Tempest escrita por Kaline Bogard


Capítulo 21
Capítulo 21 – A magia está no ar! Hum... tem certeza?


Notas iniciais do capítulo

Dia 21
Eu tive um sonho – Kid Abelha
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Contagem regressiva: 07 dias para o fim das postagens :D



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Tempest

Kaline Bogard

Capítulo 21 – A magia está no ar! Hum... tem certeza?

O domingo amanheceu desgraçadamente gelado. Mas isso não esfriou a empolgação de Taiga. Na verdade pouca coisa no mundo seria capaz de diminuir a felicidade que estava sentindo. Tinha ouvido a confissão do garoto que gostava e agora estavam em um... rolo.

Aomine Daiki. A pessoa mais complicada para se ter um relacionamento de qualquer nível e por qualquer perspectiva. Mas, apesar de personalidade complicada, Taiga gostava dele. Gostava mesmo. Das (poucas) qualidades e dos (muitos) defeitos. Gostava do pacote completo. E não considerava propaganda enganosa. Desde o começo Aomine deixara claro que não era alguém de fácil convívio. Topara o desafio, hum? Então iria até o fim.

Melhor ainda se esse fim significasse os dois juntinhos, até uma idade avançada, depois de construírem uma vida lado a lado.

E lá estava Taiga, todo mocinha, devaneando sobre o relacionamento dos dois.

Balançou a cabeça para espantar os pensamentos. Olhou-se no espelho para dar uma checada no visual. Não era grande coisa: casaco de frio, cachecol e calça jeans. Pensou em calçar luvas, mas mudou de ideia. Assim como desistiu da touca. A previsão do tempo não anunciava neve. Estava agasalhado o bastante.

Pegou a mochila e colocou nas costas. O próximo passo foi achar a amada bola de basquete. Ia se encontrar com Daiki no parquinho do bairro, seguindo instruções da mensagem que recebera. Dali, provavelmente, seguiriam para a quadra de basquete e disputariam um um-contra-um. Talvez até fosse sua revanche e conseguisse a liberdade, quem sabe?

Feliz, saiu do apartamento.

R&B

— Mas que porra é essa? — Daiki apontou para a bola que Kagami segurava.

Tinha acabado de chegar ao parque atrasado, claro. Encontrara Kagami sentado no balanço, com uma expressão nada boa por ter de esperar por quase meia hora.

— É uma boa de basquete! — resmungou — Me dê uma boa razão pra não te enfiar isso no rabo, Aomine! Você está atrasado.

O outro não se deu por perdido. Sorriu debochando.

— Pelo menos você sabe ver as horas... mas porque trouxe isso, seu viciado?

— Hn? — uma ruga uniu as sobrancelhas de Kagami — Não vamos jogar?

— Claro que não, baka — lançou um olhar desinteressado para o parque vazio.

— Mas... mas... — o ruivo ficou confuso.

— Eu marquei o lugar e o horário. Isso deveria ser um encontro! Não acredito que trouxe a bola com você...

— OE! Pensei que fossemos jogar! Deixe as coisas claras da próxima vez!

Daiki sorriu torto.

— To vendo que com você vou ter que ser muito claro. Que droga, Kagami.

— Vou em casa guardar. Não moro longe.

— Não — o outro rapaz cortou — Como castigo vai levar a bola no nosso encontro pra aprender a lição.

Kagami pensou em reclamar, mas mudou de ideia. Não ia adiantar nada mesmo. Por outro lado sentiu o coração agitar-se um pouco. Encontro? Do tipo que namorados faziam? Era o primeiro que teriam! Bem que o aho podia ter sido mais claro no SMS! Ou ele teria se preparado melhor e não traria a bola!

Se bem que Daiki estava com uma roupa semelhante a sua: casaco grosso, calça jeans e cachecol. Nada demais.

— Vamos onde?

— No cinema — respondeu simplista — Sempre tem estreias boas. O shopping mais perto é um que eu gosto bastante.

— Tudo bem! — concordou um pouco chateado por ter que levar a bola consigo pelo resto do dia.

Logo chegaram ao shopping. O prédio era grande, tinha seis andares repletos de lojas e um cinema com oito salas. A exibição 3D estava entre as melhores do país. E estava lotado naquela tarde de domingo.

O cinema ficava no terceiro andar e tomava todo o andar. Havia muitas pessoas, pra variar, caminhando e observando os posteres e horários divulgados em todas as paredes.

— Vamos assistir esse? — Kagami apontou o poster do filme do Bob Esponja.

— Cê tá falando sério? — Aomine franziu as sobrancelhas, fazendo o sorriso de Kagami morrer — Caralho, você estava mesmo falando sério. Eu não vou assistir isso, baka.

Seguiu em frente obrigando o ruivo a segui-lo. Os olhos azuis corriam preguiçosos por cada propaganda, analisando uma a uma. Até que parou em uma que o interessou. Muito.

— Esse — apontou o poster — Vamos ver esse.

Taiga ergueu os olhos para a direção que Daiki indicava. Primeiro ficou livido. Depois sentiu como se todo o sangue do corpo se concentrasse em seu rosto. O primeiro reflexo foi arremessar a bola contra o cranio de Aomine. Se segurou a custo.

— Não vou assistir Cinquenta Tons de Cinza com você!

— Por quê não? — levou a mão ao queixo, pensativo — Parece interessante.

— Você leu o livro?! — Kagami arrepiou-se olhando em volta. Algumas pessoas começavam a mirá-los, dois caras parados em frente ao poster de um filme tão suspeito.

— Tem livro, é?

— Claro que tem! Leia o livro antes, depois a gente vê o filme — hesitou um instante e reconsiderou — Depois assista sozinho!

— Sozinho não tem graça — o sorriso safado deixou claro que Daiki sabia bem do que se tratava o enredo do filme.

— Então assista com a Momoi, Dai-chan — resmungou a última parte.

O sorriso de Daiki apenas aumentou.

— Não acredito que disse isso. Você tem ciumes da Satsuki? Sério, Bakagami?

— Tanto quanto você tem do Midorima — provocou maldoso. O sorrisão de Aomine morreu no mesmo instante, como se estivessem em um filme de suspense e ele tivesse se tornado a próxima vitima. Kagami adorou.

— Não tenho ciumes dele, baka. Muito menos por sua causa.

Deu as costas, enfiando as mãos no bolso do casaco e afastando-se dali. Aparentemente sem mais um pingo de vontade de assistir o filme, para alívio de Taiga. O ruivo sorriu de leve apertando a bola de basquete que levava debaixo do braço e o seguiu.

— Que acha desse? — Kagami apontou um poster.

— Comédia? — Daiki descartou a sugestão logo de cara — Nem fodendo vou assistir comédia.

— E aquele? — apontou.

— Outra animação, Kagami? Você é uma moça por acaso? — nem levou a consideração a sério. Até parar em frente a um que lhe chamou atenção — Vamos assistir esse.

— Busca Explosiva 3? Esses filmes de ação são um saco, Aomine. Todos iguais! Não vou assistir isso.

A frase de protesto entrou por uma orelha e saiu pela outra sem causar qualquer efeito. Daiki aproximou-se de um dos painéis de venda de ingressos e já foi tocando na tela, comprando duas meia entradas.

— OE! — Kagami aproximou-se irritado.

— Damare, escravo. Você tem que ir onde seu dono mandar.

— Aomine! — olhou ao redor ressabiado — Não me chame assim!

— Taiga, você é chato pra caralho. Tem que gostar muito pra aguentar. Vamos pegar as pipocas e o refrigerante. E para de chorar na minha orelha.

Kagami desistiu de reclamar. Não devia esperar nada diferente de Aomine e o primeiro encontro que estavam tendo. Sorriu, feliz. Pensara que iam jogar basquete, mas até que a alternativa era agradável. Seria perfeito se Daiki não ficasse provocando e o tirando do sério.

Hum... mas nesse caso não seria Daiki, o garoto que gostava! Então já estava perfeito.

Um super combo com refrigerante foi a companhia que levaram para a sala de cinema. Pegaram bons lugares no meio, lado a lado. Por sorte os tickets não eram numerados, podiam escolher a vontade. Na metade dos trailers Kagami quase não tinha mais pipoca. Quando o filme começou o ruivo passou a roubar pipocas do grande balde de Daiki. Ele pensou em reclamar, mas de vez em quando as mãos se esbarravam e podia sentir Taiga ficando um pouco tenso, sem nunca desistir de surrupiar-lhe a guloseima. Divertiu-se com isso, no fim das contas. Aquele baka era uma figura!

Depois do filme a opinião foi dividida, pra variar. Aomine achara o filme ótimo, uma incrível sequencia de ação. Kagami concluiu que foram horas de puro desperdício com um enrendo previsível e chato.

Mas fora o primeiro encontro deles pra valer. Faria de novo, sem mudar nada! Só não admitiria ao aho, claro!

Seguiram juntos para o parque em que tinham se encontrado. Ali era o local da separação.

— Vai lá pra casa?

Daiki sorriu de forma suspeita, antes de perguntar:

— Tem certeza?

— Idiota — o ruivo resmungou. Ia afastar-se, mas Daiki o pegou pela mão, impedindo que se fosse. Segunda-feira começava a semana de provas, já fizeram mal em gastar o domingo com outras coisas que não os estudos.

Daiki decidiu que iria para a própria casa. Só não partiria sem se despedir apropriadamente. Passou a grande mão pela nuca do outro e o puxou para perto de si. Adorava dominá-lo assim. Os lábios se encontraram, as línguas se tocaram ávidas; sem que houvesse testemunhas para compartilhar aquilo. O parque estava vazio no inicio da noite fria.

Ao se separarem o rosto de Taiga estava corado e aquela cor nada tinha a ver com o ar gelado. Daiki ainda segurou-lhe a mão e a manteve cativa um segundo a mais do que o necessário antes de libertá-lo.

— Vamos sair de novo domingo que vem, escravo — ele disse — Mas não traga nosso filho da próxima vez — debochou apontando a bola de basquete.

— Oe! Filho é o teu rabo! — pronto, lá estava Daiki estragando todo o clima com sua personalidade impossível.

O rapaz não respondeu. Deu as costas, evitando que Kagami visse seu sorriso, enquanto enfiava as mãos no bolso, não apenas para aquecê-las, mas para manter um pouco mais a sensação da pele de Taiga impregnada em sua própria pele.

Felicidade define.

continua...


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Notas finais do capítulo

Oe, coleguinhas!

Sabem que dia é hoje? Vinte e um de fevereiro! E dia vinte e um de fevereiro é o dia do meu aniversário! Parabéns para mim!

Dando uma breve pausa na cerveja para postar aqui antes de voltar a comemorar!

Até amanhã, gente linda! :3 E Litha. Porque a Litha não é linda ¬¬



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