Três. escrita por jubssanz


Capítulo 26
26. Novo modelo solteiro.


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Migas, só pra esclarecer: isso acontece no mesmo dia em que o Miles vai pra casa do Mark e é POV Aurora, normal.
Espero que gostem e comentem, beijos, boa leitura!



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— Acorda, Bela Adormecida.

— Não – resmunguei, puxando o cobertor e cobrindo o rosto.

— Anda, garota – Becky chamou novamente.

— Não quero, porra.

— Mas que saco, deixa de ser birrenta e levanta daí! – Becky exclamou rindo e eu me dei por vencida, abrindo os olhos. Vi que eram apenas onze horas da madrugada e senti meu rosto se moldar em uma careta.

— Porque diabos você me fez madrugar em pleno sábado? – questionei, rabugenta.

— Porque sua mão já ligou três vezes e nós temos um compromisso.

— Minha mãe sabe que estou viva e eu não marquei compromisso nenhum.

— Você poderia ter morrido de ontem para hoje – Becky debochou e sentou-se em minha cama. – E na verdade, meus pais marcaram um compromisso para nós. Eu sei, também não estou nada feliz com isso.

— O que eles querem? – questionei, sentando-me na cama e tateando a procura do celular. Vacilei um instante, tonta. O quarto de Rebecca era lilás e eu ainda não havia me acostumado com aquilo. Você deve ser estar pensando “nossa, mas é só lilás!” e na verdade, não é só lilás. A parede em que ficam as cabeceiras das nossas camas tem um papel de parede branco e preto, de zebrinha! Eu não mereço, acho.

— Nós vamos cozinhar. – Rebecca disse aleatoriamente e eu a encarei.

— Hein?

— Porra, Aurora, será que dá pra acordar ou eu vou ter que chamar o Louis pra te deixar espertinha? – ela questionou, sorrindo ironicamente.

— Vai se fod... – eu ia dizendo, mas fui interrompida.

— Eu ouvi isso! – Louis gritou, entrando no quarto e pulando na cama. Eu corei, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, vi Travis parado na porta, sorrindo distraidamente.

— Ei, entre – eu disse e ele o fez, vindo até mim e me dando um beijo no rosto, e em seguida fazendo o mesmo com Rebecca. Travis sentou-se aos pés da cama da prima e eu o observei, curiosa. Sua expressão estava desanimada, coisa que eu nunca havia visto antes.

— O que você tem, Travis? – questionei, estendendo a mão e tocando em seu braço. Ele pareceu se assustar com meu toque.

— Eu só...

— Ele não tem nada. – Louis praticamente gritou, interrompendo o irmão. – Aliás, o que você pensa que está fazendo aqui, Travis? Minha futura esposa está de pijama, você não tem o direito de vê-la assim! Saia já!

Travis se levantou, rindo, e bateu continência. Para a sorte de Louis, Travis levou aquilo na brincadeira, porque eu já estava pronta para defendê-lo. Certo, a brincadeira de Louis havia sido a mais fofa de todo o universo, mas ele não precisava ter tratado o irmão daquela maneira.

— Ei, Aurora, você ainda está aí? – Becky questionou, beliscando minha bochecha.

— Desculpe, estou – respondi, sorrindo. – Estava apenas pensando na vida. Pois bem, ainda não entendi porque é que nós vamos cozinhar.

— Certo. Meu pai e minha mãe foram passar o dia em Gold Beach, e estamos abandonados. Precisamos fazer comida. – ela respondeu, dando de ombros. Estamos

— Ora, eu sou uma negação na cozinha e você consegue ser pior. Sorte a nossa que temos o Miles. – sorri, me sentindo meio cretina.

— Azar o nosso é que o Miles foi almoçar fora – ela respondeu.

— Ou também podemos dizer que Miles vai ser o almoço – Louis comentou, rindo, e eu o encarei. Ok, já era de conhecimento geral que Miles era gay – na verdade, nem todos sabiam. Seu pai e sua mãe ainda não sabiam, e ninguém além de nós sabia da “amizade” dele com outro gay chamado Mark, mas a brincadeira de Louis, mais uma vez, fora bem desnecessária.

— O que foi, Bela Adormecida? – ele questionou, também me encarando. – Isso tudo é TPM ou você sempre acorda com essa cara de chata?

— Louis, será que você pode dar licença? – pedi, antes que me estressasse com ele. Que diabos estava acontecendo com aquele garoto?

— Na verdade, não estou muito afim. – ele respondeu, cruzando os braços. – Prefiro ficar aqui mesmo.

— Uau, Louis, que adulto! Aprendeu isso com Lucy? – Rebecca se intrometeu, questionando. Pude perceber que Louis não estava incomodando apenas a mim. – Vamos, vaza. Sai, anda! – ela exclamou, irritada, puxando o primo pelo braço e o jogando para o corredor.

— Que diabos foi isso? – ela me perguntou, fechando a porta e eu apenas dei de ombros, chateada.

Ficou combinado que nós almoçaríamos no Burgerville. Depois de arrumar minha cama, tomar banho, me arrumar e passar uns quinze minutos no telefone com minha mãe, Becky ainda estava indecisa sobre o que vestir. Cansada de observá-la andar de um lado para o outro no quarto, resolvi descer para esperar com os garotos. Já estava calma o suficiente e fazia uma prece mental para que Louis já tivesse cessado as brincadeiras.

Parei no pé da escada, antes de chegar a sala para os observar. Os dois estavam assistindo futebol, e eu adorava vê-los naquele momento, pareciam criancinhas brigando. Olhando para a TV, pude perceber que estavam assistindo a um clássico do campeonato espanhol, Real Madrid x Barcelona, e eu sabia que esses dois eram os times de Louis e Travis, respectivamente. O time de Travis perdia e eu senti pena do rapaz. Sorri, solidária, e desci o último degrau, dirigindo-me para a sala. Porém, algo me deteve.

— Até nisso você perde pra mim, maninho – Louis disse para Travis, sorrindo de forma maliciosa.

— Vai se foder – Travis resmungou e se levantou do sofá, saindo pela porta da frente.

Ok. Alguém me leve de volta para Salem, por favor.

— Cadê vocês? Tô pronta! – Becky gritou, descendo as escadas e Travis apareceu novamente na sala, em silêncio.

Louis segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos enquanto caminhávamos até o restaurante, e aquilo me fez sorrir de forma boba e até esquecer que estava brava com ele.

Observei uma mulher atravessar a rua no mesmo instante em que nós. Ela era alta e muito magra, dona de um cabelo loiro, liso e escorrido totalmente invejável. Eu tinha a sensação de já tê-la visto em algum lugar.

— Vocês estão vendo o mesmo que eu? – Louis questionou, apertando meus dedos.

— O que? – indaguei.

— É a Alicia Becker, cara! – ele exclamou

— A da agência de modelos? – Becky questionou, observando a mulher. Então eu já tinha realmente a visto em algum lugar.

— A própria! – Louis exclamou e eu ri. Ele estava muito parecido com minha irmã quando via qualquer coisa da Pequena Sereia.

— Como é que você conhece uma agente de modelos? – questionei rindo e para minha surpresa, Louis corou.

— O sonho dele sempre foi ser modelo – Travis entregou, rindo.

— Desde pequeno, ele desfilava para a família inteira e ninguém aguentava mais – Rebecca debochou e Louis parecia cada vez mais um pimentão.

— Vai que agora a Alicia nota você e te faz virar um supermodelo, hein? – brinquei. Maldita boca. Mal-di-ta bo-ca. Maldita.

— Com licença – uma voz suave, elegante e intimidadora soou atrás de nós enquanto Rebecca praticamente dormia sob o prato de hambúrguer, Louis comia seu terceiro e eu e Travis fazíamos guerra de batatas fritas. Todos nós nos viramos ao mesmo tempo, e eu senti que Louis poderia parir um filho só por saber que Alicia Becker estava parada ao lado da nossa mesa e falava conosco.

— Po-pois não? – Louis respondeu e eu segurei o riso ao vê-lo tremer.

— Posso me sentar? – ela questionou e meu queixo caiu.

— Claro – Travis respondeu.

Eu imaginei que algum de nós teria que levantar para ceder espaço a ela, mas para minha surpresa, a supermodelo, agente de modelos e empresária Alicia Becker simplesmente puxou uma cadeira da mesa ao lado e se sentou, apoiando os braços no encosto da cadeira, bem daquele jeitinho que você se senta na quarta série quando quer falar com o colega de trás. Sim. Em dois segundos, me apaixonei por aquela mulher.

— Certo, meu nome é Alicia e sou empresária e agente de modelos – ela anunciou, sorrindo, como se nenhum de nós soubesse. Todos nós assentimos em silêncio. – Estive observando vocês há um tempo e pude perceber que são gêmeos. – ela fez uma pausa e Travis aproveitou a brecha.

— Na verdade, somos trigêmeos. Eu sou Travis, esse é Louis e nosso irmão Miles está na casa de um amigo.

— Trigêmeos? – ela questionou e eu vi seus olhos brilharem. – É sério?

— Sério – Louis respondeu. Eu podia ver que ele estava transbordando de curiosidade.

— Bem, isso é incrível! – ela exclamou, sorridente. – Melhor do que eu imaginei, é tudo que eu precisava!

— Para... ? – questionei. Qual é, eu também estava curiosa.

— Não é nada muito sério – Alicia respondeu, mexendo em sua bolsa. – É apenas um ensaio para uma marca de roupas masculinas, vocês topam? Mas vou precisar dos três!

— É CLARO! – Louis gritou, atraindo olhares dos outros clientes e nos fazendo rir. Olhei de relance para Travis. Não saberia dizer se ele queria aquilo, mas sabia que ele aceitaria. Ele jamais deixaria Louis na mão. E, bem... Miles não teria como recusar. Sabíamos que Mark o cortaria em pedacinhos se ele recusasse.

— Eu tô dentro – Travis comentou, sorrindo.

— Certo. Obrigada, rapazes, vocês salvaram a minha vida! Tenho oito dias para entregar as fotos, então, gostaria que, se possível, vocês saíssem daqui direto para o meu escritório, e vou precisar dos pais caso sejam menores de idade.

— Somos maiores – Louis respondeu e pude sentir seu alívio. Não sei se os pais gostariam de vir da França para assinar um contrato para um ensaio fotográfico.

— Nossa, não acredito que as coisas estão se resolvendo tão fácil assim! – Alicia exclamou, se levantando. – Pois bem, vou terminar minha refeição. Não saiam daqui sem mim! – ela riu e pude perceber que até sua respiração era bonita.

— Muito obrigada, Alicia! – Louis exclamou.

— Eu é que agradeço. Ah, eu já ia me esquecendo. – ela se encostou à mesa novamente. – Por acaso vocês tem namorada?

Meu estomago afundou. Louis não tinha namorada. Ele tinha a mim. O que eu era? Amiga colorida? O que eu era? Namorada? Amiga? Você tem namorada? Louis tem namorada? Eu tenho um namorado? O que eu sou?

— Não, não temos – Louis respondeu e meus amigos imaginários me cravaram uma lança congelada no coração. Certo. Eu sabia que não éramos namorados, não deveria nem me surpreender.

— Melhor assim. Não queremos garotas loucas correndo atrás de vocês. – ela sorriu. – Aliás, vocês também não têm garotinhas idiotas que vivem em volta, não é? Vocês são muito bonitos e isso seria um problema.

Pude sentir o olhar de Travis e Rebecca sobre mim. Mas o que mais pesou, foram as palavras delicadas de Louis.

— Alicia, querida, e eu lá tenho tempo para dar atenção a garotinhas idiotas? Sou um homem de negócios a partir de agora! – ele exclamou, arrogante. Louis. Não, não, não. Esse não é Louis.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que a coisa não é fácil assim, mas me deixem ser feliz, right? Obg!
E aí, o que acharam do Louis?
Comentem se gostaram e comentem se odiaram! Beijokasss



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