Três. escrita por jubssanz


Capítulo 33
33. Kings and queens


Notas iniciais do capítulo

Oi, gurias.
Desculpem por ser curto e por estar uma bosta, mas eu tô passando mal e tô cheia de problemas, mas não quis deixar vocês sem nada. Assim que melhorar, juro que compenso. Beijos e espero que gostem, boa leitura!



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— Eu... Eu não sei. Eu não posso. Eu não... – murmurei, tremendo.

— Por quê? – Travis questionou ainda me encarando.

— Eu não posso fazer isso, Travis. Eu quero – respondi, sem saber de onde vinha aquela audácia e corei no mesmo instante. – Eu acabei de terminar com seu irmão, e isso pareceria qualquer tipo de provocação, e eu não sou assim...

— Entendo. – ele me respondeu, me encarando de forma intensa. – Bom, as flores ainda são para você.

Travis me entregou o buquê, forçando um sorriso e virou as costas. Eu senti uma lágrima rolar por minha face quando ouvi a sineta da porta. Merda, Aurora, merda, merda! Encarei aquelas belas flores azuis e senti minhas pernas tremerem. Joguei-as em cima de minha mesa e encarei minhas próprias mãos, também trêmulas.

— Você é uma idiota, Aurora – murmurei, contornando minha mesa e chegando a porta do consultório. – EI, TRAVIS! – berrei, no instante em que ele se preparava para atravessar a rua. Ele parou de caminhar, mas não se virou.

— Ei – chamei de novo, chegando até ele.

— Sim? – ele questionou, virando-se para mim sem me olhar nos olhos.

— Qual vai ser a cor da sua gravata? – questionei.

— O quê?

— Ora, qual é a cor da gravata que você vai usar no baile? – indaguei, cruzando os braços.

— Porque diabos você quer saber a cor da gravata que vou usar no baile?

— Porque preciso saber a cor do meu vestido. Você sabe, geralmente combinam a gravata do cara com o vestido da garota... – murmurei, sentindo minha face esquentar.

— Isso... Isso é um... Você mudou de ideia, Aurora? – Travis questionou e eu pude perceber que ele não conseguia conter seu sorriso.

— Sim, mudei. – respondi, encarando meus pés.

— Ei, ouça... – Travis tocou meu rosto e eu estremeci. – Você não precisa fazer isso por mim. Eu entendo e...

—Não estou fazendo por você. – o interrompi. – Estou fazendo por mim. Eu quero.

Ficamos em silêncio por alguns segundos e aquilo me causou uma explosão interna. Porque ele estava em silêncio? O que estava pensando? Eu havia estragado tudo? Havia ultrapassado algum limite? Ele estava me odiando por aceitar sair com ele sendo que horas antes estava com o irmão dele?

— Minha gravata será azul. – Travis respondeu, de repente.

— Azul. É claro. – não consegui conter um imenso sorriso, e Travis percebeu.

— Também não estou fazendo isso por você, Aurora, embora não tenha perguntado. – Travis comentou, me encarando, e eu me obriguei a desviar o olhar. – Essa é a minha vontade.

— Eu realmente preciso voltar para o trabalho, Travis – respondi, sem graça.

— Tudo bem. – ele se aproximou de mim, dando um beijo em minha bochecha. – Te vejo em casa, Bela Adormecida.

Travis virou as costas e saiu, me deixando ali.

Porque é que eu estava parada no meio da calçada encarando as costas de um garoto?

O que é que aquele garoto estava fazendo em meus pensamentos?

Porque é que ele havia me convidado para o baile?

Porque eu havia aceitado?

Porque minha bochecha estava formigando onde ele me beijara?

Porque eu havia gostado tanto daquilo?

— Você vai O QUE? – Rebecca praticamente gritou, tampando a boca com a mão logo em seguida.

— Pare de gritar, sua escrota! – ralhei, rindo.

— Estamos só nós duas em casa – ela retrucou.

— Nós e o Miles – respondi.

— E daí? Ele só vai contar pro Mark.

— E o Mark vai contar pra minha mãe, e amanhã mesmo dona Sophie estará aqui procurando um belo vestido azul.

Esperei por uma resposta ou pelo menos uma risada, mas Becky apenas me encarou.

— Não me olhe assim, Rebecca. Eu sei que você é prima dos dois e... – tentei dizer, mas ela me interrompeu.

— Não estou te olhando assim, Rora. Estou feliz por você.

— Você está?

— É claro! – Rebecca exclamou, fechando a porta do quarto. – Você é minha melhor amiga e eu quero seu bem.

— Mas, sabe, as pessoas vão achar estranho. Seus pais vão achar estranho. Lucy vai achar estranho. Eu estava com Louis, e, de repente vou ao baile com Travis?

— Vai ver você gosta mais do que deveria de loiros com olhos azuis... – Rebecca cantarolou, rindo, e eu joguei uma almofada nela, me atirando na cama.

Ela estava certa? Eu gostava demais de loiros com olhos azuis? Não, é claro que não. Travis era apenas meu amigo. Eu não devia misturar as coisas. Mesmo que quisesse.

Eu fechei meus olhos e tentei dormir, mas... Não conseguia parar de pensar em dois pares de olhos azuis. Eles eram iguais, e, ao mesmo tempo, tão diferentes.

— Porque está todo mundo me olhando? – questionei ao entrar no refeitório da escola no dia seguinte.

— E como é que eu vou saber? – Travis questionou, rindo.

— Você deveria saber, estão olhando para você também – Rebecca comentou, rindo.

A cada passo que dávamos, mais cabeças se viravam para nós. Eu não sabia o que estava acontecendo e queria me enfiar em minha bandeja de comida. Travis parecia tão constrangido quanto eu. Rebecca ria as nossas custas, para varias. E Miles parecia tranquilo. Tranquilo demais. Quase inocente.

— Miles. Você vai falar ou vou ter que descobrir sozinha? – questionei, jogando verde.

— Não sei do que você está falando. – ele respondeu, rapidamente, e nós todos percebemos que Miles mordera a língua. Velha mania, tolo erro.

— O que você fez? – Travis questionou, parando no meio do refeitório e encarando o irmão.

— Certo, sem cena. – eu disse, empurrando os dois. – Vamos nos sentar.

Miles saiu na frente, parecendo aliviado. O que aquela bicha havia aprontado?

— Vai falando, ‘tô curiosa – Rebecca disse assim que nós sentamos.

— Certo. – Miles começou, com ar divertido. – Mark me ensinou que nunca devemos sair perdendo.

— Uau, muito profundo. – respondi. – E todo mundo está nos olhando por quê...?

— Eu não podia deixar vocês perderem para Louis e Amber.

— Do que você está falando? – Travis questionou, mas eu já havia entendido. E Rebecca também.

— Você não fez isso – murmurei, sem acreditar.

— Você realmente não fez isso. – Becky concordou.

— O que ele fez? – Travis questionou.

— Considere-se um homem morto, Miles. – sussurrei entredentes. – Ou uma bicha morta, que seja.

— Será que dá pra alguém me explicar o que está acontecendo? – Travis pediu, bravo.

­— Eu escrevi vocês em um concurso. – Miles explicou, dando de ombros e fazendo cara de inocente. – Vocês estão concorrendo para Rei e Rainha do Baile de Máscaras.

— Certo – Travis comentou com um sorriso imenso estampado no rosto. – E qual é o problema nisso, garotas?

— Vocês estão concorrendo com Amber e Louis. – Miles respondeu de uma vez só, emendando uma palavra na outra e encarou os próprios pés. Seria cômico se não fosse trágico.

Fez-se um minuto de silêncio na mesa até Travis digerir a informação. Em seguida, uma maçã voou de sua bandeja até a cabeça de Miles.

— EU VOU TE MATAR, SEU VIADO!


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