Keep Holding On escrita por Tris Pond


Capítulo 24
Carry On My Wayward Son


Notas iniciais do capítulo

Esse foi o cap que eu estava esperando a fic inteira para fazer.
Não acreditei quando vi pela primeira vez qual seria a música de hoje e depois disso fiquei muito ansiosa para fazer esse ser perfeito, então espero que goste.
PS: É como se fosse Mary observando a vida deles, mesmo depois de morrer.



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Continue meu filho desobediente

Haverá paz quando você estiver terminado

Coloque sua cabeça cansada para descansar

Não chore mais

(Carry On My Wayward Son – Kansas)

Eu não chorava enquanto assistia Dean, John e Sam. Mas meus dois filhos choravam ao olhar o meu caixão sendo abaixado. Eles eram tão inteligentes que entediam o que estava acontecendo. Eu queria que eles não entendessem.

– Eu sinto a sua falta – John sussurrou para o caixão.

– Eu também – falei, mas é claro que ele não podia me ouvir. Eu estava na vida após a morte. Esse tinha sido meu pedido no céu. Que eu pudesse acompanhar a vida dos meus filhos. Eu precisava saber que eles estavam bem.

O funeral termina e eu solto um suspiro de alivio. É estranho assistir seu próprio enterro, mesmo que seja um caixão vazio. Como de costume dos caçadores, eu fui cremada. Nem morta consigo me livrar da caça.

Sam estende a mão para tocar no caixão, mas Dean o impede.

– Lembra do que papai disse? – pergunta – Nada de abrir o caixão – cita.

Desde que eu morri, Dean tem ouvido mais o pai. O que é uma péssima hora porque John está horrível. Nunca imaginei que ele fosse ficar tão mal assim.

Desvio minha atenção para ver minha prima conversando com John.

–...Vamos lá, você sabe que não foi algo natural que a matou.

– Mas não existe isso de bruxas, demônios e lobisomens – ele contradiz.

Não posso acreditar que depois de tanto, John descobrirá o mundo sobrenatural.

Mas ele não só descobre nesse dia, como vira obcecado por isso.

Olho horrorizada enquanto ele ensina Dean a dar um tiro. Meu filho só tem seis anos, não era para estar aprendendo nada disso.

– Assim? – pergunta Dean trêmulo. Posso perceber que ele não acha natural ter uma arma na mão. Nem deveria.

– Não – John responde duramente – Você não percebe o quanto é importante?

– Claro que não –grito para ele – Ele é apenas uma criança, ele nunca entenderia a importância disso porque não é natural – eu sempre falo, porque percebi que ia ficar louca se não falasse nada e ninguém pode me ouvir de qualquer jeito. Pelo menos assim tenho a sensação de estar fazendo algo.

Mesmo eu tendo visto cada segundo da vida de Dean, Sam e John, eu não entendo como meu marido mudou. Ele está tão amargo e frio. Tenho medo dos problemas psicológicos que ele pode causar para as crianças.

– Sim, pai – responde Dean. Ele aprendeu que o pai se irritava quando ele não respondia logo.

– Você precisa ser capaz de se cuidar e do seu irmão também.

Dean assente.

Alguns anos se passam e eu posso ver que eu estou certa. Sam e Dean tem sérios problemas por causa de John.

É horrível que mesmo eu fechando os olhos, eu ainda possa ouvir – tão clara quanto a minha voz – John dizendo: “Cuide de Sam.” Se eu consigo, eu não posso imaginar Dean. Ele tem um trabalho e um peso que nenhuma criança jamais deveria ter. A responsabilidade da vida de alguém.

Dean se tornou protetor demais de Samuel e várias vezes sofre muitos problemas só para Sam poder ter um momento de felicidade. Ele não consegue mais confiar em mais ninguém e se tornou violento. Ele nem tem problemas em segurar uma arma mais.

Sam se tornou calado demais na escola, vivendo escondido por trás de livros e sofrendo bullying nas escolas. Em casa, ele briga com John até Dean chegar e interferir (sendo machucado no lugar do irmão pelo pai).

Parece um pesadelo o que a vida deles se tornou.

Mas eu consegui não chorar. Até Dean sair para a sua primeira caçada.

Quando eu vi aquilo, eu desabei. Tudo que eu sempre fui contra estava acontecendo. Meu filho estava perdendo a alma. Porque uma vez caçador, sempre caçador.

E eu vi Dean continuar nessa vida sem parar, se tornando cada vez mais triste. Eu vi quando Sam se juntou a ele. Eu vi a satisfação de John. Eu vi o desespero de Bobby.

Vi como Dean perdeu a oportunidade de ter uma vida normal, porque depois de passar meses abandonado, John voltou para buscá-lo e ainda levou Sam consigo.

Não puder conter minha felicidade quando Sam decidiu ir para Stanford, embora eu tenha ficado igualmente triste com a solidão de Dean.

Eu não tinha ideia de aquilo era só o começo.

Dean levou Sam de volta para aquela vida porque John tinha sumido e ele não conseguia ficar só. Sam protestou no começo, mas depois não pode mais abandonar o irmão (principalmente porque Jessica tinha morrido). Tudo estava bem, tirando pelo sumiço de John, que tinha os abandonados mais uma vez.

Pelo menos no fim ele fez algo certo. Senti-me quebrada quando vi que ele dera a vida em troca da Dean, que estava quase morrendo. Chorei vendo a última conversa que eles tiveram. John finalmente tinha entendido onde errara. E aquele fora a hora de eu dizer adeus de verdade para ele, porque não poderia entrar no Inferno.

Depois disso, Dean explodiu silenciosamente. Apesar de tudo que o pai tinha feito, ele ainda era a pessoa que ele mais respeitava (talvez depois de mim e de Sam). Ele sentia muito a falta do pai, porque era uma das únicas pessoas que ele amava.

E Sam... Pobre Sammy. Estava tão arrependido por todas as brigas. Queria se corrigir de todos os jeitos e novamente desistiu de sair.

E eles estavam tão obcecados em descobrir o que Azazel que acabam ficando fora de limites. Foi bom que eles conheceram Ellen, Jo e Ash. Principalmente porque Jo fazia muito bem Dean e Ellen era a mãe que eu não pude ser.

Sam acabou morrendo na frente de Dean. Por causa dos planos e jogos estúpidos de Azazel. Dean segue o exemplo do pai.

Não sabia o que sentir. Claro que não queria um filho morto, mas também não queria um no inferno.

Sam acaba descobrindo o que Dean fez e briga com irmão, mas agora era tarde demais. O pacto já estava feito. Dean iria para o Inferno e ele sabia muito bem disso, ficando cada vez mais insano, especialmente depois que acredita na possibilidade que podia se tornar um demônio, o que parece ser bem irônico agora.

Todo o tempo que Dean esteve no Inferno, eu estive observando Sam agoniada. Não podia entrar no Inferno e não tinha ideia do que estava acontecendo com ele. E a situação de Sammy era horrível.

Nunca pensei que o meu pequeno bebê fosse beber sangue de demônio, muito menos ficar viciado nisso e ainda sair com um demônio. Eu tentava não julgá-lo, como era o meu papel, mas era difícil. Eu sabia que as intenções deles eram boas, mas não era suficiente para justificar tudo isso.

Fiquei muito feliz quando Dean voltou e finalmente pode colocar um pouco de juízo na cabeça do irmão, mas ele mesmo parecia um abalado. Ele nunca falou muito sobre o tempo dele no Inferno, mas eu podia imaginar. Se a Terra já era ruim, como seria um lugar que não tivesse nenhum um pouco da misericórdia ou amor que aqui tinha?

Não o culpo pelo que ele fez nos últimos anos lá. Só dele falar que todo dia Alastair fazia uma proposta para ele torturar alguém invés dele ser torturado e ele recusar por trinta anos, me fez ter muito orgulho. Ele não tinha muita escolha real.

Também não pude evitar o meu choque quando tinha sido ele quem tinha conversado comigo, o caçador que eu tinha achado louco. Eu sei que deveria ter notado antes as semelhanças, mas nunca parei para pensar nele.

Eu entendi muito mais sobre o que aconteceu naquela época agora. A cara dele quando eu falei que não queria filhos caçadores... me arrependo agora.

Eu queria ter podido fazer mais por ele. Por Sam.

Foi horrível a descoberta que até anjos não eram bons, como se imaginava, embora Castiel tenha se tornado um bom amigo deles e eu realmente aprendi a admirá-lo. Ele foi um dos poucos que realmente conseguiu ser parte da família dos meninos, mais até que Adam, que mal passou tempo com os irmãos até o seu destino cruel.

O mundo virou um lugar tão complicado que eu mal posso compreender as coisas que aconteceram com os meus filhos, que parecem serem sempre jogados no meio de um briga sobrenatural, até com a Morte em pessoa eles já lidaram.

Eu vi meus filhos ficarem loucos muitas vezes (como Sam que chegou a ser trancado para se livrar do sangue de demônio) e se enfiarem em culpa cada vez mais (eles não tem culpa de não terem conseguido impedir o começo do apocalipse. Já foi impressionante o que eles conseguiram depois).

Era impressionante que quando eles estavam juntos, Sam e Dean conseguiam fazer o impossível. Eles conseguiram descobrir como matar um leviatã e como curar um demônio, o que afinal foi útil para Dean.

Era loucura o fato que até tinha livros sobre a vida dos meus filhos. Vi meu filho apostar anos de vida. Vi meu filho escapar do Purgatório. Vi meu filho ser tirado da jaula com Lúcifer. Vi meus filhos perderem o amor da vida deles. Vi meus filhos matando zumbis. Vi meus filhos matando deuses. Vi meus filhos sendo procurados pela polícia. Vi meus filhos acabando com os Cavaleiros do Apocalipse. Vi meu filho lutando para decidir o que real e o que era ilusão. Os vi matando Eve, com o destino. Vi Castiel trabalhando com Crowley. Vi meu filho casando com uma doida, Becky.

Eu acabei vendo coisas demais. Não sei como não endoidei. E não tenho ideia como eles não também. Sei que eles tiveram momentos felizes (Dean com Lisa e Bem – que eu ainda acho que é filho dele – e Sam com Amelia) e apoio de pessoas que viraram grandes amigos (Castiel, Bobby,Ellen, Jo, Ash, Kevin, Benny, Charlie e Garth. Até Crowley criou uma afeição pelos dois, eu creio).

Sei que os meninos vivem brigando, mas eles se amam mais do que tem raiva. Fiquei orgulhosa de ver como Sam não desistiu de Dean mesmo quando ele virou um demônio e sei que o outro faria o mesmo. Fiquei orgulhosa em ver como Dean acreditou que Sam ainda podia ser salvo mesmo com Lúcifer no corpo dele. E as meninas normalmente eram mais dramas (era tão óbvio que Sam estava com ciúme e com medo de ser trocado por Benny e que Dean estava com ciúme de Amelia, apesar dele ter razão no ponto de Sam não o ter procurado).

Sam, Dean e John podem ter feito várias coisas erradas, mas sempre foi para o bem e eu sempre vou amá-los. Eu acredito mais neles do que acredito em qualquer outra coisa. E eu já vi mais do que muitos.


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Notas finais do capítulo

É nessa hora que você perceber a quantidade de coisa que já aconteceu em SPN. E eu ainda não botei tudo.



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