Crimson Thorn escrita por Vit


Capítulo 14
Take On Me


Notas iniciais do capítulo

Dia 16: Take On Me - A-ha



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"Oh, the things that you say
Is it life or just to play my worries away?"

Albafica estava se afastando novamente, se isolando até mesmo de Manigold. Ele não respondia aos chamados do italiano, não saia para missões em dupla, não era visto pelo Santuário ou no vilarejo próximo e também não visitava mais o lugar que considerava especial, era como se tivesse desaparecido.

O mais velho não se conformava com a decisão do menor de simplesmente voltar a se esconder do mundo, isso significava que tudo o que ele fez foi em vão, que o mais novo havia mentido sobre não conseguir recusa-lo, que não sentia nada por ele, e isso era inaceitável e impossível, o mais novo era muito nobre para fazer algo assim.

Então isso significava que algo havia acontecido, ele apenas tinha que descobrir o que, mas para isso precisaria encontrar o parceiro, e não seria nada fácil, talvez fosse até impossível, mas ele não se importava, o que o levou até a casa de Peixes.

O dia ainda estava claro, o céu estava limpo como de costume e o clima quente, com o som já conhecido dos pássaros, guerreiros e crianças do Santuário, mas o Décimo Segundo Templo estava silencioso, e se não fosse pelas rosas de um vermelho vivo, que estavam mais belas do que nunca, poderia se dizer que o lugar estava abandonado.

A voz grave do cavaleiro de Câncer cortou o silêncio triste que estava naquele lugar, chamando o nome e o apelido do morador diversas vezes, mas não fora atendido, ele teria invadido a residência se esta não fosse protegida pelas plantas venenosas.

Pensou em retornar para seu próprio templo, esquecer o rosto bonito do menor e tudo que tivesse a ver com o mesmo, mas isso parecia uma desistência e Manigold não sabia o que era desistir, tal palavra não estava em seu vocabulário e ele não pretendia adicioná-la.

Apenas restava um lugar para procurar, e ele pretendia chegar lá o mais depressa possível, o que quase o levou a correr pelas escadarias das casas do zodíaco, parando apenas na de Áries para perguntar se o loiro lemuriano havia visto o pisciano desaparecido, recebendo um não e um olhar preocupado em resposta, que fora ignorado para que pudesse voltar a sua busca.

Atravessou o restante do Santuário e adentrou a mata o mais rapidamente que conseguiu, seguindo a conhecida trilha, esperando que finalmente encontrasse o que procurava, não aguentava mais ficar longe do companheiro sem saber o motivo da distância, já havia perdido a pouca paciência que tinha e estava começando a se irritar com isso.

Ao chegar na clareira procurou com o olhar os cabelos azulados do dourado de Peixes, e não pode deixar de sorrir ao ver as madeixas claras sendo bagunçadas pelo vento, mas ficou sério e andou com passos fortes até o homem, anunciando sua presença e espantando qualquer animal que estivesse próximo, parando a frente dele.

— Você sumiu. — acusou com seriedade, sem seus sorrisos ou o olhar alegre, algo que nunca acontecia.

— Você está pálido e suas olheiras estão mais escuras. — foi o que recebeu em resposta.

— Não interessa. Por que você está fazendo isso?

— Você vomitou e passou mal. — disse ainda mais sério.

— Albafica, não começ... — tentou advertir o pisciano, mas fora interrompido pelo mesmo.

— Eu estou te envenenando e você sabe disso, Manigold. — falou em um tom rígido, repreendendo o maior, mas seu olhar e seu rosto mostravam claramente a culpa que sentia, ele sabia que não deveria ter permitido as aproximações e até mesmo as incentivou, estava matando seu amigo por causa de seu egoísmo, e isso era inaceitável.

— E eu não me importo! Nós estamos no meio de uma guerra, grande parte de nós não vai sobreviver, tenho que brilhar enquanto ainda posso. — ele teria sorrido, mas o que sentia o impedia. A visão do rosto alheio era triste, dolorosa até, ele não gostava de ver o outro se culpando, parecendo que ia chorar, apesar dos olhos permanecerem secos.

— Eu não posso fazer isso com você. — respondeu após permanecer alguns segundos em silêncio, desviando o olhar para o chão, observar aqueles olhos violetas era difícil, eles o deixavam com vontade de ceder novamente.

— Eu quero. — disse com sua voz normal, sem a alegria habitual, mas não estava mais sério, e se aproximou para pegar uma das mãos do outro cavaleiro, mas este não permitiu e se afastou alguns passos.

— Não importa, seria doloroso demais e você ainda tem uma deusa a quem deve proteger. — voltou a fitar o rosto a sua frente.

— Eu não irei morrer tão facilmente. — tornou a se aproximar, finalmente pegando a mão do pisciano, mas com suavidade, apreciando a maciez da pele clara.

— Manigold, por favor. — pediu, esperando que dessa vez fosse obedecido pelo maior, que ele percebesse o quão errado e ruim isso seria, que ele acabaria morto.

— Desculpa, Alba-chan. — finalmente sorriu, levando a mão que segurava até seu rosto e depositou um beijo suave na palma. — Eu vou ficar bem.

Albafica suspirou, a forma firme como o outro falava lhe dava uma sensação de segurança, de que aquilo não era mentira, que não precisava se preocupar, e ele queria acreditar naquilo, por isso decidiu aceitar, conseguiria lidar com a culpa se isto fizesse o italiano sorrir e o deixasse feliz, e esperava que isto não fosse um grave erro.

— Somente voltarei a vê-lo quando retornar ao seu estado normal. — avisou com a habitual seriedade e se afastou, entrando na mata.

— Eu mal posso esperar. — disse mesmo que o outro não fosse ouví-lo e sorriu.


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Notas finais do capítulo

Acho que as coisas irão mudar daqui para frente na relação dos dois, espero que gostem.



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