Três. escrita por jubssanz


Capítulo 39
38. Más companhias.


Notas iniciais do capítulo

Hello, sweethearts! Desculpem a demora para postar, aconteceu que: em um dia, eu tive mais problemas do que tive em 17 anos.
Amei os reviews, muito obrigada! Assim que tiver um tempinho, respondo todos.
Boa leitura!



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— Oi – Miles exclamou, sentando-se em nossa mesa.

— Pode começar a explicar – Travis murmurou, encarando-o.

— Explicar o que?— Você acabou de descer as escadas dando altas risadas com a Claire. Achou que não perceberíamos?

— Bom, acostumem-se a isso. – Miles respondeu, dando de ombros. – Verão essa cena com muito mais frequência.

— Eu não acredito – disse. – Quero dizer, não posso em mandar você e muito menos escolher suas amizades, mas você a conhece bem e sabe do que ela já fez com você e com cada um de nós e...

— Aurora, relaxa – Miles me interrompeu, rindo. – Isso é falsidade. Estou apenas me infiltrando, pois preciso descobrir algumas informações.

— Certo. Do que você está falando? – Travis indagou.

— Porque a gente não sobe? – Rebecca praticamente gritou, de repente. – O sinal já vai tocar e eu preciso terminar meu trabalho antes que o professor chegue!

— Você pode subir, Becky. Preciso esclarecer isso aqui. – respondi e Rebecca bufou.

— Vamos todos subir. – Miles murmurou e eu o encarei. – Não posso falar agora, de qualquer forma.

— Como assim não pode? Você começou, agora trate de terminar!

— Por enquanto, isso é tudo que posso dizer. Preciso descobrir algumas coisas com Claire. Ponto.

— Já podemos ir para a aula? – Becky questionou.Percebi certa tensão ali, e percebi também que Travis observava cada um de nós atentamente, como se estivesse procurando algo que havia deixado passar. Não sei o que ele havia perdido, mas eu também o havia feito, pois não estava entendendo nada.

— Certo. Vamos para a aula então – murmurei, derrotada.

— Eu vou na frente, preciso mesmo terminar o trabalho. – Becky murmurou e saiu correndo em direção as escadas.

— Falo com vocês mais tarde. Até mais, mariposas – Miles disse, atirando beijinhos para nós dois.E então sobramos eu e Travis. Ele se levantou e estava prestes a me falar qualquer coisa quando ouvi uma voz detestável atrás de mim.

— Bom dia, queridos – a vaca ruiva disse.

— Fala sério, Claire – respondi, virando-me para encará-la. – Você me ama ou me idolatra? Pode dizer.

— Vá se enxergar, garota – ela rebateu.

— Acho que você já me enxerga por nós duas – respondi. Ela então deu um passo à frente, se aproximando de mim e eu fiz o mesmo.

— Você acha mesmo que é alguma coisa, não é? Pois saiba que aqui é o meu território, querida, e que aqui, você e nada significam a mesma coisa.

— É sério? Poxa, então o ‘nada’ realmente te incomoda! – exclamei, sorrindo. – Presta atenção, garota. Eu não sei o que você está pretendendo, mas fique sabendo que você está acabando com a minha paciência. Vou te dar duas opções: deixar-me em paz ou me deixar em paz. Porque quando você realmente me tirar do sério, Claire... Vai se arrepender de ter me conhecido. – ela ia dizer alguma coisa, mas eu a interrompi. – E se não for muito incomodo, procure seus próprios amigos. Ou posso fazer de procurar alguns sósias para você já que tudo que é meu te interessa.

E assim virei às costas, sabendo que havia a deixado com cara de tacho.

Peguei a mão de Travis que me encarava incrédulo e o puxei em direção às escadas. Depois de dar alguns passos, pude constatar alguns fatos. Primeiro, meu coração estava acelerado. Segundo, meu maxilar doía. Eu o havia travado durante a conversa com Claire. Essas coisas de gente louca. Terceiro, minhas mão tremiam. E quarto... Eu estava de mãos dadas com Travis. Acho que ele havia percebido a mesma coisa, pois alternava entre olhar para meu rosto e para nossas mãos. No mesmo momento me arrependi de tê-lo feito, mesmo que sem querer. Nós mal havíamos nos acertado e eu saía por aí pegando a mão dele? Travis deveria estar pensando que eu apareceria com o contrato de casamento na próxima semana.

Porém, quando mexi minha mão, tentando soltá-la, ele apenas a apertou com mais força, sorrindo. Sorri junto, sem conseguir evitar lembrar-me de quanto tempo eu havia demorado a conseguir uma “demonstração de carinho” como aquela de Louis. Era incrível pensar em como duas pessoas poderiam ser tão iguais e tão diferentes. Três pessoas, na verdade.

Quando chegamos à sala, o professor Alessandro já havia chegado, o que nos rendeu uma bela advertência. Discutir com Claire havia tido suas desvantagens, afinal.

Quando eu, ele e Travis caminhávamos até a secretaria, percebi que aquela era a oportunidade perfeita.

— Professor Alessandro, o senhor é casado? – questionei, fazendo Travis se engasgar e segurar o riso.

— Mas o que...? Porque quer saber? – o professor indagou. Ops.

Tentei responder alguma coisa, mas acabei gaguejando. Travis intercedeu, graças aos céus. Ou não.

— Ela pergunta isso a todos. – ele disse, dando de ombros. – Aurora tem essa coisa sobre casamentos, sabe? Ela acha que todos devem casar, ser felizes e etc...

— Ah, entendo. – o professor respondeu enquanto assinava nossas advertências. – E não, não sou casado. Sou solteiro desde que me entendo por gente, e não é porque eu queira. Ainda não encontrei a mulher ideal, apenas. Vou entregar esses papéis, esperem aqui.

— Eu tenho essas coisas sobre casamento? – murmurei indignada assim que o professor saiu. – Agora ele vai achar que eu sou uma idiota que acredita em príncipes encantados! Era mais fácil ter falado que nós queremos arranjar ele para minha mãe!

— Pare de reclamar, Rora! Pelo menos nós conseguimos uma informação importante – Travis murmurou.

— Conseguimos?

— É claro! Já sabemos que ele está à procura da mulher ideal! Só precisamos fazer sua mãe ser a mulher ideal.

— E como saberemos qual é a mulher ideal para o professor Alessandro?

— Ora, ele é espanhol. Deve gostar de fazer pão e tomar vinho. Já é um caminho.

— Travis... Você por acaso sabe que acabou de descrever um italiano, certo?

— Desculpe o atraso, doutora Eliza! – exclamei, ao entrar praticamente correndo no consultório.

— Não tem problema, querida. Eu é que estou adiantada hoje. – ela respondeu, sorrindo.

— Como a senhora está?

— Estou bem, minha filha, e você?

— Eu estou ótima! – respondi abrindo um sorriso.— Fico muito feliz. Bom, deixe-me ir ao trabalho. – ela disse e eu assenti. – Ah, Aurora, quase me esqueci novamente!

— Senhora? – indaguei.

— Não que seja da minha conta, mas, afinal, você aceitou ou não ir ao baile com aquele garoto?

Ri, ao ser pega de surpresa.

— Ah, aceitei sim. Mas como a senhora sabia disso?

— Ele, a prima, o irmão e um amigo vieram falar comigo durante o horário de almoço, dizendo que queria fazer aquela surpresinha para você.

— E ele procurou a senhora assim sem mais nem menos? – questionei, incrédula. – Travis é mesmo impagável!

— Não foi assim tão estranho, afinal, o conheci ainda criança. Eu e a mãe dos garotos erámos colegas no colegial. Nos formamos juntas, e em seguida ela engravidou.

— Ah, entendi. – respondi. Ainda estava chocada pelo que Travis havia feito.— Mesmo assim, Aurora, o fato dele me conhecer não muda o que ele fez. Poucos garotos fariam isso hoje em dia. Você tem muita sorte.

— Tenho, não é mesmo? – respondi, sorrindo. E mais uma vez, aquela foi uma confirmação para mim, de que eu deveria me dedicar a ser conquistada por Travis.

— Agora sim, vou indo – Eliza disse, atirando-me um beijo.

A tarde foi tranquila, sem muito movimento, e eu estava quase dormindo quando recebi uma mensagem de Travis. Ele queria saber de poderia me encontrar para na saída. Respondi, concordando, e o convidei para tomar um café. Quando dei por mim, estava contando os minutos para sair e sorrindo feito idiota para cada paciente que chegava. Quando chegou o fim do expediente, corri para tirar meu uniforme horroroso e joguei minha bolsa no ombro, lamentando-me por não vestido uma roupa melhorzinha.

Sai do consultório quase correndo e praticamente morri de vergonha ao dar de cara com Travis encostado na parede lateral ao prédio. Ele usava jeans, uma camisa xadrez enrolada até os cotovelos e All Stars escuros. Seu cabelo estava levemente bagunçado e seu perfume me atraía de longe. Ele estava com um pé encostado na parede e as duas mãos nos bolsos. Sorriu quando me viu, e eu senti como se pudesse passar horas ali descobrindo cada uma de suas características.

— Oi – murmurei, chegando perto dele.

— Olá! – ele exclamou, jogando os braços em minha volta e me abraçando com a força. Acho que um pedaço de mim derreteu. – Como foi sua tarde?

— Entediante, e a sua?

— Ansiosa – ele murmurou. Sorri, sentindo minhas bochechas esquentarem e encostei levemente meus lábios nos seus.

— Vamos, eu sei de uma padaria aqui perto onde o café é maravilhoso, e pelos meus cálculos, o pão deve estar saindo do forno agora! – ele exclamou.

— Pelos seus cálculos? – questionei, arqueando a sobrancelha. – Tem certeza que você não passou lá no caminho e arrancou todas as informações possíveis dos funcionários?

— Culpado – ele respondeu, levantando as mãos como quem se rende. Eu gargalhei, feliz.

— Bom, vamos. – caminhei a seu lado, sentindo minha mão balançar inutilmente. Ele pegaria minha mão? Eu deveria pegar a dele? Andar de mãos dadas no colégio não havia significado nada para ele? Quase suspirei de alívio quando senti os dedos de Travis tocarem os meus de forma tímida, e, segura, entrelacei nossos dedos.

— Deixe-me levar sua bolsa – ele disse, de repente.

— Certo. Você sabe que carregar uma bolsa vermelha vai fazer você parecer meio gay, certo? – questionei.

— E por falar em gays... – ele murmurou, apontando algo à nossa frente. Olhei na direção em que Travis apontava e vi Miles correndo em nossa direção.

— Oi – ele murmurou quando chegou até nós. Abaixou-se, apoiando as mãos no joelho, ofegante. – Eu precisava encontrar vocês antes que chegassem a casa.— O que aconteceu? – questionei, nervosa.

— O que você me diria se eu te contasse que assim que chegamos ao colégio hoje, Rebecca correu para se encontrar com Claire? – Miles questionou, me encarando. Eu abri a boca para responder, mas ele continuou. – E se eu te dissesse também que elas duas passaram a aula inteira trocando mensagens pelo celular? E que uma das mensagens de Rebecca fez Louis gargalhar e dizer que estava orgulhoso?


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