Natsu – até onde se lembrava – sempre se irritou muito fácil com coisas banais sem se importar com as consequências de seus atos. Costumava ir em frente sem olhar pra trás. Apesar de ser uma coisa boa de certo modo, nunca foi algo legal para outras pessoas aguentarem a ignorância de Natsu em diversos assuntos importantes. Seu objetivo desde que se conhece por gente, foi encontrar Igneel, e ele passaria por cima de tudo e de todos para conseguir seu objetivo.

Isso não incluiria seus amigos, claro.

A partir do dia que conheceu Lucy, sua vida deixou de ser algo deprimido e focado apenas em uma coisa; acabou – mesmo que sem querer – descobrindo um amor totalmente diferente do amor que sentia de seu pai adotivo. Aquela loira de vez em quando podia ser irritante, escandalosa, e tímida.

Timidez só era sentido quando a presença do ruivo jazia. Apenas.

O Dragon Slayer nunca gostou de encontros, só ia mesmo para comer, isso ele não podia negar. Lucy conseguia fazê-lo ir aos encontros – que sequer os chamava assim – dizendo que havia muita comida e coisas legais para se divertir. Mas na verdade, é que naquele simples dia, era seu aniversário e Natsu, nem se importando com algo que não fosse comida, não percebeu.

— Ei, Lucy – ele batia na janela, Happy o sustentava no ar, já que as portas e janelas estavam devidamente trancadas. – Responde, Lucy.

Ela estava irritadiça, não queria ver Natsu nem pintado de ouro. Ele a magoou, realmente estava triste.

— Eu sei que sou um idiota, me desculpe, Lucy. Eu não sabia que era seu aniversário, é sério.

— Sai daqui! – ele a ouviu gritar, foi como uma facada em seu peito, nunca imaginara ouvir tais palavras da mulher que amava. Sim, tinha sido um tolo por magoá-la, pensou que seria necessário deixá-la em paz por ora.

Natsu percebeu que não poderia mais agir daquele jeito, principalmente com a pessoa que ele mais amava. Ele ficou andando pelas ruas escuras de Magnólia, arquitetando um plano em sua mente. Teria que reconquistá-la de qualquer maneira, nem que devesse contrariar seu pedido.

No dia seguinte, Natsu não apareceu na guilda como normalmente acontecia, decidiu colocar seu plano em prática, dessa vez, sem ajuda de Happy. Deveria fazer isso sozinho.

Lucy estava no bar, conversando e abrindo seu coração para Mirajane. Ela dizia que não haveria dia pior em sua vida, Natsu tinha sido um idiota, de verdade, mas não deixaria isso abalá-la. As portas enormes e barulhentas da Fairy Tail foram abertas com violência. De lá entrou grandes flores de diversos tipos e perfumes.

Sequer dava para ver quem estava por trás delas, de tão grandes. Um baque assustou todos presentes, Lucy se levantou e foi até a porta, oferecendo ajuda a quem quer que fosse. Gelou. Viu os cabelos rosados no meio daquilo.

— Lucy! São pra você! – ele disse, colocando o arco no chão. – Me desculpe, eu sei que fui um imbecil, um idiota. Eu nunca fui sincero comigo mesmo, nem mesmo com você. Posso fazer essas coisas de vez em quando, mas juro pra você, que nunca mais irei ferir seus sentimentos. – ele ajoelhou perante a ela.

Lucy estava pasma, não sabia o que fazer nem como lidar com o que Natsu falava.

— Natsu, o qu...

— Quer namorar comigo? – o mago a interrompeu, pegando-a de surpresa.

— O que você está falando? E-eu não sei o que dizer... eu...

O rosto de ambos estava corado, Natsu levantou e a encarou bem no fundo dos olhos, sorrindo. O coração da loira batia forte, quase não conseguia respirar. Suas mãos foram cobertas pelas de Natsu.

— Você tem todo o direito de recusar e...

Ele foi surpreendido por ela. Seu abraço foi instantâneo e o beijo também. Foi um beijo demorado e cheio de desejo, com certeza era algo que os dois desejavam há muito, muito tempo.

Os magos bateram palmas para eles, estava tão claro a paixão deles que se tornou inevitável. Quem diria que a Fairy Tail ganharia mais um casal além de Alzack e Bisca?!

Depois desse dia, Natsu teve certeza que não viveria com apenas uma meta de vida, não viveria apenas para dar medo aos inimigos, não viveria para dominar e/ou para magoar a pessoa importante que fazia sua vida ser mais honesta, e sim, daria amor. Era disso que Lucy precisava e ele estava disposto a dar.

Por algum motivo que não sei explicar
Eu sei que São Pedro não chamará o meu nome
Nunca houve uma palavra honesta
Mas isso foi quando eu dominava o mundo.