Elements escrita por Jowlly


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem?
Esperamos que goste!

Boa leitura!



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Quando completamos dezoito anos, sonhamos em ganhar carros, mas alguns de nós ganham viagens, outros um tapinha nas costas e um caloroso parabéns. Eu não ganhei nada disso. Eu ganhei poderes. Exatamente, poderes. Sem nenhuma explicação, aviso prévio ou até mesmo um manual de uso. Com o tempo, consegui aprender controlá-lo de acordo com o possível, entretanto, resolvi esconder isso da sociedade. Hoje em dia, qualquer coisa fora do padrão é considerada uma aberração. Não deixaria isso acontecer. Não existe nada pior do que te imporem um rótulo do qual você não consegue se livrar.

Eu busquei mais informações, procurei explicações em todo o lugar possível, mas nunca achava coisas concretas... Até que sem mais nem menos, a resposta bateu na minha porta, literalmente. Um grupo de mais ou menos cinco pessoas. Elas alegavam que sabiam quem eu era, sabiam o que estava acontecendo, falavam que eu não estava sozinha e que podiam me ajudar. Elas alegavam que também tinham poderes, e não eram só elas, mas de onde vinham, tinha muito mais. Isso foi o que faltava para que eu decidisse, por vez, abandonar tudo que eu tinha e começar do zero. Aliás, o que eu tinha?

Meus pais morreram havia menos de um ano, bem na minha frente. Você sabe como é, toda vez que fechar os olhos, ouvir o barulho dos tiros daquela pistola? Ouvir o grito de agonia daqueles que te deram a vida? Não, provavelmente você não sabe. Eu ainda tinha pesadelos com aquilo... Todas as noites. Eram dois homens armados que de repente invadiram minha casa durante o jantar em família. Um deles nos apontou a arma enquanto o outro roubava o que conseguia. Quando por um completo deslize, engano ou descuido de meu pai, ao fazer um movimento errado, levou dois tiros. Fatal. Ele morreu naquele instante, levando uma metade de mim. Desesperada, a minha mãe se jogou sobre ele. Assim como o homem que amava, foi baleada e faleceu, levando a minha outra metade. Foi tudo tão rápido que eu continuava estática, perplexa e pasma, sem saber o que fazer, o que dizer e como respirar. Continuei nesse mesmo estado até mesmo depois de ouvir as sirenes da polícia, de perceber que os dois homens se foram levando o que conseguiam... continuei assim até as minhas pernas, por fim, fraquejarem e a dor no meu peito chegar a um estado tão alarmante que me fez cair. Em menos de uma hora eu havia perdido tudo. Havia perdido aqueles que eu mais amava. Eu havia perdido a mim mesma quando os perdi, e não havia nada que eu pudesse fazer. Não consegui dizer quanto os amava, nem dar meu último adeus. Talvez isso seja o que eu mais me arrependo até hoje.

Por volta de um mês depois, eu completei meus dezoito anos, enfim. Mas não havia ninguém para me dar os parabéns, não havia ninguém para fazer piadas sem graça e contar das coisas que eu – jamais - faria agora que tinha essa idade. Não havia ninguém para me abraçar. E também foi nesse dia que eu descobri sobre meu poder.

Eu estava frustrada. Gritava e chorava, pedia alguma explicação pela morte deles, queria respostas. Estava desesperada e, sobretudo, com raiva. Muita raiva. Estava sentindo algo se aquecer interiormente, e, apesar de tudo, começando a me sentir... Formidável. E foi em um movimento brusco que tudo aconteceu. Uma coluna de fogo foi lançada em direção a parede – até então – branca do meu quarto.

Meu coração parou naquele momento. Como em uma ação automática olhei para as minhas mãos, e se o objetivo era fazer meu coração voltar a pulsar, estava totalmente errada, pois o que eu vi só o paralisou ainda mais. Meus punhos estavam em chamas.

Respirei fundo uma, duas, três vezes. Pisquei meus olhos diversas vezes, me belisquei para ver se não era um sonho. Só quando finalmente consegui me acalmar que as chamas se apagaram. Conferi inúmeras vezes, mas em minhas mãos não havia uma queimadura sequer. Olhei para frente até minha visão encontrar o ponto atingido pelo fogo, agora, era uma grande bola preta e chamuscada ao redor. Não havia sido ilusão. Estava assustada, apavorada, na verdade, como qualquer ser humano normal ficaria. Naquele momento, eu mal a menos tinha certeza se era mesmo um ser humano normal...

Depois de invocar e apagar as chamas inúmeras e inúmeras vezes, havia conseguido, mesmo que superficialmente, controlá-las. E assim seguiu-se os dias. Eu não havia mostrado essa peculiaridade a ninguém, e realmente, não havia quem eu pudesse mostrar.

Quando aquelas pessoas apareceram eu fiz as minhas malas e as segui. Sinceramente, não estava com o melhor pressentimento, mas não havia o que pudesse ser feito. E eu já estava cansada de ser tão impotente assim.


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Notas finais do capítulo

E aí?
O que acharam? A fanfic ainda terá muita trama pela frente...
Qualquer errinho nos avisem ^^
Alguma sugestão?

Até breve!