You are all I need escrita por MoonEyes


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Gente, para TU-DO!!!! Minha história foi recomendada??? É isso mesmo produção? Aaaai meu deeeeus!! *------------*
Eu não sei nem o que dizer!! Só queria agradecer, de coração! Muito muito muito obrigada mesmo Olavih! Recomendação mais perfeita *---*
Sei que não falo nada aqui, geralmente, mas queria aproveitar agora pra agradecer a todas as pessoas que lêem essa fanfic, e principalmente todos os comentários! Vlw gente, graças a vcs tenho vontade de continuar. E espero que gostem desse capítulo! Beijos



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Felicity sabia que ele se aproximava mais e mais, mas não conseguia sair do lugar, apenas fechou os olhos e esperou. Será que iria beijá-la? Seu corpo queria isso desesperadamente, enquanto sua cabeça era totalmente contrária à ideia.

Oliver se sentia atraído por ela desde a primeira vez que a vira, caindo de uma prateleira direto para seus braços. A sensação dela ali era inteiramente correta, o fazia se sentir completo novamente, como se a parte dele que se perdera na guerra tivesse voltado. O modo como o corpo dela se moldava ao seu mesmo no mais ínfimo dos toques era desconcertante, e ele queria provar mais daquilo, queria saber como suas bocas se encaixavam, como seria o gosto de seus lábios prensados contra os dele, qual seria a sensação de segurá-la contra seu corpo, repousar as mãos em sua cintura e sentir o calor que emanava dos corpos como se entre os dois houvesse um sol mil vezes mais brilhante e mais quente que aquele que banhava a Terra.

Ele se aproximava, sem controle sobre o seu próprio corpo, olhando avidamente para o rosto à sua frente, a vontade o consumindo... Mas ele não podia, não depois do que tinha acontecido. Ela pensaria que ele era exatamente como Ray, que estava se aproveitando dela, que não estava ali para ajudar, e ele não queria isso. O desejo por ela era imenso, mas se desse um passo em falso, se fizesse as coisas seguirem seu curso mais rápido do que deveriam ou se a forçasse a fazer algo que ela não queria, tudo estaria perdido. Ela poderia sair dali naquele exato momento, dizer a Oliver que era errado e que não queria mais vê-lo, voltar para Ray mesmo ele sendo o cretino que era, correndo o risco de se machucar novamente, assim como já fizera uma vez naquela noite... Ele não conseguiria conviver com essa possibilidade.

Aproximou ainda mais os rostos e depositou um beijo casto em sua bochecha, beirando os lábios de modo que os cantos das duas bocas encostassem, e se afastou. Ela abriu os olhos com espanto, fitando-o por um tempo que pareceu longo demais. Ambas as faces adquiriram um tom rosado profundo, e eles se afastaram.

— Eu... Vou esperar lá fora. Acho melhor você trocar a camisa pelo roupão. — Ele abriu o armário embaixo da pia e tirou de lá um roupão preto com o nome da família bordado em dourado do lado esquerdo do peito. — Aqui. — Colocou-o em suas mãos e saiu apressado fechando a porta.

Felicity ficou parada feito uma estátua, sem saber se ficava decepcionada por ele não tê-la beijado, ou feliz pelo respeito que ele tinha com ela. Ao sair de seu transe tirou a camisa a contragosto, se desfazendo do perfume dele, e colocou o roupão no lugar, que para a sua decepção cheirava a roupa limpa, apenas. Saiu do banheiro temendo que o clima ficasse estranho entre eles, mas ambos eram bons em deixar esses momentos para trás fingindo que nada tinha acontecido.

Oliver a esperava encostado contra a parede, as duas mãos nos bolsos da calça em uma postura relaxada. Ela se aproximou sem fazer barulho, mas ele notou sua presença mesmo assim.

— Melhor agora? — Perguntou timidamente.

— Sim, obrigada. — Felicity encarava os pés, fugindo de seu olhar.

— Vamos para a sala. Eu tinha lhe prometido um sofá, lembra?

Ela apenas assentiu com um sorriso de canto, o seguindo pelos corredores escuros. Voltaram para a sala onde haviam estado antes, com os sofás, as cortinas e a lareira. Ele acendeu as luzes revelando um ambiente ricamente decorado.

— Pode desligar, se quiser... Eu gosto do escuro. — Na verdade ela se sentia mais à vontade assim, sem precisar encará-lo. As coisas pareciam mais fáceis com ele quando não havia luz e seus olhares não se cruzavam a cada dois segundos. O cômodo voltou a mergulhar na escuridão e no silêncio, apenas com a luz da lua cheia que vinha da janela e o som distante da música da festa. Felicity não fazia ideia de quanto tempo havia se passado, parecia que tinha vivido a eternidade em apenas alguns segundos.

— Você sabe que precisamos conversar, não sabe? — Sua voz grave e rouca quebrou o silêncio. Ele estava sentado ao seu lado sem se mexer por algum tempo já, enquanto ela estava encolhida com os joelhos contra o peito, o mais longe possível dele.

— Sim, eu sei. — Ela não queria que aquele momento chegasse, não queria reviver tudo o que passara e tinha vergonha de se abrir com ele sobre um assunto que nunca tinha conversado com ninguém.

— Felicity, o que aconteceu essa noite foi um evento isolado ou já ocorreu mais vezes? — Ele não queria forçá-la, mas precisava saber.

— Já aconteceu antes, muitas vezes. Não exatamente da mesma forma, mas você entendeu. Ray tem problemas com a bebida, e tende a ficar muito violento. Quando nos conhecemos ele não era assim, não sei o que aconteceu... — Ao ouvir isso as mãos de Oliver se fecharam em punhos. Ela olhava para longe dele, através da janela, e ele não podia ver que estava chorando.

— Você contou a alguém sobre isso? — Ela negou com a cabeça. — Por que não Felicity? Isso é muito grave! — Disse irritado.

— Como eu poderia contar Oliver? Quem acreditaria??? Vivo em uma cidade pequena onde a família de Ray é muito influente. Todos o conhecem como o bom moço da região, ninguém acreditaria em mim! Tenho um único amigo com o qual não falo muito desde que me casei, e... — Ela suspirou, jogando os braços para o alto e virando para ele subitamente, com o rosto molhado de lágrimas. — Você entende o que um divórcio significa? Todos irão falar de mim! As pessoas têm preconceito, e quando um casamento acaba a culpa sempre cai sobre a mulher! Sempre... Se ele me batia irão dizer que dei motivos, se ele me traía irão dizer que é porque não era bem tratado em casa, se ele falar qualquer coisa as minhas palavras não irão valer mais nada! Eu não sei o que fazer...

Oliver não aguentou mais e foi para perto dela, aninhando-a em seu peito para que se acalmasse. Ela escondeu o rosto em seu peito e ele pôde sentir as lágrimas quentes molhando a camisa. Os braços dele a envolviam com ternura, enquanto os dela se agarravam a ele desesperadamente, como se pudesse se afogar a qualquer momento e aquela fosse sua bóia salva-vidas.

— Shh... Vai ficar tudo bem. Você só precisa de pessoas que te apoiem, e eu posso ajudar. Minha família tem ótimos advogados, se quiser realmente levar essa questão aos tribunais ele estará perdido.

— Ela se limitou a fechar os olhos, concentrada nas batidas ritmadas do coração dele. Sabia que aquilo era o correto a se fazer, por mais difícil que fosse.

Ela sempre sonhou em ser feliz com Ray, ter filhos, um labrador, se mudar para uma casa maior com um grande quintal, mas depois daquela noite tudo tinha mudado. Todas as suas esperanças de que pudessem se reconciliar e de que ele pudesse mudar acabaram. Não podia suportar a simples ideia de tê-lo tocando-a novamente.

— Eu quero. — Falou por fim.

— Ótimo. Amanhã mesmo falo com minha mãe para conseguir os contatos necessários.

Felicity continuou ali, quietinha, dando o assunto como encerrado, aparentemente. Não fez menção de sair de seus braços pois estava extremamente confortável, e ela precisava daquilo, um ombro para chorar, braços fortes a segurando para que não caísse e um amigo para conversar.

— Há algo mais que queira me contar? — Ele perguntou, ainda curioso sobre a história da loira.

— Eu... Não sei. Não sei nem por onde começar, nunca falei sobre isso com ninguém.

— Comece pelo começo. Como se conheceram?

Então Felicity contou, desde aquele dia no restaurante, depois os encontros, Ray a cortejando, o namoro curto, o casamento precipitado, até onde a tragédia começou. Falou em seguida sobre o problema dele com a bebida, seu trabalho voluntário no orfanato, as agressões, o dia em que pegou Ray na cama com Helena, e tudo que a levou até o presente momento. Oliver era um bom ouvinte, e não a interrompeu nenhuma vez, encorajando-a a continuar.

— Basicamente... É isso. Minha vida parece um filme ruim e com um final trágico. — Soltou uma risada abafada, se sentindo mais leve por ter tirado aquele peso de dentro de si. Ela realmente estava precisando se abrir com alguém.

— Esse não é o fim, ainda não.

— É... Talvez.

Passou-se um tempo em que somente suas respirações podiam ser ouvidas, e o volume da música da festa foi diminuindo gradualmente. Oliver olhou no relógio e já eram mais de três horas da manhã.

— A festa deve estar acabando. Quer voltar lá e falar com sua mãe?

— Não posso ir desse jeito. — Ela apontou para o roupão que vestia. — Será que pode chamá-la aqui? Preciso me despedir.

— Está planejando ir a algum lugar? — Ele perguntou desconfiado. Não queria deixá-la ir, não importava para onde.

— Ela está saindo em lua de mel Oliver, provavelmente neste exato momento.

— Oh... Certo. — Falou aliviado. — Vou chamá-la, volto em um minuto.

— Eu duvido. — Ele lhe deu um sorriso de arrasar corações, e ela respondeu com outro.

— Sou rápido. — Com isso ele a deixou sozinha, pensando no que significava aquela pergunta. Como assim "Está planejando ir a algum lugar?"? É claro que ela estava! Um hotel provavelmente, ou qualquer outro lugar... Não iria se preocupar com isso agora. Apenas deitou sua cabeça no encosto do sofá e se permitiu fechar os olhos por alguns segundos.


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