Clara POV:

Naquela primeira noite com sua verdadeira família, Clara demorou para pegar no sono, ficava virando-se na cama e encarando a lua pela janela que iluminava aquela linda noite, a menina tentava imaginar como as coisas seriam daqui pra frente, ela estava cansada mas não com sono, Clara fazia planos com ela, sua mãe Rebekah e seu pai Stefan, havia tanto ainda pra ser dito, tanto ainda para ser descoberto, porém, ela tinha um medo, seu tio Klaus, parecia que ele não descansaria até acabar de ver com ela, porque ele a odeia tanto? Clara não conseguia descobrir o que ela tinha feito de mal para ele, seria ciúmes por causa de sua irmã Rebekah? Eu tenho certeza de que ela também o ama, afinal é seu irmão, mas ela também amava Clara.

A criança agora encarava o teto daquele quarto, ela estava com suas duas mãos sobre seu peito e sua respiração estava calma, como se já fosse entrar em um sono profundo, até que um barulho alto a despertou e a fez sentar-se na cama, olhava em volta mas não via nada até que sentiu seu corpo ser arremessado para a outra parede de seu quarto, agora na penumbra do quarto a menina pode perceber que era Klaus que a segurava pelo pescoço contra a parede, seus pés estavam bem longe do chão e ela se debatia com toda sua força para tentar se livrar dele, como ele estava sufocando-a Clara não tinha muitas forças para gritar.

– Olá pequena sobrinha, aproveitando bem sua primeira noite por aqui? Eu preciso te alertar sobre algumas coisas, o seu tempo está acabando sweetheart, eu vou descobrir como acabo com um ser como você e posso afirmar que estou bem perto disso, por mais poderes extraordinários que você tenha eu sou adulto, sou bem mais velho e sou um híbrido, você é apenas um projeto de bruxinha vampira. –

Clara podia sentir todo seu corpo ferver de raiva com todas as palavras de Klaus, ela estava com medo, claro, mas naquele momento sua raiva e ódio eram bem maiores, ela não conhecia muito sobre esses sentimentos rancorosos mas aquilo a fez lembrar de um poder que ela tem de quebrar o pescoço da vitima apenas com um simples movimento com sua mão direita, mas pra isso ela precisava se concentrar bem, olhar nos olhos de Klaus e acabar com aquilo. Foi o que aconteceu, discretamente a criança ergueu sua mão direita e levemente a virou com seus dedos como se segurassem algum objeto, no mesmo segundo Klaus virou seu pescoço e seu corpo caiu sobre o chão, Clara saiu correndo de seu quarto e foi em direção ao quarto de Rebekah.

Rebekah POV:

Era por volta de 4 horas da manhã, e ela e Stefan ainda não tinham dormido, eles se vestiram novamente e ficaram deitados juntos até aquela hora, conversando sobre os dois, sobre Clara e fazendo planos para o futuro juntos, até que Stefan recebeu uma ligação de Damon perguntando onde ele estava e porque não estava na casa de Elena cuidando da mesma.

– Eu estou na casa de Rebekah, preciso te contar algumas coisas, sem perguntas agora, amanhã conversamos melhor. –

– Stefan, acha seguro contar a Damon e Elena sobre a Clara? Já tivemos problemas suficientes com Klaus, eu já estou com medo apenas de deixá-la dormir em outro quarto, acho que devo deixar ela aqui comigo, meu irmão é capaz de qualquer coisa, não quero que mais pessoas estejam contra ela. –

– Eu duvido muito que meu irmão ou a Elena vão planejar a morte da nossa filha, bom...não vão gostar muito da idéia, principalmente Elena, estou prevendo ciúmes sim, mas vão ser moderados, tudo bem? –

Ele me deu um selinho demorado e eu retribui com um calmo sorriso em meus lábios, era incrível o jeito de Stefan de me fazer ficar mais tranqüila apenas com palavras e aquele olhar reconfortante dele.

Stefan POV:

Eu sabia que Rebekah teria algum tipo de receio em eu contar para Damon e Elena sobre a filha que tivemos, mas seria impossível esconder isso, e impossível também esconder que agora eu e Rebekah estamos juntos novamente, é claro que eu não queria que ninguém interferisse em nossa felicidade e também não iria permitir isso. Estamos maravilhosamente bem assim e vamos continuar assim pelo resto de nossas vidas.

Não tinha sono naquela noite, estava também preocupado com Clara dormindo em outro quarto sozinha, então decidi ir vê-la como estava, mas ao me levantar da cama a menina invadiu o quarto e em uma velocidade impressionante me abraçou, eu podia ouvi-la soluçar e sentia que ela estava com o rosto molhado de lágrimas, eu também a abracei, me sentindo um pouco confuso, olhei para Rebekah e ela se encontrava sentada com meu lado me olhando com um olhar também confuso.

– Clara, filha... o que houve? Você está bem? –

Segurei seu pequeno rosto em minhas mãos e a encarava, percebi que o choro dela não era apenas de medo, era também de raiva, sua respiração estava alterada.

Clara POV:

Sem conseguir pensar direito eu entrei no quarto dos meus pais com rapidez, e a primeira coisa que consegui fazer foi abraçar meu pai com força, eu chorava de medo e raiva, chorava mais de raiva do que de medo, não conseguia entender que eu havia feito de errado para meu próprio tio me odiar e desejar minha morte. Demorei um pouco para me recuperar, até que minha respiração voltou ao normal, passei minhas duas pequenas mãos sobre meu rosto para limpar minhas lágrimas e suspirei.

– Klaus invadiu meu quarto há pouco tempo, ele me segurou pelo pescoço contra a parede, ameaçou me matar e disse que já estava conseguindo um jeito de acabar comigo, eu fiquei com medo mas também com ódio e quebrei seu pescoço. Eu não consigo entender...porquê eu? –

Mal consegui terminar de falar e já estava chorando novamente, agora de tristeza, olhava para meu pai e minha mãe e minha visão chegava a estar embaçada pois as lágrimas me impediam de ver nitidamente.

Rebekah POV:

Aquela foi à gota d’água pra mim, invadir o quarto de minha filha e tentar matá-la ali mesmo? Klaus ultrapassou todos os limites possíveis, ali não era mais seguro para Clara, eu e Stefan precisávamos encontrar um lugar pra ficar temporariamente, vendo meu anjinho chorar daquele jeito, com o rostinho todo vermelho era como se várias adagas perfurassem meu coração, ela estava sentada no colo de Stefan, segurei sua mãozinha e a acariciei para tentar acalmá-la.

– Meu amor, seu tio é completamente louco, é ambicioso e faz tudo para manter o seu poder, hoje vamos embora daqui e vamos ficar em um local seguro onde ele não pode entrar, ok? Me desculpa por tudo isso. –

Beijei a cabeça de minha filha e olhei para Stefan, eu e ele tínhamos o mesmo olhar de revolta e com um pouco de medo também.

Stefan POV:

Eu não tinha palavras para o que minha filha me disse, só conseguia me perguntar a que ponto Klaus chegou, Clara estava com medo, triste e com raiva também, não suportava vê-la daquele jeito. Aconcheguei seu pequeno corpo sobre meu colo e ela deitou a cabeça em meu peito, ainda podia ouvir seus pequenos soluços devido ao choro.

– Isso, vamos sim, conheço um lugar onde ele nunca foi convidado, a casa de Elena, ele não pode entrar lá, vamos te levar pra lá ok meu anjo? –

Clara assentiu com a cabeça e me levantei com ela em meus braços.

– Stefan, na casa da Elena? Ela não vai aceitar...e se ela fizer alguma coisa? –

– Ela pode não aceitar mas já fiz muitas coisas por ela que eu não quis, digamos que ela esta me devendo esse grande favor, e ela não vai tentar nada, pois ficarei com a Clara o tempo todo, não temos opção Rebekah, por enquanto essa é a única saída, confie em mim. –

Beijei a testa de Rebekah e juntos descemos as escadas, sabíamos que quebrar o pescoço de Klaus não ia deixá-lo desacordado por muito tempo, então precisaríamos ser rápidos naquele momento, saímos da casa de Rebekah e deixei Clara sentada no banco de trás do meu carro, Rebekah sentou ao meu lado e liguei o veiculo, dirigindo-o até a casa de Elena.