De repente me dei conta para onde estávamos indo. Delphic Park. "Ei, você não havia dito que iríamos para sua casa, Patch?" perguntei, confusa. "É aqui que eu chamo de casa" disse ele, o olhar misterioso. Ele estacionou o carro, abriu a porta e saiu. Eu continuava estática. Ele estava tirando onda com a minha cara?

"Vai ficar aí para sempre, Nora?" ele disse, o tom debochado. "Ah, me desculpe!" falou então, abrindo a minha porta. "Me esqueço de ser cavalheiro às vezes" falou. Olhei para ele e comecei a rir, mas saí do carro. "Patch, eu ainda não entendi" falei. "É aqui que os anjos caídos ficam. É o único lugar onde os arcanjos não estão à nossa volta, eles não entram aqui, é como se fosse o nosso reino" explicou Patch. "Ficamos no subterrâneo, o parque fica acima de nós" finalizou ele.

"Por que nunca me trouxera aqui antes?" foi a primeira coisa que saiu da minha boca. "Não achei seguro" ele disse, me fitando. "Patch" falei, "de agora em diante quero que me prometa, por favor, que nós vamos decidir juntos o que é seguro ou não para nós" disparei, sem rodeios. Conhecia bem o instinto protetor e egoísta de Patch, por isso tentei me assegurar de que ele não trairia mais minha confiança e decisão, já que viveríamos juntos a partir de agora, se tudo desse certo.

"Eu te entendo, Anjo. Mas só posso prometer à você que vou lhe proteger, para sempre" ele falou, a voz suave e verdadeira. Sua última frase deixara o momento tenso, afinal, eu não viveria para sempre, mas ele sim, pois era um anjo caído, e eu uma humana. Logo Patch percebeu a tensão, se aproximando de mim e acariciando meu braço com a mão. Ele pegou meu rosto, seu toque era calmante e protetor. "Nora" disse, "eu te amo" falou simplesmente; "não há nada nesse mundo que vá me tirar de você. De agora em diante, você é minha, anjo. Minha" declarou.

Palavra nenhuma poderia descrever o que eu estava sentido diante de sua voz calorosa e seu amor por mim. Era como se o céu estivesse dentro do meu coração, enchendo ele de um azul imenso e infinito, espalhando suas profundezas do amor divertidamente para cada centímetro do meu corpo, me deixando sem senso, direção, sem o mundo. O mundo era apenas um detalhe diante do meu amor, inexplicável e sem sentido. "Eu te amo Patch, é a única coisa que posso dizer" falei simplesmente, sem mais ter encontrado outro jeito de formar uma frase.

Então ele pegou no colo pela cintura, e me beijou terna, profunda e intensamente com todos o seu amor posto ao meu alcance. "Vamos entrar" ele disse, os olhos se iluminaram. Então atravessamos o Delphic Park juntos, até chegarmos em uma espécie de sala. Dentro de tal, estava um tanto escuro, pois a iluminação estava muito fraca, com falhas também. "A partir de agora descemos para o subterrâneo e encontramos vários túneis para toda a nossa cidadezinha" explicou ele. "Ok" falei.

Deixamos a sala pequena, onde havia apenas um sofá e uma luz piscante, e entramos em túneis quase inteiramente escuros, até Patch abrir uma porta de madeira pintada de um cinza que já estava um tanto sujo.