Philos escrita por kattsalazar
Notas iniciais do capítulo
Dia 14: La Bamba – Los Lobos
El Cid reprimiu um leve suspiro enquanto observava o belo homem de madeixas acastanhadas caminhar em sua direção, no local afastado do luxuoso castelo. As sofisticadas vestes bordô, bem cortadas e alinhadas, deixavam-no ainda mais charmoso, como se realmente pertencesse à nobreza, e o cabelo claro cuidadosamente penteado evidenciava a ausência da habitual faixa vermelha que usava na testa. O espanhol constatou que ele estava diferente, mas absurdamente lindo, principalmente porque o costumeiro sorriso fácil e caloroso permanecia na face de expressão serena
— Você é impossível. — Sísifo afirmou quando se aproximou do moreno de cabelos desalinhados, surrupiando a taça de vinho que o mesmo segurava.
Capricórnio não entendeu a acusação e encarou o parceiro com um olhar questionador, esperando por uma explicação que não tardou.
— Quando sugeri que agíssemos com naturalidade quis dizer para nos entrosarmos com os demais e observarmos a tudo de perto, não deveria se isolar. — esclareceu e sorveu a bebida rubra, aliviado por ela ajudar a espantar a sensação de frio. Estavam em terras geladas e isso o desagradava, sentia falta do calor presente na Grécia.
Cumpriam uma missão conjunta a mando do santuário, deveriam investigar forças malignas que rondavam o castelo. Naquela noite, acontecia um baile, à vista disso decidiram se infiltrar como convidados.
— Eu continuo atento. — retorquiu, era um cavaleiro honrado e dedicado, não negligenciaria seus deveres.
O sagitariano deu uma risada baixa, deveria esperar resposta parecida.
— Eu sei disso, nunca duvidei de suas capacidades. — falou de forma firme, não queria que houvesse desentendimentos entre eles. — Mas você devia se enturmar com os convidados, desse jeito levantaremos suspeitas.
O defensor da décima casa permaneceu em silêncio, sabia que dessa vez o grego tinha razão, todavia era recluso demais, não se sentia muito à vontade em festividades.
— Eu sei que é difícil para você. — Sísifo iniciou com suavidade, como se adivinhasse o que o espanhol pensava. — Mas eu posso ajudar. — propôs sorridente, deixou a taça agora vazia sobre uma das rebuscadas mesas que decoravam o local e ofereceu a destra ao parceiro.
O espanhol não entendeu como poderia ser ajudado, no entanto não hesitou em segurar a mão quente que contrastava com o dominante frio do ambiente.
— Uma ótima forma de se misturar entre os convidados é através da dança. — proferiu alegremente e envolveu o corpo alheio com o braço livre, de forma que não era permitida a nenhum dos casais daquele nobre baile. — Os movimentos precisam ser graciosos.
O mais velho se movia levemente para os lados sem afrouxar o firme abraço, satisfeito pelo calor que agora partilhavam, continha o ímpeto de abraçar o sério companheiro desde que o vira trajado em nobres vestimentas negras no início daquela noite, elas davam-lhe um ar ainda mais sóbrio, tornando-o ainda mais belo.
El Cid tinha a perfeita noção que não poderia repetir aquela dança com nenhuma das formosas damas presentes na festividade, todavia nada fez para impedir Sísifo de continuar e acompanhou os movimentos lentos e suaves. Gostava de tê-lo tão perto, sentir a calidez de seu corpo e a agradável fragrância que ele exalava. Por um momento supôs que agia de forma imprudente, contudo logo afastou o pensamento. Estavam em um local afastado dos olhares curiosos e ainda assim mantinham-se atentos a tudo, não seriam surpreendidos.
Portanto, cerrou as pálpebras, correspondeu ao abraço e apoiou a cabeça no ombro alheio, decidido a aproveitar-se daquela agradável proximidade enquanto podia.
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Não consegui postar ontem, perdão.