Queime meu destino escrita por Raquel Viena, kinha


Capítulo 3
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Fui o último a sair do recinto, remoendo a fala de Elisa, sei que ela e uma pessoa tímida bastante acanhada, mas, não imaginei essa reação arredia pelo menos uma vez ela se mostrou, oque queria passar o colegial inteiro escondida atrás daquela toca? Não ligo faça ela como quiser se não quiser mais falar comigo então não fale. Entrei no carro batendo na porta e acelerando deixando marcas de pneus pelo chão é fumaça do escapamento, não queria chegar em casa tão cedo então estava rodando a cidade, o barulho do toque do meu celular me tirou do devaneio, o número da minha mãe aparecia na tela.

_Alô _ Atendi.

_Rafa e a mamãe querido, se importa de passar aqui no hospital e me pegar seu pai está em uma cirurgia e meu carro está em casa.

_Claro, chego ai em dez minutos.

_Tá estou te esperando_ Desliguei tracei a rota para o hospital não estava muito longe parei em dois sinais vermelhos perdendo dois minutos da minha vida, quando cheguei minha mãe não estava na porta me esperando como de costume estacionei em uma das vagas entrando.

_Rafa seu lindo quanto tempo _ Cumprimentou Lucy a recepcionista e enfermeira do hospital, ela era morena e já senhora cuidava e brincava comigo quando meus pais me traziam para plantões.

_Ainda estou esperando uma resposta para meu pedido de casamento_ Brinquei colando o indicador e polegar em seu queixo.

_Pra você e sempre sim_ Rimos juntos _ Olha oque eu tenho _ Ela disse tirando o pirulito de maça verde do bolso do uniforme rosa claro, uma das manias de Lucy, sempre me dando o mesmo pirulito.

_Eternamente me mimando, mas sabe da minha mãe ela me pediu para vir pegá-la.

_Está na sala de suturas e curativos, sabe onde e?

_Sei onde fica tudo nesse hospital _ Sorri peguei o elevador para o terceiro andar contei três portas até ver a placa da sala a porta estava aberta entrei me anunciando, já que ela estava com paciente _ Mãe?

_Senta filho, tive de atender uma emergência _ Se explicava me sentei em uma maca vendo uma garota sentada na outra _ Foi uma queda feia tome mais cuidados viu! Vou pegar gaze na outra sala, fica com ela_ Disse para min saindo, olhei a garota me apavorando era Elisa.

_Meu Deus! Oque você fez? _ Indaguei em pânico me aproximando dela.

_Não estou falando com você _ Respondeu formando um bico ela estava deitada com a blusa manchada de sangue um corte no braço teve de dar pontos e a testa arranhada escorrendo um pouco de sangue.

_Parece criança.

_Sou eu que pareço uma criança tem certeza?

_E desastrada como uma, isso vai deixar uma cicatriz _ Denunciei apontando para o machucado no braço esquerdo.

_Sabia que já foram usados crina de cavalo, e intestino de animais para fazer esse fio.

_Isso foi no mínimo repulsivo, se não existisse um café com fezes de gato e se na china não comecem filhotes de rato.

_Prefiro ser costurada com a crina do cavalo.

_Também concordo.

_Vocês dois são as pessoas mais nojentas que conhece _ Minha mãe entrou na sala fazendo ânsia e colocando o gaze na testa de Elisa terminando o curativo _ Vocês se conhecem de onde?

_Do hospício _ Respondi acarinhando aquela pequena mão.

_Achei que tinha sido no encontro dos psicopatas anônimos _ Riamos olhando um no olho do outro como amantes confidentes.

_Vamos embora antes que me deixem louca, vem com a gente Elisa _ Convidou minha mãe.

_Tudo bem, vou ligar para minha mãe.

_Não me deixe te levar como um gesto de desculpa_ Pedi a ajudando a descer da maca.

_Então tá _ Aquele sorriso tímido me deixava arrepiado.

_Oque você fez para ter de pedir desculpas em mocinho?

_Nada demais Daisy _ Fiquei surpreso ao ver o grau de intimidade das duas _ Só me arrastou para o palco e praticamente me forçou a fazer o teste para Romeu e Julieta _ Entramos no carro minha mãe foi atrás deixando que Elisa fosse na frente me acompanhado.

_Exagerada, o importante e que ganhamos o papel.

_Meu filho vai ser o Romeu, a que lindo vou ligar para a família inteira seu tio Jack e pra sua vó aquela velha chata e pra mamãe claro pra tia Olivia pra sua prima Cloe _ Ela continuava a fazer a lista mentalmente contando as pessoas nos dedos.

_Humilhação perante todos os membros da família sorte grande _ Ironizou a pequena sorrindo debochada.

_Humilhação perante toda escola acho que não sou eu que saí perdendo.

_Concordo não há vergonha maior do que contracenar com você.

_Você sempre ensaia seus diálogos no espelho? _ Perguntei cansado de ser cortado por ela.

_Não só gosto de responder rápido mesmo.

_Entendi os traumas de infância fazem com que suas respostas sejam curtas e rápidas.

_Com certeza, foi duro ver papai nós deixando por uma prostituta inglesa _ Nossas conversas eram recheadas de sarcasmos e cômicas, estava perto dela por uma aposta boba, porém nunca consegui ser eu mesmo perto de outra pessoa se não ela, não precisava mostrar o Rafael sedutor, canalha que pega todas o bad boy do segundo ano, aquilo era aliviador podia respirar relaxar minha postura de bom menino é apenas ter uma boa conversa. Deixei minha mãe em casa ela teve um plantão de trinta e seis horas sem dormir e comer meu pai da mesma maneira achava incrível a dedicação dos dois, a noite cai e trazia a lua cheia voltei o carro para rua indo levar Elisa.

_Seus pais vão ficar loucos pela demora _ Falei puxando assunto.

_Isso não e muito a cara deles.

_Pais liberais?

_Talvez _ Um leve suspiro sai de seus lábios ela encarava as mãos naturais sem esmalte Elisa era toda natural sem produtos de maquiagem ou qualquer outra coisa enaltecendo ainda mais sua beleza _ Vira a esquerda depois siga reto duas ruas _ Nós estávamos entrando no bairro mais risco da cidade as cassas eram verdadeiras mansões que ocupam quarteirões inteiras desenhadas pelos maiores engenheiros e arquitetos.

_A última casa da esquina _ Era a maior mansão de todo o bairro mais era tampada por um muro gigantesco branco mesmo assim dava para ver as pontas da casa.

_Você mora aqui? _ mesmo tentando não parecer surpreso e boquiaberto era difícil controlar.

_Minha mãe e empregada aqui.

_Desculpe _ Falei meio sem jeito depois de ter sido tão idiota ao fazer uma pergunta coma aquela me senti meio patético.

_Tem nada não, até amanhã Romeu _ Ela se despediu sorrindo um guarda abriu a porta assim minha Julieta desapareceu.


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