Logo existo escrita por pamelasolinski


Capítulo 4
Ventos de primavera


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o tamanho do cap. é que estou tendo muito pouco tempo para escrever...



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Estava ventando muito no jardim, mas, sinceramente, eu não me importava. Eu apenas queria que aquele vento rápido e certeiro me carregasse para longe daquele lugar. Queria poder esquecer tudo que já havia passado, e tudo que ainda teria que passar até que meu pesadelo acabace.

Caminhei lentamente deixando que tudo o que tinha acabado de acontecer se acalmasse em minha mente, assim, contei os exatos trinta passos largos até esticar minha mão e encontra o banco que ali ficava.

Assim que me sentei comecei a pensar em meus primos. Lembrava-me pouco de ambos, a única vez que eu realmente havia estado com eles foi à primavera, há muitos anos atrás, quando ainda éramos crianças...

Pelo que conseguia me lembrar, Louis era o mais novo, mamãe costumava descrevê-lo como o mais animado, e o mais inteligente dos dois. Ela dizia que mesmo não sendo primos de primeiro grau éramos muito parecidos fisicamente, descrevendo este como alto e esquio totalmente diferente de seu irmão Nicolas, que ao ver de minha mãe era o mais responsável e mais cavalheiro, sempre seguindo a risca as regras de seu pai.

Eu não havia conversado muito com eles, pois lembro de que não havia gostado de ter que compartilhar de meus brinquedos, principalmente meus cavalos de vidro, que tinha ganhando de minha mãe e que em um piscar de olhos haviam sido quebrados.

Assim que terminei minha breve reflexão de ambos percebi que nada tinha a seu favor, e considerei que não os conhecia nenhum pouco. Eles seriam completos estranhos quando aqui chegassem.

O vento começou a ficar mais forte, e eu comecei a sentir mais frio. E naquele momento, vi que minha vida tinha se tornado um completo caos, pois ali estava eu, tentando sair de uma prisão para, consequentemente entrar em outra pior ainda. Terrível.

Pensei também em como ficaria Eliza, minha doce irmã mais velha, que mesmo sendo tão inocente não estava confortável com o que estava acontecendo. Ela que por muitas vezes havia se esquivado de pedidos de casamento com frequência e que mesmo não tendo aceitado a nenhum ainda era querida e bem vista por todos.

E aqui estava eu, com meus dezenove anos, tendo que esquecer todos os meus sonhos para tomar toda a consciência do que logo me cercaria. Tendo que deixar para trás toda a liberdade que já tinha conquistado.

Assim que fechei meus olhos, procurando certo conforto no silêncio, escutei alguém se aproximando.

Estava pronta para levantar quando Eliza fala com uma voz chorosa:

– Eles chegaram, papai mandou vir buscar você...

– Temos mesmo que fazer isso Eliza? – perguntei não contendo minhas lagrimas.

Gentilmente, senti Eliza colocando uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha e dizendo em uma voz sincera:

– Temos irmã... Mas agora, não devemos fazer isso pensando em nos mesmas, devemos pensar em algo maior, algo que esta por vir, nossa vida daqui pra frente como adultas. Sempre foi a mais forte de nos, sempre a mais esperta e mais esforçada, agora esta na hora de mostrar isso, sua personalidade, que é tão única quanto você e assim, deve encarar o que estiver por vir, esta bem?

Quando terminou de dizer isso, pude perceber que Eliza não era a mesma menina que cheirava a flores, agora estava na hora de crescermos, e assim, levantei e segurei sua mão, e juntas, seguimos em direção a nosso novo e desconhecido futuro.


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