Três. escrita por jubssanz


Capítulo 9
9. Nem tão herói.


Notas iniciais do capítulo

REPOSTANDO porque precisei incluir uma coisa. POR FAVOR, LEIAM AS NOTAS FINAIS.
Boa leitura!



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Antes mesmo de abrir a porta do apartamento, ouvi papai gritando. Me doía ter deixado Lucy sozinha lá embaixo, mas acho que a situação estava pior lá em cima. Não sabia o quando daquilo minha irmã havia suportado, mas sabia que ela não aguentaria mais nada daquilo. Nada. Dei meia volta e corri para as escadas. Não queria pegar o elevador e ficar parada, precisava sentir que estava fazendo alguma coisa. Tirei meu aparelho celular do bolso e procurei o número de Rebecca.

Alô – a voz de Louis me respondeu. Mas não era Louis. A voz estava entediada demais.

— Olá, Miles, a Rebecca está? – questionei. Me surpreendi ao ver o quão nervosa minha voz soava.

— Na verdade não. – Miles me respondeu, e parecia... curioso. – Você está bem, Aurora? Não que eu me importe, é claro.

— Estou com um problema e precisava da ajuda de Rebecca – suspirei.

Entendo. Bom, não que eu goste de você ou queira realmente te ajudar, mas você parece bem nervosa e meus pais me deram educação. Há algo que eu possa fazer por você?

— Você se importaria de cuidar de minha irmã caçula por algum tempinho? É bem rápido, ela tem 7 anos, não vai lhe incomodar. Por favor!

Só se ela não for irritante como você...

— Miles!

Tudo bem. Traga-me a garota.

— Obrigada, Miles! Até mais, já vou leva-la aí.

E assim desliguei, sorrindo. Já estava no último lance de escadas, por isso pulei os últimos degraus e sai do prédio ao encontro de Lucy. Quem diria, não é mesmo? Miles de babá. Quem diria.

— Oi, meu amor! – murmurei, chegando perto de Lucy. Seus olhos ainda estavam vermelhos. – Venha, vamos dar um passeio!

— Onde nós vamos? – Lucy se animou no mesmo instante. Crianças...

— Vou levar você para conhecer um amigo meu. – amigo. Claro. Amigo. – Seu nome é Miles.

— Ele é legal? – minha irmã questionou, entusiasmada. Ela adorava conhecer meus amigos.

— Oh, claro. É muito legal. – menti, segurando a vontade de rir. Eu deixaria Lucy com Miles e voltaria correndo para casa, para ver o que estava acontecendo com meus pais. Eu e Lucy fomos o caminho inteiro – uns dez minutos de caminhada – conversando sobre A Pequena Sereia. Crianças!

Naquele momento, vendo minha irmã tão indefesa e inocente, me perguntei como é que aquele anjinho poderia se transformar em uma praga de forma tão rápida e eficiente? Ri com esse pensamento e suspirei de alívio ao ver que tínhamos chegado à casa de Rebecca. Miles estava sentado no degrau da porta de entrada e parecia... animado. Juro que olhei duas vezes para me certificar de que não era Travis ou Louis.

Ele se levantou, sorrindo – porra! – e Lucy quase vibrava a meu lado. Não sabia que era assim tão emocionante conhecer os amigos da irmã. E olhe que naquele caso, nem mesmo era um amigo.

— Olá! – Miles exclamou, olhando só e somente para Lucy. – Eu sou o tio Miles. E você é a... ?

Tio Miles? Cara!

— Eu sou a Lucy – ela murmurou, tímida, e corou. Miles estendeu a mão para ela e ela fez o mesmo, afastando-se de mim. Pude perceber que Miles segurou firmemente a mão de Lucy, prostrando-se ao lado dela. Minha irmã sorria de orelha a orelha.

— Tudo bem, você já pode ir, Aurora. – ele disse, sem me olhar.

Olhei de esguelha para Lucy, esperando sua reação. Ela provavelmente iria protestar. Não iria querer ficar ali com Miles se eu não estivesse junto e... Traidora! Lucy sorria, e me abanava a mãozinha.

— Tchau, Rora – ela murmurou.

O que eu poderia fazer além de virar as costas e sair andando?

— Daqui a pouco venho te buscar. Comporte-se e não dê trabalho ao tio Miles – recomendei a minha irmã, dando uma ênfase um tanto quanto irônica no novo apelido de Miles. – Amo você, Lucy. – atirei um beijo a ela e saí andando. Assim que virei à esquina, corri. Queria mais do que nunca chegar em casa.

Somente quando estava chegando em meu prédio foi que percebi o que havia feito. Gelei. Como se já não bastasse ter arriscado a mim mesma me confiando a Josh, eu havia acabado de colocar a vida de uma criança de sete anos em risco, confiando-a a um completo estranho que adorava deixar clara sua antipatia por mim. Merda, Aurora!

Peguei meu celular novamente, respirei fundo e procurei o número de Louis.

Oi – ele atendeu. Pude... ouvir seu sorriso. No instante em que abri a boca para responder, ouvi um grito de criança. Lucy. Meu coração acelerou.

— O que está acontecendo, Louis? – questionei, quase gritando.

Nós estamos brincando de pega-pega, e, na verdade, você está nos atrapalhando, meu amor. – foi aí que ouvi a risada estridente de Lucy. E a voz de Miles ao fundo. “Não a deixe escapar, Travis!” ele gritava. “Ela é muito rápida, seu idiota!”, era a resposta de Travis. Não pude deixar de rir.

O que está acontecendo, Aurora? – Louis questionou e eu notei o tom de preocupação em sua voz. Aquilo me confortou. Saber que ele não estava só curioso, estava preocupado.

— Estou com problemas. Depois eu explico. – respondi, simplesmente. Ouvi Lucy berrando “te peguei!”, e em seguida, várias risadas. Eu não saberia dizer de quem. – Cuide bem da minha pequena, Louis.

E desliguei o celular, parando em frente a meu apartamento. Não, a gritaria não havia cessado. Respirei fundo e abri a porta.

— O que é que está acontecendo aqui? – gritei, antes mesmo de ver o que acontecia. Minha mãe estava em pé, encostada na porta que passava da sala para corredor dos quartos, e meu pai estava no sofá, com uma mala aberta no chão e uma pilha de roupas ao lado dela.

— Olá, meu bem – minha mãe respondeu, secando as lágrimas. Me partiu o coração vê-la daquela maneira. Sorri para ela, tentando confortá-la.

— Onde você está indo, pai? – questionei.

— Vou voltar para Salem, filha. – ele respondeu, me olhando. Pude notar o esforço que ele fazia para não me encarar.

— Nós vamos voltar, certo? – indaguei, de braços cruzados.

— Não, Aurora. Eu vou. A vida de vocês é aqui, a minha é lá.

— Não, pai. – retruquei. Minha mãe saiu da sala. – Nossa vida é onde todos nós estivermos. Somos uma família, pai.

— A família um dia acaba, Aurora. Você não é Lucy, você é capaz de entender isso.

— Mas... Você e mamãe. Vocês se amam! – acusei, sentindo as lágrimas rolarem por meu rosto.

— O amor também acaba, filha. Eu e sua mãe somos casados há muito tempo, você sabe. A relação ficou desgastante, virou rotina. Nós só estávamos juntos porque amamos você e Lucy.

— Oh, certo. E agora, não nos ama mais, então vai nos abandonar?

— Eu sempre vou amar vocês. E não vou abandoná-las. Eu e sua mãe não suportamos mais viver juntos. É simples – ele respondeu e se levantou, fechando a mala. Aquele homem, meu pai, que eu sempre considerara um herói, mesmo com todas as implicâncias, estava me deixando. Deixando minha mãe, minha irmã. Deixando nossa família. Estava desistindo de nós. Eu só conseguia sentir raiva.

— Sabe, pai, você sempre foi meu herói. Mas hoje, agora, te vejo apenas como um covarde. – as palavras saíram de minha boca antes que eu pudesse me conter. Meu pai me olhou tristemente, se dirigindo para a janela.

— Meu táxi chegou – ele respondeu, simplesmente. – Espero que um dia vá me visitar, Aurora – ele sorriu.

— Você não vai nem perguntar onde Lucy está? Como Lucy está? Como eu estou? Você não se importa conosco? Não se importa com mamãe? Não lhe importa o que eu penso de tudo isso? – acusei, soluçando.

— Cuide bem delas, Aurora. Amo você – meu pai murmurou, saindo pela porta. Eu sabia que não o veria mais entrando por ali. Dali em diante, quem me pediria a salada durante o jantar?


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Notas finais do capítulo

Gente, seguinte. Eu e Louis não sabíamos que dizer que ele é parecido com o Niall Horan nos traria tantos questionamentos. Me perguntaram (perguntaram aqui e umas amigas e conhecidas que leem isso tb perguntaram) algumas coisas que estão me enlouquecendo. Vamos lá:
1. "Porque o Louis se chama Louis se ele é o Niall?" Gente!!!!! Ele NÃO É o Niall! Hahaha. Ele é o Louis. Ele é um garoto comum, parecido com o Niall, pelo fato de ser loiro, de ter olhos azuis e etc, mas o Nini nada tem a ver com a história. O Louis não é o Niall antes da fama, e o Louis, o Travis, o Miles, o Josh e o Mark não vão formar a One Direction, gente.
2. "O Travis e o Miles também parecem o Niall?" Migas. Eles são trigêmeos, logo, sim. Eles são idênticos. Se eles têm alguma diferença? Óbvio. A maioria é na personalidade. Mas também existem diferenças na aparência, sim, como a Aurora já nos contou. Não vêem como ela fala que os olhos de Miles são opacos, e o sorriso de Travis é até engraçado, mas não é encantador como o do Louis?
Isso tá me chateando, porque a intenção não era confundir ninguém. Se vocês quiserem, eu vou dizer pra Aurora descrever os guris mais uma vez, pra tirar qualquer dúvida. E o Louis tá perguntando se vocês preferem que ele mude o nome pra Glauberson. ( ) Sim ou ( ) Não
Bom, falando sério, espero ter esclarecido. Beijos!



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