~Clary

1 ano, se passou 1 ano desde aquela noite no refeitório quando Zeusa, Hades e Poseidon tinham vindo me avisar que era possível tirar a maldição de meus olhos. Era o seguinte, eu deveria achar um anel, que estava perdido nas redondezas do acampamento, neste anel, havia um olho em cima. Este anel, eu deveria levar para uma daquelas monstras que me amaldiçoaram, e as mesmas retirariam a maldição. Há 1 ano eu procuro esse anel, sem sucesso. Preciso dele, agora meus olhos estavam vermelhos, havia mudado. Eu não aguento mais, estou horrível. Meu cabelo não tem jeito, tentei pinta-lo de castanho, até mesmo de ruivo, mas a cor não pegou. Somente as cores coloridas ficavam, mas depois de um mês saiam. Por isso, meu cabelo está sempre colorido. Bê está tentando me ajudar a procurar o anel, mas nada adianta. Ah, caras leitoras. Tem como alguém dar um jeito no Bernardo, acreditam, que nós não estamos namorando? Ele não me pediu em namoro. AINDA NÃO ME PEDIU EM NAMORO. ARGH!

Enfim, vou pra praia. Amo aquele lugar. Me deixa em paz. Sinto uma áurea negra se aproximando, e logo Nico senta ao meu lado. Nós estávamos muito próximos últimos dias, e eu estava cada vez mais distante de Bernardo, o que me entristece muito.

–Fundo de garrafa, eu tenho um presente a você – Ele diz sorrindo feito o Coringa, do Batman. E então me entrega uma caixinha azul com uma fita preta. Eu o abro, e meu coração simplesmente para. Eu não posso acreditar, não pode ser verdade. Eu tanto o procurei, tanto. E agora ele está aqui, na minha frente. O anel, Nico me deu o anel. Lembrei que precisava respirar, então, suspirei. Pulando em seu colo, e dando lhe um abraço de urso.

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–Clary, o que é isso? – Bernardo estava com uma cara chorosa e os olhos vermelhos, atrás de nós.

– Não é nada, porque? – Ele ficou pasmo com a minha resposta. Sinceramente, eu estou cansada de correr atrás dele, e ele só considerar a minha amizade. Ele saiu correndo e me deixou sozinha, pedi para Nico me deixar sozinha, e ele aceitou. Mas não queria ficar sozinha. Só queria ir para o Tártaro, encontrar aquelas monstras.

Viajei pelas sombras, como sempre faço. Ao chegar no Tártaro, comecei a caminhar, não tinha mais noção do tempo. Eu estava cansada, minhas pernas doem, resolvi dormir ali mesmo. Sonhei com o anel, e com as monstras. Elas me entregando a um cara, quem é aquele?

Acordei em um pulo, esfreguei meus olhos e tomei um pouco de agua. Peguei um sanduiche que eu coloquei na mochila e o comi, voltando então para a caminhada. Depois de muito tempo caminhando, avistei as monstras, conversando. Sorriram ao me ver, que nojo.

– Vermelho, que cor linda – Disse uma das monstras se referindo aos meus olhos. Tinham 5 delas ali.

–Aqui está o anel, agora façam meus olhos voltarem ao normal. – Disse ríspida, e entreguei o anel a elas. A 1 pegou e analisou.

– Isto, esse mesmo. Agora segurem elas irmãs. – Ela deu uma risada maléfica. Duas monstras vieram pra cima de mim, agarrando meus braços. Então a que pegou o anel, veio e tocou minha cabeça, falando em uma língua que eu não entendia. – Pronto, está normal. Agora levem ela a Aldertree.

–Ei, como assim? Me larga – Comecei a me debater, e ela apenas riu.

– Eu disse que daria seus olhos de volta, não disse que ia deixar você ir embora. – Ela começou a rir então. Não acredito que cai nessa, elas não são confiáveis, e nunca serão.

–Aldertree? Este é o nome do Imogen. Dos caçadores de sombra. – Ela sorriu para mim, tocou a minha bochecha e eu senti sangue escorrer.

– Exato, estamos nos aliando agora querida. – Deu ênfase no “querida” – Agora levem-na.

Me arrastaram até uma sala que tinha ali perto. E lá estava o Imogen, sentado em um trono de caveiras, todo de preto. O homem, o homem do meu sonho. Não é Valentin, é o Imogen.

– E você ainda pensava que o seu maior perigo era Valentin e Sebastian? Pobre iludida. Ninguém vai sentir sua falta lá em cima. Vai ficar aqui, comigo. Será minha prisioneira. – Ele me olhava com um sorriso maníaco. Então me amarrou numa cadeira. Isso não vai ser fácil.

“14 dias depois”

2 semanas, e ninguém tinha sentido a minha falta. Eu estou parecendo uma maníaca. Amarrada em uma cadeira, imunda, cheia de cortes, e com os cabelos bagunçados. Meus cabelos perderam a cor, estão brancos, novamente.

Cada vez que eu falo com Aldertree, ele me dá uma facada, ou algo do tipo. Qual o plano do Imogen? Simples, há uns anos atrás, Aldetree estava namorando com uma garota, mas ela se apaixonou por Zeusa e largou ele. Então agora ele tá tentando afetar Zeus, me matando. Vingança. Eu não aguento mais, tô acabada. Meus braços e pernas estão cortados e sempre estão sangrando.

Aldertree entrou na sala com aquele sorriso maníaco que já fazia parte dele. Começou a me rodear, com uma adaga em mãos. Fez um corte em minhas costas, e eu senti o sangue escorrer. Gritei, a dor era imensa.

–Cale a boca, não permiti que você gritasse. – Ele aumentou seu tom de voz e isso fez eu me encolher na cadeira. Preciso fugir daqui, imediatamente. Ou me entregar a morte de uma vez por todas. Chega desse sofrimento, chega dessa dor. Chega.