Três. escrita por jubssanz


Capítulo 15
15. Novo namorado.


Notas iniciais do capítulo

Gente, to postando bastante hoje pq nos próximos cinco dias não vou postar.
Queria deixar uma coisa bem clara: NÃO SOU HOMOFÓBICA nem nada do tipo, inclusive, Mark é inspirado em um amigo meu e eu sempre o chamo com apelidos carinhosos, por exemplo, viado. Se incomodar alguém, me avise e eu paro. Boa leitura, beijos!



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— Me recuso a fazer isso! – eu “sussurro-gritava” para o telefone enquanto andava de um lado para o outro dentro do quarto.

Tô dobrando a esquina.

E desligou. Filho da puta!!!!!!

Ah, alguém quer saber o que está acontecendo? Ah, sim. Vamos lá. Eu vou matar aquele viado do Mark, é isso que está acontecendo! Tudo bem, Aurora, acalme-se.

Era tarde de sábado, eu estava de pijama enfiada em meu quarto. Não queria sair dali e sentia que a luz solar poderia me matar em dois segundos. Minha mãe e Lucy estavam fora, e eu estava abandonada em casa. Mark estava me torturando.

Eu não havia tido contato com Louis ou Becky desde a manhã de sexta, e aquilo também estava me torturando. Pois bem, voltando ao ponto.

No dia anterior, quando Mark disse que fingiríamos “estar nos pegando” para provocar Claire, eu concordei com a ideia. Achei demais, uma coisa muito vingativa, estilo de filmes de colegial americanos. Mas claro, eu achei que ele estava apenas brincando para tentar me animar. Eu não me imaginei que ele me ligaria no dia seguinte dizendo “já sei onde Claire irá caçar Louis, se apronte, passo aí em 20 minutos”. Pensei em recorrer a minha mãe, contar a ele o que estava acontecendo, dizer que Mark era um louco e pedir socorro, mas... Ela estava na casa dos Carter. Um local proibido para mim. Eu andava de um lado para o outro no quarto, meditando. Queria arranjar uma solução para aquilo tudo, e bem rápido.

Opção 1) pular da janela do apartamento.

Não, não daria certo. Eu correria o risco de não morrer e ainda ficar dando trabalho para mamãe. Imaginem então se Miles fosse me visitar no hospital? Urgh. Não. Opção descartada.

Opção 2) Me afogar na banheira da suíte da mamãe.

Também não. Até a banheira encher, minha coragem já haveria ido embora. E de qualquer forma, corria o risco de Mark chegar. Pelo pouco que eu conhecia aquele viado, sabia que ele seria capaz de arrombar a porta. Ele acabaria me salvando. Outra opção descartada.

Opção 3) Rolar nas escadas no prédio.

Não. Com a sorte que eu tenho, provavelmente chegaria ao primeiro andar sem nenhum arranhão, o que me faria parecer uma atriz de filmes de ação mal feitos. Também não.

Opção 4) Entrar no elevador do prédio pulando e apertar todos os botões de uma vez, causando uma pane no elevador.

Nops. SE o elevador parasse, um técnico provavelmente chegaria antes que eu pudesse morrer de fome.

Opção 5) Levantar a cabeça, me arrumar e encarar a situação como a garota determinada que eu era.

Bem, essa última opção me fez rir, e assim eu corri de volta para minha cama, me cobrindo até o pescoço. Quanto tempo mesmo à banheira demora a encher?

— Querida, cheguei! – a voz de Mark soou, acompanhada de uma batida na porta. Merda.

Escorreguei da cama para o chão e me arrastei até a sala. Encostei-me na porta e estendi a mão até tocar a maçaneta, de olhos fechados.

Será que se eu mostrasse uma revista de mulheres peladas para Mark ele se irritaria e tentaria me matar?

— Meu bem! – ele berrou, ao empurrar a porta e entrar por completo no apartamento. – Qual é o nome do furacão que passou por aqui?

— Louis. – respondi, ácida. – Ou Claire. Pode ser Miles, vai saber.

— Cale a boca e levante desse chão agora! – ele ralhou, me pegando pelo braço.

— Não quero – resmunguei.

— Olha, meu amor... Eu não sou um gay autêntico, logo, não sou cabelereiro. Então acho melhor você levantar e dar um jeito nesse palheiro que você chama de cabelo, ou vamos perder todo o espetáculo.

— Que espetáculo? – questionei.

— Ora, o show de Claire e Louis. O que mais seria?

— Mark, querido. Não sei se você sabe, mas... Eu estou assim justamente porque não quero ver Claire com Louis. Logo, você não está sendo o melhor amigo do mundo ao tentar me arrastar para vê-los juntos.

— Eu sei o que estou fazendo, meu bem. Claire vai ficar toda boba a me ver, pego ela e você corre para o seu boy. Explica todo o mal entendido e pronto.

— Oh, claro, e qual é o nome do filme? Ou em que dia você sonhou com isso? – questionei, irônica.

— Aurora, não quero ser rude, mas não se esqueça que eu sou muito mais experiente que você.

— E porque seria? – questionei, debochada.

— Porque sou mais velho. Vivi mais do que você. Além de conhecer os dois lados da coisa.

— Mark! – ralhei, rindo. Finalmente, havia me convencido. Levantei-me e corri para o banheiro. Tomei um banho rápido, lavando meu palheiro. Opa, digo, cabelo. Quando voltei para o quarto, Mark me esperava sentado em minha cama. Um short jeans com renda e uma camiseta rosa me esperavam sob a cama.

— Vista-se e faça aquele coque bonito no cabelo – minha fada madrinha ordenou.

— Tem certeza de que eles estão aqui? – questionei enquanto Mark manobrava o carro para entrar no estacionamento do shopping.

— Sim.

— E como você sabe?

— Não sou o único gay que vigia a Claire nessa cidade.

— Mark, porque você está fazendo isso? – questionei, realmente curiosa. – Qual seu problema com Claire?

— Bem, 90% disso é por sua causa. Simpatizei com você e vi que Claire apenas te usou desde o começo. Você é uma boa pessoa, não acho que seja justo você passar por isso. Por isso, estou te ajudando. Quero ver você se casando com Louis. Vou ser a madrinha de vestido rosa – ele disse, rindo.

— Deixe de ser idiota! – ralhei, gargalhando.

— Mas não vou mentir. Há algo pessoal nisso. Depois da festa de Travis você pode chegar em qualquer pessoa dessa cidade e perguntar “ei, você conhece o Mark Thompson?” e todos vão responder “o cara que broxou com a Claire?”.

— Do que você está falando?

— Foi isso que aquela garota inventou. Viram-na entrar na festa comigo, mas a viram sair sozinha. A questionaram. Ela disse que eu “não havia aguentado e broxei na hora”. Eu não posso admitir isso.

— Que garota ridícula! – reclamei, realmente irritada.

— Sabe, Aurora, eu nunca broxei. Nenhum cara nunca reclamou e...

— Mark! – gritei, mais uma vez, fazendo-o rir. Já havia perdido a conta de quantas vezes era preciso interrompê-lo para não ouvir depoimentos... Gays.

— Vá se acostumando, meu bem. – ele riu, descendo do carro.

— É aqui que Claire trás todas as vítimas dela? – questionei.

— Você não está em uma situação muito propícia, Aurora. Não deveria falar assim, porque, tecnicamente, sou o segundo cara que você trás a esse shopping.

Antes de respondê-lo eu tive que parar mais uma vez e olhar ao redor, segurando o riso. Estávamos sentados em uma mesa afastada das outras, na praça de alimentação do shopping. Eu não via Mark e ele não me via, porque, bem... Estávamos sentados de frente um para o outro, mas escondíamos o rosto atrás do cardápio de uma lanchonete qualquer. Ele usava um boné e eu um óculos escuro, mesmo dentro do estabelecimento. Segundo Mark, aquilo era estritamente necessário caso quiséssemos ter sucesso na operação.

— Eu não trouxe você aqui – respondi. – Você é quem me trouxe. E você não é um homem.

— Claro que sou! – ele ralhou, rindo. – Se vamos fingir que sou seu namorado, precisamos que você me trate com tal. Sou homem. Só não precisa me mostrar nada do que você esconde por trás dessas roupas.

— Você é ridículo, Mark – eu ri. – Sabe. Se Louis realmente estiver com Claire, o encanto vai acabar. Eu achei que ele estivesse interessado em mim, mas, se ele correu pra ela é porque eu sou irrelevante.

— Meu amor – Mark murmurou, estendendo a mão por cima da mesa até tocar a minha. – já que é assim, acho melhor você preparar seu coraçãozinho, porque eles estão bem aqui atrás de mim.

Estiquei o pescoço sentindo o coração acelerar e olhei para a direção que Mark apontara. Senti meu coração dar um salto de alívio. Ou não. Aquela união nunca significaria boa coisa.

— Mark – murmurei. – a garota com certeza é Claire, mas aquele não é Louis. É Miles.

— Você tem certeza? – Mark questionou. Assenti. – Mas como?

— Os olhos dele – respondi, e senti minha voz sumir no final da frase. Senti também minhas bochechas esquentarem. Eu não poderia confundir aqueles olhos novamente agora que eles me encantavam tanto.

— Veja bem. – Mark falou ainda mais baixo, curvando-se na mesa e tirando o cardápio do rosto. – Se aquele é Miles, Louis está por aqui em algum lugar.

— Quero ir embora – murmurei, tristemente. Não queria dar de cara com Louis, com ou sem Claire.

Mas, bem... Acho que todos já conhecem minha sorte.

— Namorado novo, Aurora? – aquela voz soou atrás de mim e eu paralisei no mesmo instante. Eu não precisaria me virar para saber quem era. Mesmo se eu não conhecesse aquela voz, a cara de pavor de Mark praticamente anunciava que Louis estava parado bem atrás de mim, me encarando.


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