Três. escrita por jubssanz


Capítulo 27
27. Quem é vivo sempre aparece.


Notas iniciais do capítulo

Oie! Espero que gostem, boa leitura, beijos!
E por favor, comentem!



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— Vocês acham que seu irmão pode nos encontrar agora? – Alicia questionou enquanto saíamos do restaurante. Nós quatro nos entreolhamos, segurando o riso.

— Acho que não. – Travis respondeu, sem graça. – Ele está um tanto quando ocupado.

— Certo – Alicia respondeu, mexendo novamente me sua bolsa. – Aqui está o cartão com o endereço de meu escritório. Estarei lá a partir das 14hrs, peço que contatem seu irmão e me encontrem o quanto antes. E mais uma vez, obrigada!

E assim aquela mulher linda, importante e ágil saiu, nos dando as costas. Eu estava muito chateada com Louis, é óbvio, mas não podia negar que aquele sorriso satisfeito dele estava me deixando orgulhosa.

— Bom, que é que estamos esperando? – Travis questionou, rindo. – Vamos logo para casa, precisamos achar o Miles!

Nós assentimos, e, assim que eu dei o primeiro passo, senti a mão de Louis tocar a minha. Sem conseguir me conter, puxei minha mão e enrijeci. Ele percebeu, é claro, e me encarou. Travis e Rebecca fizeram o mesmo, e o silêncio reinou entre nós.

— O que está havendo? – Louis questionou, me olhando de forma curiosa.

— Você é mesmo muito escroto, cara – Travis respondeu com uma expressão enojada e nos deu as costas, indo à frente.

Rebecca o seguiu, balançando a cabeça para Louis. Este, apenas me olhou, esperando uma resposta.

— Você não tem tempo para garotinhas idiotas que correm atrás de você, lembra? – comentei, forçando um sorriso.

— Oh não, não vai me dizer que... Você ficou chateada por causa disso? Poxa, Aurora, não acredito!

— Não acredita em que, Louis? Você deveria pensar mais nas coisas que fala.

— Aurora, por favor, foi uma brincadeirinha! Sabe, eu quis dizer que iriam aparecer fãs ao meu redor e eu não teria tempo para elas!

— Não, Louis, não foi isso. Todos nós entendemos bem o que você disse. Nada de garotinhas idiotas ao redor.

— Sim, amor, exato. Porque você não é uma garotinha idiota. Você é a garota especial, a única que eu gosto e quero do meu lado. Achei que soubesse disso.

Engoli em seco, me sentindo uma idiota. Eu tinha mesmo entendido tudo errado? O que Louis acharia de mim? Que eu era uma chata carente e dramática? Oh, céus.

— Desculpe – murmurei.

— Tudo bem, já passou. – ele veio até mim e abraçou minha cintura. – Eu realmente nunca pensei que você se importasse com esse tipo de status, Aurora, mas se você se importa, eu posso mudar isso. Eu simplesmente achei que minhas atitudes e palavras fossem o suficiente para qualquer um perceber o quanto eu gosto de você.

Sorri, radiante e joguei meus braços em seu pescoço, o beijando.

Quando dobramos a esquina, no entanto, nos deparamos com Becky e Travis nos encarando. Ela sorria, mas Travis parecia irritado e decepcionado ao mesmo tempo, e mais uma vez, deu as costas e saiu marchando à frente. Louis deu uma risadinha, que me pareceu muito irônica e entrelaçou nossos dedos. Confesso que aquilo me deixou um tanto quanto incomodada.

— Acho realmente que nós deveríamos entrar fazendo bastante barulho, vocês sabem, para fazer com que eles parem o que quer que estejam fazendo – brinquei assim que chegamos, erm... em casa e nos deparamos com o Volvo (n/a: oi, Edward Cullen!) de Mark na entrada para carros.

— Não acho. Seria bem interessante pegá-los no susto. – Louis brincou.

— Eles não vão estar fazendo nada, seus idiotas – Travis resmungou sem nos olhar e entrou em casa. Mas que diabos havia acontecido com aquele garoto?

— Olá, pombinhos! – Rebecca berrou entrando em casa, nos fazendo rir.

— Vai se foder! – Mark gritou de algum canto e Miles riu.

— Oi pra vocês também – ele disse, aparecendo na sala. Ele estava corado e com o cabelo bagunçado. OH, MEU DEUS! AI MEU DEUS, AI MEU DEUS!

Eu e Rebecca nos entreolhamos e saímos correndo, rindo, a procura de Mark. Sabíamos que Miles não abriria a boca, afinal, o gay escrachado era Mark.

— Aí está você! – berrei ao entrar na cozinha e me deparar com Mark sentado no banco de madeira.

— Acalmem-se, suas loucas! – ele reclamou no instante em que eu e Becky o segurávamos pelos braços e o arrastávamos escada a cima, em direção ao quarto. Nota mental: ficar feliz por ver a primeira risada de Travis no dia.

— Conta – Rebecca ordenou ao jogar Mark na cama e trancar a porta.

— Agora – complementei.

— Do que vocês estão falando? – ele indagou, fazendo cara de inocente, mas, ao perceber nossos olhares, logo começou a rir. – Tudo bem, tudo bem. Por favor, não quero entrar em detalhes. Só vou dizer que foi o melhor beijo da minha vida.

— AWN! – eu e Becky berramos ao mesmo tempo e nos jogamos em cima dele, rindo.

— Eu não acredito, não acredito, não acredito! Quando ficarem famosos, por favor, me deixem ser o empresário? – Mark pedia, saltitando radiante no meio da rua enquanto caminhávamos até o escritório de Alicia. Não caberíamos todos no carro de Mark mas queríamos aproveitar aquele momento juntos, por isso decidimos todos ir a pé.

— Cara, se você não está acreditando, imagine eu! – Louis exclamou, feliz. – Meu sonho se realizando!

— Não esqueça de agradecer a Travis e Miles por estarem fazendo isso por você, hein! – Rebecca lembrou e todos nós assentimos.

— Oh, falando em agradecer, preciso ligar para Claire! – Louis disse e eu simplesmente me travei. Parei de caminhar e mais uma vez o silêncio reinou entre nós.

— Você vai fazer o que? – questionei, incrédula.

— Ah, faça-me o favor, Aurora. Não precisamos de crises de ciúmes agora. – ele me respondeu, dando de ombros. Tirou o celular do bolso e caminhou à frente.

Ok. Eu havia desculpado Travis e Miles e já havia superado aquilo, mas o lance com Claire era bem diferente, e Louis sabia disso. Eu nunca havia imaginado que eles ainda mantinham contato e que oras, eram amigos! Tudo bem, ele não era propriedade minha nem nada, mas diante de todas as palavras e declarações silenciosas, eu acho que ele me devia o mínimo de respeito em relação a isso.

Suspirei, sem querer, e senti um par de braços me envolverem de lado. Não precisei nem olhar para saber que eram de Travis. Às vezes os abraços dele eram mais aconchegantes do que os de Louis. Louis passou o resto do caminho no telefone e eu passei o resto do caminho brincando com meus amigos e me distraindo, afinal, não queria bancar a coitadinha. E também não sabia se poderia ter qualquer tipo de contato com Louis na frente de Alicia, vai saber.

Ao chegarmos ao escritório de Alicia, eu estava me sentindo a pessoa mais alienada no mundo por nunca ter reparado naquele imenso prédio lilás com portas cromadas.

— Uau – murmurei ao pisar no tapete e sentir a porta eletrônica se abrir diante de nós e ser tomada pelo vento gélido que emanava do sistema de ar condicionado. Olhei para meus amigos e vi que a minha expressão de admiração se espelhava no rosto de cada um deles. Ao entrar no prédio, me senti em um filme. Várias pessoas andavam apressadas ali, mulheres de vestidos justos que se equilibravam em saltos altos com pastas e mais pastas nas mãos e homens engravatados que passavam apressados falando ao telefone. Todos eles usavam crachás com os dizeres “Agência de Modelos AB”. Sentia-me envergonhada, pois nunca imaginara que aquilo era daquela forma. Sempre imaginei uma agência de modelos como um espaço amplo com câmeras, boa iluminação e um closet.

Chegamos até a recepção onde se encontrava uma moça negra não muito mais velha que nós. Louis abriu a boca para dizer alguma coisa, mas a moça o interrompeu.

— Boa tarde, vocês devem ser os trigêmeos! – os garotos assentiram e ela sorriu. – Pois bem, Alicia está esperando vocês. Eu sou Cathleen e vou leva-los até ela. Me acompanhem, por favor.

Cathleen saiu de trás do balcão graciosamente e eu a invejei. Ela era bem encoporada e sua altura era proporcional. Cada passo seu era delicado. Será que beleza e graciosidade eram um dos requisitos para trabalhar naquele lugar?

Ela parou em frente a uma grande porta – com vidros laterais, e por eles eu podia enxergar Alicia sentada em uma mesa. Ela falava com alguém, mas eu não conseguia enxergar a outra pessoa. Cathleen bateu na porta e nós aguardamos. A ansiedade dos garotos era palpável.

— Oh, que bom que vocês vieram rápido! – Alicia exclamou ao abrir a porta. Ela saiu da sala, cumprimentando cada um de nós com um beijinho no rosto, deixando Miles por último. Ela parou em sua frente, olhando-o de forma... cobiçante.

— Ora, ora – ela murmurou, contornando-o e o analisando de cima a baixo. – E não é que o terceiro é ainda mais bonito e elegante? Já é meu favorito.

Miles corou e Mark guinchou a meu lado. Eu, Rebecca e Travis tivemos que fazer todo o esforço do mundo para segurar o riso. Ouvi um pigarro disfarçado atrás de nós, mas não me dei ao trabalho de me virar para conferir.

— Oh, já ia me esquecendo! – Alicia exclamou, finalmente soltando Miles. – Quero que conheçam minha assistente. Ela vai trabalhar com vocês, garotos.

Me virei, sorrindo involuntariamente, e foi minha vez de guinchar. Senti meu rosto se fechar em uma carranca e dei graças a todos os deuses existentes e inventados na hora pelo fato de Travis estar segurando minha mão. Se ele não a apertasse tanto, eu provavelmente já estaria arrancando meus cabelos. Ou os dela.

Alguém poderia me explicar, por favor, o que aquela vaca ruiva fazia parada à minha frente sorrindo de orelha a orelha?


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