Sombras de Cerejeira escrita por Mrs Flynn


Capítulo 15
Quebrado


Notas iniciais do capítulo

Depois de tanto tempo resolvi terminar a fic, com uma mensagem de incentivo enviada pela leitora Tayse san, eu relembrei que sempre tive começo meio e fim pra essa fic, mas fiquei meio desmotivada de postá-la...
Enfim, está aí mais um capítulo, e no próximo tem Naruto/Francis amorzinho uahauhauah A fic volta com tudo com esse capítulo polêmico.
Pierre Lancaster é o Kabuto e Hector Lecter é o Orochimaru, com esse nome do Hanibal Lecter kkkkk.
Espero que gostem. (:



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Laurent Blanc enchia mais um copo de whisky enquanto olhava sem interesse para a mulher com os seios fartos saltados a dançar em cima da mesa.

—-- Será que você tinha que chamar uma mulher? –indagou ele, esbaforido.

Estava na sala de reunião com um dos seus investidores, Pierre Lancaster, um homem baixo de óculos grandes e rosto fleumático e infame. Ele usava um terno caro acinzentado enquanto mexia nos óculos nervosamente por ter irritado o Blanc tão cedo naquela noite. Pensou consigo que a esposa do homem deveria estar dando um bom sexo para que ele simplesmente não se importasse com aquela dama francesa tão bem dotada. Não que Blanc fosse do tipo que fica procurando prostitutas, mas Pierre sabia que ele adorava jogos de poder sobre pessoas fracas. Portanto adorava quando as mulheres se envolviam emocionalmente só para ver seus olhares perdidos e tristes no fim de cada noite.

Mas depois do casamento, nenhuma mulher que Pierre trazia para entretê-los enquanto o líder do negócio chegava, dava certo. Talvez fosse só o câncer do pai dele, importunando-o. Sim, Pierre acabou por pensar que fosse isso.

—-- Você está mal-humorado...-murmurou Pierre enquanto ajeitava os óculos quadrados no rosto e dava um sorriso sarcástico.

Laurent direcionou um rabo de olho para o investidor por sob o copo de whisky. Logo depois estancou o copo quadrado em cima da mesa com uma força e raiva que fizeram Pierre estremecer um pouco.

—-- Meu pai está doente. –disse Laurent entredentes.

Ele não podia irritar aquele investidor se quisesse conseguir fechar o negócio que finalmente traria de volta a imagem imaculada de maior investidora de vinhos da França que sua família possuía. O chefe de Pierre era o novo magnata do vinho da França, Hector Lecter, que havia convocado Laurent para uma reunião depois de saber que os negócios de sua família estavam alavancando e que o rapaz era o novo responsável pelo andamento das finanças malfadadas outrora por seu pai, August Blanc.

Hector sempre mandava comunicados da parceria de sua empresa com os Blanc, que já estava quase acabada, pelo seu empregado Pierre, que conhecia Laurent desde que o adolescente havia se interessado pelas questões financeiras da família.

Pierre suspirou circunspecto de repente, olhando seu relógio de pulso e depois tomando nervosamente um gole de seu coquetel.

Hector Lecter era um homem fleumático, porém extremamente audacioso e perigoso. E o subordinado sabia que seu patrão tinha alto interesse na empresa Blanc àquela altura, o que significava que irritar o principal herdeiro da empresa e pelo visto, com a doença do pai, único acionista majoritário da firma, era um infortúnio considerável.

—-- Diana, pode ir. –sibilou Pierre pelo canto da boca, fazendo com que a francesa loira em seus vinte e poucos anos saísse desinteressadamente.

Laurent suspirou. Já estava ali havia um tempo e queria mesmo era ir para casa para ver se Sakura estava lá. Depois da noite que ela tinha demorado para chegar ele ficara extremamente possessivo e ciumento. E nenhuma mulher podia tirar sua atenção. Ele vira aquela bela francesa como uma miragem embaçada. Bela, forte e atraente, mas sua raiva se tornava seu vício e ele só pensava em beber o whisky e confrontar Sakura.

Ficou por um tempo bloqueando os pensamentos em sua esposa e seu cérebro ficou vagando por alguns minutos de paz em sua turbulenta cabeça.

—-- Laurent Blanc... –ouviu-se o murmúrio sibilante e fumacento que saía da boca de Hector Lecter.

Pierre parecia um cão adestrado sentado em posição ereta quando seu chefe assomou-se na porta. Laurent deu um sorriso sorrateiro e adstringente de canto, procurando esconder o nojo que sentia daquele homem velho, sádico e duro. Ele parecia ser aproveitador e abandonara a empresa assim que o pai de Laurent estragara tudo. Agora que a empresa voltava a dar tiros certos, ele chegara como uma cobra de língua afiada, com sua fala de fumante e gestos torpes para arrancar mais dinheiro da parceria, olhando Laurent com ganância.

O homem moreno o olhou e cruzou os braços, esperando que ele dissesse algo.

Hector Lecter apenas se limitou a dar um sorriso e depois gargalhar baixo com sua voz rouca e densa. Como se o ar de seus pulmões já estivesse poluído de fumaça.

—-- Tenho uma proposta para você. –disse Hector ainda de pé, tirando o cigarro da boca para falar.

—-- Então diga depressa. –disse Laurent, se projetando para a frente cruzando as mãos e apoiando os cotovelos nos joelhos. Olhou para Lecter irritadiço.

—-- Parece que você não é mais uma criança nos negócios como era quando seu pai te impedia até de respirar perto da empresa. Mas não fique tão mordaz. –disse Hector dando uma baforada e depois um sorriso assustador –Você depende de mim.

Laurent piscou por um segundo de ódio profundo. Mas limitou-se a olhar com uma frieza adquirida para que Lecter continuasse.

—-- Você sabe que a sua empresa apenas começa a se reerguer com os investidores investindo moderadamente nas ações... Que qualquer passo em falso pode acabar com isso agora. Portanto, tem que preservar o seu status atual de dono provável da empresa. –outra baforada seguida de uma risada falsa com direito a covinha no sorriso arcaico.

Laurent estremeceu diante da audácia de considerar o pai morto.

—-- E... Seu casamento com uma das mulheres mais ricas da França. –disse Hector por fim, olhando para um ponto infinito em algum lugar.

Laurent deu um sorriso satisfatório devagar. Como se seu coração se relaxasse um pouco. Sakura era uma presa fácil não era?

—-- Mas para que sua empresa suba de vez, eu preciso de dinheiro. Injetar dinheiro nela é importante agora. Eu dou uma parte, pois sei que Blanc é uma marca forte, consolidada e pode me dar um retorno muito melhor se for sócio. Mas você tem que dar a outra. E se suas finanças e sua empresa não estão tão bem assim... –deu uma baforada.

Laurent mordeu o lábio, pensando em movimentar a mão para pegar um copo com whisky e bebê-lo inteiro. Ele ficou nervoso de repente, como se aquele momento fosse o mais difícil de sua vida. Como se ele previsse que Hector ia lhe propor algo ruim.

—-- Você terá que pegar dinheiro da família Haruno. –disse Hector dando uma baforada e em seguida indo sentar-se ao lado de Pierre, fitando diretamente Laurent com um rosto risonho insosso.

Laurent ficou calado, apenas pegou o copo de whisky, colocou-o cheio e bebeu-o inteiro de um gole só.

~

A chuva caiu durante todo aquele resto de noite até Sakura pegar um ônibus para chegar em casa. Ela não conseguia fazer com que as lágrimas parassem de cair. Seu coração estava tão gélido que ela sequer conseguia controlar o fluxo de lágrimas. Era como se ela estivesse congelada num estado de tristeza e confusão que a fizessem ficar desacordada, sem sentidos.

Quando finalmente chegou em casa, tirou os sapatos que fizeram enormes calos quando ela saiu correndo feito uma louca até o ponto de ônibus, como se fosse uma criança que tivesse visto seu monstro e corresse na tentativa de se salvar, de evitar que aquilo que deixou para trás voltasse para assombrá-la. “Aquilo”, ela sabia, era Francis Morel.

Ela apertou os olhos fortemente sentindo a dor dos calos inflamados ir e voltar como um pêndulo. Mas antes pensar na dor do que no Francis. Então andou sentindo a dor inflamada e ardente nos pés como se fosse um consolo, uma parte de suas terminações nervosas que a fizesse focar em outra coisa. Qualquer coisa que não fosse ele.

Naquele momento ela decidiu. Ia simplesmente esquecer que ele esteve perto dela essa tempo todo, para poder esquecer que aquele momento havia acontecido. A ideia de trair Laurent, mesmo que fosse somente por aquele minuto, a enojava. Mas não entendia porque seu coração sentia-se aflito, perdido, inquieto ao pensar na possibilidade de apenas pisar em cima de qualquer lembrança com Francis.

Ela suspirou cansada de chorar. Passou o braço pelos olhos e nariz, enxugando o rosto desajeitadamente. Sentou-se no sofá largo e sofisticado da sala e olhou para o lado pensativa. Pegou o controle remoto e ligou a TV, tentando fazer parecer que não estava sozinha. Estava passando um programa sobre estrelas dos anos noventa, conseguiu distinguir. Uma atriz muito parecida com a sua avó passou de relance. Sakura arregalou os olhos imediatamente e fitou a TV assustada. Mas era apenas uma mulher loira esbelta com olhos âmbar. A cor dos olhos era a mesma dos da avó, mas aqueles olhos eram pequenos e nada vistosos. Mas ela jurava que tinha visto a sua querida avó.

Começou a chorar, num ataque de pânico. Até que alguém tocou a campainha.

Ela levantou num salto, respirando ofegantemente e andando até o interfone.

—-- Sakura?! Sakura... –a voz de Laurent se pronunciou pelo aparelho, embargada, rouca.

Sakura estava nervosa. Sabia que ele estava bem bêbado. Mesmo estando quase maluca com a história da avó e com os acontecimentos recentes, ela começara a pensar em como reagir diante de um Laurent frio e sombrio quando bêbado.

—-- Sakura, abra a porta por favor. Eu não sei onde está a minha chave. –pausa e suspiro –Deve estar no carro, mas não consegui encontrá-la. –disse ele, com o tom de voz bravio.

Era como se se irritasse pelo fato de sua esposa não abrir logo a porta para ele. Era SEU MARIDO. Onde diabos ela estava com a cabeça?!

—-- Vamos logo Sakura. –esbravejou, seriamente.

Ela desamassou levemente o vestido rosado, pôs os cabelos para trás prendendo-os num coque baixo com uma presilha que encontrou na escrivaninha ao lado do sofá e deixou os sapatos na soleira da porta, para demonstrar que tinha acabado de chegar. Abriu a porta com um sorriso singelo mas que sentiu não ter tanta veracidade. Fitou os olhos de Laurent para verificar se ele tinha se convencido. Ela achou que sim.

Laurent entrou violentamente e fechou a porta enquanto ela direcionou-se para o sofá e ficou lá sentada assistindo ao programa com as celebridades.

Ele já ia subir, mas então de repente parou e fitou Sakura de modo estranho. Com olhos negros desejosos que ela nunca tinha visto nele. Nem mesmo na noite de núpcias.

Os olhos pretos sem luz alguma assustaram Sakura e ela quase caiu em um pranto novamente ao sentir uma sensação de medo e solidão aterradores. Mas aqueles olhos verdes eram dissimulados quando queriam. Ela não conseguia deixar que eles enfraquecessem quando mais precisava. Ela se manteve apática.

—-- O que houve querido? –quebrou o silêncio, logo depois vendo que outro silêncio aterrador se instalou na sala.

Ela não entendia porque ele não falava. Apenas se aproximava devagar dela e ela tinha a respiração cada vez mais entrecortada.

Laurent chegou ao sofá e sentou-se ao seu lado. Ele tirou a blusa de repente fazendo Sakura ficar tensa e arregalar os olhos sem perceber. Laurent piscava de forma apática e seus cabelos negros balançavam a medida que ele se movimentava tirando seu cinto da calça.

Sakura não entendeu sua própria reação. Laurent é seu marido, pensou. Ele está olhando para você com um rosto desejoso e tirando a roupa. Então porque seu coração está extremamente assustado?

A frieza e soturnez dele. Era o que estava assustando-a.

Ele abriu a calça e Sakura pode ver que ele estava ereto. Laurent apenas aproximou-se dela, tocou seu colo e deslizou para o zíper de seu vestido que ficava na frente. Sakura pôs a mão na mão dele bruscamente e assustou-se com a própria atitude. Mas Laurent tirou a mão dela segurando-a firmemente depois de olhá-la bem fundo nos olhos. Ela pousou a mão tristemente ao lado do corpo.

Ele queria ela, mas ele não estava nem aí para o que ela sentia naquele momento. Ele era seu marido não era? Ela sempre pensou que fora livre. Sempre pensou que teria um casamento perfeito porque sempre havia sido um espírito livre. Mas agora ela se deixava levar pelo espírito de dever. Era o dever dela não era?

Ele abaixou o vestido quando abriu todo o zíper e Sakura olhou para cima, para o teto da sala, procurando relaxar. Piscou algumas vezes e suas bochechas arderam. Mas ela não ia deixar seus olhos chorarem. Que boba estaria sendo se chorasse, pensou.

Ele assomou-se acima dela e apertava seu corpo contra o sofá. Ela sentia-se desconfortável, desamparada, não entendida. Mas procurou não pensar muito nisso. Laurent abriu de modo brusco seu sutiã e apertava fortemente seus seios pequenos enquanto a penetrava. Sakura não conseguiu, derramou uma lágrima fria naquela noite enquanto sentia o ardor de seus pés calejados roçarem no sofá, fazendo-a lembrar do que tanto queria evitar.

De repente ela entrou num estado onírico, sem conseguir pensar direito e lá estava a imagem do monstro do armário que ela queria deixar para trás, mas que a trazia um estranho calor. Ela estava pensando em Francis.


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Notas finais do capítulo

E AÍ? Sakura pensando em Francis? Vendo a avó por aí? Laurent tendo que roubar Sakura? COMENTEM! (:



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