Frágil Poder escrita por Thayná, Henrique


Capítulo 3
Rompimento de uma amizade?


Notas iniciais do capítulo

Ta ai mais um cap. Boa leitura.



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Nos dias seguintes o que se viu pelo colégio Cooperativo foi uma verdadeira guerra de popularidade e ego entre as chapas de Sophia e Heloísa. Hector e sua turma ganhavam destaque gradativamente, suas propostas de administrar o grêmio estudantil agradaram boa parte dos alunos e dos professores, inclusive. As chapas ficaram com denominações simples, por uma determinação do diretor Alberto. Assim foi feito um sorteio e Hector usaria o nome Chapa A. Sophia, Caíque e cia ficaram com a Chapa B, por fim a C era de domínio de uso de Heloísa. A primeira pesquisa foi divulgada em uma terça de manhã pela direção:
– Foi realizada uma pequena pesquisa em relação à preferência de vocês estudantes para qual chapa é a melhor para assumir o grêmio deste colégio. A amostragem foi feita com 100 alunos do Ensino Médio e dos 9º anos do Fundamental. – explicou pacientemente o diretor – O resultado foi: 34% responderam que votariam na Chapa B, 29% na Chapa C, 12% na Chapa A e 25% não responderam ou ainda não sabem em quem vai votar.
Os números indicaram que sim, não seria nada fácil vencer este ano. Os 25% que estão indecisos podem fazer a diferença para qualquer chapa, inclusive a dos bolsistas que são meramente excluídos pela elite escolar. Hector ficou muito confiante nos seus doze pontos, visto que no anteriormente os grupos menos abastados não atingiam a marca de dez por cento. Já as outras duas chapas ficaram um tanto preocupadas com os resultados, pois tanto uma quanto a outra imaginaram que estariam com mais vantagem em relação aos adversários. Chegou a hora de aumentar a propaganda. Heloísa, Fábio, Laís, Giovanna e Tomás utilizavam músicas populares em jingles para a campanha, além é claro de distribuírem brindes e pequenos presentes aos votantes. Prometiam demais, coisas que seriam impossíveis de cumprir; O “grupo dos nove” (Chapa B) articulava com grande parte dos alunos e mostravam as propostas de melhorar as ações que o próprio grupo já começara. Essas duas chapas usaram e abusaram do dinheiro e da beleza na conquista de votos. Enquanto isso, os integrantes da Chapa A apenas dispunham do discurso para tentar chamar atenção do colégio, essa era a chapa de mais confiança e preferida dos bolsistas e outros alunos menos privilegiados.
Surgiu uma página no Facebook em anônimo que criticava os candidatos. Mais de 90% das publicações eram direcionadas à Chapa B. Coisas fúteis mas que geravam polêmica suficiente para as más línguas do Cooperativo, isso a uma semana da grande votação que foi marcada para o dia 25 de fevereiro. A primeira publicação expunha o fato de Sophia estar mais preocupada em se vestir bem do que os problemas da escola. Esse post vinha acompanhado de uma sequência de fotos da variedade de acessórios e sapatos que ela usava nas reuniões do grêmio. Mas não surtiu o efeito esperado fazendo com que o dono do página atacar Caíque colocando fotos constrangedoras, as quais ele estava embriagado. A legenda dizia: “Um bêbado no grêmio estudantil, é o que você quer?”. Bastou isso e Caíque ficou furioso dizendo que processaria a página, mas Paloma o acalmou dizendo que poderiam usar isso para benefício deles. Como? Diriam que não passavam de calúnias ou de atitudes baixas de concorrentes que queriam denigrir a imagem do grupo. Fofocas e montagens bombardeavam a tal página. Depois foi a vez de zombarem com piadas sobre cabelo, corpo etc. de Brenda, Vitória, Nicolas, Martin e Henrique. Paloma e João Lucas foram os atingidos posteriormente. Apenas dois posts eram ofensivos à Heloísa e os Werneck, mas dizia coisas do tipo “são arrogantes” ou “nunca cumprimentam funcionários”. E lembraram o episódio em que Hector jogou suco em Vitória. Mais motivos para discussões:
– Heloísa você está sendo muito cara de pau com essas fofocas e golpes sujos! – desabafou Sophia na sala de aula – Isso tudo é medo de perder é?
– Queridinha, você acha mesmo que vou perder tempo com essas coisas? E o povo mesmo que sabe que vocês não prestam! – respondeu Heloísa – Não me acuse de nada sem ter provas! O seu namorado entende disso e eu posso te processar por calúnia, não é mesmo Caíque?
– Então quem seria? – indagou ele – Os prejudicados dessa página somos nós, que mesmo dizendo que são mentiras ou sujeira, estão deixando de confiar na nossa chapa. Assuma logo Heloísa!
– Estão se esquecendo que existe liberdade de expressão. – disse Fábio – Qualquer um pode postar o que bem quiser na internet. Não estão aguentando o jogo?
– O problema é que estão falando mal e zoando com a nossa cara. - Henrique falou – É muita coincidência esse Face ter sido criado perto da votação. Vamos rastrear o IP e descobrir quem é o idiota, ou a idiota.
– Rastreia ué! Vocês acham que somos nós, mas por que não seria o Hector? – questionou Laís.
– Ele pode ser desafiador e encrenqueiro, mas não é típico dele fazer essas coisas... – disse Paloma olhando com desdém para seus rivais.
– Se eu fosse vocês, não perderia meu tempo tentando culpar inocentes. E sim tentaria recuperar o respeito dos outros alunos! – disse Tomás, aliado de Heloísa, entrando na discussão.
– Aí Tomás, você é um vira-casaca, não sei porque tá se intrometendo! – disparou Martin – Até umas semanas atrás era nosso amigo, só foi ficar do lado dessa daí que virou a cara como se fôssemos os seus maiores inimigos!
– Vocês nunca foram com a minha cara, falem a verdade! – retrucou Tomás.
– Que desculpa mais tosca hein mano... – disse Nicolas – Sempre te ajudei, fui seu amigo. Quero ver quando você tiver algum problema, se o Fábio ou a Heloísa vão te ajudar.
– Ai meninos, parem de falar mal do meu namorado por favor! – pediu a namorada de Tomás, Giovanna.
Uma inspetora acabou com a discussão e cada um foi para sua respectiva sala de aula. Tomás e Giovanna estavam cursando o segundo ano A. Os pais dele possuem uma transportadora. Giovanna e sua mãe vivem de uma mesada bem generosa de seu pai que é engenheiro e diretor de uma importante multinacional, cuja sede é no Rio de Janeiro. Tomás tem altura média, é loiro e possui olhos bem pretos, sempre está de bermuda, adora usar boné e é viciado em suplementos e academia. Giovanna é uma menina magra, cabelo bem liso, grande e preto. Seus olhos são castanhos, bem meiga, mas um pouco arrogante, é a melhor amiga de Laís. Os dois são bonitos e atraentes, mas em um nível menor que os “nove grandes” (agora podemos considerar com a entrada de Henrique, João Lucas e Brenda, como os “doze grandes”).
Por fim conseguiram descobrir quem estava por trás da página da internet que difamava os candidatos ao grêmio estudantil. O culpado era André Junqueira, um aluno perturbado do primeiro ano B. Caíque, Martin, Henrique, Paloma e Heloísa queriam processar o garoto, mas quando foi diagnosticado um distúrbio mental nele, acabaram por abandonar essa ideia. Ele passaria a ser acompanhado por um psicólogo, e quando perguntaram o motivo da criação da página, respondeu que queria ver o caos pelos corredores da escola, mas seu objetivo não foi alcançado. Disse também que difamando as grandes chapas B e C, Hector conseguiria ganhar a disputa, pois para André, sua chapa era a mais capacitada para tal ocupação.
Depois de descoberto isso, uma nova pesquisa foi divulgada e os números estavam a favor da elite, novamente. A Chapa B continuava liderando com 40% das intenções de voto, seguida pela Chapa C com 33% e pela Chapa A que conquistou cinco pontos em relação à última e alcançou os 17 pontos. 10% dos entrevistados disseram que não saberiam em quer votar ainda ou apenas não responderam. Heloísa reuniu os integrantes de sua chapa e cobrou mais atitude deles. Ela insistia em espalhar falsos boatos sobre Sophia, Caíque, Vitória e Martin pelo colégio. Laís e Fábio ficaram encarregados de falar mal dos recém-chegados, Brenda, Henrique e João Lucas, assim como Giovanna e Tomás difamariam Nicolas e Paloma. Enquanto isso, o pessoal da Chapa A fazia uma campanha mais limpa e apenas se limitavam a conversar e apresentar para os estudantes, as propostas que fariam caso ganhassem. A Chapa B, por sua vez, investia pesado em propaganda. Cartazes, folhetos, vídeos e fotos! Tudo para chamar a atenção dos “eleitores”. Assumiram os papeis de humildes e se misturavam com o povo. Essa atitude era característica da Chapa C também, só que Laís e Fábio não escondiam o fato de odiar pessoas menos abastadas.
Enfim chegou o esperado dia da votação! A escola estava em um furor, os candidatos eram cumprimentados (ou hostilizados) a todo momento. Antes das urnas ficarem disponíveis aos alunos, o diretor Alberto fez um discurso lembrando os propósitos do grêmio e desejou boa-sorte às chapas. Quando o relógio marcou oito horas, a eleição começou pontualmente. Cerca de mil alunos contando do sexto ano do Ensino Fundamental à terceira série do Ensino Médio.
– Estou ansiosa! Muito ansiosa! – dizia Brenda para Henrique.
– Calma, vai dar tudo certo... Vamos ganhar! – acalmava ele.
Encerrada a votação. Como nesse dia as aulas foram suspensas, os alunos puderam ir ao colégio com roupas casuais, nada de uniforme, o que fez com que um desfile de moda acontecesse. As meninas e os meninos das chapas B e C estavam muito bem arrumados para uma simples escolha de grêmio estudantil. O diretor então reuniu todos no auditório e começou a discursar:
– Bom dia caros alunos! Tenho aqui o resultado que vocês tanto aguardam. Bom, antes de tudo, queria parabenizar aos outros concorrentes e apesar dos incidentes e de algumas discussões, foi uma boa campanha não é? Contamos e recontamos os votos, que foram 980 no total, um novo recorde para nossa instituição! Com 420 votos ou 42,86% do total a grande vencedora é a Chapa B! Parabéns!
Nenhuma novidade talvez... Pensaram que a entrada de Hector afetaria algo, pois enganaram-se. A elite do Cooperativo chegava mais uma vez ao poder do conselho estudantil. Palmas invadiram o auditório, assim como vaias por parte dos simpatizantes das outras chapas. A chapa de Heloísa ficou com 320 votos (32,65%) e a Chapa C obteve 240 votos ou 24,49% do total, um número muito expressivo. Assim que souberam do resultado, os integrantes da Chapa B deixaram o auditório. Hector fez uma cara de frustrado. Já os vencedores faziam festa! Brenda pulava como se tivesse ganhado na loteria, sua blusa com um enorme trevo de quatro-folhas talvez tenha dado sorte. Sophia e Caíque deram um beijo na comemoração, depois ficaram sem-graça. Martin, Nicolas, João e Henrique pulavam, Vitória batia palmas e ria à toa, assim como Paloma que estava de shorts o que fazia com que todos os meninos babassem por ela. Subiram no palco e cumprimentaram o diretor, a coordenadora Viviane e os mantenedores. Sophia e Caíque fizeram um “emocionado” discurso agradecendo aos alunos e prometeram cumprir todas as propostas e melhorar ainda mais o colégio.
Na saída do auditório, Fábio e Heloísa esperavam os velhos e novos membros do grêmio estudantil com um largo sorriso de extrema ironia:
– Parabéns! – começou Fábio – Eu desejo do fundo do meu coração que vocês tenham uma péssima sorte esse ano, meus amigos.
– E digo ainda mais! – continuou Heloísa – Lembram que ano passado tivemos mais de oito por cento dos votos? Pois bem, isso significa que vocês perderam a força sem a nossa presença.
– Vamos fazer a pior oposição que possam imaginar. Seremos um pesadelo pra vocês, criaturas! – provocou Fábio.
– Por favor, não vão estragar o nosso momento de felicidade. – retrucou com um belo sorriso Paloma – Vão catar coquinho, ou vão tomar...
– Não precisa de grosseria Paloma. – emendou Vitória – O sabor de derrota que esses aí estão sentido já nos satisfazem. Deixa eles falarem! São derrotados!
– Você que pensa manicure. – disse Heloísa em tom de sarcasmo – Vamos dar a volta por cima e sambar na carinha fofa de vocês!
– Meu Deus, que babacas! – reclamou Henrique.
– Aí galera como não tem aula mesmo, vamos pra minha casa? É perto daqui e peço para os seguranças do meu pai acompanhar a gente. – sugeriu Nicolas – Não vamos ficar aqui escutado esses dois. Piscina é bem melhor!
– Concordo com ele! – manifestou João Lucas – Tem gelada lá? Tô zoando. Mentira.
– Helô, Fabinho – disse Sophia usando o mesmo tom de ironia de Heloísa – Não adianta chorar, somos melhores que vocês e ponto. Vão pra casa e reflitam que vocês são insuportáveis e por isso perderam, ok? Vamos pessoal.
Em uma atitude nada elitista, Heloísa cuspiu em direção à Sophia, que por pouco não a acertou. Paloma ia protestar, mas Caíque fez um gesto com a mão para deixar quieto. Os perdedores então, viraram as costas e rumaram em direção à sala do diretor, foram pedir uma recontagem de votos. Já os vencedores foram para a luxuosa casa de Nicolas, acompanhados pelos seguranças, que fica a quatro quarteirões da escola. Na verdade era uma bela mansão. Branca e suntuosa, assim como elegante. Pilares de mármore na entrada, detalhes dourados. Dois andares e uma formidável piscina no meio do jardim. Vários e vários metros quadrados de puro conforto. Os pais de Nicolas, atarefados no escritório de advocacia, não estavam na mansão. Os empregados serviram deliciosos sanduíches de provolone, peito de peru ou salame, cookies de chocolate ou baunilha e refrescantes milk-shakes de variados sabores, morango, chocolate etc. Fizeram a festa na piscina que começou as onze da manhã e se estendeu por toda a tarde. A comemoração teve algumas surpresas inclusive. Vitória e Henrique deram vários selinhos, Caíque e Sophia deram um beijo cinematográfico para o delírio dos presentes e resolveram tentar um namoro a partir daquele dia. Brenda insistia em Nicolas, os dois se beijaram e ela quase desmaiou. Quando o sol de verão começava a se pôr, os amigos se sentaram à beira da piscina e conversaram sobre variados assuntos desde onde cada um passaria o Carnaval até o assunto mais sério, o grêmio estudantil.
– Não estou tão preocupado com isso. – disse Martin – Afinal vamos continuar fazendo as mesmas coisas de antes e de agora.
– Podíamos fazer mais na minha opinião. Sei lá, só para calar a boca desses revoltados e é claro, da Heloísa e dos Werneck. – sugeriu Paloma.
– Ah não sei não. – discordou Caíque – Esse ano tem vestibulares e não podemos nos esquecer disso. Muita obrigação e responsabilidade.
– Nem lembre dos vestibulares! – disse Henrique com um tom de angústia.
– E outra tenho minha festa de 18 anos para organizar! – lembrou Sophia.
– Vamos fazer uma coisa ali, outra aqui e já está de bom tamanho. É o nosso último ano naquela escola mesmo. – disse Vitória.
– É mas a Heloísa não vai largar do nosso pé enquanto não arrumar uma confusão! – alertou Brenda.
– Acho que não, logo ela esquece essas ideias. – opinou Nicolas.
– Mudando de assunto... – começou a dizer João Lucas – A gente podia sair para beber, digo, comemorar no fim de semana, o que acham?
– Boa ideia! Eu topo! – concordou Martin
– Por que não? – disse Henrique – Afinal, a gente merece.
– Onde vamos? – perguntou Vitória que estava de mãos dadas com Henrique.
– Aquela boate, Royalle! – sugeriu Paloma.
Todos disseram já ter ido nessa boate e ficou marcado então. Sexta-feira às 22h30 todos em frente ao local. Brindaram com um coquetel preparado por Nicolas e se despediram. Vitória e Henrique agora deram um beijo de língua em vez dos singelos selinhos. Caíque levou Sophia para casa, afinal, eram o casal da turma. Os dias seguintes da votação não teve muitas mudanças, os estudantes que antes hostilizavam a chapa vencedora, agora, sorriam para eles e os bajulavam. Apenas os mais céticos, os bolsistas, recusavam em fazer contato com eles. Heloísa, Fábio e Laís faziam questão de provocarem os antigos amigos. Agora contavam com a ajuda de Tomás e Giovanna. Os cinco procuravam pequenos deslizes do grêmio, mas nada.
– Que ódio! – dizia Heloísa para os seus amigos – Eles não fazem nada de errado pra gente cair em cima e afetá-los!
Caíque combinou em passar na casa dos amigos para irem juntos à boate. O carro dele era uma Land Rover de mais de 250 mil reais, prateada e imponente. Paloma levaria Brenda consigo em seu Audi esportivo vermelho. Os pais de Vitória e Sophia as levariam para o ponto de encontro dos amigos. Os meninos foram os primeiros a chegar, Caíque vestia um blazer esportivo cinza, camisa branca e jeans, seu relógio com um detalhe de diamante chamava de longe a atenção, usava um discreto tênis social. Martin e Nicolas vestiam calças jeans escuro e o primeiro usava camiseta da marca Abercrombie e de cor vermelho, o segundo usava uma branca da Hollister e um boné branco e preto da Nike. João Lucas usava uma camiseta azul claro social e uma calça branca, com um caríssimo tênis da Adidas. Henrique estava vestindo uma camisa xadrez, calça jeans e um tênis preto da marca Nike, seu relógio era menos chamativo do que o de Caíque.
Logo depois Paloma, que vestia um belo vestido curto preto, salto alto dourado e bolsa de mão Hugo Boss, seu cabelo liso e muito perfumada, e Brenda, com um vestido verde claro e sapatos também verdes, chegaram à boate. Vitória e Sophia chegaram simultaneamente. Vitória usava uma saia curta jeans, blusa branca e um camisete de couro amarelo. Estava linda. Henrique estava encantado novamente, o batom bem vermelho dela estava hipnotizando ele. Já Sophia estava chamando atenção, ela estava fazendo jus à fama de elegante e meiga, com seu vestido de cetim rosa, uma sandália rosada que deixava mais alta. As meninas usavam maquiagem e perfume na medida certa, que faziam os garotos perderem o ar. De modo geral, todos lindos e atraentes! Um viva à elite paulistana e sua beleza!
Algumas selfies depois, entraram no ambiente que já estava cheia. Gente elegante, bonita e interessante para todos os lados. Tocava Calvin Harris no momento, a bebida e petiscos eram excelentes, o ambiente muito agradável, assim, ninguém tinha do que reclamar.
– Um brinde a nós! Um brinde à vida! – disse Martin que minutos depois do brinde, foi ao encontro de uma estonteante morena.
A noite fora resumida por Henrique investindo em Vitória, dizendo que se apaixonara por ela desde o primeiro dia de aula. Ela, que no início fazia charme e receava, mas o momento, a música e a bebida colaboraram e logo ela cedeu a ele. O casal Caíque e Sophia dançou e beijou muito. Os outros também aproveitaram beijando e dançando muito. João Lucas bebeu até demais e sentou de modo meio largado em uma mesa sozinho. Eram duas da manhã e como dizem, a noite apenas estava começando quando um incidente, o destino mudaria a vida desses jovens. Nada seria como era a partir deste instante.
Quando Henrique foi buscar uma bebida para Vitória ele esbarrou em uma garota. Justo quem? Sua antiga amiga Annie Schreiner, que quando viu que se tratava dele, abriu um sincero sorriso e o abraçou.
– Cara quanto tempo! – disse ela – Faz meses que não te via. Por que não respondia minhas mensagens? O que aconteceu? Bom, de qualquer forma, estou muito feliz em te rever!
– Olá Annie, precisamos conversar. – respondeu secamente ele.
– Olá? Só isso? – disse Annie ainda rindo, achando que Henrique estava brincando – Sempre zoando né? Nossa e a escola nova? Preciso te contar da minha viagem, são tantas coisas!
– Eu tenho que ir... Outro dia conversamos. Tem alguém me esperando.
– Uma menina? Sério? Cara você tá saindo com alguém e não me contou, eu que sou sua melhor amiga!
– Você não é mais minha melhor amiga. Chega, para com isso! Você era quando estávamos no fundamental, já faz tempo.
– Henrique não estou entendendo o que quer dizer. – a partir daí seu sorriso desapareceu e de repente Brenda apareceu.
– Ah não acredito que você está aqui! – disse Brenda – Esse lugar está mal frequentado.
– Você está com ela? É ela quem estava te esperando? – indagou Annie.
– Não! – respondeu Henrique – Quer dizer, ela está no grupo com que vim, mas é outra menina que está me esperando, enfim, você não a conhece.
– Me apresente então. Qual o problema?
– Querida, não força a barra. Agora ele tem outros amigos, muito melhores. – disse Brenda provocando.
– Cala a boca! Não estou falando com você, preciso conversar com o Henrique, pode dar licença?
– Henrique, acabe logo com essa palhaçada e dispense a companhia dessa esquisita! – ordenou Brenda.
– Tem razão. – concordou Henrique – Olha Annie, nós fomos realmente muito amigos anos atrás. A gente aprontou muito, demos muita risada não é mesmo? Mas quando chegamos ao colegial, você mudou. Eu mudei. Nossa amizade não estava como antes, estávamos ficando distantes e com a sua ida para o exterior tudo piorou. Agora estou em uma nova escola, com novos amigos e quero preservá-los. O melhor que temos que fazer é nos afastar e parar de insistir nessa falsa amizade, desculpe, mas é o que temos que fazer.
– Não acredito no que estou ouvindo. – disse Annie incrédula – Tudo bem que nos afastamos, mas isso não serve de pretexto para rompermos a nossa amizade de tantos anos. Seus novos amigos são tão legais assim? Essa aí ficou fazendo a sua cabeça? É isso?
– Olha Annie não tem nada a ver com eles. Ou com a Brenda. Só não quero mais ser seu amigo. Ultimamente brigávamos por qualquer motivo. Esse ano tem prova de vestibular, quero focar em coisas que realmente importam. – disse Henrique.
– Viu? A decisão é dele. Eu não tenho nada a ver com isso. – disparou Brenda e lágrimas começavam a escorrer pelo rosto de Annie que não acreditava no que seu amigo dizia:
– Henrique, você não fala coisa com coisa! Não tem motivo concreto para isso, você está usando qualquer desculpa para se afastar de mim. Não vejo o porquê disso, tem vergonha de mim? Da nossa amizade? Seus novos amigos são muito ricos e elegantes?
– Algum problema por aqui? – chegou João Lucas recuperando parte da sobriedade.
– Aff... Está andando com esse bêbado? – perguntou com indiferença Annie limpando as lágrimas.
– Sim. Com ele, com a Brenda. Se você não gosta deles, problema o seu. São meus amigos, não vou permitir que fale assim deles. – respondeu Henrique em um tom até grosseiro.
– O louco, esquisitona! – gritou João Lucas deixando Annie cada vez mais irritada – Vaza, o meu parça aqui não quer mais ser seu amigo! Rodou, já era!
– Peida e voa João Lucas! Não se intrometa! – bravejou ela que pegou uma garrafa de água gelada e jogou nele, fazendo com que o efeito do álcool diminuísse um pouco mais.
– Perdeu a noção no perigo Alemanha? Henrique tira ela daqui antes que eu faça alguma besteira! – disse o molhado com ira na voz.
– Por favor Annie, não provoque mais. Saia de perto de nós. Já falei o que tinha para te dizer! Nossa amizade já era.
– Está defendendo ele? É isso mesmo produção? Por acaso quando você vivia chorando pelos cantos da escola por causa da Juliana era ele que te aconselhava? Não né, era eu! Eu era sua única amiga naquela escola, mas pelo jeito não tenho mais valor algum.
– Agora chega! Vai ficar remoendo passado para reconquistar a amizade dele? – disse Brenda.
Neste momento Caíque, Sophia, Vitória, Martin e Paloma se juntaram ao grupo.
– Amor... – disse Vitória em um tom meio alterado – Por que demorou tanto? Quem é ela?
– Não é ninguém, Vitória. Ninguém. – respondeu secamente Henrique fitando Annie.
– Por que você está encharcado João? – perguntou Martin.
– Essa louca jogou água em mim. Só porque o Henrique deu um chega pra lá na amizade dela.
– O que está acontecendo aqui? – questionou Caíque.
– Esses são seus preciosos amigos? – disse Annie – Eles não parecem ser do tipo que vão te ouvir reclamar dos seus problemas. São um bando de playboys e patricinhas!
– Ei, olha como fala com a gente! – respondeu rapidamente Paloma.
– Não deem ouvido pra ela, pessoal. Vamos sair daqui perdi a vontade de ficar! Vem Vitória vou chamar um táxi para nós. – disse Henrique – Annie, não me procure mais! Acabou! Não somos mais amigos, ficou no passado, arranje um novo amigo para você, que te ature quando você ficar com frescura!
– O que vocês estão fazendo com ele? – perguntava ela olhando para os novos amigos de Henrique.
– Simples. Ele prefere a nossa companhia! – respondeu Sophia – Você parece não ser tão amigável e simpática, assim é fácil entender por que ele te jogou para escanteio.
Annie viu que não adiantava mais insistir naquele papo e olhava com nojo para todos, inclusive para seu ex-amigo. Estava chorando novamente e meio perdida, não acreditava no que Henrique disse para ela. Assim quando foi pegar sua bebida, trêmula, derrubou-a em Vitória.
– Ah lá! Olha o que você faz! Além de estragar minha noite, estraga a dela! – gritou Henrique e calmamente disse pra Vitória – Vamos meu amor, é melhor irmos embora.
– Que azar! Direto derrubam bebidas em mim! Por que fazem isso? – disse ela que definitivamente precisava de um descanso, depois de tantos drinks.
– Adeus Annie! – despediu Henrique.
Ele e Vitória foram embora, seguidos por Caíque e Sophia. Martin e João Lucas iriam procurar Nicolas, cujo pai iria busca-los. Brenda, que iria para casa com Paloma, antes não perdeu a oportunidade de debochar ainda mais de Annie:
– Já era hein loira! Eu sabia que um dia o Henrique não ia mais te aguentar. Vivi para isso!
– Vai se ferrar! Você deve ter falado besteira pra ele, influenciado. Sua cobra, tenho nojo de você e de seus amigos. – Annie virou as costas e foi para o banheiro limpar as lágrimas.
No banheiro em frente ao espelho, ela disse sozinha:
– Vou procurar o Henrique e conversar com ele melhor. Aqui não era o local. E esses idiotas mimados vão se ferrar comigo.
Ficou em silêncio encarando o espelho. Secou a última lágrima, restando apenar a feição de decepção e ódio.


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Notas finais do capítulo

A fic está cheia de leitores fantasmas haha. Não precisam ter vergonha de comentar, irá nos incentivar muito. Até a próxima !



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