Três. escrita por jubssanz


Capítulo 29
29. Olá, Amber!


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Boa leitura, espero que gostem!
Beijos



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Acordei assustada, ouvindo barulhos na porta da frente. Olhei ao redor e deduzi que já era tarde da noite. Eu estava deitada – leia-se: jogada – no sofá da sala, abraçada com Rebecca. Minha mão pendia do sofá e eu não precisei de muito esforço para deduzir que Travis estava no chão e a segurava. O barulho na porta aumentou e Travis despertou, levantando-se de um pulo. Ele correu em direção ao hall de entrada e eu tentei me levantar, preocupada. Mas Rebecca dormia feito pedra sobre mim e minha cabeça latejava, por isso parei de me mover. Em seguida ouvi alguém rir e Travis sussurrar alguma coisa. Respirei aliviada. Travis não conversaria com um bandido... Eu acho. Ouvi mais risadas e em seguida Travis praguejou alto. Joguei Rebecca para o lado, ignorei a dor chata em minha cabeça e corri também até o hall. Eu não poderia ter ficado mais surpresa ao observar Travis carregando Louis para dentro de casa. Um Louis um tanto quanto... Bêbado.

Corri em direção a eles, para ajudar Travis, mas no fundo atrapalhei, pois não conseguia parar de rir.

— Oi, meu amor! – Louis gritou assim que me viu. Acho que até Rebecca acordou. Eu não queria ser tola, mas, depois do dia difícil que eu tivera, aquele “meu amor” havia confortado meu coração de forma inexplicável. — Eu estava morrendo de saudades!

— Tudo bem, tudo bem – murmurei. – Agora já está aqui, não precisa mais ter saudade!

Louis estava com o rosto vermelho, sua camisa xadrez estava mal abotoada e seu cabelo bagunçado. Eu me perguntava como ele havia conseguido chegar a casa.

— Eu assumo daqui – murmurei para Travis quando arrastamos Louis para dentro de casa.

— Tem certeza? – ele questionou sem nem me olhar.

— Sim – respondi, segurando a mão de Louis.

Assim que Travis nos deixou, passei o braço de Louis por sob meu ombro e o carreguei até o banheiro mais próximo, que era o da garagem. Eu certamente preferiria o banheiro do meu quarto – digo, quarto de Rebecca – mas eu ainda podia a ouvir conversando na sala com Miles, e não queria que eles vissem o irmão- ou primo, tanto faz – naquela situação.

Louis não parava de rir, o que dificultava e muito meu trabalho. Felizmente, cheguei até o banheiro e o coloquei encostado na pia. Fechei a porta e o encarei.

— Certo. E agora? – perguntei para mim mesma. Louis fez uma cara estranha e correu até o vaso sanitário, se ajoelhando. Arremanguei minha camiseta enquanto ele abria a tampa do vaso e me preparei psicologicamente para o que viria a seguir. Depois que ele vomitou, ajudei-o a tirar a camisa sem sujá-la, o que acabou sendo impossível, pois aquela praga simplesmente não parava quieta.

— Louis, pelo amor de Deus, pare de se mexer! – ralhei, tentando desabotoar sua calça jeans.

— Você reclama demais – ele murmurou, ainda parecendo bem tonto. Eu xinguei-o, resmungando qualquer coisa e ele riu , quando eu ouvi um barulho na porta. Virei-me para a mesma e percebi um movimento na fechadura. Eu pensei em mandar embora quem estivesse ali, mas analisei minha situação. Eu havia tido nenhum progresso com Louis em pelo menos vinte minutos, aquele cheiro de vômito estava me enojando e mesmo bêbado, aquele loiro dos infernos estava começando a me irritar. Por isso, resolvi ceder. Agradeci aos céus ao abrir a porta e dar de cara com Rebecca.

— Precisando de ajuda? – ela questionou.

— Esse seu priminho é bem infernal, hein – resmunguei, rindo, e abri espaço para que ela entrasse.

Depois de muito fiasco – afinal, agora Louis estava chorando a morte de seu cachorro Kurt que Rebecca nem sabia existir, nós conseguimos tirar a calça e os tênis de Louis. Derreti-me ao ver que ele usava uma cueca boxer preta e me assustei ao analisar o volume contido naquilo. Como aquela coisa caberia dentro de mim?

Me “auto repreendi” e deixei esse tipo de pensamento para mais tarde, afinal, Rebecca estava séria demais e eu pressentia que uma guerra loira acontecia fora daquele banheiro. Quando finalmente havíamos conseguido enfiar Louis para dentro do box, ele me abraçou pela cintura, chorando, e me apertou como nunca antes.

— Eu senti tanto a sua falta – ele murmurou e eu precisei me segurar para não rir.

— Tudo bem, estou aqui agora – respondi, dando um beijo em sua testa.

— Me prometa que nunca mais vai me deixar, Amber – ele murmurou. Amber? Ok. Coisas de bêbado, certo?

— PODE DEIXAR QUE EU ASSUMO AQUI, AURORA! – Rebecca gritou do nada, me puxando pelo braço.

— O que? Por quê? Mas eu já estava... – tentei argumentar, mas ela simplesmente me empurrava em direção à porta do banheiro.

— Ah, relaxe. Você já passou por coisas demais hoje, vá descansar, daqui a pouco eu subo com ele. – minha amiga despejou as palavras para cima de mim, batendo a porta em minha cara. Certo. Será que Louis era o único bêbado?

Por algum milagre, não havia ninguém na sala, mas eu ainda podia ouvir as vozes de Miles e Travis em algum lugar. Eles falavam baixo e pareciam discutir, por isso resolvi não me meter. Subi rapidamente as escadas, percebendo que eu também precisava de um bom banho.

Quando desci novamente, apenas Becky estava na sala. Perguntei por Louis e sem nem me olhar, ela me respondeu que ele estava com muita dor de cabeça e que os garotos havia o levado para dormir. Disse-me também que ela mesma estava indo dormir, me deu boa noite e simplesmente subiu, me deixando ali sozinha. Joguei-me no sofá, enroscando-me em alguma almofada e fechei os olhos. Minhas lembranças me obrigaram a voltar para a casa de Claire, meses atrás. Quando ela e Mark estavam em seu quarto fazendo sabe-se lá o que e Josh tentava outras coisas comigo. Ri sozinha, lembrando-me da desculpa esfarrapada que eu havia inventado para fugir daquilo. Em seguida, ele também foi dormir, me deixando sozinha na sala de sua casa. E eu me sentia da mesma maneira.

Acordei incomodada pela luz solar que esquentava meu rosto. Peguei meu celular na mesinha de centro da sala e descobri que eram dez horas da manhã de domingo. Eu havia dormido no sofá. Eu podia ouvir as vozes vindas da cozinha, a de Louis entre elas, e me chateei ao constatar que todos estavam acordados e ninguém se preocupara com a Bela Adormecida jogada no sofá da sala. Subi as escadas em silêncio, pois não queria que ninguém notasse minha presença antes que eu clareasse meus pensamentos. Algo estava acontecendo ali, algo que eles estavam tentando me esconder, mas eu estava disposta a descobrir. Entrei no quarto e meu choque foi imenso ao constatar que a cama de Rebecca estava arrumada. Ela NUNCA arrumava a cama ao acordar, fazia isso apenas na hora de dormir novamente. Ou seja: Becky estava tendo algum tipo de ataque ou ela havia dormido fora. Mas eu estava na sala, como ela poderia ter saído sem que eu visse?

Dirigi-me ao banheiro, tomei uma ducha e me arrumei para descer. Meu humor não estava dos melhores, afinal, eu odiava que escondessem as coisas de mim e odiava que me evitassem, e isso claramente estava acontecendo. Sai na sacada para me acalmar antes de enfrentar meus quatro loiros detestáveis, e, ao olhar para a garagem, quase cometi suicídio. O carro de Mark estava na garagem. Ele sempre deixava o carro no gramado em frente a casa. Ele jamais guardaria o carro na garagem, a menos que... Tivesse passado a noite ali.

Desci as escadas correndo, furiosa, mas fui detida pelo barulho que vinha da cozinha. Eu podia perceber que estavam todos realmente alterados. Que diabos estava acontecendo? Parei atrás da porta, que estava encostada e colei a orelha à mesma – qual é, se ninguém ia me contar nada, eu precisava descobrir do meu jeito.

— Isso não está certo! – ouvi Travis dizer.

— Quem decide o que está certo ou não, sou eu – Louis rebateu.

— Louis, querido, a partir do momento em que isso afeta todos nós, não é mais você quem decide. – Miles se meteu.

Do que estavam falando?

— Isso tudo é muito injusto com Aurora – Mark disse. Injusto? Comigo?

— Mas eu não fiz nada, porra! – Louis gritou.

— Cale a boca ou vai acordá-la! – Rebecca repreendeu.

— Não fez nada? Tem certeza? – a voz de Travis parecia enojada.

— Você a chamou de Amber, cara! – Miles comentou, parecendo indignado. Amber? Então aquilo não havia sido um trocadilho de bêbado? Quem é Amber?

— E espere até que ela veja as fotos, então – enquanto Miles e Travis pareciam revoltados, Rebecca parecia... Assassina.

— Porra, eu estou morrendo de dor de cabeça, já ‘tô de saco cheio de vocês. – Louis reclamou. – Será que podem me deixar em paz?

— Claro que podemos, mariposa. – Mark era o único que parecia ter a voz calma. – Acontece que, quando nossa Bela Adormecida acordar, você precisará ter uma explicação prontinha.

— Não se metam. – Louis murmurou. – Vocês não vão contar a ela.

— O que é que não vão me contar? – questionei, entrando na cozinha, vencida pela curiosidade.


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Notas finais do capítulo

Quem é Amber? De que fotos eles estão falando? O que Louis quer esconder da Aurora? Não perca, sexta-feira, no Globo Repórter!



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