

– Trabalho? Nenhum. Bom, a noite estava perfeita até que uma pessoa conhecida minha resolveu estragar tudo! Depois te conto, você tomou remédio?

– Sim, mas, ah, não passa de jeito nenhum. Nunca mais vou beber! Não, nunca é uma palavra muito forte. Vou beber sim, mas menos. O que aconteceu com meu vestido?

Henrique então contou detalhadamente o que acontecera na boate, contou também sobre a amizade com Annie, os motivos que o levou a rompe-la. Apesar da expressão de dor, Vitória, ouvia atentamente. Quando ele terminou, ela segurou sua mão e perguntou:

– Você acha que fez certo?

– Absolutamente sim. – disse ele meio cabisbaixo.

– Seja qual for sua decisão, eu vou apoiar. E pelo que me contou, você fez sim o que devia fazer. Não fique mal por isso querido. Agora você tem mais amigos que gostam de você e te querem ver bem. E bom, ai minha cabeça, tem eu. – e fez esforço para sorrir devido à ressaca.

– Vitória, desde o primeiro dia de aula, eu... Eu estou completamente apaixonado por você. Não paro de pensar em nós dois, não consigo parar de falar de você, de como é bonita, legal, adorável para meus amigos. Enfim, pode parecer meio careta, mas eu te amo muito! Trouxe um presentinho para você, espero que goste. – E tirou do bolso, uma pequena caixinha preta. Nela havia um colar de ouro com pedras de diamantes, que caiu perfeitamente em Vitória. Era elegante e delicado como ela.

– Oh Henrique! É lindo! Perfeito! Eu amei! Você é um fofo! Muito obrigada mesmo. – e deu um beijo nele bem na hora que a empregada entrava no quarto, que deu um sorriso e brincou com a situação. Todos riram, afinal ele tinha motivos de sobra para estar feliz, a briga com a Annie era um pequeno incidente para ele.

– Mensagem do Caíque, ele e a Sophia estão nos chamando para ir até a casa dela. O que eu respondo? – perguntou Henrique.

– Diz que não. Não estou com cabeça para sair hoje.

– O.K.

– A gente está namorando? – questionou Vitória.

– Eu acho que ainda é cedo para considerar isso um namoro. Mas podemos dizer que estamos ficando. O que acha?

– Vou ser sincera. Já namorei vários caras, mas nenhum deles era como você Henrique. Você é atencioso, carinhoso, inteligente, muito simpático! Namorar é algo mais sério, mais responsável, e pelo que pude notar quando elevarmos nosso relacionamento a esse patamar, você está mais do que preparado para ser meu namorado. E espero que eu seja uma namorada à sua altura.

– Você é incrível Vitória. Assim me deixa sem graça, eu que espero estar à sua altura. – e deu um beijo no rosto dela.

Depois de deliciaram nas panquecas com cobertura de chocolate ou doce de leite que a empregada tinha preparado. Henrique não via a hora dos dois começarem a namorar, mas sabia que tinha que ir com calma para não estragar as coisas. Uma mensagem de Annie tirou sua felicidade momentaneamente. Nela, Annie pedia que os dois saíssem para conversar, esclarecer sobre a discussão, sobre a amizade. Ele por sua vez, nada respondera.

– Passa a tarde comigo? – pediu Vitória a Henrique.

– Claro que fico. O que você quiser. – respondeu ele sorrindo.

Almoçaram. Dormiram um pouco. Assistiram filme. Uma romântica tarde de jovens! Ele foi embora quando já era de noite. Seus pais e seu irmão foram buscar e jantaram em uma pizzaria ali perto. Durante a refeição, Henrique pensou na possibilidade de se encontrar com Annie e tentar deixar a situação mais clara para que ela o parasse de incomodar. E então mandou uma mensagem para ela o encontrar no dia seguinte em frente à uma livraria em um shopping da Zona Oeste às cinco da tarde. Henrique chamou Nicolas para ir com ele, mesmo prevendo que sua (ex) amiga não gostaria nada disso.

Era domingo, então o shopping center estava lotado. Antes de ir para o ponto de encontro, Henrique e Nicolas assistiram um filme de aventura, daqueles cheios de efeitos especiais hollywoodianos.

– O que você vai fazer na Saraiva? – perguntou Nicolas.

– Vou comprar alguns livros e um DVD.

– É... Eu não gosto muito de livrarias, você sabe, mas vamos lá.

Annie já esperava por seu amigo impaciente. Ela avistou as chamativas camisetas de Henrique e Nicolas de longe, as cores eram respectivamente laranja e verde fluorescente. Já ela estava com uma blusa branca com uma estampa de alguma banda de rock e jeans preto, bem discreta. Quando viu que Henrique não estava sozinho, fez uma careta e pressentiu que aquela conversa não iria terminar bem.

– Oi. – disse ela secamente – Eu pensei que só iriamos ter eu e você na conversa.

– Esse é o Nicolas, meu amigo. Não vejo problema algum a presença dele.

– Ué, você não ia comprar livros Henrique? E quem é ela?

– Eu vou cara, calma! Essa é Annie, estudamos juntos na minha antiga escola.

– Você esqueceu de dizer que somos amigos. – lembrou Annie.

– Ah espera um pouco! É ela a garota da boate? O Martin me contou o que aconteceu... – disse Nicolas encarando Annie.

– Pelo visto a corja dos seus novos amigos já está falando mal de mim, não é? Bela escolha de amizades que você fez.

– Olha, eu só marquei esse encontro para deixar bem claro e reafirmar o que eu te disse na sexta. – falou Henrique – Será que é tão difícil entender?

– Aí mano nem sei por que você faz tanta questão de dar atenção para ela. Se você não quer mais ser amigo dela, pronto, acabou, não tem mais o que discutir. – opinou Nicolas – Vamos logo comprar esses seus livros que quero dar um mergulho na piscina hoje.

– É Nicolas seu nome não é? – indagou Annie – Sinceramente, nem eu nem ele pedimos a sua opinião, então é melhor você ficar na sua, de boa. Já não fui com a sua cara.

– E eu não fui com a sua. – retrucou ele.

– Por favor, não vão brigar aqui. Escuta Annie foi muito bom ser seu amigo no fundamental, mas passado é passado. Não vamos nos apegar a ele, é vida que segue. Você com a sua e eu com a minha, desejo boa sorte para você nos vestibulares. Agora tenho que ir. Adeus!

– Espera, vamos conversar direito eu queria te dizer...

– Ah chega menina! Nossa que mala! Estou perdendo a paciência com você. Eu já disse, NÃO quero mais ser seu AMIGO! – disse Henrique quase gritando.

– Não grita comigo! Estou falando numa boa. Você é muito influenciável, pelo amor de Deus! Credo! Aposto que a Brenda e o João te envenenaram contra mim. Odeio eles! Olha só o que eles fizeram com você...

– Eles não fizeram nada. Quem fez foi você! Nos últimos meses você nem ligava pra nossa amizade, ficava andando com outras pessoas no intervalo, na sala também. Por isso me aproximei tanto do João quanto da Brenda. Agora sua consciência deve estar pesando não é mesmo? Por não ter dado valor na nossa amizade - Nossa, a discussão tá ficando boa. – comentou Nicolas.

– Nem venha com esse papo que a culpa foi minha. Você que começou a se afastar, bastava eles te chamarem que você ia que nem um cachorrinho. Seus donos foram os culpados.

– Eu não tenho dona ou dono! Não sou influenciado, tenho opinião própria.

– Tá bom, foi mal. – se desculpou Annie – Vamos esquecer tudo isso e recomeçar por favor.

– Essa aí é igual chiclete hein? – disse Nicolas para Henrique.

– Se você não calar a boca, eu juro que eu mesma faço você parar de falar!

– Você é exatamente como me descreveram. Não precisa fazer nada, não vou perder o meu tempo com você. Ridícula... Henrique vou dar uma olhada nos DVDs enquanto vocês se resolvem aí.

– Seus amigos são muito fúteis! Como consegue aguentá-los?

– Eu é que me pergunto como pude te aturar por tantos anos, Annie.

– Então é isso? Vamos ficar por assim mesmo? – perguntou ela quase chorando.

– Sim. Adeus! Agora é definitivo, não me procure nunca mais.

– Lembra daquela lista que fizemos dos lugares do mundo que iriamos visitar? Olha ela aqui comigo. Escrevemos isso na oitava série... Tantos países, passeios que iríamos visitar quando adultos. África, Rússia, Canadá, México, nadar com tubarões, pular de bungee jump. Isso simboliza a nossa amizade, ficávamos tão entusiasmados com essa lista. Tem um enorme valor para mim. O que eu faço com ela?

– Jogue no Rio Tietê. – respondeu Henrique rispidamente – Eu vou cumprir essa lista mas com minha futura namorada e com meus novos amigos. – e entrou na livraria, deixando Annie chorando no meio do corredor do shopping.

– Você vai me pagar caro Henrique! Você e seus preciosos amigos. A partir de hoje eu te odeio! – dizia ela para si e dobrou a tal lista e guardou em seu bolso.

– Pronto Nicolas, ela foi embora, agora vou ter paz finalmente.

– Finalmente mesmo. Aí você já viu essa temporada de The Walking Dead? – perguntou Nicolas.

Os dois gastaram muito na livraria. Muito mesmo, saíram abarrotados de livros (no caso de Henrique apenas), DVDs, CDs e acessórios para celular e computador. O pai de Henrique foi buscá-los no shopping e deixou Nicolas em sua casa. À noite, Henrique ficou refletindo sobre a conversa que teve com Annie e contou tudo o que aconteceu para Brenda, João, Caíque e Vitória. Todos apoiaram sua decisão e Brenda disse que ele devia ter chamado ela para poder ter falado algumas verdades para a descendente de alemães. Com a opinião dos amigos, ele estava confiante que tinha feito a coisa certa.

O Carnaval chegou. Martin, Henrique, Vitória e Nicolas iriam para o Rio de Janeiro assistir aos desfiles das escolas de samba no Sambódromo, os pais destes iriam também, compraram um caríssimo camarote de uma marca de cerveja. Brenda, João Lucas e Paloma passariam a semana de folga no litoral, o destino era Guarujá. Já o casal Caíque e Sophia participariam de luxuosos bailes realizados pela família dela. Enquanto isso, aproveitando o feriado, os irmãos Werneck viajariam para a Califórnia na companhia de Heloísa e do suposto “affair” de Laís, o filho de empresários de grandes artistas, Murilo Andrade que estudava junto com o grupo e é um aliado dos integrantes da Chapa C. Todos aproveitariam o máximo possível

Entretanto, na terça-feira de Carnaval, quando voltavam para São Paulo, Henrique recebeu uma mensagem de um número desconhecido que dizia: “APROVEITE BEM SEUS ÚLTIMOS DIAS DE LIBERDADE! Em breve, você e seus queridos amigos experimentaram a sensação de horror, parecerá que vocês estão no inferno! ME AGUARDE!”

Ficou parado. Isso o deixou com certa angústia e receio, pois por mais que achasse que era apenas engano ou um trote, algo dizia que aquilo era verdade. Não quis mostrar para seus amigos ou para seus pais. Poderia deixá-los preocupados também. Talvez fosse melhor ignorar essa mensagem, então segurou a mão de Vitória e cochilou assim como ela.


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Notas finais do capítulo

Bom galera, espero q tenham gostado e queria pedir para q comentem qqr coisa, pois nos desanima mto não ter nenhum comentário ou um sinal de vida de q tem alguém lendo. Até a próxima!



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