Três. escrita por jubssanz


Capítulo 7
7. Três?!


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Seguinte, uma linda leitora que eu não me lembro o nome agora me fez perceber que eu cometi um erro muito óbvio. Pra quem não conhece, não tem problema, mas, pra quem conhece, deve estar realmente confuso. Eu disse que o personagem (que no caso, são três, o Louis, o Miles e o Travis, trigêmeos) têm a aparência do Niall Horan, da One Direction. Certo. Porém, na banda, há um integrante chamado Louis, e isso está ficando confuso, desculpem por isso. Mas, vou dar um jeito, nem que seja inventando um apelido, pra corrigir isso. Beijos e boa leitura!



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Eu sinceramente não queria ir para casa, mas não queria tomar mais do tempo de Rebecca, não iria de jeito nenhum voltar para a casa de Claire e não arriscaria ficar pela festa e dar de cara com ela, Josh ou Louis. Digo, Miles. Por isso, pedi o endereço da casa a Rebecca e liguei para minha mãe, pedindo que fosse me buscar. Rebecca e eu descemos sorrateiramente e mais uma vez saímos pela porta dos fundos. Olhei rapidamente para a cozinha ao passar e vi que Louis... Droga, Miles. Miles estava lá. Apertei o passo sem nem mesmo saber o por quê.

Decidimos esperar por minha mãe na esquina. Vacilei ao ver o carro de Josh parado em frente a casa. Respirei fundo e ignorei, afinal, tinha certeza absoluta de que ainda o encararia várias vezes.

Apenas quando entrei no carro e minha mãe me olhou assustada, foi que percebi que havia chorado, minha maquiagem deveria estar toda borrada e minha cara deveria estar terrível.

— Mas que diabos... – minha mãe começou.

— Em casa conversamos, mamãe. – murmurei, olhando para Lucy que prestava atenção a cena.

Permanecemos em silêncio até chegarmos ao prédio. Assim que entramos em casa, minha mãe foi logo levando Lucy para cama e em seguida dirigiu-se para meu quarto. A segui. Devo confessar que estava com medo.

— O que aconteceu, Aurora? – dona Sophie questionou, apoiando-se em minha escrivaninha e apoiando as mãos no quadril.

— Longa história. – murmurei, tirando a roupa. – Primeiro, eu conheci o irmão da Claire ontem, ele foi ao shopping conosco. Ele me beijou. Sim, eu deixei, e não me olhe com essa cara. Você também deixaria.

— Mas minha filha, você mal o conhecia! – ela me repreendeu.

— Sim, mãe, eu sei. Estou suficientemente arrependida, não preciso de um sermão. Enfim. Hoje, na festa, ele tentou... – não consegui terminar. Sentia-me tola. Envergonhada.

— Meu Deus, Aurora! – ela exclamou, chegando perto de mim e examinando todo meu corpo, já despido. – Ele te tocou, filha?

— Não, mãe, fique calma. Não aconteceu nada. Eu fugi dele e passei o resto do tempo com Rebecca.

— Rebecca é a loirinha que estava com você? – ela questionou e eu assenti. – Bom, e você pretende contar a sua amiga Claire que o irmão dela é um idiota?

— Na verdade, mãe... - sinceramente? Aquilo era o que mais estava me machucando. – A Claire viu. Ela sabe. E ela... Bem, ela debochou de mim.

— Oh, meu amor, eu lamento tanto! Mas que isso sirva de lição, Aurora. Não se pode confiar nas pessoas assim, tão de repente. E espero que saiba, nem pense em trazer essa garota aqui novamente, e muito menos tente se encontrar com ela. Amizade encerrada. Agora vá dormir, antes que Lucy acorde.

Minha mãe me deu um beijo na testa e saiu do quarto, me desejando boa noite. Eu sabia que não conseguiria dormir, então fui para o banheiro. Liguei o chuveiro e sentei-me no box, sentindo a água escorrer. Eu sabia que minha mãe havia ficado brava, mas acho que a preocupação de mãe era maior.

Mudei o rumo dos pensamentos, afinal, algumas coisas me preocupavam mais. Comecei a listar mentalmente o que havia acontecido naquela noite. O período escolar nem havia começado e eu já era a piada da Canby High School, muito provavelmente. Ótimo. Minha primeira amiga ali, Claire, havia se tornado minha inimiga. Na verdade, não havia não. Inimigas acabam tendo nossa atenção, e Claire não merecia nem aquilo. Josh era um idiota e eu queria poder apagar da minha mente que aquilo havia acontecido. E, bem... De todos os males, o menos pior. Eu poderia contar para todo mundo que Josh beija mal. Rebecca sim, havia se mostrado ser uma amiga de verdade. Eu só esperava não me decepcionar com ela também. E Louis... Bem. Louis não Louis, era Miles! Meu Deus, que confusão eu fiz. Será que eu era mesmo louca? Será que... Miles havia acertado o palpite sobre mim mesmo sem me conhecer? Droga!

— Rora, acorda – ouvi Lucy chamar. Abri os olhos e automaticamente enfiei a cabeça embaixo do travesseiro. Que merda de luz solar me incomodando!

— Que horas são? – questionei.

— Duas da tarde. – Lucy me respondeu, subindo em minha cama. Levantei o cobertor para que ela se acomodasse e passei meus braços em volta dela. – Eu quero assistir A Pequena Sereia.

— Assista, ué – respondi, sonolenta.

— Mas eu quero assistir com você.

— Faça-me o favor, Lucy. Não tenho mais idade para essas babaquices. – respondi e no mesmo instante me senti mal por ter sido rude.

—Aurora, porque o papai não vai voltar pra casa? – Lucy me perguntou, de repente, depois de alguns minutos em silêncio.

— Como é que é? – questionei, finalmente desperta.

— Eu ouvi a mamãe no telefone com ele ontem. Estavam brigando. Mamãe disse que se ele queria dessa forma, que era melhor nem voltar para casa. E desligou o telefone. E depois a mamãe chorou, Aurora.

Permaneci alguns minutos em silêncio, absorvendo a informação. Será que... ? Não. Não. Nada demais. Devia ser só uma briguinha boba.

— Vem, Lucy, vamos assistir A Pequena Sereia. – murmurei, pegando minha irmã no colo e me dirigindo para a sala.

Eu, minha mãe e minha irmã passamos o resto do dia deitadas no sofá assistindo filmes infantis. Nem eu nem Lucy ousamos tocar na palavra “pai”. No final do dia, eu já estava quase vomitando um... Cavalo – qual é, Aurora! – de tanto nervosismo.

Relaxe, Aurora. É só uma escola nova. Só isso. Só isso.

Fui dormir com esse pensamento, e, pra ser sincera, estava pensando em amarrar meus pés e mãos nas patas da cama, assim minha mãe não poderia me arrastar para fora dela no dia seguinte.

Oh, meu Deus.

— Ô mãe – gritei, abrindo o guarda-roupa. – Não tenho roupa!

— Aurora, pelo amor de Deus! Você vai para a escola! Não vai casar nem desfilar!

— E se o Alessandro Lombardo for meu professor?

— Minha filha, meu amor – mamãe gritou, rindo. – Sabe lá? Pois é, meu bem, vai tomar lá! E ande logo, não quero sair de casa correndo porque vossa senhoria está atrasada.

Tentei enrolar a mesa do café, mas desci praticamente obrigada por minha mãe, provocando altas risadas de Lucy. Já no carro, afivelei o cinto e o segurei com as duas mãos, tentando também, demorar.

— Aurora, qual seu problema? – minha mãe questionou, rindo, quando estacionou em frente à escola e teve que ela mesma soltar meu cinto.

— Mãe, não tô bem sentindo bem, acho melhor eu faltar hoje e...

— VAI! – minha mãe me interrompeu, me empurrando – juro! – para fora do carro. Ótimo. Arrumei minha mochila e segui caminhando.

Segui o fluxo, como dizem por aí. Vi que todos paravam em frente a um painel, e deduzi que deveria fazer o mesmo. Quando parei em frente ao tal painel, senti uma mão em minhas costas. Virei-me lentamente para dar de cara com Rebecca. Alívio!

— Nem perca seu tempo lendo, já fiz isso - ela me disse. – Aí contém os números das turmas e quais alunos serão de cada uma.

Assenti.

— E qual é a minha turma? – questionei.

— A melhor de todas! – ela exclamou, rindo.

— Ah, a melhor? E porque seria a melhor?

— Porque estou nela! - ela praticamente gritou e eu ri, feliz. Como eu já havia dito seria bom ter Becky como colega. E bom, como amiga.

Demoramos um tempinho até acharmos a sala, e felizmente descobri que Claire não seria da minha turma. Ótimo! O dia estava indo muito bem. Sabem, bem até demais.

Eu e Rebecca escolhemos um lugar no centro da sala, e sobraram duas cadeiras vazias em nossa frente.

O professor chegou rapidamente e se apresentou – Mrs. Sanders, professor de história. Ele era baixinho e careca. Ótimo, começar o ano letivo com um careca que leciona história... Uau!

Quando Mrs. Sanders ia começar alguma explicação, ouvimos uma batida na porta. Em seguida, ela foi aberta e... Oh, não!

— Com licença, senhor – Miles resmungou, entrando na sala. Mais uma vez, ele estava diferente. – Desculpe o atraso, ficamos perdidos. – Ficamos perdidos? Caramba. O garoto mal chega e já arranja companhia para se perder dentro da escola no primeiro dia de aula. Tá legal.

— Tudo bem. – o professor disse, assentindo. – Entrem, garotos!

Miles entrou na sala, segurando a porta para o amigo e... PUTA QUE PARIU!

Eu estou ficando louca. Acho que dei um pulo na cadeira, porque Rebecca, o professor e meus demais colegas – incluindo Miles e... O outro – me encararam. O professor revirou os olhos e eu corei. Miles me encarou, sorrindo de uma forma... Maliciosa? Oh, meu Deus. Eu só conseguia encarar o outro. Eu fiquei tão atônita observando os dois garotos que não percebi o óbvio.

— Sentem-se, rapazes – o professor mandou, apontando para as duas cadeiras vagas, que ficavam em minha frente. Ótimo. Eu disse que tudo estava indo bem demais, não disse?

Miles e o acompanhante se sentaram, virando-se imediatamente para trás.

— Oi, Becky – Miles murmurou e se virou para mim. – Oi, gostosa!

— Travis! Não fale assim com Aurora! – o outro garoto murmurou. Aurora? Travis? Mas não era Louis? Espera, não era Miles? E como ele sabia meu nome?

— Vocês se conhecem? – Rebecca perguntou, arqueando a sobrancelha para me encarar.

— Sim! – o garoto exclamou.

— Não! – eu neguei. – Ou conheço. Eu não sei!

— Aurora, a poeira daquela calçada te afetou? – o garoto questionou, rindo. Espera... Poeira da calçada? Calçada? Louis. Louis!

— Louis! – eu exclamei. – Você é Louis!

— Sim, eu sou Louis! – ele riu, me olhando de forma desconfiada. – Quem você achou que eu fosse?

— Miles. – eu respondi, timidamente. – Ou Travis, vá saber.

— Eu não, meu amor – Travis comentou, passando a mão pelo cabelo. – Eu sou inconfundível, gostosa.

— Cale a boca, Travis – eu, Becky e Louis murmuramos juntos. O garoto fechou a cara e virou-se para frente.

— Alguém me explique o que está acontecendo, por favor – Rebecca pediu.

— Lembra que eu te disse, ainda na praia, que havia conhecido uma garota muito bonita em uma situação muito estranha? – Louis perguntou a Becky.

— Sim, me lembro.

— Pois bem. Eu conheci esta moça – ele explicou, apontando para mim. – e ela estava deitada na calçada, com a cara no chão.

— Eu havia tropeçado, idiota! – reclamei, rindo.

— Porque é que eu não me surpreendo? – Rebecca comentou, sorrindo de forma irônica para mim.

— Eu só não entendo em que momento você foi me confundir com meus irmãos, Aurora. – ele comentou, parecendo confuso. – Aliás, eu nem sabia que você os conhecia.

— Na verdade, nem eu sabia – expliquei. – Naquele mesmo dia, te vi saindo do mercado. Fui te pedir desculpas por ter sido grossa mais cedo. Você me chamou de louca e disse que nunca havia me visto. Você era Miles. Depois, entrei no mercado, procurando por minha mãe, e passei por você novamente. Você me chamou de gostosa...

— Era Travis – Rebecca e Louis responderam juntos, me interrompendo. Nós três rimos, alto demais.

— Gostariam de compartilhar conosco o motivo de tanta risada? – o professor Sanders questionou, chamando a atenção de toda turma e me fazendo corar.

— Não, senhor. – Louis respondeu. – Desculpe.

Ele se virou para frente, piscando para nós, e Rebecca me olhou com cara de “me aguarde”. Eu ri, assustada.

Como eu era idiota! Como eu não havia percebido aquilo? Trigêmeos... Quem diria! Em que buraco fui me meter, não é mesmo?

Eu reparei que Louis – agora sim, Louis, o certo! – escrevia algo em um papel e estranhei, pois o professor não havia nos mandado anotar nada. Alguns segundos depois, Louis me passou um bilhetinho por baixo da mesa. Esforcei-me para conter o riso e abri o bilhete.

Não acredito que você tenha me confundido com eles =(“, era o que dizia. Quando levantei os olhos, Louis me encarava. E naquele momento, tive certeza de uma coisa. Eu não o havia confundido, não de verdade. No fundo, eu sempre soube que não era ele. Só aquele e apenas aquele par de olhos azuis tinha aquele brilho que me encantava. O olhar de Miles era frio, o de Travis era engraçado. Mas só o olhar de Louis era... de Louis.


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