Tempest escrita por Kaline Bogard


Capítulo 19
Capítulo 19 – Oremo suki SQN


Notas iniciais do capítulo

Dia 19
Tuesday's Gone – Metallica
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Eae cambada?! Recuperados do carnaval? Eu sim, tudo o que fiz foi ver anime/séries e vegetar na cama todos os dias. Ah, e digitar essa fic, né?

Agora um capítulo que eu gostei muito de escrever xD Espero que gostem de ler e... não me matem por tanta zueira.

Hohoho

Contagem regressiva: 09 dias para o fim das postagens :D



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Tempest

Kaline Bogard

 

Capítulo 19 – Oremo suki (SQN)

Daiki inspirou fundo. Quando expirou, uma palavrinha escorregou junto. A única resposta que poderia dar a Kagami.

Suki — foi o que ele disse.

Esperou alguma reação do ruivo. Tudo o que Kagami fez foi coçar a nuca, por baixo do lenço, indiferente. Ou, talvez, como se tivesse escutado algo bem inconveniente.

— Ee? — ele deixou escapar, desinteressado.

— “Ee”? Como assim “ee”, Kagami?! — a reação surpreendeu Daiki.

O ruivo deu de ombros.

— O que quer que eu diga?

— Um “oremo suki” tava de bom tamanho. Um “daisuki” seria melhor ainda — Aomine se irritou um pouco com tanto descaso. Estava ali abrindo o coração e idiota dava a mínima!

Taiga riu. Ajeitou o pano na mão e foi despreocupado tirar o pó da televisão, coisa que estava fazendo antes de Daiki chegar.

— Eu sabia — revelou por fim, todo misterioso. Havia um quê indecifrável em sua voz.

Não era fácil tirar Daiki dos eixos, entretanto Kagami parecia ter o dom de surpreender o outro. Como assim ele já sabia? Tinha certeza de nunca ter dado bandeira antes! E era possível dar bandeira de algo que desconhecia? Agira normal no dia a dia. Um pouco sacana, sim. Meio filho da puta. Muito irritante. Mas... apaixonado? Como? Quando? Onde? Estava chocado!

— Então você sabia...? — sussurrou ainda impressionado pela sagacidade de Kagami. Não esperaria algo assim de alguém como ele. Fora superado por um mendigo sujo usando lenço.

O ruivo virou-se e olhou para Daiki com chamas no olhar, tão flamejantes que Aomine pensou que botariam fogo no apartamento. Deu um passo inconsciente para trás, sem que pudesse evitar. O cara pareceu bem irritado, na verdade. De indiferente passara a raivoso num piscar de olhos!

— CLARO QUE EU SABIA, AHO! Você some a porra de dois dias inteiros! É lógico que viria aqui com a cara de pau que sua mãe te pariu e ia tentar aprontar uma comigo! Mas eu não vou cair nessa, caralho!

— O-oe! — Daiki se arrepiou — Calma aí.

— Ah... olha isso aqui — apontou a mesinha de centro — To precisando de uma nova. Continue insistindo nessa brincadeira e eu te quebro a cara de pau e deixo aqui no meio da sala!

— Kagami...

— Damare. Pode encher o meu saco, Aomine. Eu suporto muita coisa. Mas não vou admitir que faça esse tipo de coisa comigo, entendeu?!

— Mas...

— Chega! — ainda irritado jogou o paninho sobre o ombro e foi em direção a cozinha, tentando cortar o assunto.

Daiki engoliu em seco. Que péssima imagem o outro tinha de si. Claro que sua personalidade não ganharia o Oscar do ano na categoria Gente-Boa. Mas daí a Kagami pensar mesmo que ele faria piada com algo assim... Sentiu-se um tanto ofendido. Mendigo encardido nenhum ia pisar nos seus sentimentos! Nem um que usasse lenço e ficasse tão fofo!! É.

Foi atrás do garoto, flagrando-o andando de um lado para o outro, nervoso.

— Oe, Kagami... eu não to brincando com você. Eu falo sério sobre meus sentimentos — Aomine achou melhor tentar controlar-se. Não seria nada bom os dois perdendo a paciência. Ele precisava convencê-lo da sinceridade do que sentia — Jamais ia brincar com algo tão sério.

O ruivo parou de andar e lançou um olhar desconfiado para Daiki.

— Ah, claro. Engraçado como da última vez que nos falamos você era bem hétero — sentou-se a mesa — Fale mais sobre isso.

— Você está sendo idiota, Kagami. O que quer que eu diga? Que a minha vida foi uma mentira? — acabou sentando-se — Eu também achei que era muito hétero, obrigado. Eu ainda gosto bastante de peitões e nem você vai mudar isso. Mas...

— Mas...? — o garoto pareceu se acalmar um pouco.

— Você não tem saído da minha cabeça — a resposta veio meio arrastada, como se não quisesse expor-se ainda mais. Já colocara seus sentimentos na jogada, e não tivera bem o resultado esperado — Eu surtei um pouco quando entendi. Foi nada fácil passar por esses dois dias.

Kagami observou o outro com atenção. Parecia buscar algum indício de que Daiki estava mesmo fazendo uma pegadinha de mau gosto. Todavia sua face o convenceu do contrário. A expressão trazia vários sinais de que dizia a verdade. Medo, expectativa, dúvida, dor...

Engoliu em seco.

— Desculpa a minha reação. Tente entender que você chegar do nada e dizer que gosta de mim foi muito inesperado.

— Por quê?!

— Por vários motivos! Você é um idiota, irritante, chato, mesquinho, arrogante, pedante, insuportável, metido, egoísta, egocêntrico, folgado, preguiçoso, arrogante...

— OE! — cortou a longa enumeração de ofensas — Você disse “arrogante” duas vezes!

— E ainda é pouco — resmungou.

— Não tem nenhum elogio na sua lista? E “mesquinho”?! Mesquinho é teu rabo, Kagami. Eu te dei um par novinho de tênis.

Taiga riu. O clima estranho se dissipando por completo, conforme ele relaxava e começava a aceitar que Daiki não estava sendo sacana.

— Errado. Você foi coagido pela Momoi. E ela foi intimada pelo Kuroko.

— Isso não faz de mim um mesquinho! Que motivos eu tinha pra dar um tênis para alguém que me venceu e eu mal conhecia?

— Viu? — Kagami sorriu — Você não precisa de motivos para ajudar pessoas necessitadas. Mesquinho.

Por um minuto os dois ficaram em silêncio. Aomine aliviou-se por terem esclarecido tudo. Fato que os levava de volta ao começo da confusão.

— Você não me respondeu — afirmou olhando fixo para o ruivo.

— Ee? Ah, não. Com certeza é “não”.

Daiki quase gemeu. Era “não” assim na lata? Sem hesitação, sem remorso, sem culpa? Mendigos não tinham coração? O que ele esperava, no fim das contas? Que Kagami estivesse derretido de amor, mesmo ele tendo sido um idiota desde que se conheceram? Era o fim de suas esperanças? Devia desistir? Ou pedir uma chance para mostrar seu lado legal...?

— Isso doeu um pouco — confessou baixinho, afundando-se na cadeira.

— Mas é a verdade. Não tem nenhuma qualidade sua na minha lista.

Aomine estreitou os olhos na direção dele. Além de mendigo e sujo o cara era retardado?!

— Qualidades? Do que você ta falando?

Kagami ficou confuso.

— Ee? Você acabou de perguntar se eu não tinha nenhuma qualidade sua na minha lista!

Daiki arrepiou-se todo e agradeceu aos céus por não ter nada ao alcance de suas mãos ou teria arremessado contra a cabeça dura cheia de cabelos ruivos.

— BAKA! — esbravejou — Não fique trocando as perguntas e me confundindo assim! Quero saber se você gosta de mim! Mereço uma reposta honesta!

A pequena explosão fez Taiga erguer as sobrancelhas. Puxou o paninho do ombro e o passou pelo tampo da mesa como se limpasse o pó.

— Ah, isso...

— Que “Ah, isso” o quê?! Gosta de mim ou não?

— Depende — respondeu sem olhá-lo.

— Depende do quê?

— Do que vai fazer com a resposta! Se você for me zoar...

— DAMARE! — Daiki ficou em pé — Quer saber? Me arrependo de ter vindo aqui pra dizer o que eu sinto. Esquece tudo isso, Kagami. Você fica falando que eu brinco com os seus sentimentos, mas foi a única coisa que você fez desde que eu disse que gosto de você. Se não pode me levar a sério, então não vou ficar mendigando atenção.

O discurso fez o queixo de Taiga cair de encontro à mesa, onde ficou ao lado do paninho de pó. Quando Aomine passou ao seu lado para ir embora, estendeu a mão por puro reflexo e o segurou pelo pulso.

— Espera... — sussurrou.

Daiki podia se libertar do fraco apertão. Todavia não o fez. Apenas aguardou, encarando o garoto que tinha abaixado a cabeça.

— Você tem razão. Eu... sinto muito. Não quis menosprezar ou diminuir o que sente. Mas não é fácil... nossa história não é exatamente um conto de fadas.

— Não é fácil? Ah, cê jura? Eu já disse que surtei quando entendi por que pensava tanto em você? Por que você era parâmetro de comparação para quase tudo na minha vida? Que você estava mais tempo na minha mente do que o basquete? Já disse como senti sua falta nesses dois dias de merda? E tudo o que eu queria fazer era vir aqui e confessar que gosto de você? Caralho, Kagami. Apesar disso estou aqui, não? Me leve a sério!

O aperto ao redor do pulso de Aomine aumentou, ficou quase doloroso. Quando Taiga respondeu, ainda manteve a cabeça baixa, incapaz de olhar o outro nos olhos.

— Não precisa dizer, aho. Sei bem como é ficar pensando o dia inteiro em um idiota, aprender os pequenos detalhes de um cara que hora você quer matar ou hora quer matar de novo... ficar ansioso pra encontrar com esse cara e ver se ele pode ser tão insuportável como sempre ou se vai ser pior. Aprender a pegar uma lista enorme, quase infinita de defeitos e transformá-los em qualidades. Gostar de cada um desses defeitos. Sei tudo isso, surtei com tudo isso, aceitei tudo isso, Daiki — só então ergueu a cabeça e mirou fundo nos surpresos olhos azuis — Oremo suki.

continua...


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Notas finais do capítulo

Quem disse que esses dois se acertam fácil? Haha, nem podia ser, né? Ainda tem uns dias do desafio pra encarar. Além disso, tentei deixar mais realista, tipo, não dava pro Kagami se jogar nos braços do Aomine logo de cara xD

Aqui encerra o ciclo II. Agora é deixar esse relacionamento nos eixos, trazer um pouco mais de zueira e tentar algumas cenas fofas. Lemon? Não, não nessa fic. Talvez um especial a parte, porque essa de “escravo” rende muito, hum? Ou só eu que sou uma pervertida de merda e acho isso? Hohoho

Podem começar a preparar o coração e se despedir das postagens diárias. Snif, vou sentir falta, claro. Mas como é cansativo, nem reclamo!

Até amanhã :D

Ah!! Souka!! Amanhã além de Tempest tem Marcado! Atualização dupla yey!



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