Mystic Falls, VA.

Rebekah POV:

Meu bebê havia acabado de sair de dentro de mim, apesar da dor incontrolável e que parecia nunca terminar eu consegui segurá-lo em meus braços. – É uma menina... – Falei comigo mesma enquanto várias lágrimas escorriam pelo seu rosto por medo do que Niklaus poderia fazer com minha filha, tão pequena, indefesa e inocente, eu não poderia permitir que ele destruísse mais um sonho meu, e eu não iria permitir isso. – Clara. – Sussurei enquanto enrrolei meu pequeno bebê em uma manta, Clara não chorou quando nasceu, ela abriu seus pequenos olhinhos e os fixou aos meus, ela tinha meus olhos e apesar do sangue que cobria seu pequeno corpinho eu pude notar alguns fios de cabelos loiros sobre sua cabeça, a dor que me agoniou por todo aquele dia teve fim assim que pude olhar pela primeira vez os olhos de minha filha. Foi tudo tão rápido, eu precisava descansar, estava exausta e quando enfim acordei, Clara não estava mais lá, ele a havia levado pra longe de mim ou sabe lá Deus o que meu irmão poderia ter feito com a minha filha.

Acordei com um susto e um aperto grande em meu peito, foi um sonho, na verdade isso de fato ocorreu em 1922, quando eu tive minha pequena filha em meus braços por poucos minutos e a perdi provavelmente pra sempre, jamais perderia as esperanças de encontrá-la novamente, apesar de mais de 90 anos terem se passado e ela nem saber quem sou, mas, ano após ano eu sentia que me distanciava mais de Clara, e seu pai, Stefan, mal sabia que tivemos uma filha juntas. Eu não arriscaria falar de Clara para Stefan, ainda mais agora que ele está mais apaixonado do que nunca por Elena e a ajudando a lidar com o vampirismo, por mais que Elena prefira Damon agora, Stefan não desiste dela, portanto, decidi não importuná-lo com assuntos de mais de 90 anos atrás e, até porque ele graças ao meu irmão Klaus esqueceu que me amava e jurava promessas de amor pra mim em 1922, ás vezes não conseguimos se desprender do passado, ainda mais eu, Rebekah Mikaelson, uma vampira de mais de mil anos, e de todos meus amores que tive ainda prefiro Stefan Salvatore, mesmo ele amando outra, eu pude sentir o que era verdadeiro com ele e cada vez que ouvia ‘’Eu te amo’’ sentia que meu coração iria saltar pela boca, sou extremamente vulnerável, Klaus tem razão a respeito disso, não consigo esquecer meu passado, assim como não consigo esquecer e nem desistir de minha Clara.

Stefan POV:

O sol brilhava lá fora e mais um aparente belo dia se iniciava em Mystic Falls, enquanto eu estava no quarto de Elena em seu segundo dia como vampira, todas as janelas de seu quarto estavam fechadas devido aos raios de sol que a incomodavam, jurei a mim mesmo que não a deixaria se tornar esse tipo de monstro mas o inevitável acidente causado por Rebekah Mikaelson naquela ponte não me deixou escolha, ou eu a transformava ou deixava morrer, não tive muito tempo para pensar então condenei Elena a uma eternidade dependente de sangue.

O que tem de errado com Rebekah?! Eu não consigo entender, dia após dia ela faz questão de interferir em minha vida e de Elena, por mais que ela agora esteja com Damon eu não consigo deixá-la ou esquecê-la, nos anos 20 segundo Klaus eu amava Rebekah e dizia isso pra ela todos os dias, ela não conseguiu me esquecer, porém não posso ser forçado a amá-la novamente, e Rebekah apesar de toda sua postura de durona é uma mulher carente de amor, as vezes sinto pena dela mas infelizmente não posso fazer nada quanto a isso. Meu foco agora é Elena, e eu preciso saber o que passou pela cabeça da vampira Original ao decidir causar aquele acidente na ponte, e é isso que estou determinado a descobrir. Rapidamente eu saí da casa de Elena e me desloquei até a Mansão dos Originais, onde, para minha surpresa Rebekah estava sozinha em pé na frente da lareira e engolindo uma grande quantidade uísque.

– O que há de errado com você? – Stefan não hesitou e em questão de um segundo avançou em Rebekah e prendeu seu corpo sobre a parede, seu antebraço pressionava contra o pescoço da vampira Original e ele pode ouvir o copo cheio de uísque cair sobre o chão e quebrar em mil partes. – Porque tentou matar Elena?! Porque? –

– Claro, você pode entrar Stefan. Eu não estou muito no clima para o assunto Elena amada e protegida por todos, é sério Stefan, se eu quisesse ter a matado, acha que já não teria o feito? Mas agora ela é uma de nós e vai ser uma verdadeira diversão vê-la sofrer daquele jeito, acho que será até melhor do que tê-la morta. – Rapidamente Rebekah jogou o corpo de Stefan para longe até fazê-lo bater em outra parede e cair sentado sobre o chão, em passos lentos a vampira se aproximou enquanto dizia aquelas palavra como se estivesse provocando-o, só parou de caminhar quando seu corpo estava próximo ao dele, ela cruzou seus braços e respirou fundo. – Acho que não vai querer o assunto Elena agora, quando existem coisas mais urgentes a serem descobertas. –

Stefan POV:

Rebekah é louca, extremamente paranóica, é a única explicação que encontro após ter meu corpo arremessado até o outro lado da sala, enquanto eu quem deveria estar acabando com ela mas infelizmente essa vadia é mais forte do que eu e não tive outra opção a não ser ficar sentado no chão reclamando de dor enquanto era obrigado a ouvir o sermão ridículo dela, eu revirei os olhos ainda sem forças de levantar do chão. – Mas do que você está falando? O que pode ser mais importante do que Elena? –

Rebekah POV:

O modo frio e egoísta de como Stefan se dirigia a mim quase me fez esquecer de que um dia fui completamente apaixonada por ele, talvez um pouco deste sentimento ainda exista mas no momento essa não era a questão, eu estava determinada a contar sobre Clara após mais de 90 anos desde seu nascimento, eu não agüentava mais, Stefan precisava saber que existe ou existiu um fruto de nosso amor. – Eu fiquei grávida de você em 1922, Glória me fez um feitiço para conseguir a fertilidade e eu sei que fiz mal em não contar pra você ou para Niklaus, eu não queria que ninguém me impedisse de realizar meu sonho de ser mãe, na noite em que iria revelar a gravidez pra você o bar foi atacado e tive que sair as pressas dali junto com meu irmão, Klaus acabou descobrindo sobre minha gravidez e é claro, não gostou disso, ela me trancou em uma casa bem longe dali e eu dei a luz a nossa filha, chamei-a de Clara mas pouco tempo depois de nascer ela foi tirada de mim por Klaus...eu sei que vai duvidar, então vá em frente, pergunte ao meu irmão sobre o bebê que ele mesmo tirou dos braços da irmã. –

Stefan POV:

De alguma forma era impossível acreditar nas palavras absurdas que Rebekah dizia, ele sabia que ela não iria mentir mas tudo que saía da boca dela era improvável demais para ser verdade, não, não e não, ele era um vampiro e ela também, não poderiam se reproduzir, é contra todas as leis da natureza, e ele nunca tinha ouvido falar desse tal de feitiço da fertilidade em vampiras, isso não podia ter acontecido, ele foi pai e não sabia, é impossível, é improvável, não aconteceu. Ser pai era um de seus maiores sonhos e ele sabia que não poderia acontecer, mas agora Rebekah vem com essa notícia de que tiveram uma filha em 1922, fruto de um feitiço feito por Glória, e agora nem Rebekah sabe do paradeiro da menina, não sabe se está viva, não tem nenhuma noticia pois Klaus a levou pra longe.

– Não...não...não, isso não é verdade, é IMPOSSÍVEL! Eu não acredito... – Se levantou rapidamente e começou a andar de um lado para o outro, exibindo total postura de nervosismo e desconfiança, ele não queria acredita, sempre quis ser pai mas não imaginava que seria daquela maneira tão devastadora, após alguns minutos juntando peça por peça em sua cabeça sobre qual seria a possibilidade disso ocorrer, Glória era muito poderosa e de fato ele achou que ela poderia mesmo ter dado o dom da fertilidade para Rebekah, isso aconteceu mesmo, Stefan foi pai de uma menina com Rebekah e ele nunca teve a chance conhecê-la.

– Porque você não me contou antes?! Você engravidou de mim, presenciou um momento completamente raro na história do vampirismo e demorou pra me contar, eu teria feito de tudo pra proteger vocês duas! Agora temos uma filha e não sabemos nem se está viva...não sabemos o que ela passou, não sabemos de nada a respeito dela! – Stefan explodia com as palavras de um modo como Rebekah nunca o vira assim antes, ele estava totalmente desnorteado, ela não sabia como acalmá-lo pois agora também lágrimas cobriam suas bochechas e ela parecia desesperada, como é triste ter um sonho, poder realizá-lo e vê-lo sendo levado pra longe de si.