Três. escrita por jubssanz


Capítulo 53
53. Resolvendo-se


Notas iniciais do capítulo

Oie, moras! Desculpem a demora! Obrigada pelos reviews, gatinhas
Please, leiam as notas finais.
Boa leitura, espero que gostem



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— Oi. – eu murmurei num fio de voz, finalmente abrindo os olhos. Ver Travis soava como ver o sol depois de quarenta dias de escuridão. Foi naquele momento que eu soube que o amava.

Travis.

— Oi, Aurora. – eu murmurei, nem acreditando que, depois de tanto tempo eu estava mesmo ali.

— Travis. – ela murmurou simplesmente, me encarando. Senti meu sorriso se alargar ao ouvi-la murmurar meu nome. Aurora caminhava em minha direção como se estivesse em câmera lenta, e tudo o que eu queria era acelerar o filme. Precisava tê-la em meus braços novamente. Quando Aurorar estava suficientemente próxima, tudo aconteceu.

— PORQUE É QUE VOCÊ NÃO ME LIGOU, SEU FILHO DA PUTA? – ela berrou, o no instante seguinte, aquela mini ninfomaníaca estava pendurada em meu pescoço, segurando-se apenas com uma mão, enquanto a outra fazia o máximo esforço para socar e estapear cada parte do meu corpo que ela alcançasse.

— Ai! – lamentei, tentando afastá-la. Olhei rapidamente para meus queridos amigos, mas esses apenas riam.

— Travis Reynold Adams, você é um ridículo! Patético! Idiota! Imbecil! Burro! Insensível! Desnaturado! Egoísta! Trouxa! – ela berrava. E como se já não fosse mais que suficiente a bela listagem de elogios, cada um deles era acompanhado por um tapa em minha testa. Sentindo-me tonto, fiz a única coisa que estava em meu alcance. Beijei-a. No princípio, aquilo enfureceu ainda mais Aurora, o que fez com que ela me mordesse. Mas quando eu não desisti, ela acabou cedendo. E foi como a primeira vez. Me esqueci da plateia, me esqueci que ela provavelmente me mataria durante meu sono, e me concentrei apenas no fato de que estava ali. Com aquela louca sem noção que eu... Amava. Era incrível a conexão, a sintonia. Nosso beijo parecia abençoado pelos deuses do amor, mesmo que eu sentisse o gosto do sangue resultante da mordida daquela baixinha histérica. Quando ouvi Miles dar um grito e todos começarem a bater palmas, parti o beijo, enchendo Aurora de selinhos. Eu pude sentir seu sorriso. Ela me abraçou – dessa vez, sem a intenção de quebrar meu pescoço – e eu, mais uma vez, me senti completo.

— Estou feliz por você estar de volta – ela murmurou.

— Que bom – respondi. – Então aproveite, porque estou só de visita.

Aurora afastou seu rosto do meu, me encarando, incrédula. Quando viu que eu ria, não perdeu tempo e me deu uma joelhada... Lá... Vocês sabem.

— Sua louca! – gritei e cai no sofá, sentindo muita dor. Peter e Mark praticamente se dobravam de tanto rir, enquanto Miles já chorava. Ótimos companheiros. – Se eu não tiver filhos, a culpa é toda sua, histérica – reclamei, encarando Aurora. E foi aí que eu ouvi uma risada mais alta e diferente. Vasculhei a sala até encontrar um garoto sentado na poltrona do canto. Ele era bonito pra porra e parecia mais saído de um catálogo de moda. Seria aquele o tal amigo de Aurora? Cheguei a esquecer de minha dor, apenas me ajeitei no sofá e me encarei. – Quem é você?

— Eu sou Luke, prazer – ele respondeu, ainda rindo. Sem querer, arqueei uma sobrancelha, encarando, desconfiado.

— Oh, Luke, eu acabei esquecendo que você estava aí! – Aurora exclamou, levando as duas mãos a boca. Arqueei as duas sobrancelhas. Qual é, não posso ter ciúmes da minha namorada?

— Nem esquenta, Aurora. – o garoto respondeu, levantando-se. – Isso acabou sendo bem interessante. Eu meio que já ri e chorei aqui, e isso serviu para me distrair do motivo pelo qual eu vim a cidade.

— Que é...? – Rora indagou, repentinamente curiosa. Ela nem sabia porque ele estava ali? Qual é! A quantas horas ela conhecia aquele cara?

— Minha tia faleceu. – ele deu de ombros. – Vim para o enterro, que vai ser amanhã.

— Oh. – fui o primeiro a murmurar. – Sinto muito.

— Todos sentimos, cara. – Peter murmurou. – Você parece ser um cara muito legal. Espero que fique bem.

— Obrigada, de verdade – o tal Luke respondeu.

— Quem é sua tia? – Mark indagou.

— Mark! – nós todos exclamamos, repreendendo. Porém, quando encarei Mark, soube que havia algo errado. Todo seu bronzeado havia sumido e ele estava branco feito um fantasma.

— Tudo bem, não tem problema. – Luke respondeu, dando de ombros novamente. – Minha tia se chamava Catherinne, e ela tinha uma doença mental. O marido dela a abandonou há anos, a única família que ela tinha aqui eram os filhos. Eu vim para isso, na verdade, para dar um apoio a meus primos.

Eu estava prestes a dizer alguma coisa, quando olhei para Aurora. Assim como Mark, ela estava branca. Era claro que acontecia alguma coisa ali, e apenas ela e Mark pareciam saber o que era.

— Qual o nome de seus primos, Luke? – Rora questionou, num fio de voz. Parecia prestes a chorar. – Acho que nós os conhecemos.

Nós? Nós quem? Será que eu também os conhecia? Vasculhei minha mente, mas não encontrei nada. Aurora encarava Luke ansiosamente, e pareceu se passar pelo menos dez minutos antes que o garoto respondesse.

— Devem conhecer mesmo. – Luke respondeu, revirando os olhos. – Meus primos são Claire e Josh.

Todos nós abrimos a boca ao mesmo tempo, mas nenhum de nós conseguiu emitir um único som. Luke ficou nos encarando, como se fossemos um bando de retardados enquanto permanecíamos sem reação. Por sorte – ou não – um toque estridente quebrou o silêncio. Aurora levou a mão até o bolso do casaco, pegando seu celular, rapidamente. Porém, quando ela encarou o visor do aparelho, eu soube que algo estava errado. Pude perceber sua mão tremendo enquanto ela aproximava o aparelho do rosto.

— Oi – ela murmurou.

Oi, filha – todos nós pudemos ouvir a voz alta e grossa de seu pai do outro lado da linha.

— E se minha mãe enxergar isso como uma traição? – ela questionou, mais uma vez.

— Amor, eu já disse que isso não vai acontecer. – respondi, afagando seu cabelo. – Sua mãe não é uma ignorante, Aurora. Ela jamais vai querer te privar de ter seu pai em sua vida. Ela vai entender. Você a conhece melhor que eu.

— Você vai ficar comigo? – ela questionou, segurando minha mão.

— Até onde eu achar que devo ficar. Você e seu pai merecem um momento sozinhos.

Nós estávamos sentados em frente à casa, esperando o pai de Aurora. George havia praticamente implorado para encontrar a filha. Ele prometera não levar o filho nem a nova namorada, mas disse que não aguentava mais de saudades de Aurora e precisava vê-la. Eu, Becky, Mark e Miles tivemos que insistir muito para que Aurora aceitasse. Ela tinha medo de que a mãe se chateasse. Na verdade, todos nós tínhamos esse medo, mas estávamos fazendo o possível para que Aurora tirasse aquilo da cabeça. Sophie teria que entender.

Eu pude ouvir a risada de Luke vinda de dentro da casa, e fiquei feliz por aquilo. Ele parecia se importar com a tia e os primos, mesmo que fosse distante. Era incrível pensar em como o destino havia nos sacaneado mais uma vez. De tantas pessoas para Aurora encontrar em uma cafeteria e ela tinha que encontrar justo o primo de Claire e Josh. Pelo visto, nossas vidas ainda se cruzariam muitas vezes. Um barulho de pneu de carro chamou minha atenção, e eu segurei a mão de Aurora com mais força ainda. Ela sorriu, agradecida. Quando o carro prateado estacionou em frente à casa, eu senti seu pequeno corpo enrijecer. Eu não sabia o que fazer. Eu queria apoiá-la, mas realmente achava que ela e George precisavam daquele momento. Ele desceu do carro e eu senti que Aurora poderia se enfiar em um buraco no chão – se existisse um.

— Oi, filha. – ele murmurou, caminhando até ela. Eu nunca havia o visto pessoalmente. Ele era alto, tinha uma cara de sério, e, puta que pariu, Lucy era a cara daquele homem!

Quando olhei para Aurora, percebi que ela estava...

— Oh, meu Deus, você está chorando! – exclamei, alto demais. – Pare de chorar! Pare! Você não pode chorar!

Tentei secar suas lágrimas, mas acabei enfiando meu dedo indicador em eu olho esquerdo, o que fez com que ela desse altas gargalhadas. Quando consegui me acalmar, percebi que seu pai já estava próximo o suficiente e nos encarava atentamente, com um sorriso divertido no rosto.

— Fico feliz por saber que você arranjou alguém para cuidar de você, minha filha. – George comentou, e eu arrisco dizer que nunca, nunca senti tanto orgulho em minha vida. Eu seria, afinal, aquele que cuidaria de Aurora.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente: estamos entrando na reta final da fic (oh, Deus) e ainda tem bastante coisa pra acontecer, então, pra não estender demais, eu decidi que vai terminar, NO MÁXIMO, no capítulo 60. Por isso, os próximos caps vão ser maiores, e como a linha de tempo vai ser mais espaçada, preciso me organizar MUITO bem. Então, não me matem se os capítulos demorarem um pouquinho.

SEGUNDAMENTE: eu vivo um dilema (desde o começo da fic) por não saber o que fazer em certo ponto, por isso, como a fic é de vocês e pra vocês, eu decidi pedir a opinião de vocês. mas vai ser assim:
Vou mandar MP pras primeiras três leitoras que deixarem um review respondendo a seguinte pergunta: QUE FILME JOSH E RORA ASSISTIRAM NO CINEMA?
Respondam nos reviews, mando MP pras três primeiras (só vou fazer uma pergunta sobre um personagem e vocês me respondem sim ou não, só)