~Bernardo

2 meses, haviam se passado 2 meses desde que Clary morreu. Depois disso, eu nunca mais sorri. Nunca. Eu não tenho motivos para sorrir; Annie, Percy, Piper e os outros tentavam me alegrar, mas eles também estavam tristes. Os caçadores de sombra decidiram passar mais 1 ano no acampamento. O que me irritava, pois sempre que olho para Jace, Clary vem a minha cabeça. Queria conseguir esquece-la, mas não da. Todas as noites a cena em que Valentin cravava uma faca nas costas da morena me vem à mente, e isso acaba comigo. Preciso dela, preciso do seu cheiro, de seu abraço, de seus tapas quando a chamo de pequena.

Jason não vinha mais ao acampamento, pois segundo ele não tem mais motivos. Piper e ele terminaram, mas ninguém entendeu porquê. Eu tento, eu juro que me esforço pra sorrir, mas eu não consigo. Já passou até pela minha cabeça me matar. Mas nada adiantaria, igual eu estaria sem a Clary. Eu preciso dela, preciso.

– Bernardo, vamos, temos treino. – Travis estava parado na porta de meu chalé, me observando.

– Não vou, vou ficar aqui – Respondi sem o encarar

– Cara, você tem que sair dessa, ela morreu. Não volta mais, tem que entender isso, sua vida segue. – Como ele pode dizer isso? Será que nunca amou de verdade para estar falando isso? Ela não vai sair da minha cabeça.

– Não vou esquece-la, e vá embora. – Eu ordenei e ele partiu, me deixando ali. Lágrimas tomaram conta de meus olhos, isso já é normal últimos dias, sempre estou chorando.

~Clary

Há 2 meses eu morri. Acreditam? Sim, morri. Fui para o tártaro, passei pelo castelo de Nix, deusa da noite, e fui para a casa do titio Ha. Sim, Hades. Eu o chamo assim agora. Eu não tinha entendido muito bem, mas parece que meu pai fez um feitiço e me voltou a vida. Algo do tipo, mas enfim, estou viva. E com saudades do Bê. As vezes eu o visito pelas sombras, mas não o deixo me ver, não posso. Só depois de um tempo, poderei voltar. Acreditem ou não, virei melhor amiga do Niquito, sério, ele é um amor. Faz tudo que eu quero, por obrigação, mas faz. Virei melhor amiga do Cérbero também. Fiz amizade com Perséfone. Ela é um amorzinho, a mãe que eu nunca tive. Mas hoje eu vou ir para o Olimpo, vou morar lá por um tempo, depois finalmente, voltar ao acampamento.

–NIIIIICO, VEM CÁ – Eu amo gritar com ele *o* Ele vive jogando videogame e me esquece.

–QUE FOI O FUNDO DE GARRAFA? – Ele aparece na porta de meu quarto. Ele me chama assim, pois, depois que eu “morri” deu um pequeno problema em meus olhos e agora eu uso óculos.

–FUNDO DE GARRAFA É O CAPETA – eu parti pra cima dele o enchendo de tapas. Eu sei que não dói, mas bato mesmo assim.

–ME LARGA RAIOZINHO, NÃO SOU TUAS NEGAS PRA FICAR ME BATENDO. SOOOOLTA – Ele me arrancou dele. E finalmente, nos acalmamos.

– Uuuh, respira. Precisa me levar ao Olimpo, não quero viajar nas sombras. – Ele suspira, e assente. Pega minhas malas, e coloca em seu carro. Chegamos no Olimpo, e todos os deuses olharam estranho para o Nico.

– Parem de olhar assim, que vergonha. – Os repreendi e eles sentaram direito. Nico me deu um abraço e foi embora.

– Filha, vamos começar a treinar você. Um dia você será a Rainha do Olimpo. Ai que orgulho. – Disse Zeusa Fabulosa suspirando.

– Ela vai começar a treinar comigo – Poseidon interferiu os suspiros de Zeusa.

–Não, ela é minha nora, vai começar comigo – Gritou Apolo.

– Como? Nora? Ela está namorando Bernardo? – Atena se meteu também. Vai começar. Os deuses começaram a discutir, quase saíram no tapa. Decidi interferir.

–CALA A BOCA TODO MUNDO. CADA UM VOLTA PRO SEU LUGAR, AGORA. – Eles pararam de brigar e me obedeceram. – Parecem crianças, que vergonha.

Assim se passaram 5 meses desde que vim morar no Olimpo. Treinando, gritando com os deuses, separando suas brigas, enfim, foi engraçado. Mas eu não conseguia parar de pensar em Bernardo, e pelo jeito Tia Dite percebe isso, pois quando está perto de mim, começa a suspirar.

Mais uma manhã que começa, eram 9:15 da manhã e eu fui acordada pelos gritos dos deuses. Ai meu Zeus, lá vou eu. Sai de meu quarto, de pijama mesmo, e fui até eles. Os mesmos estavam de pé, um gritando com o outro. Hades, Zeus e Poseidon estavam quase descabelando um ao outro. Esses três.

– CALA BOCA VOCÊS TRÊS. – eles pararam de brigar e voltaram suas atenções a mim. – O que aconteceu agora?

– Zeus não quer que você vá para o acampamento, mas sabemos que é o melhor para você querida. – Hades me explicou calmamente.

– Pai, eu quero voltar ao acampamento. Mas vou fazer assim, passo 1 mês no acampamento, e 1 semana aqui. Pode ser? – Eu pedi, e Zeus assentiu, e eu o vi chorar.

–Eu vou sentir saudades bebê – Ele me abraçou

–Pai, menos drama. – Me separei do papai, e olhei para os outros deuses- vocês tinham que me acordar tão cedo? Não né? Pô, e ainda me acordam gritando. Bom, vou tomar banho e arrumar minhas coisas, beijos – Sai dali pulando e tomei um banho demorado, troquei de roupa, e arrumei minhas coisas, usei um vestido, prendi meu cabelo em um coque e fiz uma maquiagem básica, já eram 3 da tarde, preciso ir. Afrodite entrou em meu quarto, e me abraçou.

–Vou sentir saudades bonequinha. – Ela falou secando uma lágrima.

– Eu vou sentir saudades também, afinal, quem vai me fazer de modelo? Pintar meus cabelos? – Ah, não contei a vocês. Tia Dite e Tia Atena pintaram meus cabelos, coloridos. Bom, deixe eu explicar. Quando voltei do Tártaro, meus cabelos estavam brancos, totalmente brancos, sem cor. Tio Ha falou que era porquê eu tinha perdido a vida, que eu tinha perdido a alma e isso afetou meus cabelos. Então, as duas pintaram meu cabelo pois segundo elas “Branco fica horrível em você, parece uma velha de 600 anos”. Então elas pintaram. A cada mês elas mudam a cor, já teve rosa, roxo, verde e azul, entre várias outras. (Clary: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=149103486 )

– Tia dite, tenho medo que o Bernardo não me reconheça. Eu virei outra pessoa depois que voltei do Mundo inferior, meus cabelos, meus olhos. Tudo, eu me tornei outra pessoa, nem mesmo eu me reconheço.

– Clary, ele vai te reconhecer. Seus olhos estão lindos, e você mais ainda. Este azul ficou ótimo em você. Agora vamos, você tem que ver o amor de sua vida. – Ela me puxou sorrindo.

Me despedi de todos, e devo dizer que foi uma choradeira enorme. Até os deuses choraram, foi beeem dramático. Depois de 15 minutos, consegui partir. Viajei pelas sombras, tinha esse poder do Tio Ha. Cheguei no acampamento e meu coração estava a mil. As pessoas passavam por mim e cochichavam, mas nenhuma me reconheceu pelo jeito. Fui até o chalé de Zeuza, e coloquei minha mala lá, e segui caminho até a Casa Grande.

–Quíron, tá aí? – Ele me olhou com uma cara estranha. Estava sentado conversando com Sr. D, que tomava mais uma coca diet.

– Sim, pois não? O que deseja minha jovem? É nova por aqui? – Ele falou e eu não me aguentei e ri. Me olhou, estranhando um pouco.

– Quíron, sou eu Clary, filha de Zeus. – Ele pareceu não acreditar, e Sr. D se engasgou com sua coca. Expliquei toda a história para eles, que por fim, se deram por vencidos e acreditaram.

– Menina poderosa, voltou do Tártaro. Parabéns – Disse Sr. D e voltou sua atenção para sua coca.

– Quíron, preciso ver Bernardo, até depois. – Dei lhe um abraço, o que? Eu estava com saudade do bunda de cavalo. Apelido carinhoso *---* Fui caminhando (Lê-se correndo) para o chalé de Apolo, e eu o vi, depois de 7 meses, deitado em sua cama.

–Bê – o chamei e ele me olhou, sorrindo

–Sei que isso é um sonho, e eu logo vou acordar como acontece todos os dias. Mas Clary, você tá muito diferente, mesmo assim está perfeita. Eu to com muita saudades, você podia voltar né? Não sei viver sem você. – Ele continuava sorrindo, ele me reconheceu. Isso me deixou muito feliz.

– Bernardo, seu idiota. Se liga que você não tá sonhando, eu voltei. Tô aqui, de novo. – Seu sorriso se desfez.

–Clary? É você mesmo? Mas.... não pode. Você.. morreu. – Eu ainda estava sorrindo.

–Eu voltei do Tártaro, e fiquei no Olimpo esses 7 meses. – Ele se levantou correndo, veio até mim, agarrou minha cintura e me puxou pra um beijo fervoroso, e cheio de saudades. Com muito custo nos separamos, e ele sorria, muito.

– Nunca mais faça isso comigo, eu quase morri, sabia? Não me deixa mais pequena. – Ele me abraçou, forte. Eu amo aquele abraço.

– Não vou te deixar. – Eu o respondi

– Porque seu cabelo tá azul? – Ele perguntou confuso, e expliquei toda a história pra ele. No fim ele parecia ter entendido – Ah, mas você deve ser legal com o cabelo branco. Eeee, amor, porque seus olhos estão dessa cor?

– Coloridos? Uma maldição, por ter matado uma monstra. Não lembro o nome certo agora. Aquela que você mata, ela te joga uma maldição, enfim, matei ela e a maldição foi: a cada ano seus olhos vão mudar de cor. Horrível não? Agora tenho esses olhos. -_- E a primeira cor tinha que ser justo essa, affs. Agora vão me achar um monstro.

– Heey, para. Você tá linda. Muito linda, e eu tô te amando assim, entendeu? Seus olhos estão perfeitos, roxo é a minha cor favorita. – Eu ri e dei um tapa nele.

– Bobo – Eu disse rindo e o abracei.

(Olhos: http://static.fanfiction.com.br/userfiles/8/4/D/F/capa_362933_1389725581.jpg )

–Vamos, você tem que contar aos outros que está viva. – Bê disse e me puxou para fora.

Reencontrei meus amigos. Tive que explicar a história do cabelo e dos olhos umas 800 vezes. Mas depois tudo estava normal novamente, até que eu ouço gritos. Pera, eu conheço esses gritos. Olho para a porta do salão de refeição e entra Zeus, Poseidon e Hades gritando e se estapeando. Pronto, lá vou eu. Levantei, parei na frente dos três, todos estavam prestando atenção em mim, e isso me deu vergonha.

– OS TRÊS, CALEM A BOCA. VOCÊS PARECEM CRIANÇAS, E ISSO EU JÁ REPETI 1 MILHÃO DE VEZES. O QUE HÁ COM VOCÊS? QUANDO VÃO CRESCER E SE TORNAREM ADULTOS? TOMEM VERGONHA NA CARA- os três me olharam com cara de cachorro abandonado, e todos os campistas estavam pasmos, afinal, eu estava gritando com os três grandes, mas se não eu, quem vais separar as briguinhas ridículas deles?

–Desculpa blue – os três disseram em coro. Blue: Azul: Meu cabelo. Apelido de Ares.

–Acho bom, agora me digam o que vieram fazer aqui. – Respondi direta a eles. Se não eu, quem vai fazer esses três deixarem de ser crianças?