You are all I need escrita por MoonEyes
Oliver adentrou o salão correndo, procurando por Donna. Já estava notavelmente vazio, com não mais que uns dez ou onze casais ainda dançando e uma dúzia de pessoas espalhadas aleatoriamente pelas mesas. Localizou sua irmã e sua mãe sentadas em um sofá ao fundo, aparentemente cansadas, e a noiva e Walter perto da porta conversando. Conseguia escutar o que falavam mesmo de longe.
— Ela não sumiria assim sem mais nem menos! É o meu casamento e Felicity não iria embora sem se despedir. — Donna soava preocupada e impaciente, andando de um lado para o outro.
— Acalme-se, ela deve estar lá fora com Ray, talvez tenham ido dar um passeio! A noite está linda... — O homem tentou acalmá-la, sem sucesso.
— Walter, eu conheço minha filha! Alguma coisa....
— Com licença, desculpe escutar a conversa de vocês, mas creio que posso ajudar. — Oliver os interrompeu.
— E você é...? — Donna não queria parecer rude, mas toda sua atenção estava concentrada no paradeiro da filha.
— É Oliver, lembra? Filho da Moira. — Walter respondeu antes dele.
— Ah sim, claro. Com o que pode ajudar querido? — A mulher tinha olhos grandes e inquisidores, com longos cílios.
— Eu sei onde Felicity está. Na verdade, ela pediu que viesse chamá-la, quer se despedir de você.
— O que aconteceu com ela? Esta sumida há horas!!!
— Ela teve um pequeno problema com o vestido... — Ele não mentiu, apenas escondeu parte da verdade. Achou melhor que Felicity explicasse tudo para a mãe.
— Então vamos, tenho que partir em uma hora.
— Se despeça de Felicity por mim, eu vou arrumando as malas no carro, com licença. — Walter se retirou com um beijo na mão de Donna e um breve aperto de mãos em Oliver.
— Ela está na mansão, eu lhe mostro o caminho.
Saíram por uma porta que ligava o salão à mansão, e seguiram por uma série de corredores que pareciam todos iguais.
— Ray está com ela? — Donna perguntou. Ela fazia muitas perguntas, Oliver notou, e Felicity aparentemente puxara a mãe.
— Não, ele já foi embora.
— Por quê?
— Acho melhor falar sobre isso com Felicity.
— Ah... Okay.
Nenhum dos dois falou mais nada durante o percurso. Foram até a sala de estar e lá encontraram Felicity, quase dormindo. Oliver ligou as luzes, fazendo com que ela colocasse as mãos na frente dos olhos, e se acomodou em uma poltrona perto da lareira, lhes dando um pouco de privacidade. Donna sentou ao lado da filha, a olhando com curiosidade.
— Oi mãe... Que bom que ainda não partiu! Queria lhe desejar boa viagem. — Falou a abraçando.
— Obrigada meu anjo... Mas o que houve com você? Olhe só o seu estado! — Passou a mão por um dos cachos desfeitos da filha.
— Nada mãe. Meu vestido rasgou, foi só. Oliver foi quem me ajudou. — Isso fez Donna lançar aos dois um olhar desconfiado
— E onde está Ray?
— Nós tivemos uma pequena discussão e ele foi embora. — Felicity disse simplesmente, e Oliver repreendeu-a com um olhar. Por que ela estava mentido?
— Ah meu amor, espero que fique tudo bem entre vocês. O que é um casamento sem algumas brigas, não é mesmo? Eu e seu pai tivemos muitas.
— Sim mamãe... Vai ficar tudo bem. A que horas vai sair? — Ela desconversou para que o assunto não se prolongasse.
— Daqui a pouco, vim só me despedir.
— Então vá para não se atrasar. Espero que tenham uma ótima viagem, e aproveitem! Vocês dois merecem. — Felicity abraçou a mãe mais uma vez.
— Obrigada querida. E você se acerte com Ray. Fique o tempo que precisar, está bem? Você tem a chave do apartamento.
— Tenho sim. Tchau mamãe, diga a Walter que lhe mandei um beijo.
— Pode deixar. — Ela se levantou, já saindo. Oliver se levantou também.
— Quer que eu a acompanhe? — Perguntou educadamente.
— Não precisa, acho que decorei o caminho. Obrigada. Só quero que, por favor, cuide para que minha filha chegue bem em casa. — Deu-lhe um breve sorriso e saiu, deixando os dois a sós.
Felicity olhou para Oliver, que contraía o maxilar e juntava as sobrancelhas em uma carranca. Qual era o problema dele?
— Está tudo bem? — Ela perguntou baixinho.
— Por que não falou a verdade para sua mãe? — Ele parou na sua frente como se fosse uma muralha.
— Porque não queria que ela se preocupasse com isso durante a viagem. Ela estará de volta em duas semanas, então poderei contar tudo.
Oliver fechou ainda mais a cara e se sentou no sofá com um suspiro cansado. Ele entendia o que ela queria dizer, mas ainda achava errado que sua mãe não soubesse, e embora ela tivesse toda a razão era difícil aceitar o que dizia. Esse era um de seus defeitos, ele sabia. Quando as coisas não corriam exatamente do jeito que ele planejava seu humor tendia a ficar bem ruim, como se fosse um velho ranzinza.
Felicity estava ao seu lado em silêncio, sem saber o porquê daquela tensão repentina. Ele já tinha feito de mais por ela, talvez estivesse apenas cansado... De qualquer forma, era hora de ir embora e resolver sua vida
— Acho que está na hora de eu ir... Obrigada por tudo Oliver.
— Ela estendeu a mão para um aperto.
— Onde você pensa que vai?
— Para casa. Um hotel... Não sei. Posso usar seu telefone para chamar um táxi?
— Não precisa de táxi. Você vai ficar aqui esta noite. — Ele disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
— Ah, sinto muito, mas de maneira alguma isso vai acontecer. Entendo que você só que ajudar e tudo o mais, mas eu continuo mal te conhecendo e não vou passar a noite com você!!! — Ela demorou alguns instantes para perceber o que tinha dito, e foi nesse momento que Moira entrou na sala. — Na sua casa, quero dizer. — Tarde de mais, ela já tinha ouvido a parte constrangedora da conversa.
— Oliver! Não há nada que queira me contar? — A mulher disse, olhando do filho para a mulher em sua sala.
— Só um minuto mãe. Não é o que está parecendo. — Levantou os dois braços como se estivesse se rendendo e voltou a se dirigir a Felicity. — Você vai sim ficar aqui, está decidido. Não pode voltar para casa, não tem roupas decentes, e eu não vou permitir.
— E como exatamente planeja me manter aqui contra a minha vontade? — A loira estava de braços cruzados, a boça formando um biquinho que distraiu Oliver de seu mau humor. Ele sorriu e olhou para a mãe.
— Bom... Não se diz não à Moira Queen.
— O quê? Oliver, nem pense nisso! — Felicity chegou perto dele batendo com o indicador no seu peito. — Você está jogando sujo!
Ele sorriu e segurou as mãos dela onde antes estavam batendo, com força para que não fugisse, mas sem machucá-la. Olhou no fundo de seus olhos com o máximo se sinceridade que conseguiu reunir.
— Eu teria que contar a ela de qualquer maneira por causa dos advogados, então por que fazer isso amanhã se posso fazer ainda hoje? — Ela tentou o interromper, mas ele prosseguiu, agora com as mãos em seus ombros. — Você sabe que estou certo e que é o melhor para você, e sendo assim, por favor, não torne as coisas ainda mais difíceis desnecessariamente. — Felicity fechou ainda mais a cara, fuzilando-o com os olhos mas sem falar nada. — Que bom que estamos de acordo! — Oliver tinha a impressão que seu sorriso era maior que seu rosto. — Mãe, agora podemos conversar.
Ele contou tudo a Moira, a história de Felicity, o que tinha acontecido naquela noite, como era sua vida com Ray, e que tinha prometido continuar ajudando-a com o que fosse preciso. A mulher escutou tudo atentamente, era boa ouvinte assim como o filho. As interrupções foram poucas e Felicity se sentiu aliviada por não ter sido julgada nem nada do tipo. Seu maior medo era que as pessoas a culpassem pelo que estava acontecendo, mas Moira parecia entender perfeitamente. Seu olhar se tornava mais terno para Felicity a cada palavra de Oliver. Ele, por sua vez, mal conseguia tirar os olhos da loira, até chegar ao fim da história.
— É isso que estava acontecendo mãe, por isso sumimos quase a noite inteira, e acho que você concorda comigo que ela deve ficar aqui esta noite.
— Uau... É muita informação. — Ela se sentou, momentaneamente sem fala. — Eu... Sim, claro, ela deve ficar aqui, não só esta noite, mas enquanto Ray estiver na cidade. Nós providenciaremos roupas e tudo o que precisar, não se preocupe. — Ao ouvir isso Oliver não se conteve e deu a Felicity sua melhor cara de "eu venci", fazendo-a revirar os olhos. — Agora Oliver, faça o favor de preparar um quarto para Srta...
— Smoak. Bem... Agora é Smoak novamente. — Felicity falou.
— Certo. A Srta. Smoak. Eu quero conversar um pouco com ela, a sós.
Oliver achou aquilo estranho, mas não falou nada. Saiu e deixou as duas sozinhas, sentadas lado a lado no sofá. Felicity mal conseguia respirar de nervosismo. O que será que Moira queria com ela?
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