Diário de Uma Bruxa - 3° Temporada escrita por Unseen


Capítulo 5
Aquele Sorriso


Notas iniciais do capítulo

Pera, vou pegar toddynho
Voltei
HOLA, OLHA EUAQUI ~le desvia de pedras~
Nossa, mil desculpas por ter demorado tanto, minha internet sumiu, aí depois meu PC quebrou, aí depois minha mãe me colocou num curso de Inglês, aí as aulas começaram e eu não tive tempo pra escrever ;-;
Mas vocês são lindos e vão me perdoar né? ~le leva um Avada na cara~
Boa leitura! ^^



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Me olhei uma última vez no espelho do corredor, e coloquei um cacho loiro atrás da orelha. Ainda estava pálida e magra como um fantasma, e o vestido cinza – que antes cabia perfeitamente em mim – estava um pouco largo.

“Vamos, você consegue. Draco conseguiu, por que não você?”

Respirei fundo, e decidi não demorar nem mais um segundo. Ele ficaria aborrecido.

Então abri a porta dupla de madeira e entrei.

A sala estava relativamente escura, iluminada apenas por algumas velas flutuantes. Samanta e Louis Bramen me encaravam com uma expressão vazia, como sempre. Alguns dos outros comensais também estavam ali, mas não sabia o nome de nenhum – Lúcio parecia meio aborrecido e evitava olhar Narcisa, que olhou pra mim por um segundo, com uma expressão estranha. Draco estava entre eles, com uma cara de constrangimento. Nossos olhares se encontraram, mas logo desviamos.

Mas não eram eles que me assustavam mais.

– Louise. – Lorde das Trevas sibilou, e finalmente vi Bellatrix Lestrange ao lado dele – Podemos começar?

Engoli em seco, apertando os babados da minha manga, enquanto dezenas de olhos pousavam em mim, me estudando, tentando adivinhar o que eu faria.

– Claro. – respondi, tentando não parecer um hamster no meio de uma alcatéia. Lembrei do que a minha “mãe” falava e endireitei minha postura. Vi um brilho rápido de aprovação nos olhos de Samanta.

– Ótimo. – ele deu um pequeno sorriso, enquanto Nagini se arrastava em volta dos meus pés – Não vai doer muito.

Muito?

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Saí da sala meio tonta, com uma dor aguda que ia da ponta dos meus dedos à meu ombro. Ainda sim, tentei disfarçar, mordendo meu lábio inferior para não fazer nenhum resmungo.

– Se portou bem. – Samanta disse, quando passou por mim. Seus elogios eram raros, e normalmente sutis. Esse tinha sido tão direto que não consegui responder.

Todos os outros comensais saíram, em silêncio, alguns olhando pra mim, outros apenas olhando para o chão. Draco parou quando me viu e se aproximou.

– Dói, não dói? – ele sorriu solidariamente. Fiz uma careta de desgosto.

– Um pouco.

– Vai passar. – ele me tranqüilizou, pegando meu braço recém-marcado. Passou um dedo pelas linhas que formavam a cobra, e senti um calafrio.

– Que bom. – respondi, puxando meu braço pra longe. Ele pareceu um pouco magoado, mas não disse nada.

– Parabéns, menina. – Bellatrix parou enquanto saía e me lançou um daqueles sorrisinhos que indicavam que ela deveria estar em um manicômio.

– Não sou uma menina. – disse, lembrando-me do que ela tinha feito com os pais de Neville – Não mais.

Ela deu um risinho.

– Sim, parece que a senhorita Louise Black Potter já cresceu, não é mesmo?

Draco rangia os dentes tão alto que Merlin deveria estar tendo dificuldades pra descansar em seu túmulo. Fiquei com vontade de mandar aquela mulher pra um lugar muito feio, mas continuei com uma expressão neutra, como haviam me ensinado.

– Só Louise, por favor.

Ela balançou os ombros.

– Não vai poder evitar a verdade por muito tempo, menina.

Então ela saiu saltitando, com os cachos negros esvoaçando.

Draco não parecia feliz com o comentário de Bella, e parecia sério. Queria dizer algo para quebrar a tensão, mas não fazia idéia do que falar.

– Draco, vamos. – Lúcio apareceu, olhando para ele com olhos (imagina, olhou pra ele com dentes) severos. Ele não olhou pra mim em nenhum momento.

Draco não respondeu, apenas me lançou um olhar que parecia dizer “sinto muito”.

Então ambos se viraram e saíram, enquanto Narcisa estava parada ao meu lado. Um silêncio pairou no corredor e quando tomei coragem para falar com ela, ela desabou:

– Eu sinto muito. Por tudo isso. Pelas mentiras e por nunca ter falado nada. Lorde das Trevas disse que seria melhor assim, e de qualquer jeito, Lúcio nunca me deixaria ficar com você.

Parei, encarando aquela mulher confusa e assustada. Narcisa sempre me parecera forte e fria, mas agora parecia querer chorar. Eu não conseguia imaginá-la como minha mãe – a mulher que me carregou por nove meses.

Mas de qualquer jeito, era difícil imaginar dividir o mesmo sangue com Draco durante nove meses.

Balancei a cabeça, tentando me livrar desses pensamentos perturbadores.

– Só...eu queria saber...bem, eu queria saber que diabos aconteceu. – balancei os ombros e ela suspirou.

– Hm...é uma longa história.

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P.O.V. Narcisa

Abril - 1967

(11 anos)

Subi as escadas da escola com pressa. Se me atrasasse mais uma vez...

Bati de frente com alguém e soltei um grito, sentindo que caía da longa escada. Mas então aquele alguém segurou minha mão.

– Você está bem? Me desculpe, eu não te vi! E você quase caiu...

Olhei para cima, meio furiosa, e vi que era um garoto com roupas da Grifinória – de cabelo escuro e bagunçado. Seus olhos verdes me encaravam, com certa preocupação. Aquela preocupação me impediu de gritar com ele.

– Ah...eu...eu estou...estou... – gaguejei, enquanto via um sorriso se formar em seu rosto. Algumas covinhas se formaram em suas bochechas.

– Algum problema?

Retomei minha fala, pensando em quão lindo aquele garoto era.

– Ah, não, eu estou bem. – senti minha pele pálida corar. Mas então olhei para suas roupas carmesim e percebi que não devia falar com ele – Com licença!

Tentei passar por ele, mas ele segurou a minha mão.

– Ei, não vai se apresentar?

– Não. – respondi, meio constrangida, meio irritada.

– Então eu não tenho direito de saber quem eu salvei? – ele deu outro daqueles sorrisos e senti minhas pernas tremerem. – Eu sou James Potter.

James Potter?

Eu realmente não deveria estar falando com ele.

Puxei meu braço, mas ele o segurou de novo.

– Não, eu não vou te deixar fugir! – ele riu – Vamos, não seja tímida.

– Se eu falar, você vai me deixar ir embora?! – perguntei, minha voz vacilando.

– Depende. – ele fez uma cara maliciosa – Você quer que eu vá embora?

Resisti a tentação de falar que não e fiz uma cara aborrecida.

– Narcisa. Narcisa Black.

Um sorriso se formou de ponta á ponta de seu rosto.

– Black? Então você é parente do Almofadinhas?

– Quem? – franzi a testa.

– Ah, Sirius.

Senti minha pele gelar, e me lembrei das palavras que tinha decorado – que minha família dizia quando alguém perguntava sobre um desertor. Um gosto amargo me veio à boca.

– Não. Não temos nenhum parentesco, nosso sangue não é o mesmo. Ele foi deserdado.

James pareceu confuso.

– Por quê?

– Porque ele se misturava com os outros.

– E quem é um outro?

– Pare de fazer perguntas! – bufei. Mas ele se mostrou impassível, então desisti – Outro é aquele de sangue-ruim.

James soltou meu braço, mas não me afastei; seu rosto mostrava uma expressão estranha.

– Você é igualzinha àquele Malfoy.

– Os Malfoy são amigos dos Black. – disse, friamente.

– Bem, eu não sou amigo dos Malfoy. – ele respondeu do mesmo jeito – Bom te conhecer, Narcisa.

Ele se virou antes que eu pudesse falar algo e saiu andando.

Maldito Potter.

Agosto – 1980

(24 anos)

Ouvi alguém bater à porta. Lúcio estava fora, e eu estava sentada, lendo no meu quarto. Desci as escadas da mansão e corri até a porta, olhando pelo olho de vidro.

– Potter?! – perguntei, abrindo a porta. O vento frio de outono entrou, junto à algumas folhas e eu estremeci. Ele deu um sorriso amarelo.

– Posso entrar?

Me lembrei dos bons modos.

– Ah, claro, pode, sente-se ali. Vou pegar um pouco de chocolate quente.

Chamei um dos criados – um elfo doméstico chamado Patyr – e falei para lhe preparar algumas bebidas. Ele se curvou e saiu até a cozinha.

Assim que voltei à sala, vi que James bebia algo que parecia água – mas que residia em uma grande garrafa. O cheiro de álcool flutuou até mim.

– James, que dementadores é isso?! – bufei – Se Lúcio souber que você veio aqui bêbado...

– Lúcio não vai saber. – ele disse – Além disso, ainda não estou bêbado.

Minha expressão se fechou, e senti a raiva me inundar – mas sabia que James Potter nunca me ouviria. Ele era muito teimoso. Suspirei e me sentei ao seu lado.

– O que aconteceu?

– Lily. Nós brigamos. – ele fez uma careta ao dar outro gole. Patyr nos trouxe uma bandeja com duas canecas fumegantes e colocou na mesa. James colocou um pouco da bebida nas duas canecas.

– Não, eu não bebo. – disse, e ele balançou a cabeça.

– Nem eu.

Fiquei observando enquanto ele ficava cada vez mais corado e confuso, e depois olhei para a minha caneca. Por fim, tomei coragem e bebi um gole.

E imediatamente cuspi.

– Credo, isso é horrível! – disse, com o gosto forte do álcool na minha boca.

– Eu sei. – ele riu – Mas você se acostuma. Tome.

Ele me entregou a garrafa, e hesitei. Lúcio não estava em casa, só voltaria em alguns dias, pois tinha levado o recém-nascido Draco para visitar os Bramen – então ele nunca saberia que eu tinha bebido com James Potter.

Balancei a cabeça e tomei um longo gole, sentindo minha garganta queimar.

E logo depois de alguns outros goles, tudo já estava sem foco. Não falava direito, e gaguejava o tempo todo.

– Por...por que você veio achi? – disse, sem conseguir pronunciar o “q” de “aqui”.

– Eu não sei. Só achei que xeria legal vir à sua mansão, não? – ambos começamos a rir sem motivo, e eu vi aquelas covinhas de novo. Aquele sorriso sempre tinha me perturbado.

Ele não deveria estar lá naquela noite.

Eu não deveria tê-lo deixado entrar.

Mas aquele sorriso...

10 de Abril – 1981

(25 anos)

Fui até a porta e hesitei. Olhei para a pequena coisinha rosada enrolada no monte de tecido. Várias pétalas da mesma cor voavam por ali, naquela primavera fria.

A menina tinha nascido dois dias antes. Tinha dito à Lúcio que ela era a sua filha, e ele tinha acreditado...por certo tempo. Então, quando ela nasceu, com aqueles olhos verdes inconfundíveis, ele soubera. No mesmo momento, ele percebeu minha expressão. E eu contei tudo.

E agora, eu tinha de deixá-la com eles.

Era confuso – mesmo que olhasse para aquela criança e soubesse que era minha, ela parecia uma estranha. Com alguns poucos cabelos claros e aqueles grandes olhos, ela era...desconhecida.

Mas eu não poderia conhecê-la.

Eu tinha de abandoná-la.

Então a coloquei no degrau, bati à porta e aparatei.


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Notas finais do capítulo

Então, eu pesquisei e o Draco nasceu em Julho de 1980. Ela nasceu em Abril de 1981. Então é totalmente possível u..u eles só tem 10 meses de diferença.
Viu? Então Draco foi “concebido” Em Outubro de 1979 e a Lou em Agosto de 1980. Draco só tinha um mês de vida :v e o Harry nasceu em Junho, né? Eu não sei, foda-se. Só sei que é totalmente possível o Draco e a Louise terem a mesma idade u.u (mesmo que ele seja quase um ano mais velho aheoiahejiaje)
Cálculos