Três. escrita por jubssanz


Capítulo 18
17. Volte logo, Aurora - II


Notas iniciais do capítulo

OIE! Vou ser sincera: tô postando tanto assim pq vou ficar pelo menos uma semana sem postar, sorry.
Dessa vez, duas músicas. (Quem não gosta de One Direction, POR FAVOR, não me mate!)
Moments - One Direction (1ª música, Aurora e Louis)
Live While We're Young - One Direction (2ª música, Aurora, Becky, Miles e etc)
Boa leitura, beijos, espero que gostem!



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Você já sentiu como se seu coração lhe atraísse para certo lugar? Pois era dessa maneira que eu me sentia ao ver os olhos de Louis brilhando para mim. Era como se o garoto me chamasse apenas com o olhar. Porém, quando decidi dar um passo a frente e encurtar a distância que nos separava, alguém acendeu a luz da sala. Foi aí que vi Louis por completo. Vi que nos olhos dele ainda faltava alguma coisa. Vi que o meu sorriso ainda estava em seus lábios, mas parecia forçado. Não era natural como o sentimento que florescia em mim. E vi também uma mão apoiada em sua cintura. Uma mão feminina acompanhada de longas garras vermelhas. Garras vermelhas que rasgaram meu coração, porque, dando continuidade à mão, eu podia ver um braço, um pescoço, e, meio escondido, atrás de Louis, um rosto. Eu sabia que sua dona possuía cabelos vermelhos e olhos verdes. Claire. Então eles ainda estavam juntos. Toda a minha felicidade se esvaiu por completo. Senti nojo de Claire por estar tão próxima de Louis daquela forma, e senti nojo dele por permitir toda aquela proximidade. Antes que eu pudesse me lamentar mais, no entanto, pares de braços me envolveram, me tirando do chão.

— Relaxe e aproveite. Ignore a presença dela. – ouvi uma voz murmurar em meu ouvido e levei alguns segundos para perceber que era Travis. Procurei sua mão e a apertei com força, tentando dizer que eu havia entendido e era aquilo que eu faria.

Depois de abraçar e agradecer a todos, depois de ter Mark e Rebecca chorando em meu ombro por meia hora, depois de aguentar Travis me questionando se quando eu voltasse sairia com ele, por fim, só faltavam duas pessoas para abraçar naquela sala. E aqui vai o número que representa minha vontade de abraça-los: 0.

— Ele está tentando vir aqui – Mark murmurou em meu ouvido, abraçando-me pela cintura. – Mas ela não o solta. Provavelmente vai vir junto.

Senti quando Rebecca cutucou Mark e senti quando ele me soltou. Minha amiga bufava e Mark se afastou com ela, mas ele ainda segurava a pontinha de meu dedo. Era como se me observasse de longe, como se... uma águia mãe que cuida de seus filhotes, sabem? E pela atitude deles, deduzi que Louis estava vindo. Acompanhado.

­ — Finalmente cheguei até você! – Louis exclamou e eu não fiz a mínima questão de me virar para cumprimenta-lo. – Ei, não seja tão má. Não sei se te contaram, mas isso foi ideia minha.

— Obrigada. – respondi seca.

— Aurora, por favor – ele pediu e eu me virei, não resistindo. Meu coração deu um pulo de alegria ao ver que Claire não estava ali. Sem querer, soltei minha mão da de Mark.

— Eu não quero que você vá embora – Louis sussurrou para que só eu ouvisse.

— Eu não quero ir embora. – respondi.

— Então não vá. Eu... Eu preciso de você aqui. – Louis disse tão baixo que eu não sei se eu deveria ter escutado. – Não vai ser a mesma coisa se você não estiver aqui.

— Louis, por favor, pare. Você tem a Claire e...

— Calada. – ele me interrompeu. Ele estendeu sua mão até roçar a minha. – Não há Claire agora. Somos só eu e você. Eu e você. – ele segurou firmemente minha mão, entrelaçando nossos dedos. – E estou te pedindo para não ir embora.

— Não tenho essa opção. – Droga! Porque é que eu estava sendo tão seca? Deveria aproveitar aquele momento!

— Tem sim. Fique, Aurora. Não vá embora. Fique comigo. – ele pediu, encostando sua testa na minha.

"Shut the door, turn the light off

I wanna be with you

I wanna feel your love

I wanna lay beside you

I cannot hide this even though I try"

(Feche a porta, desligue a luz

Eu quero estar com você

Eu quero sentir o seu amor

Eu quero estar do seu lado

Eu não posso esconder isso mesmo que eu tente.)

E de repente, éramos só nós dois. Não havia Claire, Miles, Travis. não havia nem mesmo Rebecca e Mark. Éramos só Louis e eu. Éramos nós.

"Heart beats harder

Time escapes me

Trembling hands touch skin

It makes this hard, girl

And the tears stream down my face"

(Corações batem mais forte

O tempo me escapa

As mãos tremem, as peles se tocam

Isso torna mais difícil, garota

E as lágrimas descem pelo meu rosto)

Eu só percebi que estava chorando porque vi que Louis também chorava. As lágrimas escorriam livremente por seu rosto.

— Eu não acredito. – ele murmurava. – Não acredito que desperdicei este tempo em que poderia estar com você.

Eu não me importava se Claire estava vendo, não me importava com o fato de que haviam outras pessoas ao nosso redor. Só me importava com Louis. Só me importava em sentir sua testa na minha, sua mão junto da minha, só me importava em encarar aqueles olhos de um azul tão intenso. Finalmente, o brilho que eu tanto adorava estava de volta.

"If we could only have this life for one more day

If we could only turn back time"

(Se nós apenas pudéssemos ter essa vida por mais um dia

Se nós apenas pudéssemos voltar no tempo)

— Fique comigo, Aurora. – a voz de Louis disse suavemente em meu ouvido.

"You know I'll be

Your life, your voice your reason to be

My love, my heart

Is breathing for this

Moment in time

I'll find the words to say

Before you leave me today"

(Você sabe que eu serei

Sua vida, sua voz, sua razão de viver

Meu amor, meu coração

Está respirando por esse

Momento, no tempo

Eu acharei as palavras pra dizer

Antes que você me deixe hoje)

Meu coração saltitava. Louis estava perto demais. E eu sentia que a cada segundo ele se aproximava mais. Seu cheiro de morango fazia minha cabeça rodar. Minhas pernas bambeavam. Eu podia ver perfeitamente o contorno de seus lábios.

— Não vai me apresentar sua amiga, amor? – a voz de Claire soou perto demais, arrancando-me de meu transe e me jogando em um balde de água gelada. Ou congelada. Amor.

— Vou, claro. – Louis respondeu, suspirando, e se afastou de mim. – Essa é Aurora, minha grande amiga.

Amiga, certo.

Claire, sua filha da puta, eu vou te matar, vadia!

— Oi – murmurei, entrando no teatrinho.

Logo, percebi alguém atrás de mim.

— Vem, Aurora – Rebecca murmurou, me puxando para longe. Eu vi Mark logo a frente, nos esperando. Provavelmente não queria ser visto pela vaca ruiva. Rebecca me puxava gentilmente para a cozinha. Senti que estava sendo observada e olhei ao redor. Avistei Miles parado no pé da escada, me encarando. Sustentei seu olhar e ele assentiu, esboçando um sorriso. Pela primeira vez, não parecia irônico, e aquilo fez meu corpo estremecer.

— Aurora, acho que você deveria parar de beber – Mark exclamava, rindo.

— Cale a boca e me deixe aproveitar – retruquei, brava.

Estávamos eu, ele e Becky parados no corredor lateral à escada, - no exato lugar em que Josh havia me “atacado” – e dali podíamos ver a sala inteira. Segundos antes, eu havia visto Louis sozinho e deduzido que Claire havia ido embora. Virei a cabeça, procurando Becky para comemorar e vi Claire subindo a escada. Puta. Ops.

Eu podia vê-la pelo canto do olho. Ela estava parada a porta de um dos quartos, que eu sabia ser o de Miles, e encarava a porta como se esperasse que alguém saísse dali. Eu ficaria bem satisfeita se surgisse um monstro e a devorasse numa bocada só.

A porta do quarto foi aberta de repente e um Miles vermelho e esbaforido saiu de lá. Uau. Nem quis imaginar o que havia acontecido. Na verdade, nem precisei imaginar muito. Atrás dele, saiu Ashley, a vagabunda amiga vagabunda loira vagabunda oxigenada vagabunda, digo, a amiga de Claire – que estava com ela no primeiro dia de aula, quando Claire me provocara.

Ela estava tão vermelha quanto Miles. Eca.

O garoto deu alguns passos a frente, se encostando no corrimão da escada. Pude perceber que sua respiração estava pesada. Ele parecia muito bravo. Era como se fosse começar a chorar a qualquer instante. Nunca havia imaginado que as pessoas ficavam daquela forma após fazer sexo.

Uma gargalhada alta e exagerada me tirou de meu transe.

Olhei ao redor e vi Claire, Ashley, Brianna e algumas outras garotas da roda de vagabundas do colégio rindo de forma exagerada. Elas apontavam alguma coisa, que logo deduzi ser alguém. E logo percebi que era Miles.

Não demorei muito a perceber o que tinha acontecido. Miles sai de seu quarto irritado, acompanhado de Ashley, em seguida ela se junta com o grupo das víboras do mal e começam a rir dele... Bom, eu sempre imaginei que Miles não era do tipo que comia qualquer porcaria.

— Frouxo! – Ashley gritou apontando para Miles e todos no corredor riram.

O rosto de Miles era um misto de fúria, vergonha e mágoa e eu não precisei pensar muito para imaginar o que ele estava sentindo, afinal, havia passado por aquela mesma situação.

— Eu esperava mais de você, garotão – Claire gritou fazendo novamente as pessoas rirem.

Não consegui me conter. Eu odiava Miles, mas ninguém merecia passar por aquilo.

— Ah, calem a boca suas ridículas!

— Ora, ora, olha só que está se metendo... – Brianna comentou, rindo.

— Porque é que você está defendendo um frouxo, hein Aurora? – Claire questionou. – Será que você também é frouxa?

Mais risadas. Mas aquilo não me afetou.

— Na verdade, estou defendendo Miles porque o conheço muito bem e sei que de frouxo ele não tem nada. – eu disse, sorrindo ironicamente. Silêncio. Ótimo, primeira etapa concluída. – Eu sei bem qual é o problema aqui. A questão é que vocês estão acostumadas a lidarem com rapazes que aceitam qualquer porcaria, e Miles tem um gosto mais refinado. Isso as assustou.

O coro de “ohhhh” que meus colegas soltaram foi música para meus ouvidos. Claire estava vermelha e Ashley estava branca, nas cores de seus cabelos ruivo e loiro platinado, respectivamente.

— Olhe aqui, sua... – Claire começou, dando um passo a frente, mas eu a interrompi, dando também um passo.

­ — Nem mais uma palavra, querida. – eu disse, entredentes. – Você está na minha festa, na casa dos meus amigos e dos meus padrinhos. – Uau, na hora da raiva a gente mente cada coisa, né? Até padrinhos novos eu arranjei. – Mais uma palavrinha e eu chuto você e suas amigas como as boas cadelinhas que são. Agora sumam da minha frente. Vá procurar seu macho, vá. E deixe Miles em pé.

Virei-me de costas antes que começasse a rir e estragasse a pose de durona. Meu sorriso não poderia ser maior ao ouvir os “taques-taques” dos saltos das cadelinhas descendo a escada. Senti-me orgulhosa de mim mesma ao ouvir todos me parabenizando e meu coração se aqueceu ao ver Miles sorrindo para mim, pela primeira vez.

­— Obrigada. – ele murmurou, timidamente, estendendo a mão.

— Sabe, - eu murmurei, pegando a mão dele. – sei que nosso ódio um pelo outro não vai mudar assim da noite para o dia, mas... o que acha de uma trégua por uma noite?

— Vamos dançar! – ele exclamou simplesmente, me puxando pelo corredor, fazendo Rebecca rir e se juntar a nós.

Eu ria sem parar. Estava realmente encerrando minha despedida com chave de ouro. Eu havia encarado Claire e a colocado em seu lugar (n/a: beijinho no ombro, Claire!). havia feito uma trégua de amizade com Miles, por pelo menos uma noite. Estava aproveitando ao máximo Mark e Rebecca, e sinceramente? Não me sentia uma tola por nutrir sentimentos por Louis. Porque ele havia me deixado claro que mesmo dançando agarradinho com a vaca da Claire, ele sentia sim, algo por mim. O sentimento que florescia dentro de mim não era em vão. Feliz, decidi aproveitar minha última noite como nunca havia aproveitado. Eu já havia perdido Mark há algum tempo, então dei as mãos para Rebecca e Miles e comecei a pular loucamente no instante em que Travis se juntava a nós.

"Yeah, we'll be doing what we do

Just pretending that we're cool

And we know it too

Yeah, we'll keep doing what we do

Just pretending that we're cool, so tonight

Let's go crazy crazy crazy till we see the sun

I know we only met but let's pretend it's love

And never never never stop for anyone

Tonight let's get some

And live while we're young

Oh oh oh oh oh oh oh"

(Sim, faremos o que estamos fazendo

Só fingindo que somos legais

E sabemos que somos mesmo

Sim, continuaremos fazendo o que estamos fazendo

Só fingindo que somos legais, então esta noite

Vamos ficar loucos, loucos, loucos até vermos o sol

Acabamos de nos conhecer, mas vamos fingir que é amor

E nunca, nunca, nunca parar por ninguém

Esta noite vamos entrar em ação

E viver enquanto somos jovens

Oh oh oh oh oh oh oh)

Eu ia embora, sim. Mas iria embora feliz. Eu deixaria apenas os bens matérias para trás, porque as boas lembranças e os bons amigos eu carregaria em meu peito para sempre.

Mark

Eu encarava aquilo tudo meio... incrédulo. Como assim, boy, como assim?

Eu não conseguia acreditar no que havia visto, mas ora, meus lindos olhos não mentiam. Cho-quei!

E estava ainda mais chocado por nunca ter percebido aquilo antes.

E não, não estava chocado por ter visto minha Bela Adormecida ajudando Miles, nem por ver a vaca ruiva sair com o rabo entre as pernas, nem por ver o lindo do Miles dançando loucamente com Aurora.

O que me chocava e não saía da cabeça era a cena de Miles paradinho no canto, acuado, como se fosse um filhotinho fugindo de um predador.

Um garoto fugindo de uma linda e desejável garota. Estranho. Muito estranho.

Sabem aquela história de que os animais da mesma espécie se reconhecem até de olhos fechados? Pois é, boy. Talvez eu tenha reconhecido Miles.


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Notas finais do capítulo

FIM!!!!!!!!!!!!!!!!! Queria agradecer a todas que acompanharam, queria dizer que esse tempo aqui foi muito bom e gostaria de me desculpar por não ter um final feliz, mas, sabem, nem tudo na vida são flores... Brincadeira, gente. hahahahahahahaha ainda não acabou não, vai ter final feliz sim.
espero que gostem e comentem, até o próximo, beijão!!!



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