Queime meu destino escrita por Raquel Viena, kinha


Capítulo 2
Minha Julieta




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_Belo nome _ Afirmei forçando um sorriso sedutor.

_Não acho significa alegria, não pareço uma pessoa alegre não é? _ Ela me encarou olhando-me nos olhos pela primeira vez, com tanta destreza e malícia foi o olhar mais intimidador que recebi capaz de impedir meus movimentos _Como pensei _ Respondeu se voltando para o livro de crônicas que estava aberto com metades das folhas lidas, não conseguia trocar mais de meia palavra com ela sem tremer.

_Você não me perguntou meu nome _ Falei na tentativa de trocar o assunto.

_Não preciso saber _ A sua voz era doce meio termo do agudo e grave mesmo com aquela sinfonia meiga suas palavras saiam duras, mesmo assim desistir não e uma das coisas a qual costumo fazer uma das minhas qualidades e ser teimoso.

_Prazer Rafael_ Mesmo tendo me apresentado ela continuava em um silêncio profundo parece que não sou o único a se esconder no meu mundo, queria seguir com a conversa mais o Sr. Thomas entrou na sala me sentei no lugar de sempre admirando aquela estranha garota sempre tão só parecia curtir a solidão.

_O grupo de teatro e a turma de literatura farão uma parceria e claro isso e obrigatório faremos uma peça escolhida por min e pela Sra. Collins então depois que as aulas acabarem se direcionem ao auditório _ Ordenou o professor um enxame de súplicas e risos preencheram o ar para min tanto faz atuar em uma peça ou não, se passaram duas aulas o sinal tocou avisando a hora da saída.

_Vamos? _ Perguntou Allan me encontrando no corredor.

_Foi mau, tenho de ir para o auditório projeto de literatura.

_Um vai virar um atorzinho é? Que coisa mais fofa cut-cut _ Continuei andando me negando a ouvi-lo.

_Vai se Ferrar! _ Disse andando e o perdendo de vista, grande parte da turma estava ali à outra minoria com toda certeza não iria vir, todos os alunos sentaram-se em grupos separados nas cadeiras almofadadas vermelha da plateia enquanto o professor não chegava.

_Rafa senta aqui com a gente _ Chamou uma morena de cabelos curtos ela era linda mais não sabia o seu nome, não era obrigado a saber o nome de todas as garotas oferecidas do colégio.

_Deixa pra próxima _ Abri um sorriso só para não parecer uma ofensa ela podia ser útil algum dia, mesmo a tendo rejeitado ela continuava com a mesma estratégia ofensiva não entendia a mente das mulheres, procurei com o olhar a minha futura garota a encontrando sozinha, coisa que não e grande novidade, na cadeira perto da parede continuando a ler, caminhei com as mãos no bolso ensaiando o dialogo mentalmente me senti um idiota me sentei ao seu lado como estava muito distraída nem notou minha presença lendo e com fones de ouvido, toquei uma mecha do seu cabelo que estava solto da toca, ela se mexeu assustada dando um pequeno pulo.

_Vai ficar me seguindo agora _ Falou tirando os fones e fechando o livro com força.

_Seria uma boa ideia.

_Você e um tipo de psicótico ninfomaníaco ou só um desocupado?_ Tive de rir da pergunta.

_Esquizofrenia mesmo é você depressão.

_Hm então somos dois malucos com doenças mentais?

_Arram, qual é o endereço do seu hospício?

_Aquele de muro branco perto da estação do metro _ Ela estava sorrindo exibindo aquela fileira de dentes perfeitos e movendo os lábios rosa chá ela era linda.

_Para ser sincero você pesquisa sobre o significado do seu nome e me considera um desocupado?

_Só gosto de pesquisar, conhecer coisas exóticas e diferentes.

_Somos dois _ Foi a primeira vez que consegui faze-la recuar, acovardar aquela fera.

_Silêncio a todos, a peça escolhida foi o eterno clássico de Romeu e Julieta _Uma aluna passou entregando o roteiro _ O teste para o casal de protagonista será hoje, quem quiser fazer, por favor, decore a cena VII. Alguém já sabe as falas? _ Meus pais eram ótimos médicos, e por isso não ficavam muito em casa, para evitar a solidão acabei me afeiçoando aos livros, mesmo sabendo as falas não tinha motivo para ser o primeiro não queria atuar _ Elisa _ O professor a chamou ela estava mais encolhida do que o normal _ Você sabe as falas suba aqui e faça o teste _ Cochichos e risos de deboches começaram testando minha raiva segurei a pequena e delicada mão alva a arrastando para o palco.

_Oque pensa estar fazendo? _ Ela disse baixo, mesmo assim consegui ouvir.

_Sr. Thomas seremos os primeiros _ Ainda segurando sua mão ela suava frio e tremia.

_Maravilha! Comecem _ Ele desceu do palco nos deixando espaço.

_Não tenha medo _ Falei sussurrando em seu ouvido me aproximando.

Romeu: Posso ter a honra? Se profano for tocar este santo relicário. Espero que com meus lábios possa suavizar este rude contato com um terno beijo _ Mesmo tentando acalmá-la também fiquei com medo de errar o texto era rebuscado.

Julieta: As santas têm mãos que são tocadas pelos peregrinos _ Elisa atuava perfeitamente bem, como se toda a sua timidez ficasse fora dos palcos o seu olhar era sincero ela possuía a Julieta, decifrava a pequena mulher de Verona.

Romeu: Não têm lábios as santas?

Julieta: Sim, lábios que devem usar na oração _ Como eu queria tocar aqueles lábios assim como Romeu.

Romeu: Então santa adorada, deixa que os lábios façam o que as mãos fazem.

Julieta: As santas são imóveis mesmo quando atendem as orações.

Romeu: Então não te movas enquanto recolho o fruto de minhas preces. Assim mediante vossos lábios ficam os meus livres de pecados.

Julieta: E assim passaria para os meus o que vossos lábios contraíram.

Romeu: Pecado dos meus lábios? Então devolvei-me meu pecado _Não podia acreditar que o texto havia acabado, eu queria continuar, queria continuar a ouvir aquela voz com doces palavras agindo tão meiga e ingênua, escutei os aplausos de todos do auditório as garotas mais românticas derramavam lagrimas, mesmo sendo tão aplaudida a minha Julieta deu-me as costas indo se sentar no seu lugar sua áurea obscura refletia seu mau humor, porém em todos os momentos ela parecia mal-humorada tal como uma velha rabugenta, me retirei do palco recebendo os parabéns do professor ia se sentar no meu lugar mais as garotas me rodearam impedindo a passagem elas me puxaram me jogando contra a cadeira me abraçando como se fossem minhas conhecidas, essas oferecidas estão me atrapalhando é sufocando também.

_Essa cena foi perfeita, mais alguém quer tentar? _ Questionava o professor, garotos e garotas refizeram a cena, mas ninguém foi sincero da forma que fomos.

_Obrigado a todos que se disporão a fazer os papeis mais os escolhidos são Rafael Hobson e Elisa Evans _ Declarou Sra. Collins com uma prancheta de madeira em mãos.

_Queria tanto ser sua Julieta_ Resmungou uma loira passando a mão pelo meu peito.

_Não acredito que escolheram aquela sonsa para o papel principal _ Cuspiu emburrada a morena de antes, minha vontade foi de começar uma longa discussão com aquela tapada, mais graças aos professores que nós dispensarão isso não foi necessário, caminhei para pegar minha mochila que estava ao lado de Elisa.

_Não fale mais comigo _ Disse ríspida sem me olhar nós olhos me deixando sozinho.


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