Três. escrita por jubssanz


Capítulo 16
16. Não se trata mais de você.


Notas iniciais do capítulo

Oi! Perdoem a demora! Estive no retiro durante o carnaval, e quando voltei, precisei estudar pois tenho recuperação de Matemática segunda feira (torçam por mim!) hahaha
Espero que gostem, boa leitura, beijos!
Mesmo esquema de música: Taken - One Direction https://www.youtube.com/watch?v=kpPqgTZd3UA



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— Aurora, você tem visitas.

— Mande-as embora, mãe – murmurei, enfiando ainda mais a cara no travesseiro.

— Filha, faça-me o favor! – dona Sophie exclamou e mesmo sem vê-la eu sabia que estava encostada na porta do quarto com as mãos apoiadas nos quadris. – Você tem noção de que fazem quatorze dias em que você está nessa situação?

— Que situação? – questionei, cansada de tanta cobrança.

— Aurora, você acorda, vai para a escola, volta, almoça, faz seus deveres e dorme. Acorda apenas para arrumar sua parte na casa, comer e tomar banho. Você não converse mais conosco, nem Mark você vê mais! Já desistiu de reatar com Rebecca e a única coisa com a qual você conversa é seu travesseiro!

— Estou muito bem assim, mãe. E não fazem duas semanas coisa nenhuma. – murmurei.

— É claro que faz, Aurora. Hoje é sábado. Há dois sábados atrás você foi ao shopping com Mark. Desde então, só sai de casa para ir a escola. Eu estou preocupada, filha! E nem mesmo sei o que está acontecendo.

— Faça-me o favor, mamãe! – a imitei. É óbvio que ela sabia o que estava acontecendo, mas não sabia por mim. Mamãe reclamava que eu não falava com ela, mas ela havia passado todas as tardes na casa dos Carter, durante as duas últimas semanas. – Você sabe bem o que está acontecendo, mas sabe apenas a versão do Louis.

— Não existe minha versão. Nunca abri minha boca para falar disso. – aquela voz soou pelo quarto inteiro, me arrepiando. Soou como se entrasse em meu corpo, ativando cada célula adormecida. Como se fizesse cócegas em meus ouvidos, como se acarinhasse meus cabelos, como se palpitasse meu coração. Aquela voz que eu não ouvia há duas semanas, me tirava do transe em que eu me encontrava... há duas semanas. Louis! Louis está aqui!, meu coração gritava. Louis. Depois de tantos dias, tantas lágrimas de raiva e de saudade... Louis.

Não tive coragem de levantar a cabeça para olhá-lo, afinal, eram três horas da tarde de um sábado e eu ainda estava na cama. Devia estar linda.

— Nós assumimos a partir daqui, tia, pode ir – outra voz murmurou e mais uma vez, meu corpo respondeu. Foi impossível conter o sorriso que se formava em meus lábios. Rebecca!

Meus pensamentos alegres foram interrompidos pelo barulho da porta.

— Acostumem-se com essa visão devastadora – uma terceira voz comentou, e eu imediatamente segurei a vontade de rir. Mark. – Foi essa visão que eu tive diariamente nas últimas duas semanas.

— Porque é que ela está assim? – Louis questionou.

— Não se faça de idiota, meu amigo – Mark respondeu.

— Garotos, acho que ela está ouvindo. – Rebecca murmurou. Eu realmente queria ver Becky e Lou, mas não queria encará-los. Eu detestava admitir, mas, oras, o orgulho era de família. Eu ainda estava magoada com eles.

— Aurora, meu bem – Mark chamou, e eu pude sentir que ele se sentava em minha cama. – Vamos, levante-se daí.

— Ei, Aurora, nós viemos te ver. – Rebecca murmurou e meu coração apertou. Prendi a respiração por alguns segundos, me perguntando se Louis também teria alguma frase reconfortante.

— Estamos aqui agora, pequena – ele disse. Meu coração deu um salto mortal triplo.

— Virem-se para lá para que eu possa me arrumar. – murmurei. Sorri, lembrando-me do dia em que eu havia conhecido Louis. Eu também pedira que ele se virasse, mas o garoto apenas continuara me encarando. Sentei-me na cama, ainda sem olhá-los e passei a mão por meu rosto e cabelo, ciente de que quando levantasse a cabeça, Louis estaria me encarando, como da primeira vez. Fiz um coque no cabelo e levantei a cabeça, com um sorriso estampado no rosto. Deparei-me com Mark. Apenas Mark. Rebecca e Louis estavam de costas para mim.

— Oi – murmurei, tristemente. Assim que os dois se viraram, analisei Louis. Certo. Ainda era o mesmo rapaz. Mesmos olhos, cabelos, mesmo tom de pele, mesmos dentes brancos. Mas... Onde estava o sorriso? O MEU sorriso? Aquele estonteante? Os olhos encantadores que eu adorava e que me encaravam como se pudessem ver através de mim? Aquele era Louis, mas não o MEU Louis. Foi ali que eu percebi que alguma coisa havia mudado. Algo estava diferente.

— Como você está? – Rebecca perguntou, sentando-se a meu lado na cama. Ela sim, era a mesma. Seu sorriso bondoso, seus olhos simpáticos. – Senti tanto a sua falta! – ela exclamou, me abraçando. A abracei com força, mas antes de dizer qualquer coisa, me lembrei que havia acabado de acordar.

— Opa, espere um minuto – murmurei, levantando-me e correndo até o banheiro. Escovei meus dentes, arrumei decentemente o cabelo e dei um jeito em meu rosto. Eu usava uma camisola vermelha de alcinha, mas não me importei. Mark era gay, Becky era minha amiga e Louis um dia seria meu marido.

— Bem, agora sim – murmurei, sentando-me na cama e sorrindo de orelha a orelha. Achei que Louis fosse me dar um abraço, mas ele apenas sorriu. Meu coração doeu.

— Nós estávamos preocupados, você sumiu, mal a víamos no colégio, você não apareceu mais lá em casa... Não sabíamos que você havia ficado tão chateada, Aurora, e pedimos desculpas. – Becky murmurou pegando minha mão.

— Tudo bem, vocês não tinham como saber.

— Mas deveríamos saber. – Louis respondeu. – Você é nossa amiga e está assim por nossa causa, deveríamos ter agido melhor com você.

— Aliás, saiba que já mudamos a página. O que aconteceu aquele dia já está superado e perdoado. – Rebecca disse e eu soube que ela estava se referindo ao fato de Travis ter me beijado.

— Rebecca tem razão. Nós agimos mal com você, não devíamos ter brigado. Você não nos deve satisfação. – Louis murmurou. Eu deveria ter ficado feliz, mas não fiquei. É claro que eu devia satisfação. Ele era meu futuro marido. – Enfim, queríamos te pedir desculpas. Se seu namorado não fosse nos procurar e contar como você estava, não estaríamos aqui agora.

­— Mark!- ralhei. – Não acredito que você fez isso! E espere, meu namorado? – questionei, arqueando a sobrancelha.

Mark riu.

— Não sou namorado dela. – ele respondeu.

— Mas... – Louis comentou. – aquele dia no shopping, você me disse que era!

— Não sou. Estava apenas dando um apoio a ele e tentando causar ciúmes em você – Mark respondeu rindo e eu corei.

— Ah, entendo. – Louis disse, rindo também.

— Mas não conte a Claire! Ela deve pensar que eu e Aurora estamos juntos. – Mark recomendou. Espere, Louis contar a Claire? Porque Louis contaria a Claire? Eles ainda se falavam? Mesmo depois de duas semanas? Eles eram amigos?

— Você e Claire...? – questionei, olhando diretamente para Louis. Ele apenas desviou o olhar e não me respondeu. Naquele momento, eu entendi. Nada havia mudado em Louis. Mas tudo havia mudado entre nós.

— Eu... eu... – tentei dizer, mas senti minha voz falhar e sumir. Não conseguia acreditar. Louis e Claire. Juntos.

— Acho que dona Sophie está chamando – Mark murmurou, puxando a mão de Rebecca. – Vamos ver o que ela quer.

Minha amiga assentiu e os dois saíram do quarto, fechando a porta.

— Porque? – questionei.

— Porque eu gosto dela. – ele me respondeu, sem nem ao menos me olhar nos olhos.

— Você não pode gostar dela. Você nem a conhece! – ralhei, sentindo meus olhos arderem.

— A conheço há duas semanas, Aurora. Mais tempo do que você. Eu achei que gostasse de você, em apenas uma semana. Em duas semanas, tenho certeza que gosto de Claire.

— Não! – gritei, sem me conter. – Você não gosta dela! Você está apenas fazendo isso para me atingir!

— Deixe de ser ridícula, Aurora! – Louis murmurou, finalmente me encarando. – Eu jamais faria isso. Eu gosto de Claire, ela me faz bem e eu posso confiar nela.

— Isso é mentira! – gritei mais uma vez. – Vá embora daqui! Você só quer me atingir!

— Você não me conhece, Aurora. – ele disse e pude sentir a frieza em sua voz. Arrisquei olhar em seu rosto e ele sorria ironicamente. Aquele definitivamente não era meu Louis.

Louis

Eu queria fugir dali. Eu não sabia que Aurora reagiria daquela maneira. Não mesmo. Eu achei que ele nem se importasse, afinal, ela gostava de Travis. E também não sabia que meu coração reagiria daquela forma ao vê-la ali, tão linda, indefesa e brava, como se estivesse disposta a lutar por mim. Coração traidor! Mas eu não podia voltar atrás em minha decisão. Aurora havia me machucado e eu havia encontrado consolo em uma pessoa. Claire. Eu havia escolhido aquilo, e por mais que meus sentimentos, meu carinho e adoração por Aurora não tivessem mudado, eu não voltaria atrás. Eu tinha Claire e aquilo era tudo que eu precisava.

— Isso não se trata mais de você, pequena –murmurei, sentindo meus olhos arderem. Aurora chorava, e eu sentia vontade de pegá-la na colo, abraça-la para nunca mais soltar. Sentia vontade de beijá-la e tê-la só para mim. Mas eu não podia. Eu não permitia que Aurora me machucasse mais uma vez. E como eu disse, eu realmente gostava de Claire.

“(...) You're impossible to resist

But I wouldn't bet you heart on it

It's like I finally awake

And you're just a beautiful mistake”

((...) É impossível resistir a você

Mas eu jamais apostaria no seu coração

É como se eu tivesse finalmente acordado

E você fosse um simples lindo erro)

Who do you think you are?

Who do you think I am?

You only love to see me breaking

You only want me 'cause I'm taken

You don't really want my heart

No, you just like to know you can

Still be the one who gets it breaking

You only want me when I'm taken

(Quem você acha que é?

Quem você acha que eu sou?

Você só adora me ver ferido

Você só me quer porque já estou comprometido

Você não quer meu coração de verdade

Não, você só gosta de saber que pode

Ser aquela que me faz machucar

Você só me quer quando já estou comprometido)

“Thank you for showing me

Who you are underneath

No, thank you I don't need another heartless misery

You think I'm doing this to make you jealous

I know that you hate to hear this

But this is not about you anymore”

(Obrigado por me mostrar

Quem você é por dentro

Não, valeu, não preciso de mais sofrimento desesperador

Você acha que estou fazendo isso para provocar ciúmes

Sei que odeia ouvir isso

Mas não se trata mais de você)


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Notas finais do capítulo

Se gostarem, comentem.
Se não gostarem, comentem. hahaha beijos do Louis e do Mark!



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