Três. escrita por jubssanz


Capítulo 54
54. Sim!


Notas iniciais do capítulo

oi, gurias! to tão ansiosa pelo fim da fic que estou aqui novamente hahahahahahha
boa leitura, espero que gostem
(pov Aurora, tudo normal)



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— Tem certeza de que não vai ficar para o jantar, papai? – indaguei, talvez pela terceira vez. Meu pai, como sempre, sorriu com os olhos.

— Não, querida. – ele respondeu, tocando meu ombro. – Estou muito feliz por ter me acertado com você, mas... Não quero forçar a barra. Te obrigar a ser gentil comigo quando sei que você está tendo que enfrentar muitas coisas por minha causa. Mas eu agradeço pelo convite, significa muito para mim.

Eu sorri, feliz. Era bom saber que meu pai sentia-se daquela forma.

— O que foi? – perguntei, curiosa, vendo que meu pai parecia desconfortável com alguma coisa.

— Será que... qualquer dia desses, você não iria comigo até meu apartamento? Eu queria muito que você conhecesse... Seu irmão. – ele murmurou, coçando a cabeça. Eu arqueei a sobrancelha, pega de surpresa. – Você sabe, não precisa conhecer... Ela.

— Olhe, pai... O que você acabou de dizer sobre não querer forçar a barra? – questionei, séria.

— Desculpe, Aurora, eu não quis...

— É claro que eu vou, pai! – o interrompi, rindo. – Eu adoraria conhece-lo.

Marise e Rebecca haviam feito um grande esforço para me convencer de que a criaturinha era inocente naquela história toda, e eu não ignoraria esse fato.

— Eu sabia que poderia contar com você! – meu pai exclamou, visivelmente feliz, me abraçando. Apertei-o com todas as minhas forças, esquecendo de todas as minhas mágoas por alguns segundos. – Bom, eu preciso ir. Não vou tomar mais do seu tempo.

— Volte mais vezes, pai – pedi.

— Voltarei. E ah, já ia me esquecendo! Convide o Trevor para sair conosco. Quero leva-lo a algum jogo de basquete. Ele parece ser um bom rapaz, e além disso, quero saber com quem minha filha está dormindo.

— PAI! – ralhei, rindo. – Eu não estou dormindo com nenhum Trevor!

— Aurora, não me faça de bobo – ele riu. – Conheço bem os jovens de hoje em dia e...

— O nome dele é Travis. – murmurei simplesmente, com um sorriso vitorioso.

— Oh, claro, Travis. Isso mesmo – ele me encarou, ficando sério de repente. – Então você está mesmo dormindo com esse tal de Travis? Aurora! Você é só uma criança!

— Tchau, pai! – exclamei, rindo, empurrando-o em direção a seu carro.

Fiquei encarando o veículo por alguns segundos, feliz. Sentia-me completa. Me permiti ignorar o fato de que dona Sophie não se agradaria daquilo, afinal, ele era meu pai. Também era parte de mim. E por mais que eu detestasse admitir, eu precisava ser realista. O fato de meu pai ter sido simpático com Travis e querer convidá-lo para sair era algo inédito. Meu pai sempre fora – exageradamente – conservador. Algo o estava mudando. Algo, ou alguém.

Atravessei o gramado correndo e entrei rapidamente em casa, nem acreditando no dia que eu tivera. Quantas informações novas, quantas coisas para pensar. E pensar que há menos de 24 horas eu havia descoberto que minha melhor amiga estava grávida de quase quatro meses. (n/a: vocês vão pensar: NOSSAAAAA mas a Becky tá com quase quatro meses e ninguém percebeu? Mas, vamos lembrar de que: a Becky é gordinha. *sim, ela é a Meghan Trainor, obg*) Conheci um garoto aleatório e descobri que talvez ele não fosse assim tão aleatório. Ser primo da pessoa que você mais odeia faz de alguém um aleatório? Enfim, acertei-me com meu pai e tinha Travis de volta. E claro, eu não poderia esquecer: teria a honra de ser madrinha (e babá, eu já previa) da criaturinha maravilhosa que viria ao mundo para fazer parte daquela louca família. É, eu estava radiante.

Saltitei ate o hall de entrada, apressada. Queria ir logo tomar meu banho e trocar de roupa. Os pais de Peter logo chegariam para o jantar, e eu não queria atrasá-los.

Apressei-me no banho, me obrigando a não pensar em nada do que havia acontecido. Eu soubesse que, se começasse a pensar, ficaria o resto da noite embaixo do chuveiro. Vesti uma calça jeans, uma jaqueta qualquer, calcei minhas botas escuras e desci, ansiosa. No instante em que cheguei a sala, ouvi o barulho da campainha. Ponderei por alguns segundos, sem saber se deveria chamar Peter ou Marise. Para meu alívio, ela apareceu na sala, visivelmente e extremamente nervosa.

— Aurora, querida, por favor me diga que eu não estou parecendo uma mãe desnaturada que não controla sua filha e permite que ela engravida – Marise pediu, pegando minha mão.

— Marise! – a repreendi, rindo. – Você está parecendo uma mãe super responsável e dedicada, mesmo que um pouco nervosa. Você está tendo uma atitude incrível, tia – eu disse, sincera, apertando sua mão. – Rebecca e Peter foram irresponsáveis, é verdade, mas irresponsabilidade maior, seria abandoná-los nesse momento, como outras mães fariam. Você está sendo incrível – repeti. Eu não havia tido oportunidade de conversar com ela sobre aquilo, e me sentia na obrigação de deixar Marise saber o quanto eu a admirava.

— Sabe, Aurora. – ela murmurou, com os olhos brilhando. – Eu sempre quis ter uma segunda filha. Ou até mesmo um filho. Mas como a vida nos prega peças, eu acabei desenvolvendo um problema nos ovários, o que significa que eu não poderia mais engravidar. Mas nunca, mesmo em todas as minhas preces, eu imaginei que o destino também poderia ser tão bom comigo. Espero que sua mãe não fique com ciúmes, mas eu me orgulho em dizer que as duas filhas mais maravilhosas desse mundo são as minhas.

Eu não consegui falar nada, apenas a abracei, fazendo o possível para expressar todo o meu amor e gratidão por ela – e seu marido – naquele carinho. Qualquer outra pessoa não teria sido tão boa comigo quanto Marise vinha sendo.

A campainha soou novamente, arrancando-nos de nosso momento mãe-e-filha. Ela respirou fundo e se dirigiu até a porta. Quando esta foi aberta, eu quase gritei.

Uma senhora rechonchuda e menor que eu, de cabelos encaracolados e claramente tingidos de loiro e maçãs do rosto quase marrons de tão vermelhas pulou em cima de Marise, a abraçando. Era engraçado ver que, mesmo na ponta dos pés, a senhorinha só alcançava a cintura de Marise.

— Oh, você é tão linda! – a mãe de Peter exclamou, tocando o rosto da outra mulher. – Meu filho não poderia ter escolhido uma sogra mais bonita e simpática! Sou Eloise e quero que saiba que estou lisonjeada por saber que faremos parte da mesma família.

Eu segurei o riso, observando Marise. Eu quase podia ler seu pensamento, mas estava em dúvida entre duas hipóteses. Seriam ‘agora eu sei porque Peter é tão avoado’ ou ‘onde é que minha filha foi se meter, senhor?’. Eu percebi que Marise procurava palavras para responder Eloise, e, embora curiosa, não quis atrapalhar o momento das vovós. Sai em silêncio, na intenção de procurar Peter e avisá-lo que Eloise estava ali. Quando estava indo para a cozinha, porém, ouvi Travis conversando com Luke. Oh, não. Eu havia esquecido meu convidado – pela segunda vez na noite.

— Oi – eu disse entrando na sala de jogos. Todos estavam ali, e Mark aparentemente ajudava Travis a desfazer as malas.

— Que bom que você está aqui – Miles exclamou, batendo palminhas. O encarei, desconfiada.

— O que é que vocês estão aprontando agora? – indaguei. – Qual a próxima surpresinha? Vamos, dona Sophie, pode sair de trás das cortinas!

— Definitivamente não é sua mãe, Rora. – Peter riu-se, jogando-se no sofá. – Até porque, eu duvido que ela seja tão tímida quanto esse palhaço.

— Mas que diab...

— Vamos, maninho – Miles me interrompeu, puxando Travis pelo braço e arrastando o irmão até que esse estivesse em minha frente. – Eu sei que eu nasci com todo o glamour, mas você não precisa ser assim tão tímido.

Eu gargalhei, sem me conter, mas, assim que percebi o quanto as mãos de Travis tremiam, me preocupei.

— Aconteceu alguma coisa? – indaguei, tocando seu braço.

— Aconteceu – ele respondeu, antes de respirar fundo e me encarar intensamente. – Mas aconteceu meses atrás. Quando eu vi uma garota linda em um supermercado. Eu acho que não preciso repetir tudo o que eu senti depois que te vi. Primeiro, porque eu acho que você já sabe. E segundo, eu prefiro mostrar do que falar. – ele segurou minha mão, e eu percebi que também estava tremendo. Eu percebia que Travis praticamente cuspia as palavras. Eu o conhecia, o nervosismo fazia aquilo com ele. Sorri, na tentativa de o encorajar. – Eu poderia passar horas aqui descrevendo tudo o que eu adoro em você, mas prefiro apenas falar sobre algo que você me ensinou. Todos esses dias em que estive na Flórida, eu evitei falar com você. Porque eu queria acreditar que, se eu me afastasse, meu sentimento diminuiria e eu poderia viver feliz com meus pais. Mas depois da terceira semana, eu percebi que isso não aconteceria. O que eu sinto por você é maior do que tudo isso, Aurora. E isso me fez perceber que, nossa família, não ter que ser necessariamente pai e mãe. Eles são partes essenciais da nossa vida, é claro, mas você me ensinou que nós podemos escolher nossa família. Aquela família que nos acolhe, nos completa, nos entende e nos alegra. Eu já não sei mais dizer se fui eu quem selecionei cada um de vocês ou se eu é que fui o selecionado. O que quero dizer é que nesses últimos meses, aprendi o sentido da verdadeira amizade, do companheirismo, do amor. Aprendi que não é porque você acha que uma pessoa precisa do seu apoio que ela necessariamente precisa de você, enquanto algumas pessoas merecem o seu melhor sem nem mesmo fazerem esforço algum para isso. Vocês são minha família, são os melhores amigos do mundo, e eu sou grato à você, Aurora, por me mostrar que minha vida não se resume a obedecer minha mãe e passar a mão na cabeça de Louis. Você foi a melhor coisa de todas as melhores coisas quem já me aconteceram, e eu não consigo mais imaginar minha família sem você, porque, antes mesmo de sonhar que eu estava apaixonado por você, você me acolheu e me tratou como um amigo, mesmo que eu não merecesse. E é por isso que eu... Eu... bem... Você quer namorar comigo, Aurora?

Eu não esperei que as palavras se formulassem em meus lábios. Eu não esperei que meu cérebro processasse tudo o que eu havia acabado de escutar. Eu apenas agi como meu coração achava que eu devia agir. Apenas estendi os braços e me joguei em cima de Travis, derrubando-o no chão. Então, selei nossos lábios.


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Notas finais do capítulo

FIM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
queria agradecer a todas as leitoras que me acompanharam até aqui e MENTIRAAA
mas sério, já fiz meu cronograma e quero dizer que: temos apenas mais três (oh, really?) capítulos pela frente!!!! (ai meu Deus, não quero acabar, acho que não vou postar mais e deixar vocês por aqui mesmo MUAHAHAHA)
migas, seguinte: como não é algo que vá mudar algo na fic, vou deixar que vocês decidam: Becky e Peter vão ter um Sam ou uma Allie?
beijos, vejo vocês nos reviewsss