"When ya got a job to do
Ya got to do it well"

Os dias passaram rapidamente para os cavaleiros de Câncer e Peixes, com diversas missões e problemas, e inimigos, muitos inimigos.

As missões eram resolvidas com facilidade, mas os problemas eram aumentados graças ao cavaleiro de Câncer, que como sempre, se comportava da maneira mais irresponsável e imatura que podia, trazendo muitas preocupações para o parceiro de Peixes.

Ele gostava de ver como o menor o observava, com uma mistura de reprovação e preocupação, mais reprovação, mas isso ainda o deixava feliz, já que o outro não costumava demonstrar muitas emoções, já havia até perguntado se ele tinha alguma conexão com o cavaleiro de Aquário e sabia suas técnicas de gelo, porém a resposta fora negativa, mantendo o mistério.

Ele não se importava com as broncas que vinham em seguida, após se acostumar, passou a ser agradável ouvir a voz do mais novo dizendo para ele se comportar, não se meter em confusões, que acabaria morrendo por besteira ou para apenas respeitar as pessoas que estavam tentando ajudar.

Aquele dia não foi diferente, no caminho para o Santuário, Manigold ouviu um dos breves sermões do mais novo enquanto cuidava dos próprios ferimentos, dessa vez a batalha havia sido um pouco mais difícil que o normal, já que provocara uma máfia que contava com a ajuda de Espectros.

— Você poderia me ajudar ao invés de ficar falando, deu tudo certo afinal. — disse tentando enfaixar um dos braços onde havia um corte.

— No Santuário eles irão refazer seus curativos. — foi a resposta que deu e ficou em silêncio, ignorando as reclamações do maior e os pedidos de ajuda.

Após algum tempo conseguiram prosseguir com a viagem, com o canceriano eventualmente reclamando do auxílio que não recebera ou comentando sobre coisas aleatórias, como normalmente fazia.

A conversa era agradável já que o pisciano se permitia dizer mais do que algumas poucas palavras, fazendo o outro sorrir enormemente, sabia que isso acontecia por causa das tentativas de se aproximar, fazendo o outro se sentir mais confortável com a presença constante dele ao seu lado.

Ao chegarem no Santuário o canceriano se dirigiu para a casa de Áries, esperando que o cavaleiro dela pudesse refazer os curativos, enquanto o parceiro se dirigia para a sua própria casa, voltando a se isolar, recebendo um suspiro pesado do maior, ele ainda ia precisar se esforçar muito para acabar com o costume do menor de se isolar assim que chegassem.

Mas como sempre, algum tempo depois Manigold subiu até o décimo segundo templo, sendo logo atendido pelo companheiro.

— Você deveria estar repousando.

— E você deveria saber que não é muito educado sair sem se despedir, o Shion ficou sentido. — brincou e sorriu.

— Você não está aqui para falar sobre meus modos ou os sentimentos do dourado de Áries. — observou, a proximidade que partilhavam já o permitia ler o outro com mais clareza, não que fosse algo muito difícil.

— Você é muito esperto, Alba-chan! — disse com certa animação. — Estou aqui para seguir uma das suas broncas: se tenho que fazer algo, que eu faça direito.

Após dizer isso estendeu uma flor ao menor, recebendo um olhar surpreso como resposta.

— Uma flor? — questionou ao ver que o outro não iria dizer nada se ele não o fizesse primeiro.

— Eu te daria uma rosa se você já não tivesse muitas. — deu uma risada baixa. — É para você se lembrar de que temos que sair amanhã novamente, e lembrar de mim.

Albafica não conseguiu conter o sorriso que se desenhou em seus lábios, finalmente havia entendido o que estava acontecendo: estava sendo cortejado.

Isso era realmente uma surpresa para ele, não imaginava que o outro fosse capaz de fazer algo tão gentil, mesmo acreditando que a ideia fosse de um certo loiro ariano, mas logo se aproximou e pegou a pequena planta de pétalas amarelas com suavidade, rapidamente identificando se tratar de um junquilho, agradecendo em seguida.

— Não se atrase. — foi lembrado antes de receber um aceno e um sorriso caloroso, era clara a alegria no olhar do outro ao se despedir.

Ao observar a flor em suas mãos o pisciano se perguntou se o companheiro sabia que as plantas tinham significados e se saberia o significado dessa em especial, mas deixou de lado esses pensamentos, provavelmente foi apenas uma feliz coincidência.