– Ele é da casta 6

– Esse é o problema, Karina isso não é um problema

– O que?

– Eu não me importo que você seja amiga ou goste de um garoto da casta diferente da nossa...

– É mas meu pai se importa...

– Mas quem disse que ele precisa ficar sabendo? E outra você só vai agradecer pelo que o garoto fez

– É, nesse caso o nome dele é Ricardo

– Ricardo?

– Que foi? Você o conhece?

– Não, não deve ser o mesmo Ricardo. Eu vou dar um jeito de saber

– Tá, mãe. Boa noite - dou um beijo no bochecha dela e saio da cozinha

– Boa noite - ela responde
No dia seguinte acordo cedo, não para ir na escola que hoje não tem, mas sim porque eu já estou acostumada acorda cedo para ajudar minha mãe. Vou ao banheiro, tomo banho e faço tudo que tenho que fazer, coloco meu vestido bege, que é um pouco surrado, prendo meu cabelo num rabo de cavalo e por ultimo coloco minha sapatilha preta. Saio do quarto e já está todo mundo tô mando café.

– Bom dia! - falo me sentando na mesa

– Bom dia - eles responde

Tomo café e fico sentada na mesa esperando meu pai denominar nossas tarefas.

– João você vai ficar comigo na padaria servindo os clientes comigo, Bianca você vai ajudar sua mãe na cozinha, Jade hoje você vai entregar os pães e os bolos em domicílio e você vai...

– Preciso que a Karina vai ao mercado para mim - fala minha mãe

– Tá, então Karina você vai no mercado e compra o que sua mãe pedir

Todos sai da mesa para fazer suas tarefas, me levanto e começo ajudar Bianca nas coisa. Ela guarda os pães e as outras coisas e eu levo a louça para minha mãe. Chegando na cozinha, coloco as coisas em cima da pia.

– Descobriu alguma coisa? - pergunto baixo com medo que alguém escute

– Descobri, ele vai caçar todo dia entorno de 9horas - ela murmura, depois se abaixa e pega algo no armário - Já preparei tudo para você - ela me entrega uma cesta de madeira

– Obrigado, mãe - dou um beijo na bochecha dela

– Aqui toma a lista de compras - ela me estende a lista de compra, pego- vê se não demora muito seu pai pode acabar desconfiando. Saia pela porta dos fundos - ela abre aporta que tem no final da cozinha, saio

– Karina! - me viro - Toma cuidado

– Pode deixar

***********
Chegando perto da cabana, vejo Cobra com arco e flecha apontado para cima, olho para a onde ele está apontando e vejo que é para um pássaro. Ele não percebe a minha presença, ele só percebe quando piso num galho seco e na mesma hora ele a ponta o arco e flecha para mim, Cobra percebe que sou eu e abaixa.

– Você não deveria ter chegado assim, eu poderia ter te acertado - ele vem vindo na minha direção

– Eu queria fazer um surpresa - levanto a cesta para ele ver

– O que tem ai?

– Você aceita fazer um piquenique comigo? Para agradecer pelo o que você fez

– Claro

– Você acha que tem algum problema a gente fazer aqui? Alguém pode nós ver ou algo assim

– Não, mas eu acho que é melhor a gente fazer atras da cabana

– É - ele pega a bolsa e vamos até as ''costas'' da cabana

Atras da cabana, abro e tiro tudo que a dentro. Cobra pega um cupcake, ele da uma mordida.

– Uau! Nunca tinha comido isso, só via em vitrine

– Você só come o que caça?

– Não, eu também como frutas, verduras e as vezes sopa. A maioria das coisas que eu como vem desse bosque, eu não tenho oportunidade de comer essas coisas.

– Sempre acaba torando mais ou menos uns 8 pães e meu pai joga eles fora, se você quiser eu posso trazer para você os menos torados

– Você faria isso por mim?

– Faria

– Eu aceito, pode ser até os que estão torados. Sabe Karina, você é diferente das pessoas da sua casta, você tem um bom coração

– Nem todo mundo da minha casta é frio ou grosso, isso é mito da sua casta. Eu sei que eles inventaram o apelido intocável, mas isso é velho

– Isso pode ser velho, mas eu quando era pequena sofri muito na mãos de garotos da sua casta

– Eu sei, já vi uns garotos implicando com uns meninos da sua casta

– Vamos mudar de assunto. Você já fez algo ousado? Que desobedecesse alguma regar da sua casta - ele pergunta

– Que desobedecesse alguma regra... eu já fiz amizade com uma garota da casta 5

– Isso não é ousado, nem desobedecesse nada

– É... nada verdade eu já fiz algo

– Conta

– Ano passado quando eu fiz 15 anos, meu pai arranjou um noivo para mim. Eu até gostava dele, mas ele era apaixonado por outra garota, ele queria se casar com ela. Mas o pai dele não ia deixar ele romper o noivado comigo, só se eu fizesse alguma besteira e eu não queria me casar sem amor.

– E o que você fez?

– Espera tá apreçado - digo rindo - Na minha casta para mostra que a moça está noiva e merece respeito, mesmo que o rapaz já conheça o rosta dela, temos que usar um véu que cubra o rosto até o nariz. Não pode tirar o véu nem em publico, nem na frente do noivo. Estava todo mundo reunido na minha casa falando sobre o casamento, foi quando eu chamei a atenção de todos e puxei o véu, o pai dele ficou furioso e terminou o noivado na hora e eu fiquei conhecida pela vizinhança como a filha rebelde.

– Uau! Que rebelde!

– Não zoa não

– Eu não tô zoando

– Sei - olho para camisa dele e percebo que ela tem uns furadinhos - Olha se você quiser posso costurar a sua blusa?

– Você sabe costurar?

– Sei, sei costurar, lavar, passar e cozinhar. É tudo oque uma mulher precisa saber

– Minha mãe lava, passa e custura roupa para fora, mas ela não tem tempo de costurar a minha roupa.

– Então, deixa que eu faço isso

– Não Karina, isso é abusar da sua vontade

– Aceita vai

– Tá, obrigado

– Eu tenho que ir, pode ficar com tudo...

– O que? Karina eu não posso aceitar isso

– Pode sim

– Eu já disse que você tem um coração de ouro?

– Já - respondo brincando - Tchau

– Tchau, deixa eu te levar até a ponte

Saímos de traís da cabana, quando Cobra ver algo e para, me joga no chão, fica em cima de mim

– Shh

– Que foi? - murmuro, quando olho para o lado e vejo.