Philos escrita por kattsalazar


Capítulo 4
Juntos


Notas iniciais do capítulo

Dia 11: Happy Together – Turtles



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I can't see me loving nobody but you
For all my life.

Seria um belo dia. Aquela foi a primeira coisa que Sísifo pensou quando chegaram em Rodorio. Ainda era cedo, mas o sol já brilhava de forma intensa, iluminando e dando ainda mais vida ao alegre vilarejo. Abriu um sorriso e desacelerou os passos, a fim de apreciar o local com calmaria. Seu companheiro, El Cid de Capricórnio, acompanhou o ritmo vagaroso, não se importava em passar um pouco mais de tempo ao lado do grego.

Voltavam de uma investigação sobre os deuses do sono, as imponentes armaduras de ouro estavam guardadas dentro das grandes urnas douradas, carregadas em suas costas. Portanto, usavam roupas civis, de coloração escura, alinhadas nos corpos bem definidos. O espanhol estava mais silencioso que o usual, absorto em seus próprios pensamentos, poucas foram as informações que descobriram durante a viagem, no entanto, não era isso que o preocupava.

O laço que mantinha com o sagitariano tornava-se cada vez mais íntegro, no início surpreendera-se com isso, era uma pessoa reclusa, não imaginava-se em um relacionamento tão íntimo, principalmente com alguém como Sísifo. Esforçava-se para robustecer cada vez mais o coração tido como aço, mas nunca deixara de sentir, dessa forma, antes que pudesse impedir, foi levado pela maré de sentimentos e sensações intensas que o amigo representava, perdendo-se nela.

Não era um homem tolo, nem mesmo ingênuo, entendia perfeitamente em que tipo de situação estavam, mas, pela primeira vez em muito tempo, não sabia como agir. Estavam cada vez mais próximos do prelúdio de uma guerra santa. Não era otimista, sabia que muitas vidas seriam ceifadas para que pudessem defender a deusa por quem juraram lealdade, era um risco que aceitaram para que pudessem se tornar cavaleiros, à vista disso, não achava correto iniciar um elo que muito provavelmente estaria fadado ao sofrimento e ao fracasso.

Todavia, mesmo contra a vontade de seu dono, o coração afiado como a lâmina de uma espada não era mais ocupado somente por lealdade a Atena, Sísifo conseguira derrubar todas as suas barreiras com a mesma facilidade que acertava o alvo de suas poderosas flechas. A solidão que capricórnio esforçava-se tanto para manter já não lhe parecia adequada.

— No que tanto pensa? — a conhecida voz de timbre suave tirou o espanhol de seus devaneios quando se aproximavam do santuário.

Sísifo sorriu para o amigo, a curiosidade evidente nos olhos azuis.

— Em nada. — mentiu sem se abalar e desviou o olhar, sabia que ele o entregaria.

O grego esperava por aquela negação, então apenas se aproximou e retorquiu, com a afabilidade de sempre.

— Eu posso sentir que está inquieto. — não se referia ao cosmo, a ligação que compartilhavam permitira que conhecesse o outro bem o suficiente para entendê-lo sem grandes dificuldades. — O que houve? — perguntara por hábito, prevendo uma negação.

El Cid permaneceu em silêncio, dando a entender que já havia encerrado o assunto. Sagitário soltou um leve suspiro, mas respeitou a vontade do outro. Quando chegaram no santuário se dirigiram ao décimo terceiro templo e informaram ao Grande Mestre o que ocorrera durante a missão, sendo dispensados pouco depois com a ordem de que descansassem.

Ao se aproximarem da casa de capricórnio, o defensor do templo se preparou para entrar na área habitável sem se despedir do companheiro, mas foi impedido pela mão de toque firme que envolvia seu braço, o que o deixou confuso.

— Fiz algo que o desagradou? — o grego questionou, recebendo um cenho franzido como resposta. — Eu sinto muito! — desculpou-se apressado, interpretando o ato como uma afirmação.

El Cid esperava por isso, era bastante previsível que sagitário acabaria se culpando por causa de seu estranho comportamento.

— Você não fez nada. — replicou com firmeza e desvencilhou-se do toque.

— Então o que houve? — questionou, esperando que desse vez conseguisse obter uma resposta concreta.

Capricórnio observou a feição preocupada do melhor amigo, desagradava-o vê-lo dessa maneira por sua causa e, por fim, fitou os olhos. Eram de um azul intenso, tal como a tonalidade das águas de um oceano, eles o instigavam, convidando-a se perder naquela imensidão de serenidade e harmonia. Foi quando obteve a resposta que tanto buscava, por mais que achasse necessário não queria mais se entregar à solidão, não adiantava sufocar o sentimento que há muito tempo habitava o âmago de seu ser, sentimento que havia o dominado. Dominado a ambos.

Sísifo sorriu, não se espantou com o que captou naquela demorada troca de olhares, apesar de não ter verbalizado, nunca fizera questão de esconder o que sentia, esperava apenas o portador da excalibur dar algum sinal de que o correspondia na mesma proporção, portanto, não houve hesitação quando levou ambas as mãos ao rosto do outro, segurando-o com delicadeza e beijou os lábios finos, sabia que o espanhol não se afastaria.

Ele não o fez. Pela primeira vez em muito tempo deixou de se conter e envolveu a cintura alheia de forma firme, correspondendo ao ósculo com intensidade. Já não estava mais sozinho.


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Notas finais do capítulo

*Fênix renascendo das cinzas* Desculpem pelo sumiço, tenho sérios problemas com bloqueios, espero conseguir forças para continuar escrevendo asdfghjk até a próxima (ou não)



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