Três. escrita por jubssanz


Capítulo 6
6. Miles!


Notas iniciais do capítulo

Ainda acho que não tenho leitoras, mas, como de costume, ta ai. haha



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— Vamos entrar – Josh sussurrou em meu ouvido, parando atrás de mim e posicionando sua mão em minha cintura. Naquele momento, quis fugir dele.

— Vamos – murmurei, caminhando rápido, na intenção de criar distância entre nós. Quando mais perto chegávamos da porta, mais eu torcia para que Louis não se lembrasse de mim. Encarei o chão enquanto subíamos os degraus de entrada, ainda sentindo a mão de Josh apoiada em minha cintura.

— Ei, você deve ser o dono da casa! – Josh exclamou, e eu deduzi que ele falava com Louis. Eu não sabia se naquele momento ele era o simpático, o chato ou o tarado, então decidi ignorá-lo. Josh me soltou para poder apertar a mão de Louis, e eu aproveitei a oportunidade para sair correndo.

Assim que coloquei os pés naquela sala, desejei estar em casa. Embaixo da cama, como sempre. Havia várias pessoas. Se beijando. Se roçando. Se apalpando. Garotos com as mãos por baixo de saias alheias, garotas com as mãos por dentro de calças alheias. Sentia-me enojada. Baixei os olhos, na intenção de não ver mais aquilo, e me arrependi no mesmo instante. No chão, a centímetros do meu pé, havia uma embalagem de camisinha. Vazia.

Segurei a vontade de gritar e corri desembestada para a primeira porta que achei, deduzindo que seria a cozinha. Fiz uma prece mental para que ninguém estivesse fazendo algum jogo do tipo “troque suas peças de roupas por um copo de bebida!”. Olhei ao redor e parecia estar tudo em ordem na cozinha, graças aos céus. Encostei-me no balcão, procurando alguma maneira de fugir dali. Percebi que várias pessoas iam e vinham, todas abriam a geladeira e pegavam alguma bebida, então não me importei em fazer o mesmo. Me agachei para pegar uma garrafa de cerveja na última prateleira da geladeira, e quando me levantei, senti alguém parar atrás de mim.

— Que bom que te achei, gostosa. – Josh murmurou, beijando meu pescoço. Ele fedia a álcool. Senti-me enojada no mesmo instante.

— Oi. – murmurei, tentando me desvencilhar do “abraço.”

— Vem, quero te mostrar uma coisa – ele disse, me puxando pela mão e me levando de volta para a sala. Depois de dar uma olhada ao redor, Josh continuou me puxando, seguindo em direção a escada.

Chegamos em um corredor com muitas portas, e eu ouvi a voz de Claire, vinda de algum canto. Em seguida, a risada de Mark. Eu também podia ouvir outros barulhos nojentos, que algumas pessoas gostam de classificar como “gemidos”.

— O que você está procurando, Josh? – questionei, ainda tentando me soltar. Quando mais me mexia, mais Josh afirmava sua mão em minha cintura.

— Um quarto vazio. – ele respondeu, sem nem me olhar.

— O QUE? – gritei, sem me conter. – Não se canse, Josh. Não vou para um quarto vazio com você.

— Pare de reclamar um pouquinho, Aurora. – ele resmungou. – Apenas colabore. Você já me enrolou ontem, não fará isso de novo.

— Ei! – ralhei, fazendo força e empurrando Josh. – Pode desistir, Josh.

— Ontem você não parecia tão relutante assim enquanto me agarrava no cinema – ele debochou.

— Como é que é? – gritei, alterada. – Você me beijou a força, seu ridículo! – menti. Eu tinha contribuído, é claro, mas me arrependia. Conforme falava, eu me afastava de Josh a passos largos. Tentava achar a escada pelo canto do olho, pois não queria desviar minha atenção daquele idiota. – E aliás, foi o pior beijo da minha vida.

— Você vai engolir suas palavras, Aurora – ele gritou, mais uma vez encurtando a distância entre nós e me segurando com força pelos punhos.

— ME SOLTE! – berrei, tentando acertá-lo com cabeçadas, cotoveladas, joelhadas e chutes, mas de nada adiantava. Josh apenas ria, me olhando com cara de bêbado.

— Que merda está acontecendo aqui? – a voz de Claire ecoou no corredor, e eu respirei aliviada. Porém, meu alivio passou assim que ouvi Claire rindo. – Ah, entendi.

— Do que você está rindo? – questionei, sentindo meus olhos arderem.

— Da sua atitude ridícula – ela exclamou. – Não sabia que você era fresca assim.

— Mana, da próxima vez, vê se me arruma uma mais fácil – Josh disse, rindo, e só nesse momento eu percebi que todas as outras pessoas no corredor haviam parado o que estavam fazendo para olhar a cena. Percebi isso porque todas riam de mim. Não consegui segurar, as lágrimas rolavam livremente por meu rosto. Sentia-me humilhada e traída.

— Claire, Josh... Isso não tem graça – Mark murmurou, censurando os dois com o olhar. Senti-me agradecida.

— Realmente, isso não tem graça. Vamos fazer algo engraçado então – Claire murmurou, apenas para que eu ouvisse. Ela sorria ironicamente e balançava a garrafa de bebida na mão. – Aurora, conte-nos, – ela disse, aumentando o tom de voz e virando-se para o restante das pessoas que ali estavam. – você está usando um tampão?

Foi a gota d’água. Sai correndo em direção a escada, sem olhar para trás, ouvindo todos gargalharem. De mim. Graças a minha amiga. Desci a escada correndo e passei pela sala também correndo, sem nem mesmo saber para onde iria. Apenas não queria ver mais nada daquilo nem aguentar nenhuma daquelas pessoas. Quando finalmente passei pela porta de entrada, escorei-me na parede, fechando os olhos, sem me importar se havia mais alguém ali. Eu precisava pensar. Não fiquei cinco minutos sozinha e senti uma mão em meu braço. Virei me violentamente, provavelmente empurrando a pessoa para longe, sem querer sentir o toque de nenhum nojento daquele lugar.

— Aurora, se acalme. Não vou lhe fazer mal. – uma voz conhecida disse, e eu me obriguei a abrir os olhos. Era Becky. A garota passou a mão por minhas bochechas, secando minhas lágrimas, e me abraçou. Joguei meus braços em cima dela e deixei o choro cair livremente, ouvindo as palavras que Becky usava para me confortar.

— Desculpe – murmurei, me afastando dela depois de alguns minutos. Apoiei minhas mãos em seus ombros e a encarei. Rebecca também tinha os olhos marejados. – O que foi? – questionei.

— Você... você quer conversar, Aurora?

— Claro.

— Vamos para um lugar vazio então – ela murmurou, secando os olhos e se dirigindo para a casa. Estremeci ao ouvir “lugar vazio”.

— Ei, Becky, não quero voltar pra lá – murmurei, envergonhada.

— Não se preocupe, Aurora. Essa é minha casa. Vamos para o meu quarto. – ela me respondeu, sorrindo.

— Sua casa? – questionei, arqueando a sobrancelha. – Você é quem está dando essa festa?

— Na verdade, meu primo. Ele veio morar conosco. – seu... seu primo? Pisquei. Josh havia cumprimentado Louis como anfitrião. Louis era primo de Rebecca? Mas é obvio! Conheci Louis na praia, Rebecca me viu na praia. Oh! – Porque essa cara, Aurora? Você o conhece?

— Oh, não, é claro que não. – menti. – Só estava assimilando as coisas.

— Entendo. Bem, vamos, então? – senti meu corpo se retesar automaticamente, e Becky também percebeu. – Podemos ir pelos fundos. Ninguém vai nos ver. – ela murmurou, pegando minha mão.

— Escute, Becky, eu gostaria de te pedir desculpas por ter mentido. Só agora percebo o quanto fui idiota. – eu disse, enquanto me sentava na cama de Rebecca.

— Não tem problema, Aurora. Eu não fiquei brava por você ter mentido. Eu fiquei brava por... por ver com quem você estava. Mas tudo bem, você não tinha como saber.

— Do que você está falando? – questionei. Com quem eu estava. Com quem eu estava? Josh! Eu estava com Josh! Lembrei-me das palavras dele ao me ver conversando com Becky, “Você deve escolher melhor as pessoas com as quais vai se relacionar aqui, ou vai acabar pintada como idiota.”. – Você conhece Josh?

Rebecca riu amargamente, sentando-se também.

— Melhor do que você imagina. Josh é meu ex namorado, Aurora. – a garota me disse e eu senti minha boca se abrir em forma de ‘O’, deixando clara minha surpresa. – Eu sei. Não combinamos, não é? Não sei onde estava com a cabeça.

— Exatamente! – exclamei, sem conseguir me conter. – Também não sei onde estava com a cabeça. Ele é um idiota. E eu fui mais ainda.

— Não se culpe. – ela comentou, dando de ombros. – As garotas geralmente não resistem ao Josh. Falo por experiência própria.

Ela riu e eu fiz o mesmo. Era fácil se sentir bem com Rebecca.

— O que ele fez com você, Becky? – questionei.

— O mesmo que ele fez com você. Sim, eu vi. – ela completou, provavelmente vendo minha expressão.

— Eu... Eu sinto muito. – murmurei.

— Não sinta! Me fez muito bem. A atitude de Josh me fez perceber que eu sou uma garota maravilhosa e não preciso estar escondida atrás de um cara gato para me sentir como tal. Eu sou.

No instante em que Rebecca terminou de falar, uma porta que havia à direta da cama – que eu deduzi ser a porta do banheiro - se abriu. Arquejei. Um garoto de toalha na cintura acabara de sair de lá. Um garoto conhecido.

— Miles! – Rebecca gritou, rindo. Miles? Miles? Como assim? Espera! Miles... Louis? Será que eu confundi? Ouvi errado? Não. Aquele não era Louis. Onde estavam os olhos azuis brilhantes? Aqueles olhos eram muito opacos. E o sorriso simpático? Aquele sorriso definitivamente não era simpático!

— Sabe, Rebecca – o garoto comentou, de forma seca, dirigindo-se para a porta do quarto. – às vezes, eu te odeio. E quando digo às vezes, quero dizer... Sempre. – e saiu, batendo a porta.

— Desculpe por isso Aurora – Rebecca disse, rindo. – Esse é meu primo, Miles. Como pôde perceber, ele é meio estressado.

Eu apenas assenti, atônita.

Mas que diabos...?!


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Notas finais do capítulo

Se alguém ler, por favor... comente! Espero que gostem, beijos!



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