Tempest escrita por Kaline Bogard


Capítulo 20
Capítulo 20 – Nós vamos ficar bem


Notas iniciais do capítulo

Dia 20
Tédio – Biquíni Cavadão
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Contagem regressiva: 08 dias para o fim das postagens :D



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Tempest

Kaline Bogard

Capítulo 20 – Nós vamos ficar bem

Daiki ficou olhando sério para Kagami tempo o bastante para que o ruivo sentisse o rosto esquentar de vergonha.

— O que foi? — ele perguntou incomodado.

— Nada. Só estou te dando um pouco do próprio remédio...

— Idiota! — soltou lhe pulso.

Aomine sorriu. Estava feliz. E aliviado. Que mau momento passara! Expor os sentimentos e correr o risco de ser negado podia ser bem mais complicado do que apostar tudo na quadra. Mas não era de correr dos problemas.

— Então sem mais mal entendidos, baka? Hum... Taiga?

Só então o ruivo lembrou que no calor do momento chamara o outro pelo primeiro nome. Que constrangedor! Porém não se arrependia nem um pouco disso. E até gostara de Daiki o chamando de Taiga. Muito melhor do que baka.

Surpreendeu-se um pouco quando Aomine agachou-se, ficando quase na mesma altura que ele.

— Oe!

Ele estendeu a mão, segurou-lhe o rosto e tentou limpar a mancha de pó da bochecha com o polegar. Mas não conseguiu. Aquilo só sairia com água! Sorriu, aproveitando para deslizar a mão até a nuca de Kagami e começar a puxá-lo em sua direção.

O ruivo demorou meio milésimo de segundo para entender a intenção de Daiki. O coração disparou, bombeando tão rápido que pode sentir as batidas na garganta. Foi muito mais rápido, erguendo a mão com o pano.

Aomine trocou um selinho com a poeira.

— KAGAMI! — ele reclamou ao sentir que tinha algo errado com o beijo, abrir os olhos e perceber o que acontecia. Caiu sentado pra trás, passando as costas da mão pelos lábios.

— O que pensa que está fazendo, aho?!! — Taiga exaltou-se.

— O que pareceu que eu estava tentando fazer? Uma cesta de três pontos?! — apesar da pergunta sarcástica, Daiki acabou refletindo que não era assim tão longe da realidade, se pensasse no sentido figurado. Mas uma cesta de três pontos seria algo mais a frente. O beijo devia considerar um arremesso livre.

— Não me devolva a pergunta! Que liberdade é essa? Tá muito avançadinho pra quem descobriu que gosta de macho dois dias atrás!

— “Liberdade”? Você é uma moça por acaso? — resmungou — Vai me dizer que nunca beijou um cara?

Taiga estreitou os olhos na direção de Aomine, sentando no chão.

— Claro que eu já beijei um cara. Como acha que eu confirmei minha preferência? Não foi só por observação...

— É o que eu quero fazer, Kagami — Aomine deu de ombros — Por em prática e ter certeza.

O ruivo abriu a boca para reclamar, sem completar a intenção. Até que o que Daiki falava tinha sentido. Apesar disso não cedeu fácil.

— Avisa antes!

— Você não vai ficar de viadagem o tempo todo, né? — respirou fundo — Não tenho paciência pra frescura.

— Vamos esclarecer as coisas aqui. Você só disse que gosta de mim e eu disse que gosto de você. Ponto. Não tem nada que passar pra próxima base.

Aomine ficou observando o ruivo por alguns instantes. Que cara mais cheio de histórias! E depois Daiki que levava a fama de irritante? Deixou o corpo escorregar para trás e deitou-se no chão, cruzando as mãos sob a cabeça. Os olhos azuis fixaram-se no teto lajeado.

— Oe, Kagami. Se te deixa mais tranquilo eu faço a merda do ritual completo. Me dá o endereço dos seus pais que eu vou lá falar com eles...

— Idiota — estendeu a perna e chutou o pé de Daiki — Não é isso que eu quis dizer. Só precisamos deixar tudo claro... como ficamos agora?

Kagami tinha um ponto. Mas não o bastante para incomodar Aomine.

— Como você quiser — foi sincero — Talvez seja cedo pra chamar de namoro, mas não posso não tentar nada. Se você conseguiu me deixar na dúvida acho que vale arriscar. Podemos ir devagar...

— Falou o cara que tentou me agarrar — resmungou.

— Quando eu for te agarrar não vai ficar só na tentativa.

— Ee? — Kagami observou o outro no chão, impressionado em ver como ele se achava.

— Será que a senhorita pode ser o meu primeiro beijo gay? Antes que eu mude de ideia e desista, porque é viadagem demais pra minha paciência?

—... — o ruivo engoliu em seco, sem responder.

Isso serviu de incentivo para Daiki, que levantou-se e voltou a posição de cócoras a frente do outro. Quem cala consente, hum? Por precaução puxou o pano de pó das mãos de Taiga e arremessou pra longe. Então segurou o rosto dele com as duas mãos, um pouco mais forte do que deveria.

— Aho, minha cabeça não é uma bola de basq... — não terminou a frase. Daiki ignorou a reclamação, aproximando-se e acabando com a distância entre eles. Primeiro Kagami arregalou os olhos, para em seguida fechá-los, um segundo antes de os lábios se encontrarem.

Os lábios de Daiki eram quentes. E macios. E surpreendentemente gentis. Sentiu uma coisa engraçada no estomago. Não soube o que fazer com as mãos. Não que fosse inexperiente, mas... acabou entreabrindo os olhos e descobrindo que Aomine já estava com os dele abertos.

— Oe! — afastou-se, encerrando o beijo — Não fique espiando, maldito!

— Por que não? Você ficou tão bonitinho — debochou meio falando a sério.

Kagami teve vontade de socar a cara do outro, enquanto sentia a própria face esquentar. Não se conformou com tanta naturalidade em alguém que recém saíra do armário. Estava pronto para reclamar quando lhe ocorreu uma forma de provocar Daiki pagando na mesma moeda.

— Bonitinho estava você se declarando — riu baixinho.

—...

— Parecia uma aluna do fundamental, toda insegura. Só faltou me dar cartinha.

— Eu não estava inseguro — Daiki franziu as sobrancelhas, irritado com aquilo.

— Não? Você ficou desesperado achando que ia levar um fora — riu mais um pouco.

— Ninguém me dá um fora, baka.

— Falou o convencido. Eu estava quase dando um fora sim, Aomine. Mas tive pena da sua carinha desolada... — colocou uma mão sobre o ombro dele, que ainda estava agachado a sua frente, dando um apertão encorajador.

— Damare, escravo. Isso merece um castigo.

— Escravo?! Oe, essa história não acabou?

Daiki levou o dedinho a orelha e coçou, como quem não quer nada.

— Uma coisa tem nada a ver com a outra. Você é meu escravo até ter a revanche. Vou marcar para daqui a trinta anos, assim você será meu escravo pelo resto da vida.

— Oe!

— E pode se preparar para uma evolução...

O brilho nos olhos de Aomine e a enfase na palavra fizeram Kagami se arrepiar todinho na certeza de que algo bom não vinha dali. Teve medo de perguntar, porém a curiosidade foi maior.

— Evolução...?

— Meu novo escravo sexual — revelou olhando para as unhas de uma mão.

— O quê?! — Taiga ficou em pé, tirando o equilíbrio de Daiki e fazendo-o cair sentado no chão — REPETE!!

Mas o outro levou as mãos à barriga e riu.

— Relaxa, Bakagami! Só to te zoando.

— Não teve graça!

— Claro que teve! — parou de rir, tomando folego. Lançou um olhar estranho para Taiga que voltava a se sentar — Você levou a sério? Alguma chance de...

— NÃO!! — o ruivo ficou em pé de novo, cerrando os punhos com força, como se isso o impedisse de socar Daiki. Só não o impediu de ficar vermelho até as orelhas — Por que você não pode ser um gay como todos os outros? Passar pelo período de negação, aceitação, negociação...? Hum?

— Porque não sou uma pessoa como as outras — moveu a mão espantando moscas imaginárias — Pensei que já soubesse disso.

— Claro, claro.

— “Claro, Claro Aomine sama”. Por falar nisso, você não ligou o videogame e o meu travesseiro não está no sofá. E tenho fome, escravo — resmungou ficando em pé.

Kagami lançou adagas com o olhar na direção do outro. Estava pronto para reclamar, mas Daiki moveu-se muito rápido. Tão rápido que Taiga pensou que ele ia lhe roubar alguma bola imaginaria, avançar em direção a tabela e marcar uma cesta. Mas não foi bem assim. O rapaz apenas passou a mão por sua nuca e o puxou para um novo beijo.

Não um simples roçar de lábios, mas a coisa real. Não teve força alguma para impedir o avanço, entreabrindo os lábios e cedendo passagem. As línguas se tocaram e Kagami praticamente derreteu quando Aomine clamou o controle todo para si e determinou o ritmo da carícia profunda. O filho da puta beijava bem!

Se afastaram e Taiga quase ouviu um diretor gritando “corta” em algum lugar. Abriu os olhos devagar e encarou o outro, que o fitava pensativo.

— Isso foi bom — Daiki sussurrou — Com certeza bom. Coloque na sua lista, escravo, você vai me recepcionar com um desses todos os dias. E toda vez que for rebelde vai me beijar assim também.

— Oe!

— Se reclamar muito eu pioro o castigo — ameaçou cruzando as mãos atrás da cabeça.

Kagami puxou o lenço dos cabelos e rosnou algo, antes de desistir de retrucar.

— Vou preparar o jantar, Aomine sama — falou de má vontade, dando as costas e indo em direção à sala — Só vou me livrar dessa poeira e tomar um banho antes.

— Quer ajuda? — insinuou com um sorriso suspeito. Então inclinou para o lado desviando do surippa que Taiga chutou em sua direção. Aquilo definitivamente era um “não”.

Sorriu feliz com o rumo com as coisas tinham tomado. Apesar de não ter sido bem do jeito que imaginara acabou como desejara. Isso que importava

Eles iam dar certo juntos.

Ficariam bem.

continua...


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Notas finais do capítulo

Capítulo doloroso pra sair! Senti a dor do parto em cada palavra! Daiki melhorou um pouco? Huahausuahsa Espero que sim!

Litha, usei algumas ideias!!!

Não foi revisado. Por isso tá cheio de erro 8D Mas meu advogado me instruiu a negar até a morte, hehe.

Até amanhã!



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